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Comunicacao empresarial - Caderno de Estudos

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Prévia do material em texto

Brasília - DF.
COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL
Autores
Anina FITTIPALDI 
Maria de Lourdes RIBEIRO
Revisão
Simone Mello
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e 
Editoração
Sumário
Organização do caderno de estudos e pesquisa ..................................................................................................... 4
Introdução ............................................................................................................................................................................. 6
Aula 1
Comunicação e cultura nas organizações contemporâneas .......................................................................... 7
Aula 2
A leitura como ferramenta profissional e empresarial ..................................................................................25
Aula 3
A comunicação escrita no contexto organizacional .......................................................................................35
Aula 4 
Os meios de comunicação nas organizações....................................................................................................47
Aula 5 
Principais documentos escritos na empresa .....................................................................................................64
Referências ..........................................................................................................................................................................69
4
Organização do caderno de 
estudos e pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, 
de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com 
questões para refl exão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais 
agradável. Ao fi nal, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos 
com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refl etir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refl etir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fi m de que o aluno faça uma pausa 
e refl ita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. 
É importante que ele verifi que seus conhecimentos, suas experiências e seus 
sentimentos. As refl exões são o ponto de partida para a construção de suas 
conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, fi lmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Praticando
Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de 
fortalecer o processo de aprendizagem do aluno.
5
Organização do caderno de estudos e pesquisa
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) fi nalizar
Texto integrador, ao fi nal do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
6
Introdução
Há um clássico e famoso conceito de que ”comunicação é uma via de duas mãos”. A que vai, 
levando a mensagem, e a que volta, trazendo a resposta. 
A verdade, porém, é outra bem mais complexa. No ambiente das organizações, a dimensão 
da comunicação pode ser associada não a ”uma via de duas mãos”, mas a uma ”teia de 
aranha”, com milhares de fios e várias aranhas espalhadas por ela. Desses infinitos fios, 
desdobram-se outros milhares de subfios que, se um deles for puxado, pelo menos uns quarenta 
vão se movimentar, mandando “ondas de choque” para todo o resto da teia. Este é o verdadeiro 
cenário da Comunicação Empresarial uma “teia de milhares de mãos”.
Objetivos
Este caderno de estudos tem como objetivos:
 » Compreender em que medida a globalização, as novas tecnologias, os movimentos 
sociais afetam a Comunicação Empresarial. 
 » Identificar os elementos básicos da comunicação: emissores, suportes e receptores. 
 » Entender a comunicação relacionada à cultura organizacional e como foco para todo 
processo de mudança nas organizações. 
 » Analisar os tipos, os estilos e as barreiras à comunicação na Comunicação Empresarial.
 » Analisar o campo comunicacional de forma a permitir um maior grau autonomia, 
responsabilidade e legitimidade enquanto participante criativo e pró-ativo nas 
organizações empresariais.
7
Maria de Lourdes Russo Ribeiro
Apresentação
Em termos de Comunicação Empresarial, a verdade é que nunca se emite uma mensagem para 
um só fio, e muito menos se espera que a resposta venha da forma esperada e pelo mesmo 
fio pelo qual a mensagem partiu. O que se vê é um universo de mensagens fluindo por vários 
fios e inúmeras respostas por quase toda a teia.
Neste ponto, reside o desafio de qualquer gestão empresarial: A comunicação vista como 
uma ferramenta estratégica que pode determinar o sucesso ou fracasso mercadológico, já 
que se associa ao marketing empresarial por ser também responsável por divulgar a cultura 
organizacional e a imagem positiva da empresa aos diferentes públicos. 
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:
 » compreender em que medida a globalização, as novas tecnologias, os movimentos 
sociais afetam a Comunicação Empresarial;
 » identificar os elementos básicos da comunicação: emissores, suportes e receptores;
 » entender a comunicação relacionada à cultura organizacional e como foco para todo 
processo de mudança nas organizações; 
 » analisar os tipos, os estilos e as barreiras à comunicação na comunicação empresarial;
 » analisar o campo comunicacional de forma a permitir-lhe um maior grau autonomia, 
responsabilidade e legitimidade enquanto participante criativo desta área.
1
AulA
COMUNICAÇÃO E CULtURA NAS 
ORgANIzAÇõES CONtEMPORâNEAS
8
AulA 1 • COMUNICAÇÃO E CULtURA NAS ORgANIzAÇõES CONtEMPORâNEAS
Inicio de conversa...
Num primeiro momento, vamos refl etir sobre a relação comunicação empresarial no contexto 
do mundo contemporâneo.
Este texto é hilariante, mas válido para ilustrar a situação anunciada! Leia com atenção!
tEXtO 1
Figura 1.
9
COMUNICAÇÃO E CULtURA NAS ORgANIzAÇõES CONtEMPORâNEAS • AulA 1
10
AulA 1 • COMUNICAÇÃO E CULtURA NAS ORgANIzAÇõES CONtEMPORâNEAS
11
COMUNICAÇÃO E CULtURA NAS ORgANIzAÇõES CONtEMPORâNEAS • AulA 1
Moral da História:
Graças à tecnologia, agora nós podemos desperdiçar nosso tempo com uma eficiência até então 
inimaginável. Tudo em nome da economia de tempo.
texto comentado
Com certeza, em suas reflexões, você deve ter constatado que esse tipo de situação nas empresas 
é um cenário bastante incidente e presente, apesar de as organizações contarem com todos os 
recursos e meios de comunicação.
Afinal, ainda que a tecnologia avance voraz e velozmente, continuará simplesmente sendo uma 
das ferramentas de comunicação a serviço das pessoas - e manipulada (muitas vezes, mal) por 
elas! Assim, o tom irônico da moral da história revela a alienação do homem diante dos recursos 
da tecnologia.
Outro aspecto a refletir diz respeito ao enorme prejuízo que uma empresa tem que suportar 
quando, no processo de comunicação, as distorções, os bloqueios acontecem a todo instante. 
Quanto custa a uma empresa refazer todo o processo quando algo é distorcido e afeta a 
produtividadeda empresa e a qualidade dos serviços prestados?
Essas e outras questões se incluem nas discussões desta aula, a fim de que possamos dimensionar 
os impactos de uma Comunicação Empresarial que efetive o binômio eficácia-eficiência nas 
mais diversas áreas do universo corporativo da atualidade.
Antes de aprofundarmos o assunto, cabe analisar os desafios e as tendências da Comunicação 
Empresarial no século XXI, diante do cenário do mundo contemporâneo, e alguns conceitos 
básicos sobre o processo de comunicação. 
Características do mundo contemporâneo e seus impactos 
nas organizações
Vivemos uma era de profundas transformações. De um lado, a chamada globalização, termo 
que se tornou obrigatório em todos os círculos intelectuais, políticos e econômicos. De outro, o 
processo de aceleração da globalização do mundo que modifica, também, as noções de tempo 
e de espaço. 
A velocidade crescente que envolve as comunicações, os mercados, os fluxos de capitais e 
tecnologias, as trocas de ideias e imagens nesse início de século impõem a dissolução de fronteiras 
e de barreiras protecionistas. Em todo o momento, se estabelecem tensos diálogos entre o local 
e o global, a homogeneidade e a diversidade, o real e o virtual, a ordem e o caos. 
12
AulA 1 • COMUNICAÇÃO E CULtURA NAS ORgANIzAÇõES CONtEMPORâNEAS
Uma característica marcante decorrente dos avanços tecnológicos, da organização virtual é o 
alto conteúdo de informação. Informação essa cada vez mais circular, dinâmica e acessível de 
qualquer ponto, através de um simples comando no computador. Lucian Sfez (1994) nos alerta 
para esse novo mundo movido e guiado pela comunicação, em que o excesso de informações e 
apelos pode levar, isso sim, à desinformação.
Todo esse cenário de desafios que a “nova economia” impõe às organizações (entidades, 
associações) resvala, sempre, por questões afetas ao bom desempenho da comunicação. Os 
empresários e, em particular, os comunicadores empresariais devem estar preparados para 
enfrentar essa nova realidade, com profissionalismo, competência, visão crítica e, sobretudo, 
uma elevada consciência social.
As novas tecnologias só serão socialmente úteis se utilizadas para gerir empresas realmente 
“duradouras”. Na prática, isso significa que empresas e profissionais, embora empenhados na 
busca de resultados positivos (lucros), deverão estar, integralmente, atentos a essas tendências 
no mundo empresarial. 
Assim, a fantástica evolução tecnológica dos últimos anos, bem como uma antevisão do que 
pode ser o futuro, leva-nos a pensar que cada vez mais nos aproximamos do conceito de “aldeia 
global” de Mac Luhan, em termos de comunicação. Não podemos deixar de verificar que as 
transformações de caráter social que vêm acontecendo desde o início desta década, só são possíveis 
pela existência da comunicação, e isso, com certeza, afeta também o contexto empresarial. 
Wilson Bueno (2000, p. 50) comenta que:
A comunicação empresarial evoluiu de seu estágio embrionário, em que se definia 
como mero acessório, para assumir, agora, uma função relevante na política 
negocial das empresas. Deixa, portanto, de ser atividade que se descarta ou se 
relega a segundo plano, em momentos de crise e de carência de recursos, para 
se firmar como insumo estratégico, de que uma empresa ou entidade lança mão 
para idealizar clientes, sensibilizar multiplicadores de opinião ou interagir com 
a comunidade.
É verdade, portanto, que um grande número de esforços de comunicação falham, pois eles 
dependem de uma série de condições e circunstâncias, tais como: fidelidade da mensagem, 
habilidade e experiência do comunicador, linguagem adequada, nível de importância que é 
dado aos processos comunicacionais e, principalmente, a ausência de uma comunicação interna 
participativa e coerente entre o discurso e a prática cotidiana da empresa.
