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Resumo aulas Direitos Humanos

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Direitos Humanos
Aula 1: Conceito, características e evolução dos direitos fundamentais
 O pensamento de Hobbes foi o grande precursor da idéia de que osdireitos do homem são a base de legitimação do exercício do poder político e da formação do Estado. 
A origem do Estado e a legitimação do poder político têm por fundamento um contrato social, por meio do qual o homem cede seus direitos naturais ao Estado-Leviatã, o único capaz de gerar um contexto de paz e segurança. E com isso Hobbes consegue efetivamente consolidar o valor dos direitos do homem na ciência política, na teoria geral do Estado, na filosofia e no direito.
a expressão direitos do homem deve ser interpretada no sentido de direitos naturais ainda não positivados, enquanto direitos humanos são aqueles direitos naturais positivados na esfera do direito internacional.
As principais características dos direitos fundamentais
- Imprescritibilidade – Não se perdem pelo decurso do prazo, não deixam de ser exigíveis;
- Inalienabilidade – São inegociáveis, não podem ser negociados economicamente;
- Irrenunciabilidade – Não podem ser objeto de renúncia, podendo apenas deixarem de ser exercidos voluntariamente;
- Historicidade – São históricos;
- Universalidade – São para todas as pessoas;
- Efetividade – visa garantir verdadeiramente sua concretização no plano da eficácia social;
- Complementaridade - Os direitos fundamentais não serão interpretados isoladamente, mas sim de acordo com o alcance e o sentido do conjunto dos objetivos constitucionais fixados pelo legislador constituinte.
- Relatividade ou Limitabilidade – Não existem direitos fundamentais absolutos, todos os direitos são relativos ou limitados.
1215 – carta magna – limita o poder do rei, nítida presença dos direitos humanos.
1628 – petition of rights – consolidou definitivamente os direitos previstos na magna carta de 1215.
1776 – Se dá efetivamente a positivação dos direitos do homem em documentos solenes e dotados de hierarquia, transformando em direitos fundamentais.
Aula 2: A concepção dos direitos fundamentais na Constituição de 1988
Direitos fundamentais na CRFB
	ESCRIÇÃO
	ARTIGO
	Direitos individuais
	Art. 5º
	Direitos à nacionalidade
	Art. 12
	Direitos políticos
	Arts. 14 a 17
	Direitos sociais
	Arts. 6º e 193 e ss.
	Direitos coletivos
	Art. 5º
	Direitos solidários
	Arts. 3º e 225
 É importante reconhecer que o catálogo de direitos fundamentais do cidadão brasileiro se perfaz mediante direitos explícitos (Título II e outros direitos positivados ao longo da Constituição) e direitos implícitos, aqueles decorrentes da autorização do § 2º do art. 5º de nossa Carta Maior, quais sejam, os decorrentes do regime, princípios constitucionais e tratados internacionais.
a) dos direitos e garantias individuais e coletivos dos 78 incisos do artigo 5º da Constituição de 1988; 
b) dos outros direitos fundamentais previstos no título II de nossa Lei Fundamental; 
c) de vários outros direitos espargidos ao longo da Constituição, e.g., art. 150, I e III, art. 196, art. 204; e
d) dos chamados princípio constitucionais implícitos que decorrem do regime, dos princípios adotados pela Constituição, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte (art. 5 § 2º).
Sistema aberto de regras e princípios - A nova interpretação constitucional vê na Constituição um sistema aberto, caracterizado pela coerência do conteúdo de suas normas que se harmonizam na sua unidade axiológica do bem comum. Constituição com força normativa, com plena efetividade para os princípios constitucionais, são normas jurídicas capazes de gerarem por si só direitos subjetivos perante o poder judiciário.
Desdobramento dessa Constituição - art. 5º, § 2º da Constituição de 1988, projeta a imagem de um “conceito materialmente aberto de direitos fundamentais” dentro do sistema constitucional pátrio, na medida em que autoriza a existência de direitos fundamentais positivados em outras partes do texto constitucional e até mesmo em tratados internacionais, bem assim para a previsão expressa da possibilidade de se reconhecer direitos fundamentais não-escritos, implícitos e decorrentes do regime e dos princípios da Constituição.
