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Ponto 1 - Internacional Privado

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Ponto 1 - Direito Internacional Privado: Fontes do Direito Internacional Privado. As regras de conexão e os princípios da disciplina (ordem pública e direitos adquiridos). A LINDB e tratados ratificados pelo Brasil contendo regras de conexão.
Conceito de DIPr: normas que definem qual o direito a ser aplicado a uma relação jurídica com conexão internacional, não resolvendo propriamente a questão jurídica, tão só indicando o direito aplicável, além de indicar a jurisdição que deve conhecer o litígio.
(conjunto de princípios que determinam a lei aplicável às relações jurídicas entre pessoas pertencentes a Estados ou Territórios diferentes, aos atos praticados em países estrangeiros e, em suma, a todos os casos em que devemos aplicar a lei de um Estado no território de outro”.
(Conceito de DIPr (Ferrer Correa) – está no livro da Nádia de Araújo: ramo da ciência jurídica onde se definem os princípios, se formulam os critérios, se estabelecem as normas a que deve obedecer a pesquisa de soluções adequadas para os problemas emergentes das relações privadas de caráter internacional. São essas relações (ou situações) aquelas que entram em contato, através dos seus elementos, com diferentes sistemas de direito. Não pertencem a um só domínio ou espaço legislativo: são relações ‘plurilocalizadas. É ramo do direito público interno. 
(DIPr como uma disciplina de sobre-direito: conjunto de normas que trata da aplicação do direito. As disposições visam, precipuamente, a aplicação de outras normas. Diferente das disciplinas em geral.
(análise de como o fato interjurisdicional será regido [fato interjurisdicional – entre as jurisdições] [Amílcar de Castro – fato anormal] -fato interjurisdicional: todos os eventos do mundo fenomênico que possuem vínculos com dois ou mais ordenamentos jurídicos. 
Nomenclatura; -há quem defenda que a definição seria imperfeita - seria um direito Nacional e Público. (MAS: defesa da terminologia tradicional -Relações privadas/-Composto por normas internacionais
**Não é internacional, nem privado, pois é ramo do direito público interno. (Profa. Nadia)
(Profa. NADIA DE ARAÚJO: “O DIPr, reduzido a um direito apenas de regras conflituais, fruto de um excessivo formalismo (com a norma de conexão atuando por um jogo predeterminado e caprichoso) está sendo superado pelos novos topoi (lugares-comuns) criados, e pelas soluções substanciais e flexíveis, surgidos na jurisprudência e da doutrina americana, posteriormente adotados na Europa. Esta orientação metodológica está comprometida com uma jurisprudência de interesses e valores, em favor de decisões que, ao solucionar o conflito de leis, não ignorem as conseqüências do caminho encontrado. Não é fácil pôr em prática essa maneira de pensar, através de jurisprudência informada por valores, pois o intérprete deve orientar seu labor interpretativo baseando-se nos princípios constitucionais e materiais extraídos de fontes legais.”[...]
objeto do DIPr: regular o fato interjurisdicioinal, de forma a auxiliar a solução dos problemas advindos das relações privados individuais com uma conexão internacional
-objetivos do DIPr:	
(indicar qual a lei a ser aplicada.
(implementar as decisões sobre os fatos interjurisdicionais.
- assegura-se harmonia jurídica internacional, de modo a garantir a continuidade e uniformidade de valoração das situações plurilocalizadas.
-O DIPr estuda normas indicativas e indiretas. 
 	(Indicativas, pois indicam o direito aplicável. 
 	(E indiretas, pois resolvem indiretamente o caso concreto. 
-Escolas existentes sobre o objeto do dipr
a)Escola Francesa: [Jacob Dolinger] o DIPr possui cinco objetos:
i)conflito de leis;
ii)conflito de jurisdição; 
iii)direitos adquiridos; 
iv)nacionalidade; 
v)condição jurídica do estrangeiro.
 	
b)Escola Anglo-americana: [Nádia de Araújo; Beat Rechsteiner] e o DIPr só possui um objeto que é o conflito de leis e o conflito de jurisdição
(a tendência é a superação do caráter conflitual para o estágio em haja normas de aplicação direta no caso concreto.
evolução histórica do dipr
i)Escola Estatutária: (Século XI ao XVII) [possibilidade de aplicação do direito estrangeiro – aplicação do estatuto de origem ( por isso escola estatutária]
	(Escola italiana: Bartolo de Sassoferrato.
	(Escola francesa: Dumoulin.
	(Escola holandesa: “comitas gentium”. 