Nos dias atuais, a comunicação é uma ferramenta estratégica de gestão, de uso interno e externo, 
sendo o foco de atenção e de (r)evolução permanente na empresa. Apesar dessa nova cultura 
empresarial, ainda são percebidos, nas empresas do denominado novo milênio, processos 
13
COMUNICAÇÃO E CULtURA NAS ORgANIzAÇõES CONtEMPORâNEAS • AulA 1
comunicacionais fragmentados e sem política defi nida, confi gurando uma estrutura parcial de 
comunicação.
O fato é que a Comunicação Empresarial, tratada seriamente como uma das mais efi cientes e 
poderosas ferramentas estratégicas, ainda é, neste país, privilégio de uns poucos empresários 
clarividentes, que aceitam essa atividade como investimento e não como despesa.
O entendimento desse novo cenário oferece à comunicação empresarial, por um lado, uma 
chance inigualável de afi rmação e do outro, sérios desafi os à atividade como, por exemplo, 
atrelar, defi nitivamente, a comunicação aos objetivos estratégicos da organização, aproximar os 
seus clientes internos e atuar de forma integrada das outras funções da empresa. Assim, torna-se 
fundamental incorporar novos valores, novos processos de gestão e, sobretudo, novas formas de 
relacionamento com a sociedade. 
Para melhor compreensão da importância da comunicação no cenário contemporâneo das 
empresas, cabem algumas noções básicas do processo de comunicação para que possamos 
entender por que são tão frequentes tais falhas. 
A comunicação para a qualidade - como ela funciona?
Analisada no seu sentido etimológico, a palavra “comunicação”, derivada da palavra latina 
communis, signifi ca tornar comum. 
Provavelmente, você deve ter fundamentado suas respostas anteriores, enfatizando a necessidade 
de uma relação dialógica, uma interatividade na comunicação. Um livro na estante não é 
comunicação, senão a partir do momento dessa interação... um livro na estante é potencialmente 
comunicação.
Uma mensagem ou informação1 não é comunicação2 senão de modo relativo. Primeiramente, 
ela é comunicação em relação àqueles que podem tomá-la enquanto tal, isto é, não como coisa, 
mas como da ordem do simbólico, já que a comunicação só se completa com o outro. 
Assim, o termo informação se refere à parte 
propriamente material, ou melhor, se refere 
à organização dos traços materiais por uma 
consciência, enquanto que o termo comunicação 
exprime a totalidade do processo que coloca em 
relação duas ou mais consciências.
1 Informação: Emissor envia a mensagem (conjunto de dados com a intenção de eliminar uma série de incertezas) para o 
Receptor.
2 Comunicação: Emissor envia a mensagem para o Receptor, no entanto esta mensagem deve ser entendida, decodifi cada e 
retornada ao Emissor através do Feedback (compreensão da mensagem que foi transmitida).
Sugestão de estudo
Dica do professor
Veja na internet o vídeo no youtube “O Processo 
Comunicacional” de Reinaldo Passadori.
14
AulA 1 • COMUNICAÇÃO E CULtURA NAS ORgANIzAÇõES CONtEMPORâNEAS
Não temos comunicação sem informação, e, por outro lado, não temos informação senão em 
vista da possibilidade dela se tornar comunicação. [...] uma informação é comunicação em 
potencial, se levarmos em conta a sua capacidade de ser estocada, armazenada (codifi cada) e 
reconvertida num segundo momento (decodifi cada).
Nesse processo, raramente o fl uxo da mensagem tem um só sentido. O emissor funciona não só 
como fonte da mensagem, mas ele próprio recebe mensagens enviadas pelo seu receptor. Isso 
confi gura a comunicação bidirecional ou interativa. 
Conforme Chiavenatto (2002), “comunicação é o processo de transmissão de uma informação 
de uma pessoa para outra, então, compartilhada por ambas. Para que haja comunicação, é 
necessário que o destinatário da informação a receba e a compreenda. A informação simplesmente 
transmitida, mas não recebida, não foi comunicada”. 
Para Lair (1993), “Comunicação é como uma dança. Quando um assume a posição do outro, os 
dois passam a pensar igual, e aí a sintonia é plena.Você não sabe quem está comandando quem. 
A música é uma só”. (p.55)
Percebe-se, então, que a comunicação segue um processo3 padrão que é obedecido nas mais 
diversas situações. Este processo é o conjunto dos elementos comuns, que estão presentes em 
todas as situações, funcionando como um ”efeito cascata”, isto é, o primeiro elemento interfere 
e/ou infl uencia no segundo, o segundo no terceiro, e assim sucessivamente. 
Após apresentado o conceito de processo, analisaremos 
os elementos da comunicação: 
Fonte/Emissor: quem deseja passar a mensagem. Dentro 
do contexto organizacional, o comunicador é um elemento 
com ideias, intenções, informações e propósitos de 
comunicação. Ou seja, é a pessoa que deseja passar uma mensagem, independente de seu 
papel dentro da organização.
Mensagem: a informação codifi cada mandada do emissor para o receptor. Os gestores têm 
numerosos propósitos para a comunicação, entre eles o de fazer com que os outros entendam 
suas ideias, entender as ideias dos outros ou de convencer as pessoas a produzirem determinadas 
ações ou comportamentos.
Código: o símbolo ou código que será utilizado pela fonte na transmissão da mensagem. A forma 
mais utilizada de codifi cação é a linguagem (verbal/não verbal), pois por meio dela conseguimos 
expressar nossos pensamentos e intenções.
Contexto/Referente: é o ambiente em que se dá a comunicação.
3 Processo:”qualquer fenômeno que apresenta contínua mudança no tempo” ou”qualquer operação ou tratamento contínuo.”
Praticando
Procure identifi car em um comercial de TV 
recente os elementos identifi cados nesta 
página e na seguinte.
15
COMUNICAÇÃO E CULtURA NAS ORgANIzAÇõES CONtEMPORâNEAS • AulA 1
Canal: o meio de comunicação entre o emissor e o receptor (o fio condutor da mensagem). As 
organizações transmitem as mensagens para seus membros das mais diferentes formas, incluindo 
face-a-face, telefone, murais, jornais internos, reuniões, políticas, sistemas de recompensas, 
previsões de vendas, intranet, portais.
Não muito óbvias, entretanto, são as mensagens chamadas não explícitas, as quais podem ser 
expressas por meio do silêncio ou da falta de atividade em uma determinada situação. Estas 
mensagens podem ser transmitidas através da expressão facial, do tom de voz ou até mesmo 
do movimento do corpo.
Receptor: a quem se deseja passar e/ou tem a finalidade de receber a mensagem. O propósito 
do comunicador é que sua mensagem, depois de decodificada, seja interpretada como sendo o 
seu pensamento original. Isto demonstra que a mensagem deve ser orientada para o receptor. 
Neste ponto existe grande oportunidade de melhoria dentro do contexto das organizações, pois 
a mesma mensagem pode ser interpretada de forma diferente por um alto executivo e por um 
operador de campo.
Cabe ressaltar que tais elementos são considerados essenciais para que a comunicação ocorra. 
Eles, porém, não podem ser vistos de uma maneira separada, já que estão presentes em todos 
os atos de comunicação dentro das organizações.
tEXtO 2
Figua 2.
16
AulA 1 • COMUNICAÇÃO E CULtURA NAS ORgANIzAÇõES CONtEMPORâNEAS
Provavelmente nesta situação de comunicação, está havendo problemas entre o emissor e os 
receptores. 
Em busca de um conceito de comunicação empresarial 
Mas, afinal, o que é a tal Comunicação Empresarial, de que tanto (ou nunca) se fala? Que às vezes 
é discutida à exaustão, mas tão raramente utilizada em sua plenitude, tão pouco valorizada e 
com frequência até desprezada como “coisa sem importância”?
O que nos leva a constatar, curiosamente, que um desafio muito comum em todas as empresas 
com certeza é a comunicação, ou melhor, a falta de comunicação?
Na prática, o que é efetivamente a Comunicação Empresarial?
Responder a essas questões não é tarefa fácil, pois muitos praticam a Comunicação Empresarial, 
mas pouca gente, quase ninguém, se preocupa em sistematizar conceitos. 
Ainda assim, como ponto de partida, cabe destacar que a comunicação organizacional já 
não pode mais se concentrar apenas em transmitir informações, mas deve também mudar o 
comportamento dos colaboradores para que realizem um trabalho melhor, impulsionando a 
organização em direção as suas metas.
Apresentamos, a seguir, alguns conceitos de Comunicação Organizacional.
Numa visão mais operacional, entendemos a Comunicação Empresarial (Organizacional, 
Corporativa ou Institucional) como um conjunto complexo de atividades, ações, estratégias, 
produtos e processos desenvolvidos para reforçar a imagem de uma empresa ou entidade 
(sindicato, órgãos governamentais, ONGs, associações, universidades) junto aos seus públicos 
Conceitos de comunicação organizacional
Conforme Stoner (1995, p. 338), a comunicação organizacional é um processo através do qual os administradores exercem as 
funções de planejar, organizar, liderar e controlar as ações da organização.
Já para Megginson (1986, p. 279), ”comunicação organizacional é o processo de transferir significados sob a forma de ideias 
ou informações de uma pessoa para outra, é a cadeia de entendimento que liga os membros das várias unidades de uma 
organização em diferentes níveis e áreas”, e o autor Shermerhorn (1991, p. 251) define a comunicação organizacional como o 
processo específico pelo qual a informação se movimenta dentro de uma organização, e entre a organização e seu ambiente. 
A comunicação organizacional pode ser analisada como a comunicação interna e externa. Referente à comunicação 
interna, Damante (1999, p.13) afirma que esta ”engloba todos os atos de comunicação que se produzem no interior 
de uma organização e que variam nas modalidades em que são utilizados, nos meios de divulgação e nas funções que 
desempenham".