 Não se pode negar que a Constituição de 1988 é um sistema aberto, no qual princípios se entrelaçam com regras, tendo-se como resultado o equilíbrio entre a distribuição de justiça e a certeza jurídica. Com efeito, são as regras jurídicas que garantem a certeza e a segurança do direito, restando aos princípios a distribuição da justiça social.
Aula 3 - Os Direitos Fundamentais e suas três dimensões
1ª geração – Liberdade – direitos civis e políticos.
2ª geração – igualdade – direitos sociais, econômicos, culturais e trabalhistas.
3ª geração – fraternidade – direitos coletivos e difusos.
Uma geração não é substituída pela outra, mas, sim, complementa a outra.
A primeira dimensão - surge como reação ao mecanismo de concentração do poder político do Estado absolutista, cuja arquitetura jurídica prejudicava a burguesia ascendente. E assim é que a positivação dos direitos de primeira dimensão em documentos solenes e superiores tem dupla conotação: de um lado, a sacralização do pacta sunt servanda (os pactos devem ser respeitados) e, do outro, a criação de um modelo de garantismo constitucional respaldador da estatalidade mínima.
Os importantes avanços da democracia liberal, a igualdade formal perante a lei, a garantia dos direitos civis e políticos, a separação de poderes como meio de limitar o arbítrio estatal e muitos outros, não foram capazes de criar condições mínimas indispensáveis ao efetivo gozo dos direitos fundamentais. Tal incapacidade deu azo à fixação de uma nova categoria de direitos fundamentais, agora ditos de segunda dimensão.
Terceira dimensão dos direitos fundamentais também é conhecida como a dimensão dos direitos de fraternidade e de solidariedade, na medida em que a titularidade dos direitos transcende o homem-indivíduo para alcançar determinados grupos humanos – Direitos coletivos e difusos.
Aula 4: A aplicabilidade das normas constitucionais: a classificação tradicional e a doutrina brasileira da efetividade.
Vigência e eficácia da norma jurídica - A vigência aponta para a existência ou inserção da norma no mundo jurídico, enquanto a eficácia diz respeito à aptidão para produzir efeitos na ordem jurídica.
Obs.: é perfeitamente possível que uma norma esteja em vigor, sem, porém, produzir efeitos, uma lei já aprovada, aguardando o período de vacatio legis.
Obs.: todas as normas constitucionais têm eficácia, ainda que mínima ou negativa, mas não deixam de produzir de per si efeitos na ordem jurídica.
1 - As normas constitucionais de eficácia plena são aquelas de aplicabilidade imediata, direta, integral, desde a entrada em vigor da Constituição, sem a necessidade de regulamentação por uma norma infraconstitucional editada posteriormente pelo poder constituinte derivado.
2 - As normas constitucionais de eficácia contida também têm aplicabilidade imediata, desde a entrada em vigor da Constituição, podem ter seu alcance restringido nos casos e na forma que a lei infraconstitucional estabelecer.
3 – As normas constitucionais de eficácia limitada têm aplicabilidade mediata e indireta na medida em que dependem da complementação de outras normas para serem aplicadas.
Divide-se em:
Princípio Institutivo – dependem da Lei para dar concretude a instituições, órgãos e pessoas previstos pelo legislador ordinário.
Princípio programático – Ex. típico art. 205, que reza sobre educação.
Luís Roberto Barroso:
Obs.: a dicção constitucional do art. 5º §1º garante que os direitos e garantias fundamentais previstos pela Carta Ápice brasileira são de aplicabilidade imediata, sem necessidade de qualquer regulamentação posterior. Neste sentido, cabem, inter alia, Mandado de Segurança Coletivo, Habeas Data e Mandado de Injunção, independentemente de qualquer regulamentação.Posição compromissória da CRFB/88
Extenso rol de normas programáticas contidas no seu corpo normativo -  traça os objetivos a serem perseguidos pelo Estado.
Aula 5: A eficácia dos direitos sociais e a reserva do possível
A eficácia dos direitos sociais fica muito comprometida tendo em vista sua natureza de posições jusfundamentais de caráter positivo que demandam uma ação prestacional por parte do Estado. 