(direito conflitual – estabelecimento de regras predefinidas para gerar a escolha da lei aplicada. [aplicada no Brasil] Nos EUA utiliza sistemática diferente - o juiz tem a possibilidade de escolher entre as diversas legislações envolvidas visando aplicar a lei mais justa.
ii)Escola Anglo-americana: 
(Story – Elementos de conexão flexíveis
-“A melhor lei para o contrato”, diferentemente do que ocorre no Brasil - elementos de conexão são fixos - = Better Law of the contract. 
iii)Escola italiana: Século XIX – Mancini – Elemento de conexão = Nacionalidade. (enfatiza a luta pelo estabelecimento da nacionalidade como elemento de conexão.
Fundamento da existência do DIPr
(Cortesia: os Estados, já na baixa idade média, começam a entender que a cortesia era relevante para o interesse de todos.
(Reciprocidade: aplicação da lei de outro Estado para que ele aplique a lei do Estado interessado.
(Justiça Material: por decisão o ordenamento do país, ainda que não haja reciprocidade, existirá aplicação da lei estrangeira. Fundamento: garantia da segurança jurídica. Trata-se de um estímulo. A aplicação da lei estrangeira ocorre de ofício.
Questões analisadas pelo DIPr
Qual lei utilizar? – que remete à utilização do método conflitual e suas regras, o clássico conflito de leis, bem como suas novas tendências; 
Em que local acionar? – que remete às questões do direito processual civil internacional, especialmente às questões relativas à competência internacional, também chamado de conflito de jurisdição; 
como executar atos e decisões estrangeiras? – que remete à cooperação interjurisdicional entre os poderes judiciários de estados diferentes, especialmente no que tange ao reconhecimento das decisões proferidas pela justiça alienígena. 
Espécie de normas de DIPr:
-Bilaterais: a norma dispõe sobre a aplicação do Direito nacional e Direito estrangeiro.(ex: art 7º da LINDB, a redação fala das duas possibilidades, ou seja, da aplicação de normas de Direito nacional e estrangeiro.
-Unilaterais: A norma dispõe sobre a aplicação do Direito nacional. (Ex: art 7º § 1º da LINDB (quando o casamento for celebrado no Brasil, aplica-se a lei brasileira). 
Art. 7o  A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
§ 1o  Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.
(norma Bilateralizada: norma que inicialmente era bilateral.-Interpretação para completar a norma unilateral. Ex: art 7º § 1º da LINDB, a contrario sensu, conclui-se que para o casamento realizado no exterior, se aplica as regras do Direito estrangeiro.
 as normas do DIPr são normas de estrutura, que versam sobre conceitos, e a consequência é indireta (indicar a lei aplicável), pois não é o DIPr que resolve o caso concreto, mas sim o Direito nacional ou estrangeiro. 
-Normas de sobredireito: por isso que as normas de DIPr quanto a sua estrutura são flexíveis.
FONTES DO DIPR
a) FONTES De origem INTERNACIONAL 
i)de caráter legislativo: tratados e convenções
ii)doutrinário
iii)jurisprudencial: labor dos tribunais internacionais, como a CIJ, os tribunais ad hoc de arbitragem, a Corte Interamericana de Direitos Humanos, OEA e a Corte Européia de Direitos Humanos.
(Tratado não ratificado pode ser considerado como fonte de Direito?Jacob Dolinger, reproduzindo ensinamento do Embaixador Geraldo Eulálio Nascimento e Silva, entende que tais convenções evidenciam um costumeinternacional, integrando-se assim no direito internacional costumeiro.
b)FONTES DO origem INTERNa 
i)CONSTITUIÇÃO 
ii)LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (DECRETO-LEI 4.657/42); CPC (jurisdição internacional); LEIS EXTRAVAGANTES: Lei 9.307/96 
iii)doutrina 
iv)jurisprudência
(Possível distinção
 (Direito internacional privado de fonte interna – produzido pelo legislador interno, ainda que inspirado em Leis-Modelo ou outra fonte internacional
 (Direito internacional privado internacionalizado - acordo de vontades formalizado por tratados e convenções, incorporado internamente.
-caso do direito Uniforme – identidade entre o regramento pode se dar de forma natural (ex.: direito civil no Brasil e Argentina) ou de forma provocada.
(direito uniforme de forma natural:
(direito uniforme de forma provocada:
		i)por meio de ação legislativa interna inspirada por determinados movimentos de uniformização. [edição de normas modelo para a internalização por parte dos Estados]
		ii)por meio de ratificação de tratados.
(aproximaçao de uma nova etapa do direito internacional. Havendo direito uniforme a discussão no direito internacional não mais será qual o direito aplicável. 