17
COMUNICAÇÃO E CULtURA NAS ORgANIzAÇõES CONtEMPORâNEAS • AulA 1
de interesse (consumidores, empregados, formadores de opinião, classe política ou empresarial, 
acionistas, comunidade acadêmica ou fi nanceira, jornalistas) ou junto à opinião pública.
Nesse contexto, devem-se considerar os 
fatores que influenciam a comunicação 
pessoal na comunicação das organizações e 
também alguns fatores que são peculiares na 
comunicação das organizações. Entre eles:
 » Propriedade da informação: são 
informações que os indivíduos 
de uma organização detêm sobre 
um determinado assunto. Estas 
informações difi cilmente são divididas com os outros membros da organização.
 » Especialização do trabalho: a divisão e a simplifi cação das tarefas facilitam a comunicação, 
devido aos indivíduos de um mesmo grupo possuírem um mesmo jargão. 
 » Estrutura de autoridade: a comunicação respeita o nível hierárquico da empresa, isto 
é, quem se comunicará com quem.
 » Canais formais de comunicação: infl uenciam de duas maneiras a efi cácia da comunicação. 
1o as distâncias aumentam de acordo com o tamanho (ex.: fi liais) das organizações; 2o 
inibem o fl uxo livre de informações entre os diversos níveis das organizações. 
Assim, a Comunicação Empresarial, que se defi ne como moderna e estratégica, insere-se, profunda 
e intensamente, no processo de gestão e está afi nada com a cultura organizacional. Ela é, por 
natureza, participativa, analítica, democrática, embora, é justo admitir, defi nida, desta forma, ela 
se constitui num tipo ideal (como postulava Max Weber), já que, na prática, em nosso contexto, 
Saiba mais
“A cultura organizacional é formada pelo conjunto de 
pressupostos básicos que um determinado grupo inventou, 
descobriu e desenvolveu ao aprender como lidar com os 
problemas de adaptação externa e integração interna, e que 
funcionaram bem o sufi ciente para considerá-las válidas 
e, portanto, levá-las a novos membros como um correto 
caminho para perceber, pensar e sentir, em relação a estes 
problemas”. (Schein, Edgardp.)
Para Macedo (2003), canais formais são aqueles que permitem que as informações circulempela cadeia de comando da 
organização segundo os fl uxos indicados no organograma. Os canais formais podem ser:
 » descendentes - partem dos níveis mais elevados até chegar ao nível operacional. Esse fl uxo é responsável pela 
implementação das estratégias organizacionais (instruções de trabalho, mensagens, reuniões).
 » ascendentes - as informações partem do nível operacional e chegam aos níveis hierárquicos superiores em forma de 
sugestões de melhoria, pesquisas de clima organizacional, relatórios, informações contábil-fi nanceiras; 
 » horizontais - são informações trocadas lateralmente, num mesmo nível hierárquico. Servem para dar suporte e 
coordenação (equipes de projetos; reuniões interdepartamentais).
Canais informais são aqueles representados por grupos que se reúnem para almoçar, o pessoal do futebol, os giros dos 
dirigentes pela empresa, trocando ideias com os colaboradores. Também inclui-se neste grupo a”rádio-corredor”, fruto das 
manifestações espontâneas e que serve para propagar rumores, boatos.
18
AulA 1 • COMUNICAÇÃO E CULtURA NAS ORgANIzAÇõES CONtEMPORâNEAS
ela continua, quase sempre, se pautando por outros atributos, menos elogiosos (é autoritária, 
perspectiva mais operacional do que estratégica, nada integrada e assim por diante). 
tipos de comunicação
Interpessoal: Uma pessoa se comunica com outras 
pessoas. Quanto mais pessoas envolvidas neste 
tipo de comunicação, maiores chances de ocorrer 
problemas de comunicação.
Interfuncional: Uma área da empresa se relaciona com outras áreas da própria empresa. A 
comunicação pode ser verbal, escrita, telefônica ou por e-mail.
Corporativa: A empresa se relaciona internamente com seus funcionários ou com outras 
empresas. Ex.: 1: Comunicado ofi cial do Presidente da empresa para todos os empregados 
internos. Ex.: 2: Empresa ABC S/A envia correspondência para o Jornal A GAZETA (uma falha na 
comunicação corporativa pode afetar bastante a imagem da empresa que emitiu a mensagem). 
Informal: Quando os canais formais de comunicação da empresa funcionam precariamente 
(jornal interno, intranet, quadro de avisos). Também conhecida como “rádio-corredor”, pois ela 
é sempre veloz, porém, normalmente, é imprecisa. Funcionários começam a gerar a informação 
informalmente através de boatos e fofocas.
Comunicação interpessoal
Nunca é demais perguntar: ”entendeu? ”ou” existe 
alguma dúvida? ”
Na visão contemporânea organizacional, a comunicação 
interpessoal assume um papel de relevância, já que nos 
relacionamos com as pessoas o tempo todo, desde os momentos mais simples, como quando 
cumprimentamos o ascensorista, caminhamos pelos corredores da empresa, até quando 
participamos de uma reunião com a gerência da empresa para a solução de um problema que 
decidirá o destino da organização. 
Para se relacionar bem com as pessoas, são necessárias algumas competências que, acima de 
qualquer valor, voltam-se para a autoestima: a partir do momento em que você se vê como um 
ser único, com ideias próprias e merecedor de respeito, verá as outras pessoas da mesma maneira. 
Assim, esse processo implica desenvolver competências, atitudes e habilidades tais como: 
 » Autoconhecimento: conhecer as próprias emoções.
Praticando
Procure pensar + um exemplo para cada um dos 
tipos de comunicações.
Para refl etir
“Nós nos comunicamos COM outros e não PARA 
outros.”
19
COMUNICAÇÃO E CULtURA NAS ORgANIzAÇõES CONtEMPORâNEAS • AulA 1
 » Autocontrole: controlar os impulsos.
 » Automotivação: capacidade de perseguir objetivos, sem desanimar diante de obstáculos.
 » Empatia: colocar-se no lugar do outro.
 » Lidar cordialmente com as pessoas.
 » Conhecer a si mesmo.
 » Equilibrar razão e emoção.
 » Reconhecer e respeitar a visão que cada um tem das coisas.
 » Estabelecer relações de confiança.
 » Oferecer e receber retorno de ações sem reações emocionais intensas.
Que tal avaliar sua percepção diante do discurso do outro?
Cabe ainda destacar que as mensagens não verbais também fazem parte da comunicação 
interpessoal. O processo de comunicação está tão enraizado na cultura do homem que muitos 
dos seus elementos não são reconhecidos como tais. A linguagem não-verbal para muitos não é 
reconhecida, não sendo valorizada, perdendo, assim, a sua importância e efetiva contribuição.
O corpo humano é uma ferramenta em potencial de comunicação, não só a boca fala, cada membro 
do corpo e cada sentido humano se comunicam com o seu interlocutor. São gestos, olhares, 
expressões faciais, posicionamento dos braços, mãos, dedos, pernas, pés, cabeça e tronco informando 
durante todas as interações sociais sobre os estados psicológicos e fisiológicos do locutor.
Figura 3. O corpo fala.
Falta de contato
visual: indiferença
Uma mão sobre
a outra:
defensividade
Postura tensa:
retraimento
Pernas
cruzadas:
uma
barreira
contra quem
fala
O pé aponta
para longe de
quem fala:
resistência
RETRAÍDA ATENTA
Pés apontados 
para a frente:
atenção
Mãos 
entrelaçadas:
disposição
para ouvir
Postura
inclinada
para a frente: 
atenção
Contato visual
direto: interesse
20
AulA 1 • COMUNICAÇÃO E CULtURA NAS ORgANIzAÇõES CONtEMPORâNEAS
Compreender esses canais não verbais de comunicação requer uma percepção mais global do 
processo de comunicação. É preciso estar atento às entrelinhas da movimentação corporal, já 
que esta revela muito mais do que a comunicação verbal.
A habilidade de escutar também auxilia as atividades 
de comunicação. Há um ditado chinês que diz que 
devemos usar as partes do nosso corpo na mesma 
proporção que as temos. Possuímos uma boca e 
dois ouvidos. Ouvir o outro facilita as interações por 
demonstrar claramente que existe interesse e respeito 
pela sua visão.
Apesar de as relações interpessoais serem tão corriqueiras, fazem parte de um processo complexo, 
que requer uma série de requisitos para que sejam satisfatórias. É preciso estar atento às barreiras 
que afetam a comunicação.
A mensagem enviada pelo emissor enfrenta uma verdadeira corrida de obstáculos, 
à medida que vai vencendo os seguintes processos mentais do receptor: seleção 
– avaliação – interpretação – decisão de uso. 
(REGO, 1999)
Estilos de comunicação 
Todos nós temos formas particulares de comunicar, as palavras que utilizamos para nos expressar, 
a forma como dizemos o que queremos dizer e os sinais não verbais que utilizamos, todos fazem 
o nosso estilo particular de comunicação.
O modo particular no qual cada um de nós comunica, desde a linguagem corporal usada até o 
nosso tom de voz, até as palavras usadas e o nosso comportamento. 
Para melhor interagir no contexto empresarial, você necessitará estar a par do seu próprio estilo de 
comunicação e dos estilos dos outros. Se for capaz disso, você será um comunicador mais efi caz.
Veja os três estilos básicos de comunicação abaixo. Depois pense sobre como é você normalmente. 
Com qual estilo você mais se assemelha?
Comunicador Agressivo: Interrompe os outros. Não consegue ver os outros pontos de vista. 
Monopoliza a conversa. Dominador, pensa ser superior. Dedo apontado, postura tensa, olhar 
intensivo. Temido pelos outros, problemas na manutenção de relacionamentos, os outros 
mostram raiva.