 Fatores que comprometem a efetividade dos direitos sociais:
1) uma crescente inflação de direitos fundamentais (direito ao sono, direito ao turismo, direito a não se submeter a trabalho aborrecido, etc.);
2) a baixa densidade normativa dos direitos sociais que dependem da ação interpretativa do operador do direito; 
3) o caráter programático dos direitos sociais que se submetem à regulamentação superveniente do legislador ordinário.
Não pode prosperar a tese da reserva do possível fática como obstáculo intransponível à efetividade dos direitos sociais, notadamente nesses tempos de interpretação moral da Constituição e da dogmática pós-positivista que reaproxima o direito da ética. 
O debate democrático sobre aescassez relativa de recursos financeiros e suas respectivas políticas públicas deve ser conduzido pelo legislador e administrador democráticos – não cabe ao poder judiciário penetrar na esfera de discricionariedade de escolhas políticas feitas pelos representantes do povo.
Dificuldade contramajoritária, a qual se trata de uma suposta impossibilidade de que órgãos formados por agentes públicos não eletivos, invalidem decisões de órgãos legitimados pela escolha popular.
Reserva do possível jurídica - impedir que magistrados – mediante sua atividade jurisdicional normal - tenham o poder de fixar políticas públicas, agindo como legisladores positivos, pois não têm autorização constitucional para participar do processo legislativo atinente ao orçamento público. 
Com base no artigo 5 § 1º CF - Há que se garantir o núcleo essencial a despeito de qualquer que seja a qualificação da reserva do possível.
Aula 6: O conceito de mínimo existencial
Condições materiais mínimas de existência
O reconhecimento dos direitos sociais como direitos escritos sob a forma de normas principiológicas permite que não lhes seja negada a característica de serem verdadeiros direitos fundamentais, ao mesmo tempo em que não incorre no inconveniente (e na verdadeira impossibilidade fática) de afirmar a sua plena justiciabilidade, característica das normas escritas sob a forma de regras.
A norma constitucional que estabelece o direito à saúde tem natureza programática. As normas programáticas, muito embora não possuam eficácia plena, prestam-se a garantir o mínimo existencial ali previsto.
 O mínimo existencial vem a ser o núcleo de cada direito fundamental. 
há necessidade de garantir-se o seu núcleo, que é o direito à vida. Não garantindo esse mínimo existencial, pode o Judiciário determinar que o Executivo cumpra com o seu dever, pois a Constituição Federal, nesse ponto, possui densidade normativa suficiente para tanto.
Aula 7: Os direitos fundamentais e suas garantias constitucionais
Direito de petição e direito a certidões
- São todos assegurandos independente do pagamento e taxas.
* Direito de petição – raízes bill of de rights – visa evitar demandas judiciais desnecessárias. Pode ser usado por qualquer pessoa, mas não por forças militares, mas não impede do militar individualmente utiliza-la, respeitados os princípios constitucionais da disciplina. – Lei 9051/95 – Resposta – Prazo de 15 dias, na falta de resposta segundo a doutrina, pode-se impetrar mandado de segurança. Desde que fique claro que o peticionário estava invocando o Art. 5º, XXXIV, alínea a da CF/88.
* Direito a certidões – Ocorre para o efetivo exercício da cidadania, pode ser utilizada para defesa de direitos ou para interesse pessoal. O pagamento de taxas não se confunde com gratuidade, já que podem ser cobrados emolumentos, custas ou honorários. 
Gratuitos são: 
- os incisos LXXVI - Registro civil e certidão de óbito, para os reconhecidamente pobres na forma da Lei e LXXVII – As ações de habeas data e de habeas corpus bem como os atos necessários para o exercício da cidadania na forma da Lei.
Habeas Corpus
Conceder-se-á sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
Abuso de poder - O ato só será ilegal quando se desviar de sua finalidade ou extrapolar os limites da Lei, só pode ser cometido por autoridade pública.
Preventivo ou liberatório.
Preventivo – quando ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, nesse caso será expedido de salvo – conduto. 
Liberatório ou repressivo – quando efetivamente estiver sofrendo tal violência ou coação.
Periculum in mora – probabilidade de dano irreparável – pedido liminar.
Fumus Boris iuris – existência de ilegalidade ou abuso de poder por parte de autoridade – pedido liminar.
Obs.: A introdução da medida liminar em habeas corpus é obra da jurisprudência brasileira que, nos seus regimentos internos, previa a sua concessão pelo relator (salvo-conduto ou ordem liberatória) antes mesmo do processamento do writ.