Manifestações na tentativa de uniformização:
	(UNCITRAL(
	(Unidroit(
(especificamente na américa latina podem ser citados:
	(Tratado de Lima[1877] - -Não ratificados pelo Brasil
	(Tratado de Montevidéu[1889]
	(Código de Bustamante-Convenção de Havana - (já foi considerado pela jurisprudência como fonte de DIPR, mesmo entre países não signatários. Mas é Polêmico 
 	(CIDIP´s-são processos de negociação de tratados de direito internacional privado.
	(Mercosul-A codificação do Mercosul; -organização intergovernamental 
Lex mercatoria – identificação e sistematização de regras de comércio, decorrentes dos usos e costumes. [expressão dos anos 70 (momento no qual debatia-se a possibilidade dos fluxos comerciais internacionais serem regidos pelas regras autonomamente criadas pelos agentes econômicos)] [discussão quanto a possibilidade de surgimento de um direito não estatal – após o surgimento de momentos de crise ficou clara a necessidade da presença do Estado para o controle de algumas situações]
DIPr no Brasil
LINDB de 1917: lei de introdução ao Código Civil de 1917, 1.a vez =» conjunto de regras específicas.
Lindb de 1942: maior modificação trazida pela nova LINDB foi a substituição do critério da nacionalidade para o estatuto pessoal pelo critério domiciliar, alinhando-nos com os demais países da América Latina. 
-DIPRi positivo brasileiro continua regulada pelas noções clássicas do século XIX, utilizando o sistema de regras de conexão bilaterais rígidas. 
Regras de conexão
“São os elementos técnico-jurídicos prefixados que indicam a lei aplicável em um caso jusprivatista com presença de elemento estrangeiro”.
PASSOS PARA A RESOLUÇÃO DE CASOS DE DIPr:
 	1º)FORO COMPETENTE (diferente de lei aplicável) -lex fori – lei do local onde se encontra o intérprete.
 	2º)QUALIFICAÇÕES
 	3º)REGRA DE CONEXÃO
 	4º)LEI APLICÁVEL (questões de fundo) 
 	5º)PROVA DO DIREITO ESTRANGEIRO
 	6º)LIMITES À APLICAÇÃO DO DIREITO ESTRANGEIRO
(toda norma de DIPr bilateral encontra-se composta de duas partes: 
a)OBJETO DE CONEXÃO ( é matéria a que se refere a norma bilateral de DIPr.
	(exs.: capacidade jurídica; forma de testamento; direito ao nome; direito de propriedade; pretensão indenizatória.
b)ELEMENTO DE CONEXÃO ( circunstâncias diretamente ligadas ao caso, usadas pela norma de DIPr para indicar a lei competente. 
ex.: [art. 9º, LINDB] OBRIGAÇÕES:
-“qualificação e regência” (objeto de conexão);
-“país em que se constituem” (elemento de conexão).
Art. 9o  Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituirem.
§ 1o  Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato.
§ 2o  A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar em que residir o proponente.
(QUALIFICAÇÃO – denominação utilizada para o enquadramento / subsunção dos fatos e situações nos objetos de conexão.
(EXEMPLOS DE ELEMENTO DE CONEXÃO:
[lex patriae] lei da nacionalidade da pessoa.
[lex domicilii] lei do domicílio.
[lex loci actus] lei do local da realização do ato jurídico.
[lex loci contractus] lei do local da celebração do contrato.
[lex loci celebrationis] lei do local da celebração rege as formalidades do casamento.
CONFLITO DE QUALIFICAÇÕES - o conflito de qualificações se estabelece quando um sistema normativo classifica certo instituto jurídico de um modo e de maneira distinta de outro também envolvido na relação.
(cada legislação estabelece seus próprios critérios de qualificação, resultando daí diversidade no enquadramento das instituições, conceitos e relações de direito nos diferentes ordenamentos jurídicos. 
-trata-se de hipótese na qual os objetos de conexão e os elementos de conexão utilizados não possuem os mesmos conceitos nos ordenamentos envolvidos.
(ex.: [art. 7º, LINDB]
Art. 7o  A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
	(objeto de conexão: regras sobre a personalidade
 	(elemento de conexão: domicílio do sujeito.