Saiba mais
As pesquisas revelam que somente 7% da 
comunicação interpessoal podem ser traduzidos 
por palavras, pois 38% provêm da infl exão da voz, 
enquanto os restantes 55% resultam da expressão 
facial e da linguagem corporal.
21
COMUNICAÇÃO E CULtURA NAS ORgANIzAÇõES CONtEMPORâNEAS • AulA 1
Comunicador Passivo: Hesitante, não diz o que pensa, concorda sempre com os outros. Apologista, 
pensa ser inferior, permite que os outros decidam. Tímido, voz baixa, condescendente. Não é 
adorado pelos outros, não é ele próprio, perde o respeito dos outros. 
Comunicador Assertivo: Construtivo,ouvinte ativo, se expressa claramente, confidente, não faz 
julgamentos, pró-ativo, postura descontraída, gestos abertos, utiliza tom e volume apropriado 
de voz, respeito dos outros, os outros conhecem a sua posição, motivador.
Barreiras à comunicação interpessoal eficaz
Reconhecendo as barreiras à comunicação interpessoal eficaz:
 » Percepções diferentes: pessoas com conhecimentos e experiências distintas costumam 
perceber o mesmo fenômeno de diferentes formas.
 » Diferenças de linguagem: o uso de palavras que possibilitam diferentes interpretações 
(percepções diferentes); termos técnicos (jargão empresarial) para as pessoas leigas em 
determinados assuntos.
 » Ruído: é qualquer fator que perturbe, confunda ou interfira na comunicação.
 » Reações emocionais: qualquer tipo de emoção pode influenciar na maneira em que 
vamos compreender ou passar a mensagem.
 » Inconsistência nas comunicações verbais e não verbais: as mensagens são fortemente 
influenciadas por fatores não verbais, como os movimentos do corpo, postura, gestos, 
expressões faciais, contato físico.
 » Desconfiança: a confiança ou não na mensagem pode gerar credibilidade ao emissor. 
Superando as barreiras à comunicação interpessoal eficaz.
 » Superando as diferenças de percepção: é preciso observar o ponto de vista da outra 
pessoa. Adiar as reações até que a informação relevante seja entendida diminuirá a 
ambiguidade da mensagem.
 » Superando diferenças de linguagem: os termos técnicos devem ser substituídos por 
uma linguagem simples e direta. Os receptores devem tirar suas possíveis dúvidas e 
repetir os principais tópicos da mensagem.
 » Superando o ruído: procurar eliminá-lo, se não for possível, aumente a clareza e a força 
da mensagem.
 » Superando reações emocionais: aceitando-as como parte do processo de comunicação, 
e procurando compreendê-las objetivando melhorar a atmosfera mudando seu próprio 
comportamento.
22
AulA 1 • COMUNICAÇÃO E CULtURA NAS ORgANIzAÇõES CONtEMPORâNEAS
 » Superando as inconsistências nas comunicações verbais e não verbais: é estar consciente 
delas e evitar o envio de mensagens falsas.
 » Superando desconfiança: um bom relacionamento com as pessoas com as quais nos 
comunicamos, usando sempre a honestidade e as boas intenções.
 » Redundância: é a repetição ou reformulação da mensagem para assegurar sua recepção 
ou reforçar o seu impacto.
Fidelidade da comunicação nas empresas
Na comunicação, deseja-se que esta seja a mais fiel possível. O ruído e a fidelidade são as duas 
faces da mesma moeda. Se houver ruído, reduz a fidelidade; se reduz o ruído, aumenta a fidelidade.
Há quatro fatores que incluem os atores da comunicação (emissor e receptor) que determinam 
a fidelidade da comunicação:
1. Atitudes: afetam os meios pelos quais a fonte se comunica, sendo estas de três formas: 
a) Atitude para consigo – é o complexo de variáveis que se reúnem para formar a 
personalidade do indivíduo. Ex:. insegurança, autoestima. b) Atitude para com o assunto – 
é a crença e/ou opinião de um determinado assunto. Ex.: os professores involuntariamente 
deixam transparecer suas tendências em um assunto qualquer. c) Atitude para com o 
recebedor – é um julgamento favorável ou não do emissor em relação ao recebedor.
2. Nível de conhecimento: é o quanto a fonte domina um assunto. Mesmo a fonte 
dominando o assunto, pode haver erro na comunicação pelo excesso de termos técnicos 
na transmissão da mensagem.
3. Sistema sociocultural: é a classe social juntamente com o significado que cada cultura 
dá aos hábitos e às crenças de cada indivíduo.
4. Habilidades de comunicação: existem cinco habilidades verbais: a escrita e a palavra 
(codificadoras), a leitura e a audição (decodificadoras), e o raciocínio que engloba ambas 
as funções. Nossa habilidade afeta diretamente na análise dos nossos objetivos e como 
codificá-los de uma forma simples e clara para que sejam entendidos. 
Nesse contexto, a mensagem, o código, o conteúdo e o tratamento da mensagem devem ser 
considerados. A forma lógica de apresentar diversas ideias e/ou informações e as decisões que 
se tomam para selecionar e dispor tanto o código como o conteúdo (relatório, texto em forma 
de tópicos, comunicado) são relevantes em todo o processo de comunicação.
É preciso estar atento, pois embora o processo de comunicação seja imprescindível para 
qualquer organização social, o fato de existir uma comunicação empresarial formalizada não 
23
COMUNICAÇÃO E CULtURA NAS ORgANIzAÇõES CONtEMPORâNEAS • AulA 1
garante que todos os problemas da empresa sejam resolvidos. Afinal, o aspecto relacional da 
comunicação do dia a dia nas organizações, quer interna ou externamente, sofre interferências 
e condicionamentos variados dado o volume e os diferentes tipos de comunicações existentes, 
conforme já mencionamos nesta aula.
Cabe ainda enfatizar, como bem expressa Stuart Sillars, que há diferença entre a comunicação 
social, a profissional, e a empresarial. Na comunicação social, o telefone é um instrumento 
para conversar, enquanto que, no mundo dos negócios, é uma maneira rápida e talvez barata 
de transmissão de informações. As cartas particulares estão repletas de notícias pessoais e têm 
estilo e linguagem informais; as empresariais contêm somente informações essenciais baseadas 
em fatos, são mais curtas e fazem um estilo mais formal, embora não completamente impessoal.
Em poucas palavras Macdonald e Tanner (2006) afirmam: “o que se quer dizer é que a comunicação 
de negócios apresenta esquema e expressão planejados e é composta de objetivos, enquanto que 
a social não segue nenhuma estrutura rígida e pode ser absolutamente espontânea.”
Para as empresas sobreviverem aos desafios do novo milênio, será necessária não só a adoção 
de uma estrutura de comunicação profissionalizada e integrada ao processo de decisão como, 
também, a incorporação de novos valores, processos de gestão – incluindo constante avaliação 
dos efeitos comunicacionais – e novas formas de relacionamento com a sociedade assumindo 
de forma plena a sua responsabilidade social.
É preciso não somente prever problemas, mas corrigi-los antes que eles interfiram e estabelecer 
um clima previsível e favorável.
Segundo Odebrecht (1998), “o melhor instrumento de que dispõem os seres humanos para 
antecipar-se ao curso dos acontecimentos é uma empresa concebida e dirigida a partir de uma 
estratégia, ambas capazes de aperfeiçoar-se com o correr do tempo”. (p. 52).
Esses são os desafios com que se defronta hoje a área de comunicação. Com isso ganha força a 
necessidade da comunicação tornar-se função de toda a organização, incorporando-se ao papel 
gerencial, integrando-se efetivamente ao processo de decisão da empresa.
Resumo
Vimos até agora:
 » que todos nós estamos envolvidos na comunicação.
 » que estamos alertas não só à dinâmica do processo de comunicação, bem como aos 
perigos que podem se constituir como barreiras na comunicação empresarial, acarretando 
prejuízos de toda ordem;
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AulA 1 • COMUNICAÇÃO E CULtURA NAS ORgANIzAÇõES CONtEMPORâNEAS
 » a importância do autoconhecimento e das relações interpessoais como base para garantir 
a eficácia da comunicação empresarial;
 » que a sua formação acadêmica e profissional aponta para a necessidade de você ter 
sólida competência linguística, valorizando a participação, a autonomia e a criatividade;
 » a comunicação de negócios é diferente da social, exigindo assim sua inserção no plano 
estratégico de uma empresa competitiva na atualidade.
25
Anina Fittipaldi
Apresentação
Esta aula vai discutir um assunto importante: a leitura. 
É claro que leitura é importante em qualquer espaço profissional, mas, no mundo empresarial, 
ler bem é uma necessidade tanto para a exposição de conhecimento quanto para o entendimento 
de textos específicos quecirculam no meio empresarial: relatórios, cartas, e-mails.
Você pode imaginar quais são ou quais seriam as consequências para uma empresa quando um 
profissional se equivoca quanto ao sentido de um texto?
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:
 » aprimorar as técnicas para uma leitura pró eficiente;
 » conhecer algumas situações comunicacionais na empresa;
 » redimensionar o sentido de leitura tendo como base o espaço empresarial.
Início de conversa 
Dessa forma, voltar a falar sobre determinados mecanismos, que podem dar precisão à leitura, 
não é demais!
Assim, retomaremos assuntos importantes como o jogo de implícitos, as marcas de intencionalidade, 
as vozes que compõem o discurso, entre outros.
Na verdade, estamos querendo que você entenda o poder da linguagem no processo comunicacional 
para tornar-se um leitor seguro da interpretação que dá ao texto.
2
AulA
A LEItURA COMO FERRAMENtA 
PROFISSIONAL E EMPRESARIAL
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AulA 2 • A LEItURA COMO FERRAMENtA PROFISSIONAL E EMPRESARIAL
A leitura e o convencimento
É claro que tudo que o falante diz é para convencer o outro. Nesse jogo comunicacional, 
estamos sempre argumentando, isto é, tentando convencer os ouvintes das nossas convicções. 
