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HIDRÁULICA APLICADA Aula 2 – Estudo do escoamento em condutos forçados Profª Danielle Santos Msc. Conceito: Denominam-se condutos forçados ou condutos sob pressão, as tubulações onde o líquido escoa sob uma pressão diferente da atmosférica. As seções desses condutos são sempre fechadas e o líquido escoa enchendo-as totalmente. Condutos forçados P ≠ Patm P < Patm Sucção P > Patm Adução Exemplos: -Adutoras -Interligações entre reservatórios -Redes de distribuição de água -Instalações prediais de água -Tubulações de sucção e recalque de bombas -Condutos que alimentam as turbinas nas usinas hidrelétricas, dentre outros Condutos forçados Velocidades recomendadas: Para sistemas de abastecimento de água Vmax = 0,6 + 1,5 . D ou V < 2,5 m/s D= Diâmetro da tubulação Condutos forçados Condutos forçados Traçado das Canalizações Devido à topografia dos terrenos a tubulação pode estar totalmente abaixo, coincidente ou acima, em alguns pontos, da linha piezométrica. Traçado 1 (Tubulação totalmente abaixo da Linha Piezométrica) - Conduto forçado (P/ᵧ > Patm) em todo o seu perfil; - Cuidados especiais nos pontos altos Instalação de ventosas retirar o ar acumulado proveniente, DE GASES dissolvidos na água e do processo de enchimento da linha. REDUZ performance do escoamento; - Cuidados especiais nos pontos baixos Instalação de válvulas de descarga para promover a limpeza da tubulação. Conduto forçado. Pode ser dimensionado com as equações de perda de carga apresentadas OBS: Recomendado para instalação de adutoras por questões de segurança Neste caso em qualquer ponto do conduto a pressão será positiva e a vazão de escoamento será igual a de projeto. Traçado das Canalizações Traçado 2 (Tubulação coincide com a Linha Piezométrica Efetiva) - Tubulação funciona como conduto livre (P = Patm) Nesse caso, a vazão do escoamento coincide com a calculada. OBS: Um orifício na geratriz superior dos tubos não provocaria a saída da água. Traçado das Canalizações Traçado 3 (Tubulação corta a LPE, mas fica abaixo do PCE – Plano de Carga Estático) OBS: Entre os pontos A e B P/Y < Patm Difícil evitar as bolsas de ar (Risco de contaminação pelas juntas ou caso ocorra rompimento neste local) Ventosas comuns seriam prejudiciais, porque, nesses pontos, a pressão é inferior à atmosférica. Alternativa recomendável: construir caixa de transição (Reservatório) no ponto mais alto altera a posição da Linha Piezométrica, Toda a tubulação localiza-se abaixo da LP, sujeita a pressões positivas como no Traçado 1. OBS: O acúmulo de ar formando bolhas, reduz a vazão escoada. Escoamento torna-se irregular. Traçado das Canalizações Traçado 4 (Tubulação corta a LPE e o PCE – Plano de Carga Estático) - Trata-se de um sifão que funciona em condições precárias, exigindo escorva quando entra ar na canalização. A água não atinge por gravidade o trecho acima do NA no reservatório R1 - O escoamento só é possível após o enchimento da tubulação. Traçado das Canalizações Traçado 5 (Tubulação corta Linha Piezométrica Absoluta) - Trata-se de um sifão funcionando nas piores condições possíveis. - Impossível o escoamento por gravidade. - O fluxo só é possível se for instalada uma bomba para impulsionar o líquido até o ponto mais alto da tubulação. Traçado das Canalizações Condutos forçados Perda de Carga A perda de carga em uma instalação consiste na resistência oferecida ao escoamento de um fluido (que tem viscosidade), pelas tubulações e acessórios (que tem rugosidade). Podem ainda ser classificadas em contínua, quando a perda ocorre em trechos da tubulação, e, localizada, que é aquela que ocorre nos acessórios das tubulações. Condutos forçados Perda de Carga Contínua As primeiras experiências (por volta de 1850) sobre o escoamento da água em tubos longos retos e cilíndricos, indicam que a perda de carga varia (aproximadamente) diretamente com a carga cinética (V2/2g ) e com o comprimento do tubo (L), e inversamente com o diâmetro do tubo (D). Usando um coeficiente de proporcionalidade (f), denominado de fator de atrito, Darcy, Weisback e outros propuseram a seguinte equação para cálculo da perda de carga hf: Condutos forçados hf = perda de carga, m; f = fator de perda de carga; L = comprimento da tubulação; D = diâmetro da tubulação, m; G = aceleração da gravidade, m s-2. Fórmula Universal f = Re 64 Condutos forçados O valor do fator de perda de carga (f) varia