	(um país adota um conceito de domicílio, o outro adota um conceito diferente para o mesmo instituto (lei do país “a” utiliza o conceito “x” para domicílio, lei do país “b” utiliza o conceito “y” para domicílio). qual seria a solução a ser adotada?
teorias para solução dos conflitos de qualificação:
 	a)LEX FORI
 	b)LEX CAUSAE
 	c)UTILIZAÇÃO DE CONCEITOS AUTÔNOMOS E UNIVERSAIS
a)LEX FORI ( havendo conflito de qualificação, deve-se adotar o conceito jurídico do país que está aplicando a norma (aplicação do conceito nacional).
	-é a regra adotada no Brasil.
	exceções: [hipóteses que a lei brasileira determina a aplicação do conceito do ordenamento estrangeiro]
i)qualificação dos bens ( Lei do local onde estiver o bem. [art. 8º, LINDB]
(ex.: Brasil diz que o bem “A” é imóvel, EUA dizem que é móvel.
	(qual qualificação deve ser utilizada?
	(depende da localização do bem:
		-bem situado nos EUA: será considerado como bem móvel; 
		-se estiver situado no Brasil será considerado bem imóvel.
ii)qualificação das obrigações ( Lei do local onde a obrigação se constituiu. [art. 9º, LINDB]
Art. 9o  Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituirem.
§ 1o  Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato.
§ 2o  A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar em que residir o proponente.
b)LEX CAUSAE ( havendo conflito de qualificação não necessariamente haverá a aplicação da lei do próprio país. É possível a aplicação da lei do outro país envolvido.
c)UTILIZAÇÃO DE CONCEITOS AUTÔNOMOS E UNIVERSAIS ( havendo conflito de qualificação deverão ser utilizados os conceitos autônomos e universais.
	(crítica: inexiste sistematização, de caráter universal, dos conceitos, de forma que tal teoria, na prática, não teria fundamento.
questões prévias em matéria de qualificação: algumas situações exigem que, antes que a questão principal posta seja analisada, haja a apreciação de uma questão secundária que condicionará a decisão final do conflito. São questões preliminares à questão principal; questões de fundo.
(exs.:	1. contestação da legitimidade de filho (questão prévia) em um processo sucessório (questão principal).
	2. contestação da validade do casamento (questão prévia) em uma ação de alimentos (questão principal).
	3. contestaçãoda validade do contrato (questão prévia) que está sendo executado (questão principal) em decorrência da incapacidade da parte contratante, ou pela ausência um requisito formal que não foi observado, ou porque o seu objeto não é lícito segundo a ordem pública da lex fori.
(qual lei que se deve aplicar para resolver uma questão prévia?-duas possibilidades:
1)aplicação, para a questão de prévia, da mesma solução adotada para a questão principal;
(ex.: contestação da legitimidade de filho (questão prévia) em um processo sucessório (questão principal) ( deverá ser adotado, para o reconhecimento ou não da legitimidade, o mesmo critério que utilizado a análise do processo sucessório.
2)aplicação, para a questão de prévia, de solução autônoma em face da questão principal
(ex.: contestação da legitimidade de filho (questão prévia) em um processo sucessório (questão principal) ( a será possível a adoção de um critério para resolver a questão da legitimidade e outro para a questão do processo sucessório.
***atenção*** a utilização de critérios autônomos (caso da situação 2) será obrigatória se o próprio DIPr interno do país cuida diretamente de uma questão prévia.
(DÉPEÇAGE( - representa o desmembramento ou fracionamento da questão. corresponde à necessidade de se fracionar o problema apresentado para que se possa analisar cada um dos conflitos menores envolvidos. 
(nomenclatura adotada pela doutrina internacional. 
-decorre ou da multiplicidade das partes envolvidas ou das questões prévias em matéria de qualificação.
PRINCIPAIS ELEMENTOS DE CONEXÃO DO DIPR BRASILEIRO
 	a)LEX DIMICILII ( aplicação da lei do domicílio. [art. 7º, LINDB]
Art. 7o  A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
 	b)LEX REI SITAE ( aplicação da lei onde o bem está localizado. [art. 8º, LINDB]
Art. 8o  Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados.
§ 1o  Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares.
§ 2o  O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada.
 	c)LEX LOCI ACTUS ( aplicação da lei do local do ato foi praticado. [art. 9º, LINDB]
Art. 9o  Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituirem.
§ 1o  Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato.