Dessa maneira, os textos falados e escritos, espontâneos ou planejados estão carregados de 
argumentatividade. Imagine no espaço empresarial? Assim, ler é interpretar, é perceber os 
recursos usados para convencer o outro, é um instrumental importante para você, leitor atento.
Que tal iniciarmos lendo uma campanha publicitária, interpretando a sua mensagem, a intenção 
da empresa com o anúncio e analisando os recursos utilizados para obter resultados? 
Saiba que a publicidade é um texto que diz para o mundo exterior a imagem da empresa. Cada 
mensagem veiculada cria no consumidor o que a empresa é.
Constate, por meio da interpretação, como a empresa OX deseja “passar” a imagem de que os seus 
produtos não danificam os cabelos, porque são elaborados com produtos extraídos da natureza.
Veja! 
Figura 4.
27
A LEItURA COMO FERRAMENtA PROFISSIONAL E EMPRESARIAL • AulA 2
texto comentado 
Observe que a campanha é simples, mas cumpre o seu objetivo.
Primeiramente, o jogo de palavras tão próprio da linguagem publicitária está na ordem inicial 
“Use todos os dias”. O imperativo “Use” é um conselho, mas está indiretamente / implicitamente 
solicitando a compra. Além disso, para haver imediata aceitabilidade do produto, o autor do 
texto utilizou um outro recurso bastante interessante: buscou na retomada da frase feita – usada 
popularmente – “não cansa a minha beleza” a empatia da consumidora. Relembre a importância 
da percepção do uso de outras vozes (caráter polifônico) para cumprir a intenção de quem 
escreve. E, esse exemplo resgata a voz popular para chamar a atenção dos produtos anunciados.
Aí está clara a vontade de suavizar e, ao mesmo tempo, aproximar a “ordem” de compra ao 
comprador dos produtos. Interprete a palavra “beleza”, tomada em duplo sentido, ela dá um 
tom meio que engraçado ao texto: o primeiro seria a beleza física; o segundo, a própria pessoa. 
A expressão “não canse a minha beleza” tem muitas outras frases implícitas: “– por favor, não 
me aborreça”, “não me canse, pois sou linda”, ”não me obrigue a fazer coisas que possam me 
prejudicar”.
Veja ainda que uma série de argumentos estão relacionados para se chegar à interpretação sobre 
a qualidade do produto e dos benefícios naturais no cabelo da consumidora. Vamos à análise 
dos detalhes! Preste bastante atenção!
 » Tecido de cânhamo na mesa / aspecto rústico e natural.
 » Planta bem natural no vidro de perfume.
 » Gengibre caindo sobre o tecido.
 » Fundo imitando madeira, árvore.
 » E para dar o tom final, o texto já analisado.
Assim, podemos concluir – como já dito - que a campanha cumpre o seu objetivo que é mostrar 
o produto e ressaltar as qualidades da fórmula com “ingredientes” naturais, permitindo que a 
consumidora possa comprá-lo com segurança. E, o bom leitor interpreta os “meandros” que o 
publicitário deseja atingir.
Viu como é importante fazer todas as relações possíveis para se obter uma interpretação 
“completa”?
28
AulA 2 • A LEItURA COMO FERRAMENtA PROFISSIONAL E EMPRESARIAL
A integração entre atenção, leitura e fl uxo informacional na 
empresa 
No item anterior, retomamos nossas análises de 
textos e o tema do texto do Dr. Jairo servirá de 
“gancho” para novas discussões. Se o texto afi rma 
que não é fácil reter informação, você deverá 
estar se perguntando: É possível ler bem nesse 
mundo tão contraditório? Como poderei reter as 
informações de um texto? Como estar atento em 
um mundo em que o fl uxo informacional possui uma carga absurda de rapidez? E na empresa, 
a comunicação segue a mesma rapidez? Diante de tantos questionamentos, selecionamos uma 
única resposta: Fique ATENTO.
Se você já sabe que o mundo leva o leitor à dispersão, será necessário um trabalho inverso para 
restabelecer também o inverso: a ATENÇÃO!
Assim, atenção, leitura e, consequentemente, fl uxo da informação são três itens, de uma certa 
forma, que estão interligados. O leitor atento lê com efi cácia, isto é, não perde detalhes e, nesse 
sentido, compreende a mensagem, podendo reproduzi-la com objetividade e clareza. Trabalhar 
atenção e leitura permite que se construa um leitor pronto para as exigências do mercado de 
trabalho.
Frisando, no fl uxo informacional, o leitor precisa estar atento às informações para poder 
identifi car quais as informações Fundamentais, a informação mais Importante e quais as que são 
Complementares, relacionando-as constantemente e, assim, estabelecer a possível intenção do 
texto. Ao estar atento, você consegue perceber os detalhes e classifi cá-los de acordo com o grau 
de importância, criticá-los e até redimensioná-los quando percebe algum tipo de inadequação 
e é esse o jogo empresarial, não? 
A informação e o conhecimento no contexto globalizado da 
empresa 
Estamos sempre, nesta aula, discutindo a questão do ato de ler no mundo da informação. Para 
continuarmos, é preciso também que você refl ita sobre informação e conhecimento.
Há alguma diferença entre informação e conhecimento? Um prescinde do outro? 
Leia o texto abaixo e, a seguir, as nossas conclusões!
Saiba mais
Jairo Bouer é psiquiatra, discute com efi ciência 
assuntos sobre saúde e comportamento jovem. Além 
da prática de consultório, ele mantém programas na 
TV e em rádios e escreve para jornais, revistas e sites. 
29
A LEItURA COMO FERRAMENtA PROFISSIONAL E EMPRESARIAL • AulA 2
— Na próxima sexta-feira, por volta das 17h, o Cometa Halley estará visível no céu desta área. Trata-se de fenômeno raro, que 
ocorre somente a cada 76 anos. Por isso, por favor, reúna os operários no pátio da fábrica, usando capacete de segurança, 
que eu farei uma preleção explicando o fenômeno. Mas, se estiver chovendo, não poderemos ver nada. Nesse caso, reúna-os 
no refeitório e eu farei a preleção acompanhada da projeção de um vídeo sobre o cometa.
O gerente de divisão sentiu que não havia o que redarguir ou perguntar, pois o diretor já se voltava para o microcomputador 
instalado em sua mesa auxiliar. Assim, engoliu em seco, deu meia-volta e retirou-se, voltando para o seu próprio birô. Lá, 
mandou chamar o supervisor de produção, enquanto pensava que ia ser o diabo se o supervisor, sempre muito curioso, 
começasse a crivá-lo de perguntas. Diante do supervisor, a quem tampouco permitiu que sentasse, procurou ser tão objetivo 
e rápido quanto fora o diretor, ainda que com o risco de parecer ríspido:
— Por ordem do diretor industrial, na sexta-feira, às 17h, o Cometa Halley vai aparecer no céu, sobre o pátio da fábrica, se 
não chover. Mas, se chover, leve todos os operários, usando seus capacetes, parao refeitório, onde o diretor vai fazer o favor 
de dar uma explicação científica, com projeção de vídeo, sobre o raro fenômeno, que só acontece a cada 76 anos.
O supervisor, sujeito decidido e sempre disposto a mostrar serviço, não titubeou. Voltou para sua gaiola — um cubículo de 
estrutura de ferro, suspenso sobre o galpão da linha de produção. Convocou os chefes de produção de todos os setores e, em 
tom camarada, mas firme, explicou:
Temos novidade: sexta-feira próxima, às 17h, vai aparecer por aqui, a convite do diretor industrial, um tal de Halley, que dará 
uma explicação científica sobre cometas e o uso de capacetes no pátio da fábrica. Mas, se chover, devemos levar todos os 
operários para o refeitório onde o diretor vai projetar um filme, fenômeno raro que só acontece a cada 76 anos.
O chefe da Faria e Ferramentas ficou impressionadíssimo com a notícia de que o diretor industrial iria ao refeitório, local só 
frequentado pelos operários de linha, mestres, supervisores e, de vez em quando, algum gerente. Os diretores tinham seu 
próprio local para refeições, com um self-service de luxo. Matutando nisso, foi para a ferramentaria e mandou reunir os seus 
mestres, cujo respeito granjeara por saber interpretar os acontecimentos da empresa, antecipando-lhes, informalmente, 
orientações preciosas.
Um líder nato. E não escondeu seu assombro ao fazer o anúncio, pedindo que cada um levasse a notícia aos respectivos 
operários:
— Olha, pessoal: outra novidade da reengenharia. Acreditem se quiserem. Nesta sexta, às 17h, antes de encerrar o turno da 
tarde, o diretor industrial vai confraternizar com os operários no refeitório, fenômeno raro, que não acontece há 76 anos. É 
pra todos comparecerem, levando os capacetes, que, em sinal de educação, devem ser tirados da cabeça. Vem acompanhado 
de um tal de Halley, entendido em cometas e especialista em problemas de segurança relacionados com a chuva. Projetará, 
inclusive, um filme com uma demonstração sobre tudo isso. Mas, se chover, o diretor disse que a demonstração será ‘‘ao 
vivo’’, no pátio da fábrica. Cá pra nós, se o tempo amanhecer fechado, eu venho agasalhado por baixo do uniforme e, por via 
das dúvidas, já vou comprar vitamina C.
O mestre ferramenteiro não era de perder tempo se preocupando com conversas a respeito de diretores, gerentes e seus 
convidados. Entendia do seu ofício como poucos e sabia supervisionar e orientar seus operários com firmeza, respeito e 
compreensão, sendo, por essas nobres características, muito apreciado por aqueles que sob seu comando trabalhavam. Por 
isso, não enfeitou, ao reunir os operários e passar-lhes a notícia:
— O negócio é o seguinte. Sexta-feira, às 17h, é pra reunir todos os operários no pátio, com o capacete na mão. O diretor 
industrial e um tal de Halley falarão sobre o uso de capacetes, chuvas e cometas. Se chover de verdade, é pra ir todo o mundo 
pro refeitório, onde vão projetar um filme e distribuir vitamina C, em sinal de confraternização, fenômeno raro que não 
acontece há 76 anos.