Obs.2: O habeas corpus pode ser impetrado sem advogado, por qualquer pessoa, em nome próprio ou alheio. Muito embora não possa ser impetrado pelo juiz, o habeas corpus pode ser concedido de ofício pelo juiz (art. 654, §2º do CPP), bem como pode ser impetrado pelo Ministério Público nos termos do art. 654 do CPP e do art. 32 da Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (lei nº 8.625, de 12-2-1993).
Obs.3: A jurisprudência reza que o prazo do recurso ordinário para o STF, em habeas corpus ou mandado de segurança, será de 5 dias (súmula 319).
Mandado de segurança
Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por “habeas corpus” ou “habeas data”, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
É disciplinado pela lei 12.016, de 7 de agosto de 2009 e em diversas súmulas do STF (101, 248, 266/272, 294, 299, 304, 319, 330, 392, 405, 429, 430, 433, 474, 506 e 510).
Mandado de injunção
Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
Habeas Data
Para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constante de registros públicos ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
Para retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.
Ação Popular
	Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
Aula 8: O sistema constitucional de emergência e a restrição dos direitos fundamentais
Espécie do gênero Estado de Salvaguarda, visa preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
Artigo 136 – O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
As opiniões dos Conselhos não vinculam a decisão do Chefe do Executivoque, tendo decidido pela instituição do Estado de Defesa ou sua prorrogação, deverá submeter, dentro de vinte e quatro horas, o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta.
No do Congresso estar em recesso, deverá ser convocado extraordinariamente, no prazo de cinco dias, para apreciar o decreto devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa.
O Estado de Sítio é a segunda espécie do gênero Estado de Salvaguarda, e para sua decretação o Presidente da República deve, após ouvir a opinião do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional, solicitar autorização ao Congresso Nacional, conforme o comando constitucional (Art. 137, CRFB). O emprego da medida de Sítio é ato extremado e configura a existência de situações mais graves que aquelas que justificariam o estabelecimento do Estado de Defesa.
Em hipótese alguma o Presidente da República poderá decretar o Estado de Sítio sem a prévia autorização do Congresso Nacional.
O Congresso Nacional atuará como instrumento fiscalizador do Estado Democrático de Direito Excepcional. Por essa razão, permanecerá em funcionamento até o término das medidas coer
citivas. 
O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas. Depois de publicado, o Presidente da República designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas (cf. art. 138, CRFB). 
Aula 9: A colisão de direitos fundamentais e os princípios da concordância prática e da proporcionalidade
A CF/88, ao harmonizar valores contraditórios entre si, gerou substancial colisão de direitos, a saber:
Livre iniciativa versus direito do consumdor
Liberdade de contratar versus politicas publicas de restrição
Desenvolvimento econômico versus proteção ambiental
Propriedade privada versus função social da propriedade
Estado mínimo versus Welfare State
Autonomia privada versus direitos trabalhistas
Igualdade formal versus igualdade material
A ponderação é o processo pela qual sera resolvera a colisão de direitos.
Pode ser resolvida a partir de dois grandes caminhos hermeneuticamente bem definidos:
1 – ponderação harmonizante – conciliar princípios em tensão, mediante principio da concordância prática. Não há sacrifício de nenhum dos direitos em colisão;
2 – ponderação excludente – o objetivo é escolher um princípio como vencedor, com sacrifício dos demais princípios em conflito, mediante aplicação do principio da proporcionalidade – tríade subprincipal (adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito).
*Grande desafio hermenêutico do aplicador da Constituição – fazer cada um dos direitos em conflito ganhe realidade.
*A ponderação feita de forma impensada pode levar a sacrifício evitável de um direito constitucional.
*Nem sempre a ponderação de valores resultará na aplicação do principio da proporcionalidade com exclusão de uns em relação aos outros.
A ponderação excludente e a tríade subprincipial da proporcionalidade
A eficácia ótima (não pressupõe o sacrifício de nenhum dos enunciados normativos em tensão), a ponderação excludente (é imperioso eleger um principio vencedor) e eficácia ponderável versus eficácia ótima (a ponderação excludente é o resultado de se obter concessões recíprocas).