§ 2o  A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar em que residir o proponente.
 	d)LEX VOLUNTATIS ( aplicação da lei escolhida pelas partes. 
 	e)LEX LOCI ACTUS CONSTITUTIONIS ( aplicação da lei do país que houve a constituição [art. 11, LINDB] 
Art. 11.  As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituirem.
a)LEX DIMICILII ( aplicação da lei do domicílio. [art. 7º, LINDB]
-hipóteses: 
	i)DIREITOS DE PERSONALIDADE;
	ii)NOME;
	iii)CAPACIDADE DA PESSOA FÍSICA;
		(exceção: capacidade de pessoa física comprometer-se por LETRA DE CAMBIO, NOTA PROMISSÓRIA ou CHEQUE determina-se pela lei da nacionalidade da pessoa (lex patriae).	(fundamento: há tratados que regulamentam de forma específica a matéria. [foram ratificados pelos Decretos 57.595/66 e 57.663/66].
	iv)DIREITO DE FAMÍLIA (direito de família e sucessões)
		(exceções: [hipóteses que o elemento de conexão, apesar da matéria envolvida ser de direito de família, será outro que não o domicílio]
			i)casamento realizado no Brasil – aplicação da lei brasileira quanto às FORMALIDADES DA CELEBRAÇÃO, aos IMPEDIMENTOS e às CAUSAS DE NULIDADE.
***atenção*** NCC alterou a nomenclatura utilizada pelo CC, razão pela qual o art. 7º, § 1º da LINDB deve sofrer uma releitura “impedimentos” (CC/16) = “impedimentos” + “causas de nulidade” (NCC)
			ii)casamento realizado no exterior – sejam os nubentes brasileiros, sejam eles estrangeiros, aplica-se a lei do local da celebração (lex loci celebrationis), ante o princípio do direito adquirido no estrangeiro, ressalvados os casos de ofensa à ordem pública e de fraude à lei nacional. 
([art. 18 da LINDB] - permite o casamento de brasileiros, em território estrangeiro, perante autoridades consulares de diplomáticas brasileiras.
Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado.
(OUTRAS SITUAÇÕES DO ART. 7º, LINDB(
Art. 7o  A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
§ 1o  Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes.       (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957)
§ 3o  Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal.
§ 4o  O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.
§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro.      (Redação dada pela Lei nº 6.515, de 1977)
§ 6º  O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais. (Redação dada pela Lei nº 12.036, de 2009).
§ 7o  Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.
§ 8o  Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se encontre.
(regras para invalidade do casamento no caso de nubentes com domicílio diverso( [art. 7º, § 3º, LINDB]
(as regras de invalidade do casamento serão regidas pela lei do primeiro domicílio conjugal.-aplicação somente para os casos de invalidade e a partir da fixação do domicílio.
(regime de bens( [art. 7º, § 4º, LINDB]
(nubentes com mesmo domicílio: regime de bens será regido pelo lei do domicílio dos nubentes.
(nubentes com domicílio diverso: regime de bens será regido pelo lei do primeiro domicílio conjugal.
(naturalização do estrangeiro casado( [art. 7º, § 5º, LINDB] - possibilidade de, juntamente com o requerimento de naturalização, adoção do regime de comunhão parcial de bens. 
	-necessidade de expressa anuência do cônjuge.
	-direitos de terceiros deverão ser respeitados.
(divórcio realizado no estrangeiro de cônjuge brasileiro( [art. 7º, § 6º,LINDB]
- divórcio de cônjuge brasileiro realizado no estrangeiro: somente será reconhecido no Brasil após o decurso de 1 ano da data da sentença.
(atenção: a homologação da separação judicial produzirá efeito imediato caso esta tenha ocorrido há 1 ano.
(atenção: a Lei 11.036/09 (01 de outubro de 2009) alterou o dispositivo, reduzindo o prazo nele previsto de 3 para 1 ano. Também adequou, conforme alteração realizada pela EC 45, o texto à competência do STJ para a homologação.
(casamento no exterior e divórcio no Brasil: sujeito deve estar domiciliado no Brasil.
(casamento no Brasil e divórcio no exterior: necessidade da homologação da sentença estrangeira.
(pode haver partilha de bens na sentença estrangeira? Nova jurisprudência: SIM.
b)LEX REI SITAE ( aplicação da lei onde o bem está localizado. [art. 8º, LINDB]
Art. 8o  Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados.
§ 1o  Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares.
§ 2o  O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada.
REGRA:
objeto de conexão: 
( qualificação dos bens
 ( regulamentação das relações concernentes aos bens
 		
Elemento de conexão:
(lei do país em que estiverem situados
exceções:
i)[art. 8º, § 1º, LINDB] [lex mobília secuuntur personam]. 