Mais tarde, na fila para carimbar o cartão, na saída da fábrica, dois velhos operários, que gostavam de música e cinema, iam 
comentando:
— Você já soube? Sexta-feira, às 17h, o chefão da diretoria industrial completa 76 anos e vai promover uma confraternização. 
Haverá um show no pátio, com Bill Halley e seus Cometas. Mas, se chover, projetará Cantando na chuva, no refeitório. Só não 
entendi por que a gente tem que levar os capacetes e tomar vitamina C.
30
AulA 2 • A LEItURA COMO FERRAMENtA PROFISSIONAL E EMPRESARIAL
— Não entendeu mesmo. Não é nada disso. Além do show do Bill Halley, no pátio, vão inaugurar um videocassete no 
refeitório. Agora, todo dia, enquanto come, a gente vai recebendo treinamento sobre o uso de capacete, segurança do 
trabalho em dia de chuva, cuidados com a saúde, essas coisas... É que a fábrica tá completando 76 anos. O chefão eu já vi, 
tem no máximo uns 50 anos. E não ia comemorar o aniversário dele com a gente.
Moral da história: quando os maiorais não se estão entendendo nem se fazendo entender, os mortais comuns inventam o 
próprio texto.
texto comentado
Observe que, apesar da “brincadeira”, os fragmentos mostram como os dados sofrem diferentes 
distorções, sendo a informação totalmente alterada. Não houve a menor convicção nesse fluxo 
comunicacional. Fique certo de que há muitas razões para que isso aconteça. 
No caso do gerente, o início do texto já deixa clara a relação que ele tem com a empresa – ele 
obedece a ordens – e dessa forma, não pensou muito sobre a informação, não ficou atento aos 
dados, às palavras, simplesmente tentou transmiti-la mesmo sem entendê-la, questioná-la, 
vivenciá-la. Além disso, pode também ter havido desconhecimento da palavra “preleção” e, a 
partir daí, deixou de interagir com o texto, só soube repeti-lo e o fez muito mal.
O supervisor interpretou a informação do seu jeito e também tendo em vista o seu conhecimento: 
nem informações sobre o cometa ele possuía. Reelaborou o recado de forma desatenta.
Diferentes condições interferem na interpretação de um texto, a mais importante diz respeito à 
relevância que cada um deu ao texto. Além disso, o texto inicial “pecou” pela falta de objetividade 
– que é uma característica imprescindível na comunicação nas empresas.
Você poderá estar se perguntando sobre a interpretação que se processa quando se diz algo. É 
claro que sim, na medida em que se fala, o falante tornou-se o interpretante da mensagem que 
deseja transmitir. Mesmo que, muitas vezes, a característica maior da fala é a informalidade; 
na empresa, o dizer, como dizer, como o outro irá interpretar também fazem parte da mesma 
interação que a do leitor – texto – autor.
Se você ainda quiser outras explicações, retome o texto e verifique como os dados foram recebendo 
tratamento completamente diferente de seu emissor e se alteraram de forma tal que os receptores, 
de acordo com a situação, interpretaram da forma mais conveniente. Certifique-se de que os dados 
iniciais não geraram a informação desejada e, consequentemente, o conhecimento perdeu-se 
na falta de um fluxo convincente.
Assim, manter “acesa” a discussão sobre leitura é fundamental na formação de um profissional 
competente.
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A LEItURA COMO FERRAMENtA PROFISSIONAL E EMPRESARIAL • AulA 2
tem que ser um texto empresarial 
Mecanismos de produção de sentido no texto empresarial 
As nossas análises estão sempre preocupadas com a qualidade da recepção gerada pelo texto, 
melhor dizendo, com o encaminhamento que o leitor dá ao que leu, ao que ouviu. Direta e 
indiretamente, você está revendo os mecanismos que o leitor precisa estar atento nos textos.
É claro que, se você é um bom leitor de crônicas, contos, poemas, será também bom para ler os 
textos que circulam nas empresas. 
A - O valor da palavra no texto 
Será que a palavra possui um preço? O valor a que estamos nos referindo diz respeito ao grau de 
conotação de uma palavra em um texto.
Assim, alguns termos podem “valorar” de forma apreciativa ou depreciativa determinadas 
situações. Orecchioni (1980, p. 73) afirma que certos termos podem funcionar como lisonja ou 
ofensa, pois toda palavra possui um valor subjetivo, já que as palavras são recortes do mundo 
referencial e lhe impõem uma forma particular de conteúdo. Afinal, nenhum falante descreve a 
natureza com uma imparcialidade absoluta.
No caso do discurso empresarial, essa deve ser uma preocupação básica do receptor, perceber 
o jogo intencional do outro, do texto, por meio das palavras ditas e escritas. 
Trecho de relatório de auditoria de empresa
TEXTO 6
Ao encerramos os trabalhos realizados pelos auditores, abaixo relacionados, verificamos que a seção 
“tal” de sua empresa piorou bastante em relação à auditoria anterior, talvez devido ao aumento 
de funcionários 
Nessa referida seção ou ainda talvez pelasquestões que sofrem as empresas na atual economia.
COMENTÁRIOS
Ora, algumas palavras revelam que a Auditoria não foi de qualidade. Constate:
 » A expressão “piorou bastante” possui um caráter negativo e totalmente informal, 
depreciando a empresa e a ”fala” dos auditores, pois não se trata de uma conversa de 
corredor; além disso, deixa implícito que tudo está ruim. Tudo quê? Onde? Por quê?
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AulA 2 • A LEItURA COMO FERRAMENtA PROFISSIONAL E EMPRESARIAL
 » As palavras “talvez e devido” depreciam a auditoria, pois um trabalho sério não pode 
levantar hipóteses, deixar dúvidas.
 » A escolha da justificativa final é inadequada porque não dá o tom de seriedade ao 
trabalho – se há crise, tudo está, então, justificado.
Qualquer leitor atento ao valor das palavras faria, com certeza e com razão, uma interpretação 
negativa desses auditores. O texto é impreciso, incompleto, utiliza um tom coloquial, as palavras 
foram usadas de forma espontânea, deixando o leitor estabelecer críticas que, às vezes, depõem 
contra a auditoria realizada.
B - O valor implícito da palavra: a pressuposição
Como o próprio item está explicando, pressuposto, segundo Fiorin (2002, p. 307), são ideias 
implícitas, mas que decorrem do sentido do que está dito.
Observe a frase:
O rapaz tornou-se um excelente empresário.
A informação explícita é de que o rapaz é excelente em sua profissão. Entretanto, o verbo tornou-
se deixa implícito que, anteriormente, o rapaz não era tão excelente quanto agora.
Veja a importância de ter atenção em determinados termos, pois vão revelar, muitas vezes, a 
intenção de quem fala. Por isso, que o texto tende a ser bem objetivo para não dar possibilidades 
de outras interpretações.
Leia o texto:
TEXTO 7
Trecho de carta de banco para cliente sobre cheque especial
“Verificamos que sua conta tem ficado com saldo devedor acima do limite concedido pela Agência. 
Solicitamos sua colaboração para evitar transtornos futuros. Além disso, queremos lembrar que o 
controle de sua conta está totalmente em suas mãos. ”
TEXTO COMENTADO 
Veja que, implicitamente, há uma espécie de ameaça no uso da expressão “evitar transtornos 
futuros”. Outro detalhe importante diz respeito à interpretação que pode ser dada ao advérbio 
”totalmente”, indicando que o banco não se responsabilizará por nada que ocorrer com o cliente.
33
A LEItURA COMO FERRAMENtA PROFISSIONAL E EMPRESARIAL • AulA 2
C - Fatos e opinião
Todo o texto mescla fatos de opiniões. É muito fácil identificar o fato; entretanto, quando a opinião 
não está escrita em 1a pessoa, com o tão famoso ”eu acho” e seus sinônimos, não é muito simples 
de fazer essa identificação. Assim, fique sempre atento a essas distinções para não fazer misturas 
importantes e identificar qual é a opinião da empresa sobre um determinado fato.
TEXTO 8
Rio de Janeiro, 15 de maio de 2008.
À L. L. Oliveira
Prezados Senhores,
Informamos que recebemos o material encomendado, assim como os relatórios e documentos 
relativos a ele, enviados no último dia 12 deste mês.
Entretanto, causou-nos estranheza a conclusão apresentada nos relatórios.
Gostaríamos, pois, de agendar uma reunião para que alguns esclarecimentos pudessem ser feitos.
Atenciosamente, 
José Otávio
Diretor
TEXTO COMENTADO
Veja que a carta mescla fatos e opiniões. No primeiro parágrafo, há o fato: a constatação do 
recebimento do que havia sido combinado.
Já no segundo, todo o parágrafo revela a opinião sobre determinado detalhe que precisa de 
esclarecimento posterior.
É muito importante que o leitor saiba interpretar a opinião para perceber qualquer tipo de 
constrangimento ou até elogio presente no texto. Assim, a resposta a ser dada esclarecerá o 
receptor na medida em que houve entendimento do caráter opinativo da questão. Na carta lida, 
a expressão ”causou-nos estranheza” revela que deve ter havido algum equívoco nas conclusões 
dos relatórios. Conclua conosco que nas expressões opinativas estão ideias e valores implícitos 
que precisam ser interpretados com absoluta precisão.