em função do tipo de escoamento, do fluido e da rugosidade da tubulação. Para o cálculo do fator de atrito existem equações específicas para cada tipo de escoamento. Para escoamentos laminares (Re < 2000) o fator de perda de carga, pode ser determinado por: Condutos forçados No caso de regime turbulento (Re > 4000), f é função do diâmetro da tubulação e da rugosidade da parede interna da tubulação, do líquido escoado e de sua velocidade de escoamento. A relação entre a rugosidade da parede e o diâmetro da tubulação (k/D) é denominada rugosidade relativa. O fator de atrito f pode ser calculado pela equação abaixo proposta por Colebrook-White. Condutos forçados Entretanto, a solução dessas equações são trabalhosas necessitando processo interativo para a sua resolução. Uma maneira prática para a obtenção do fator de atrito (f) é o uso do diagrama de Moody. Condutos forçados Condutos forçados Equação de Hazen-Williams É uma equação que pode ser satisfatoriamente aplicada em qualquer tipo de conduto e material. Resultou de um estudo estatístico cuidadoso no qual foram considerados dados experimentais de diversas fontes e observações feitas pelos próprios autores. Os seus limites de aplicação são os mais amplos: diâmetros de 50 a 300 mm e velocidades de até 3 m/s. A fórmula de Hazen-Williams pode ser apresentada da seguinte forma: C – coeficiente de Hazen Wilians (Tabelado em função do material do tubo) Hf – mca; L – m; D – m; Q – m3/s. Condutos forçados Equação de Hazen-Williams Condutos forçados Valores do coeficiente C de Hazen Williams Condutos forçados Equação de Flamant Recomenda-se a sua utilização em tubos menores do que 50 mm. Os seguintes valores do coeficiente b são utilizados na fórmula de Flamant: b = 0,000 23 s1,75/m0,5 para tubos de ferro ou aço; b = 0,000 185 s1,75/m0,5 para tubos novos; b = 0,000 185 s1,75/m0,5 para canos de cobre; b = 0,000 140 s1,75/m0,5 para canos de chumbo; b= 0,000 135 s1,75/m0,5 para canos de PVC (catálogo da tigre) Fórmulas de Fair-Whipple-Hsiao Condutos forçados Condutos forçados Perda de carga localizada Na prática as canalizações não são constituídas exclusivamente de tubos retilíneos e de mesmo diâmetro. Usualmente, as canalizações apresentam peças especiais (válvulas, registros, medidores de vazão etc) e conexões (ampliações, reduções, curvas, cotovelos, tês, etc) que pela sua forma geométrica e disposição elevam a turbulência, resultando em perdas de carga. As perdas de carga localizadas podem ser expressas pela equação geral: Condutos forçados Vi = é a velocidade média do fluxo (m/s) que, no caso das ampliações e reduções refere-se, geralmente, à secção de maior velocidade ou, no caso das peças especiais (registros, curvas etc.), refere-se a velocidade média na tubulação.Ki = é um coeficiente empírico que é praticamente constante para valores de Número de Reynolds (Re) maior que 50 000. Condutos forçados Condutos forçados Método dos Comprimentos virtuais Sob o ponto de vista da perda de carga, uma canalização composta de diversas peças especiais e outras singularidades equivale a um encanamento retilíneo de maior comprimento. É nesta simples ideia que se baseia o método do comprimento virtual. O método consiste em se adicionar ao comprimento real da tubulação um comprimento extra (o chamado comprimento equivalente), que corresponde ao mesmo valor de perda de carga que seria causado pelas peças especiais que compõem a tubulação. Condutos forçados Condutos forçados A perda de carga total ao longo da tubulação é calculada pelos métodos usuais de cálculo da perda de carga contínua, considerando o COMPRIMENTO VIRTUAL da tubulação (LVIR ) : Condutos forçados Valores de comprimento equivalente para os elementos mais comuns das canalizações Condutos forçados Simplificação Verifica-se que a relação entre o comprimento equivalente (LE) das diversas peças e seu diâmetro (D) é praticamente constante. Desta forma, o comprimento equivalente (LE) das diversas peças pode ser expresso em número diâmetros da tubulação. Condutos forçados Condutos forçados Perda de carga total (hfTotal) A perda de carga total (hfTotal) ao longo de uma canalização é o resultado da soma das perdas de carga ao longo dos trechos retilíneos (perda de carga contínua ) com as perdas de carga nas conexões e peças especiais (perda de carga localizada): Hf total = Hf contínuas + Hf localizadas
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