			
(objeto de conexão: bens móveis em trânsito
 			
(Elemento de conexão: lei do domicílio do proprietário 
ii)[art. 8º, § 2º, LINDB] (lex domicilii)
	(objeto de conexão: relações decorrentes de penhor
 	(Elemento de conexão: lei do domicílio da pessoa com quem o bem se encontre
OBSERVAÇÃO: competência para análise de questão envolvendo bem imóvel situado no BR [art. 12, § 1º, LINDB, e art. 89 do CPC] -competência absoluta da justiça brasileira para análise de questão envolvendo bem imóvel situado no país.
Art. 12.  É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.
§ 1o  Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil.
Art. 89. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II - proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro e tenha residido fora do território nacional.
c)LEX LOCI ACTUS ( aplicação da lei do local do ato foi praticado. [art. 9º, LINDB]
Art. 9o  Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituirem.
§ 1o  Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato.
§ 2o  A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar em que residir o proponente.
regra: 
objeto de conexão: 	( qualificação e regência das obrigações
Elemento de conexão:	( lei do país em que se constituírem
(a obrigação resultante da celebração do contrato entre ausentes será considerada celebrada no lugar da residência do proponente. -residir no sentido de “achar-se em”, “estar” (não é aplicação do critério lex domicilii).
(responsabilidade aquiliana ( rege-se segundo a lex loci delicti.
	
exceções: 
i)[art. 9º, § 1º, LINDB]
	(objeto de conexão: formalidades essenciais das obrigações exeqüíveis no brasil
 	(Elemento de conexão: lei brasileira
(as obrigações realizadas no Brasil deverão atender aos requisitos essenciais exigidos pela lei nacional, em relação aos requisitos extrínsecos será possível a adoção da lei estrangeira.
***atenção*** contratos não exeqüíveis no Brasil, mas que aqui forem acionados ( não haverá aplicação do art. 9º, § 1º, LINDB.
ii)contrato trabalhista: devem obedecer a lei do local do serviço ou do trabalho.
 (se a lei estrangeira for mais favorável ao trabalhador, esta é que deverá ser aplicada – princípio do favor laboriis.
(objeto de conexão: obrigações decorrentes do contrato de trabalho
 (Elemento de conexão: lei do local do serviço ou do trabalho
iii)contratos de transferência de tecnologia: competência absoluta do direito brasileiro.
(objeto de conexão:obrigações decorrentes do contrato de transferência de tecnologia
(Elemento de conexão: competência absoluta do direito brasileiro
iv)atos relativos à economia dirigida ou aos regimes de bolsa e mercados: lei do país de execução.
(objeto de conexão:obrigações relativas à economia dirigida ou aos regimes de bolsa e mercados
(Elemento de conexão: lei do país de execução
(CONTRATOS DE CONSUMO EXECUTADOS NO BRASIL - quanto à relação de consumo deve ser aplicada a ideologia trazida pelos princípios do CDC.
-não haverá, necessariamente, aplicação direta das disposições pontualmente determinadas pelo código consumerista.
(Contratos com execução exclusiva no Brasil não podem ter foro no exterior - mesmo que o contrato determine claramente que o foro seja no estrangeiro, contratos executados exclusivamente no Brasil não podem excluir a competência da Justiça brasileira. Com esse entendimento, a 3ª Turma do STJ rejeitou o recurso da empresa inglesa RS Components Limited contra a RS do Brasil Comércio, Importação e Exportação Ltda., visando declarar incompetente a Justiça brasileira para dirimir questões contratuais entre as empresas. O voto da ministra relatora Nancy Andrighi foi seguido por unanimidade.
-para a ministra Nancy Andrighi, entretanto, é irrelevante se os pagamentos eram feitos no exterior, pois seu efetivo cumprimento era no Brasil. Além disso, não haveria nos autos provas de que esses pagamentos realmente ocorriam fora do país. Quanto à questão da Súmula 335 do STF, a ministra alegou que se entende que a eleição de foro é válida, desde que não haja abusividade e prejuízo para a defesa, o que seria claro no caso. A ministra destacou também aplicar-se claramente o artigo 9º da Lei de Introdução ao CC, já que o contrato era cumprido no Brasil. Com essa fundamentação, a ministra negou o recurso da RS Components. 
d)LEX VOLUNTATIS ( aplicação da lei escolhida pelas partes. - discussão quanto à possibilidade ou não das partes escolherem qual a legislação aplicável, se haveria autonomia privada na escolha do direito material a ser aplicado. [autonomia da vontade x art. 9º, caput, LINDB]
-é necessária a distinção de algumas situações:
		a)cláusula de eleição de foro – possibilidade.
		b)direito material aplicável – impossibilidade. 
			([não haveria como afastar a incidência do art. 9º da LINDB].