34
AulA 2 • A LEItURA COMO FERRAMENtA PROFISSIONAL E EMPRESARIAL
Resumo 
 Vimos até agora:
 » conceitos de comunicação e informação, entendidos como instrumentos teóricos para 
o estudo da sociedade global;
 » técnicas para uma leitura pró eficiente;
 » algumas situações comunicacionais na empresa;
 » o sentido de leitura tendo como base o espaço empresarial.
35
Anina Fittipaldi
Apresentação
Você já conhece as características da cultura empresarial, observou que muitas modificações 
ocorreram; verificou, também, na aula anterior a importância da leitura e interpretação na 
sociedade do conhecimento.
Agora, chegou o momento de colocar no papel o seu texto e, é claro, adequá-lo à realidade 
do mercado de trabalho. Entretanto, sabe que o texto espontâneo não faz parte do contexto 
empresarial.
Assim, vamos conhecer as adequações que devem ser feitas para planejar e escrever o texto 
empresarial.
Objetivos
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:
 » conhecer o estilo e a linguagem do texto empresarial moderno;
 » adequar o texto espontâneo às exigências do mundo empresarial;
 » conhecer qualidades e defeitos a fim de aprimorar a produção do texto escrito.
Para início de conversa
Como você deve verificar, a cada instante, o processo de comunicação muda. Esse fenômeno 
se observa na oralidade – quando o falante cria novas palavras, reduz outras, associa gestos às 
palavras; e, também, na escrita. Muitas novidades estão ocorrendo na produção textual, tendo 
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AulA
A COMUNICAÇÃO ESCRItA NO 
CONtEXtO ORgANIzACIONAL
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em vista as inovações tecnológicas. É realmente um “boom”. Surgiu até uma nova linguagem que 
muitos ”naum ~et~ed~e y qstionaum”. Sem nenhum exagero, é mais ou menos assim!
No mundo empresarial, muitos encaminhamentos antigos foram deixados de lado e a modernidade 
chegou ali. Na empresa, o texto precisa ser moderno, dinâmico e correto. É por esse percurso 
que iremos seguir nesta aula: mostrar as novidades no texto empresarial sem deixar de trabalhar 
a base de qualquer texto escrito.
tipos e gêneros textuais
Tipologia textual (tipos de texto) diz respeito aos textos básicos para composição de qualquer 
outro texto: narração, descrição, exposição (de caráter mais objetivo) e argumentação (de caráter 
mais persuasivo). Você deve estar se perguntando: por que esses textos são básicos?
Perceba que, às vezes, quando você conversa, ora narra algo, descreve, discorre (debate sobre 
um tema) e tenta todo o tempo convencer o interlocutor; essa organização textual também está 
no escrever. Você já deve ter constatado que uma carta, em muitas partes, pode conter trechos 
narrativos, outros descritivos, outros dissertativos (expositivos) e, além disso, tentar argumentar.
Isso ocorre em qualquer gênero textual. Da forma mais objetiva 
possível, podemos afirma que Narrar, Descrever, Expor, Argumentar 
são modos de organização discursiva, e uma carta, um relatório, 
uma piada, um e-mail, uma receita, um manual de instrução são 
diferentes gêneros textuais – textos que estão no mundo - possuem 
uma finalidade específica e marcam um tempo e um espaço. Será 
que há 50 anos atrás as pessoas escreviam e–mails dentro de uma 
empresa? Entendeu?
Por isso, mesmo tratando aqui da comunicação empresarial, 
precisaremos “tocar” em textos que você já escreveu em outras 
fases de sua vida estudantil.
Leia o texto abaixo: 
A metrópole verde do deserto – EXAME | 20/3/2008
Com as receitas da venda de petróleo, Abu Dhabi vai erguer a cidade mais ecológica do mundo 
Por Luciene Antunes
“Os xeques do Oriente Médio, os executivos da indústria automobilística e os empresários do setor 
petrolíferoocupam um lugar de honra na galeria de vilões do aquecimento global. Pois imagine essa 
turma toda reunida para construir uma cidade-modelo de sustentabilidade, onde os carros movidos 
a combustível fóssil não poderão circular, os prédios comerciais e as residências funcionarão à base 
Masdar: zero de emissão de CO2 na 
atmosfera
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de painéis solares e toda a água utilizada e o lixo produzido pela população serão reciclados. A 
história parece descrição de uma miragem, mas é real. Quem está à frente do projeto surpreendente 
(e cercado por uma grande dose de ironia) é o governo de Abu Dhabi, cidade-estado dos Emirados 
Árabes, dona de uma das maiores reservas de petróleo do planeta. A meta é construir uma metrópole 
com emissão zero de CO2 na atmosfera (veja quadro ao lado). No time de parceiros envolvidos 
na empreitada, encontram-se multinacionais do setor de energia, como a BP e a Shell, e duas 
montadoras, Mitsubishi e Rolls-Royce. Masdar (“fonte”, em árabe), como foi batizada a metrópole 
verde no meio do deserto, vai custar 4 bilhões de dólares e deve abrigar universidades, centros de 
pesquisa, 1 500 empresas e uma população de 50 000 pessoas. Cercada por muros, vai ocupar uma 
área de seis quilômetros quadrados no centro de Abu Dhabi. Segundo previsão do governo local, 
tudo deve ficar pronto até 2016.
[...]”
TEXTO COMENTADO
Verifique que o artigo da Revista Exame possui um objetivo específico, um público específico, 
um gênero específico. Para sermos mais claros: o artigo deseja informar novidades sobre cidades 
ecologicamente corretas. O público específico é formado por empresários, arquitetos, curiosos; o 
gênero é evidente: artigo jornalístico. Entretanto, os diferentes tipos de textos (narração, descrição 
e dissertação – objetiva e/ou argumentativa) estão presentes no artigo. 
Releia:
Os xeques do Oriente Médio, os executivos da indústria automobilística e os empresários do setor 
petrolífero ocupam um lugar de honra na galeria de vilões do aquecimento global. Pois imagine 
essa turma toda reunida para construir.
Até aqui o nosso texto comenta. A base desse fragmento é o comentário – e esse gênero possui 
um caráter expositivo – dissertativo, certo?
Constate:
[...] uma cidade-modelo de sustentabilidade, onde os carros movidos a combustível fóssil não 
poderão circular, os prédios comerciais e as residências funcionarão à base de painéis solares e toda 
a água utilizada e o lixo produzido pela população serão reciclados. A história parece descrição de 
uma miragem, mas é real.
Essa continuação do texto é altamente descritiva. Nela as características da nova cidade são 
apresentadas com os detalhes que constituirão a realidade que deseja ser apresentada no texto. 
No final do texto selecionado, ainda há outro fragmento descritivo:
A meta é construir uma metrópole com emissão zero de CO2 na atmosfera (veja quadro ao lado). 
No time de parceiros envolvidos na empreitada, encontram-se multinacionais do setor de energia, 
como a BP e a Shell, e duas montadoras, Mitsubishi e Rolls-Royce. Masdar (“fonte”, em árabe), como 
foi batizada a metrópole verde no meio do deserto, vai custar 4 bilhões de dólares e deve abrigar 
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universidades, centros de pesquisa, 1 500 empresas e uma população de 50 000 pessoas. Cercada 
por muros, vai ocupar uma área de 6 quilômetros quadrados no centro de Abu Dhabi. Segundo 
previsão do governo local, tudo deve ficar pronto até 2016.
Logo, podemos concluir que o gênero Artigo de revista utilizou basicamente dois modos de 
organização discursivos: o comentário de caráter expositivo – dissertativo, pois comenta 
objetivamente o assunto; e o descritivo já que a intenção do articulista é poder mostrar e comprovar 
a possibilidade do planejamento de cidades sustentáveis. O conteúdo é bastante interessante, 
mas coube – nos comentar basicamente tipologia e gêneros textuais para que você pudesse ter 
absoluta clareza sobre esse assunto.
Estilo e linguagem do texto empresarial
Há um determinado estilo para cada espaço, para cada contexto; a palavra será utilizada de uma 
determinada maneira, dependendo do contexto em que está sendo dita ou escrita. Comumente, 
surgem algumas perguntas: Qual será realmente o estilo da empresa? Preciso falar difícil para 
ser valorizado no mercado de trabalho? No texto que se escreve para a empresa predomina a 
narração, a descrição ou a dissertação? Há necessidade de muita explicação para não deixar 
dúvidas sobre o que se pretende? Vamos com calma!!! Há uma série de itens que caracterizam 
a linguagem empresarial. Nossa aula tratará de alguns deles. Para deixá-lo mais calmo e menos 
angustiado com tantas perguntas que apresentamos, fique certo de que, em termos básicos, o 
estilo empresarial moderno é objetivo, claro, conciso. 
Erros e vícios que provocam distorções na comunicação 
escrita 
Como existem tantas dúvidas com relação ao texto empresarial, vamos começar por aquilo que 
não deve ser feito, pois a comunicação escrita na empresa ainda possui muitos exageros que 
precisam ser totalmente evitados. Para isso, criamos uma lista para você nunca usá-los.
Vamos a eles:
 » excesso de detalhes;
 » períodos longos demais;
 » uso de termos sofisticados;
 » falta de lógica, de coerência;
 » combinação de assuntos relevantes com os irrelevantes;
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A COMUNICAÇÃO ESCRItA NO CONtEXtO ORgANIzACIONAL • AulA 3
 » gentilezas desnecessárias;
 » redundâncias em excesso;
 » informações imprecisas. 
Quer ver?
Leia esta carta:
234/2008 Rio de Janeiro, 16 de junho de 2008
Ilmos. Srs.
A. A. Oliveira
Caixa Postal 268
São Paulo – SP
Prezados Senhores:
Desejamos, com toda a fineza, acusar o recebimento do seu prezado e gentilíssimo favor datado 
de 12 de outubro próximo passado – data, aliás, de extrema importância para nós, pois iniciamos 
nossos contatos - junto ao qual V. Sas. tiveram a bondade de nos encaminhar cuidadosamente os 
documentos relativos às mercadorias por nós encomendadas. 