Aula 10: A PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS
Só se pode efetivamente falar em proteção internacional dos direitos humanos com a criação da ONU em 1945.
É lídimo afirmar que efetivação dos direitos humanos ganha nova dimensão no momento em que cada Estado passa a comprometer-se a cooperar entre si para a promoção dos direitos humanos.
É importante compreender que o Direito Internacional dos Direitos Humanos surge com maior intensidade no Segundo Pós-Guerra, como resposta às atrocidades cometidas durante o nazismo.
O Direito Internacional dos Direitos Humanos busca, por conseguinte, tornar os direitos humanos um tema transnacional de preocupação de toda a comunidade internacional, resultando daí um processo de universalização e internacionalização desses direitos.
Pelos poderes implícitos, permite-se a atuação em domínios próximos das atividades e atribuições da UE, mas que não estão expressamente previstos nas normas de competências, quando isso se mostre necessário à consecução de objetivos que determinado órgão deve alcançar. Ou seja, seriam competências não escritas, mas logicamente necessárias aos exercícios das competências por atribuição.
É bem verdade que este princípio, em tese, conflita com o princípio das atribuições limitadas e, por isso, deve a sua prevalência ser vista como uma possibilidade de flexibilização e adaptação dos poderes políticos, quando se alteram as situações fáticas de forma contundente.
O princípio da Cooperação Leal implica na necessidade de ter em consideração os deveres recíprocos de respeito, assistência e cooperação. Na UE ele tem por função facilitar a interação que se estabelece entre Estados soberanos, mas que possui características, como vimos, de uma estrutura federalista.
De aplicação residual, é outro mecanismo que visa a conceder maior flexibilidade, permitindo soluções jurídicas diferenciadas para situações que exijam tratamentos diferenciados. É bem verdade que existe na UE um núcleo de direitos e obrigações intangíveis, porém procura-se não dar extensão a esta visão de forma absoluta, em todas as matérias.
Respeito pelas identidades nacionais - Consagrado no art.4º/4 do TUE, este princípio proporciona a todos os Estados o direito subjetivo de proteção, em face da UE e dos demais Estados. Assim, o respeito pelas identidades nacionais investe-se como uma obrigação de considerar também este aspecto no processo de ponderação, quando deva a UE decidir sobre situações várias.
Respeito pela estadualidade - Mesmo sendo uma organização supranacional, constituída por Estados soberanos, a UE deve proteger as funções essenciais dos Estados (com maior acento na integridade territorial, na ordem pública e na segurança nacional).
Alicerces do sistema de tutela de direitos humanos - O desenvolvimento acelerado da proteção internacional dos direitos humanos, nas últimas décadas, tem na Carta das Nações Unidas, na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, na Convenção para a Prevenção e Repressão ao Crime de Genocídio, também de 1948, e nos pactos internacionais de 1966 os elementos nucleares de um verdadeiro sistema global ou universal de proteção dos direitos humanos.
Primeiro alicerce - a Carta das Nações Unidas - pode ser vislumbrado como instrumento jurídico obrigatório que determina o respeito aos direitos humanos e estabelece a obrigação dos Estados de cooperarem entre si para dar cumprimento a este desígnio.
O segundo alicerce do sistema global de direitos humanos é a Declaração Universal, documento que deu expressão concreta aos direitos humanos e serviu de base à ação internacional de salvaguarda dos direitos humanos.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adotada pela Resolução 217 A (III) da Assembleia Geral da ONU, em 10 de dezembro de 1948. Sua aprovação foi unânime com voto favorável de 48 Estados e apenas 8 abstenções.
Sistema global de alcance geral, temos ainda o sistema normativo global de proteção dos direitos humanos de alcance específico, tais como as Convenções Internacionais contra o genocídio, a tortura, a discriminação racial, a discriminação contra as mulheres, a violação dos direitos das crianças etc.
Como amplamente examinado, a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 e os Pactos Internacionais de 1966 compõem o chamado sistema global de proteção dos direitos humanos de alcance geral.
Sistema regional de proteção dos direitos humanos - sem graves dicotomias ou antinomias entre eles. Com rigor, em termos de proteção dos direitos humanos, esses dois sistemas se integram e se complementam na aspiração maior da realização da proteção da pessoa humana.

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