Nádia de Araújo [conclusão presente no livro Contratos Internacionais – Nádia Araujo – Renovar]
 	(art. 13. LINDB/1916 - doutrina defendia a possibilidade, mas a jurisprudência era contrária a autonomia da vontade.
 	(art. 9º, LINDB/1942 – a expressão constante no art. 13 da LINDB anterior (salvo estipulação em contrário) foi suprimida. A discussão quanto a possibilidade da autonomia privada persistiu.
 	(a possibilidade da autonomia da vontade começou a aparecer de forma expressa nos tratados a partir da década de 50. Na América Latina a maioria dos Estados eram contrários à ideia, posicionamento que foi alterado com as CIDIP IV e V, em especial na Convenção do México (convenção sobre o direito aplicável aos contratos internacionais).
 	(Profa. Nádia defende que a lei brasileira deve ser alterada para permitir a adoção da autonomia da vontade de forma expressa em seu texto. Essa postura se mostraria benéfica para o comércio internacional do país, em franco processo de expansão com as oportunidades do Mercosul.
 	(Profa. Indica que na legislação pátria, a Lei de Arbitragem, ao permitir a escolha da lei aplicável, já representa um avanço sobre a matéria.-questão que não foi abordada pela Convenção do México: a lei escolhida deve ser pertencente a um sistema nacional ou pode ser uma outra, não pertencente a nenhum sistema (ex.: UNIDROIT – Lex mercatoria)? Essa discussão é intensa nos EUA, mas ainda não teve resposta definitiva. A Profa. Nádia entende que da leitura da Convenção do México deveria ser escolhida uma lei que seja parte de um ordenamento nacional, mas sem ser exigido que tenha vínculo real com o contrato em questão. Ou seja, é possível a escolha de uma lei neutra, ou mais adequada a complexidade do caso.
**[profa. NADIA] A regra geral para a lei aplicável é a do local da constituição da obrigação (art. 9º da LINDB). Repetiu-se a Introdução ao Código Civil de 1917 em 1942. A única modificação foi a supressão da expressão ‘salvo estipulação em contrário’, que acarretou a proibição à autonomia da vontade. Apesar de a LINDB anterior não permitir expressamente a aplicação da autonomia da vontade, também não a vedara, pelo que a sua aplicação poderia se dar de forma indireta, sempre que a lei de celebração do contrato o permitisse. Depois da modificação, a maioria da doutrina entende que o artigo 9º não contempla a autonomia da vontade como elemento de conexão, tratando-se de norma cogente, que não pode ser alterada pelas partes {entendimento da NADIA – somente com a revisão da LINDB}.
Forum shopping x Forum Non Convence
Forum Shopping significa a possibilidade de se propor a ação em qualquer foro quando houver vários deles competentes. No entanto, essa possibilidade não pode caracterizar conduta abusiva, isto é, algo que inviabilize a defesa do réu.
(A expressão “forum shopping” significa a procura de uma jurisdição em que as partes, ou uma delas, pensa que lhe será feita melhor justiça, ou onde terá mais possibilidade de êxito, por uma ou por outra razão.
- “forum shopping” tem relevância no estudo da fraude à lei, pois às vezes as partes se evadem da aplicação de sua lei sem mudar de nacionalidade, sem trocar seu domicílio, mas simplesmente recorrendo ao Judiciário de outro país, que admite sua competência jurisdicional para todos que a ele recorrerem, como antigamente, no caso dos divórcios em Fiume e em Klausenburg, para onde acorriam os europeus cuja legislação pessoal vedava o divórcio. Isto ocorria também com os divórcios no Uruguai e no México utilizados pelos brasileiros quando nossa lei impedia tal instituto, e atualmente como os divórcios de Nevada para os norte-americanos domiciliados em Estados que impõem rigorosos requisitos para a concessão do divórcio, existindo lá estados onde é permitida até a poligamia. 
-São os chamados “juízos facilitários” e até denominados pelos que pretendem a elisão tributária de “paraísos fiscais” onde a legislação é menos confiscatória ou existem isenções especiais para facilitar o turismo ou o desenvolvimento econômico, comercial, financeiro e outras razões quer lícitas ou ilícitas. 
teoria do Fórum Non Convence, cuja finalidade é impedir a escolha de foro inconveniente, isto é, abusivo e inviabilizador da defesa do réu. Essa segunda teoria vem sendo bastante aplicada no direito internacional.
A teoria do Forum Non ConvenIENS é reflexo do princípio da boa-fé processual, por esse motivo, deverá ser aceita no Brasil.
ATENÇÃO a jurisprudência vem admitindo a liberdade das partes escolherem pela legislação brasileira. 