Informamos, outrossim, que as mercadorias em referência chegaram em perfeitas condições, nada 
nos sendo lícito reclamar nesse sentido. Entretanto, a nível de acordo, lamentamos, profundamente, 
ter de apontar o nosso constrangimento, de acordo com o conversado, ao constar, na fatura que nos 
foi devolvida pelos senhores, vencimento para 30 dias, quando o real combinado com o representante 
de vossa conceituadíssima empresa foi de 60 dias.
Solicitamos, pois, imediato esclarecimento dessa dúvida, deixando claro que não será aceita por 
nós a duplicata, se realmente não nos for concedido o prazo anterior e previamente combinado, 
podendo até haver a dissolução do contrato.
Cientes de que tudo será esclarecido e voltando ao normal, firmamo-nos com estima e apreço.
Atenciosamente,
MAYA & CIA.
Antonio Felix
Diretor
TEXTO COMENTADO
Você percebeu os defeitos presentes nessa carta? São evidentes! Tudo o que ela não deveria conter 
está presente nesse texto. A lista anteriormente apresentada por nós se encontra integralmente 
nesse documento. É claro quando estamos tratando de defeitos em contraponto, trabalhamos 
as qualidades desse texto.
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Nesse sentido, se, na carta, há excesso de detalhes, é importante que você não exagere; se há 
gentileza desnecessária, seja gentil somente no que for necessário; se períodos longos cansam 
o leitor, indiretamente, estamos afirmando, use períodos curtos; se falta de lógica, coerência e 
muita sofisticação são defeitos, é verdade que lógica, coerência e simplicidade são qualidades; 
e assim por diante!
Veja!
Desejamos, com toda a fineza, (gentileza desnecessária) acusar (uso de termos sofisticados) o 
recebimento do seu prezado e gentilíssimofavor datado de 12 de outubro próximo passado – data, 
aliás, de extrema importância para nós, pois iniciamos nossos contatos (execesso de detalhes) - junto 
ao qual v. Sas. (Perìodo longo demais) tiveram a bondade de nos encaminhar cuidadosamente os 
documentos relativos às mercadorias por nós encomendadas. 
Informamos, outrossim, que as mercadorias em referência chegaram em perfeitas condições, nada 
nos sendo lícito reclamar nesse sentido. Entretanto, a nível de acordo (uso de termos inadequados), 
lamentamos, profundamente, (redundância em excesso) ter de apontar o nosso constrangimento, 
de acordo com o conversado, (combinação de assuntos relevantes com os irrelevantes) ao constar, 
na fatura que nos foi devolvida pelos senhores, vencimento para 30 dias, quando o real combinado 
com o representante de vossa conceituadíssima (gentileza desnecessária) empresa foi de 60 dias.
Solicitamos, pois, imediato esclarecimento dessa dúvida, deixando claro que não será aceita por 
nós a duplicata, se realmente não nos for concedido o prazo anterior e previamente combinado, 
podendo até haver a dissolução do contrato.
Cientes de que tudo será esclarecido e voltando ao normal, firmamo-nos com estima e apreço.
Dessa forma, você já está entendendo o que nós chamamos de objetividade, clareza e concisão: 
um texto em que o assunto pode ser entendido sem embromações, da forma mais simples e 
correta possível.
O texto empresarial moderno
Tendo em vista os defeitos de um texto empresarial, você já deve ter deduzido as qualidades 
desse texto que circula nas empresas. Em poucas palavras, podemos afirmar que a maior 
qualidade de um texto é a precisão da informação. Sim, o escritor deve ter clareza do que deseja 
informar (pertinência) e, a partir disso, escrever com objetividade (com poucos detalhes), com 
concisão (períodos curtos), utilizando o registro formal (correção gramatical) selecionando 
adequadamente o vocabulário (precisão). Além disso, o tom do texto deverá ser sério, sem 
demonstrar superioridade, sem menosprezar a inteligência do interlocutor, sem ser amigo em 
excesso, buscando a neutralidade e a impessoalidade.
Objetividade e concisão foram duas qualidades que, de certa forma, já foram trabalhadas 
anteriormente, mas vale continuar!
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Esses dois termos significam que não devemos abusar das palavras para exprimir uma ideia, para 
dar uma informação. Além disso, as palavras possuem uma carga subjetiva que, muitas vezes, 
pode distorcer o que se pretende comunicar. Dessa forma, a base da objetividade e concisão é 
afirmar e provar. Essas duas atitudes configuram um parâmetro fundamental, pois se afirma, 
em poucas palavras, o foco da comunicação e, ao mesmo tempo, ao provar, evita-se que o leitor 
questione o que está sendo comunicado.
Leia o texto: 
A abertura do mercado e a globalização trouxeram vários benefícios a diversos países, por outro 
lado, tudo o que acontece de negativo em um país acaba afetando os demais.
Um exemplo caro disso é a crise asiática que abalou o mercado financeiro internacional e isso 
acabou refletindo no crescimento da economia mundial, ora previsto em 4,5%.
Em nosso país, esse fato gerou um aumento nas taxas de juros.
Devido a esses fatores, ao renovarmos o limite rotativo que a empresa dispõe, no valor de R$500.000,00 
(Quinhentos mil reais), pelo prazo de 60 dias (sessenta dias) para utilização esporádica, o mesmo 
deveria ter como encargos a taxa de 110% da CDI do dia da realização.
Contudo, considerando os 23 anos de ótimo relacionamento entre o banco e a empresa, a taxa será 
de 104% da CDI do dia da realização.
TEXTO COMENTADO
O texto explica muitos detalhes e cria diversas expectativas no leitor. O autor apresenta, no 1o 
parágrafo, um fato positivo e, imediatamente, um negativo. Se a objetividade está em afirmar – 
que se afirmem fatos positivos – para que o leitor não espere algum ruim para ele. Os detalhes 
são excessivos e o 4o parágrafo possui um tom meio ameaçador sobre uma taxa que, ao final, não 
será a ele cobrada. O fato realmente importante ficou para o último parágrafo e a boa notícia 
que ele contém poderia ter sido dada logo no início.
Assim, Octaviano Neto Machado (2006, p. 34) sugere uma redução quase total nesse texto:
Considerando os 23 anos de ótimo relacionamento entre o banco e a empresa, renovaremos o limite 
rotativo que a empresa dispõe, no valor de R$500.000,00 (Quinhentos mil reais), pela taxa especial 
de 104% do CDI.
Essa taxa é 6% inferior à taxa adotada pelo banco, de 110% do CDI, resultante da elevação dos juros 
pelo governo brasileiro em resposta à crise internacional.
A neutralidade e a impessoalidade também são itens essenciais na linguagem empresarial. O 
autor neutro é aquele que não toma partido, escreve tecnicamente; suas opiniões surgem de 
forma cautelosa e não deixa marcada as suas preferências. Já por impessoalidade, entende-se 
uma escrita não de pessoa para pessoa e, sim, de função para função.
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Assim, evitam-se termos em 1a pessoa, excesso de adjetivos e advérbios, pois essas categorias 
gramaticais marcam um ”eu” que fala e os juízos de valor, expressões usadas por ele por meio 
de características, qualidades e de circunstâncias.
Leia:
Senhor Credenciado 
Eu estou enviando em anexo o excelente Comunicado CIEFAS no 6/2008, que contém exaustivas 
alterações nas Instruções Gerais e na novíssima Tabela de Honorários Advocatícios, decorrentes, 
evidentemente, do convênio CIEFAS /OAB.
Felizmente, informo, ainda, que os novos procedimentos, assim como a nova tabela, estão em vigor 
em nossa perfeita empresa a partir de abril.
Atenciosamente
TEXTO COMENTADO
Observe a 1a pessoa iniciando o texto e tirando o caráter profissional do mesmo. Além disso, os 
adjetivos “excelente”, “exaustivos”, “novíssima” e “perfeita” dão um tom arrogante, exagerado ao 
que se deseja informar.
Os advérbios “evidentemente” e “felizmente” continuam marcando as opiniões de quem escreveu, 
sendo desnecessários à carta comercial.
Confira o texto, agora sem esses marcadores:
Senhor Credenciado 
Estamos enviando em anexo o Comunicado CIEFAS nº 6/2008, que contém alterações nas Instruções 
Gerais e na nova Tabela de Honorários Advocatícios, decorrentes do convênio CIEFAS /OAB.
Informamos, ainda, que os novos procedimentos, assim como a nova tabela, estão em vigor em 
nossa empresa a partir de abril.
Atenciosamente
O registro formal (correção gramatical) e a seleção adequada do vocabulário (precisão) endossam 
o que poderíamos englobar como a gramática do texto empresarial. Sim, há uma gramática 
específica para todos esses recursos que estudamos até agora. 
Assim, evite a escrita em 1a pessoa, utilize-a quando for absolutamente necessária. Deixe de 
lado adjetivos e advérbios, trabalhe com substantivos e verbos que sustentam a informação. 
Tenha uma certa restrição quanto ao uso do pronome você, pois o texto comercial prima pela 
formalidade e expressões informais devem ser esquecidas. Use as frases na voz ativa: o sujeito 
deve praticar a ação. Qualquer outro tipo de voz verbal (passiva ou reflexiva) tira a força da frase 
no sujeito. Além disso, como falamos de informalidade / formalidade, entramos em um outro 
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assunto de extrema importância que é a correção gramatical. Revise estudos de regência, crase, 
concordância, uso de pronomes, principalmente; agora, na hora de selecionar a melhor palavra, 
não se esqueça do valor que ela carrega em si e dentro do texto: valor positivo, valor preciso, 
afirmações decisivas, palavras fortes e fracas. Verificando esses detalhes, acreditamos que você 
estará escrevendo um texto de qualidade.
Leia o texto:
Ação Voluntária
Dia Nacional

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