-A regra é que os contratantes não possam escolher o direito material a ser aplicado, porém admite-se tal escolha se ela for pela aplicação da lei brasileira.
(ex.: russo e americano celebram uma compra e venda na Alemanha e escolhem que a legislação a ser aplicada é a brasileira. 
(Lei 9.307 (lei de arbitragem) adite que as partes escolham as regras aplicáveis.
Art. 11.  As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituirem.
e)LEX LOCI ACTUS CONSTITUTIONIS ( aplicação da lei do país que houve a constituição [art. 11, LINDB] 
REGRA:	objeto de conexão: 	( ORGANIZAÇÕES DESTINADAS A FINS DE INTERESSES COLETIVOS
		Elemento de conexão:	( LEI DO eSTADO EM QUE SE CONSTITUIREM
-instalação de filiais, agências e estabelecimentos, no Brasil:
		a)dependem de aprovação do governo brasileiro;
		b)se submetem à lei brasileira. [art. 11, § 1º, LINDB]
Regras relativas ao direito de SUCESSÃO
objeto de conexão: regras sobre a sucessão por morte ou ausência
 Elemento de conexão: lei do país do domicílio do defunto ou desaparecido
(sucessão do estrangeiro com bens no Brasil: aplicação da lei brasileira em favor do cônjuge e do filho se a norma estrangeira não for mais favorável.
objeto de conexão: estrangeiro com bens no brasil
Elemento de conexão: lei brasileira em favo do cônjuge e filho brasileiros se norma estrangeira não for mais favorável
(capacidade para suceder: lei do domicílio do legatário ou herdeiro. 
objeto de conexão: regras sobre a capacidade de suceder
Elemento de conexão: lei do domicílio do herdeiro ou do legatário
QUADRO-RESUMO DAS REGRAS DE CONEXÃO:
 
	NOME DO ELEMENTO
	RAMO (ou objeto de conexão)
	CRITÉRIO (Útil. Brasil)
	Lex Patriae
	Estatuto Pessoal (D. de Família e Personalidade)
	X
	Lex Loci Domicili
	Estatuto pessoal (personalidade, casamento, capacidade)
	Lei Domicílio (LINDB art 7º)
	Lex Loci Celebrationis
	Formalidades casamento
	L. local celebração (7º §2º)
	Lex Loci Obligacionis
	Obrigações
	L. local const. Obrig. (9º)
	Lex Loci Contractus
	Contratos
	L. local const. Cont. (9º)
	Lex Rei Sitae
	D. reais – bens imóveis
	L. da situação do bem
	Mobília Sequntum Persona
	Bens móveis
	L. domicílio do proprietário
	Lex Sucessionis
	Sucessões
	L. domicílio falecido (10º)
LIMITES DE APLICAÇÃO DO DIREITO ESTRANGEIRO-LEIS, ATOS, SENTENCAS e DECLARAÇÕES DE VONTADES estrangeiras somente terão eficácia no Brasil quando não ofenderem a SOBERANIA NACIONAL, a ORDEM PÚBLICA e os BONS COSTUMES.
(dívidas de jogo – STF: admite-se apenas no caso de cumprimento da execução.
(A Ordem Pública( - “são princípios essenciais da ordem jurídica do foro, fundados nos conceitos de justiça, de moral, de religião, de economia e mesmo de política, que ali orientam a respectiva legislação”
A exceção de ordem pública consiste no afastamento da lei designada pela regra de conexão, ocasionando um efeito negativo, pois sua utilização importaria em um resultado incompatível com a ordem pública do foro.
Segundo Jacob Dolinger, não é possível defini-la, pois reflete a filosofia sócio-política-jurídica de toda a legislação, aferindo-se pela mentalidade e sensibilidade média de determinada sociedade em determinada época. Considera, ainda, a ordem pública como principal princípio de DIPR.
Para Nádia de Araújo, a ordem pública está subordinada aos critérios de proteção garantidos pelos direitos fundamentais.
Características da ordem Pública:
1)relatividade/instabilidade;
2)contemporaneidade.
ORDEM PÚBLICA X LOIS DE POLICE (normas de aplicação imediata)
A ordem pública é exceção a posteriori da regra de conflito
As lois de police são aplicadas preliminarmente e sem que o método conflitual seja utilizado, pela constatação do juiz de que os interesses em causa são de tal importância que a lex fori deve ser aplicada de plano. São normas cogentes, que se preocupam com a preservação da coerência do ordenamento jurídico interno.
Ex: CDC
-duas espécies (teoria de Brocher) 
	a)ordem pública positiva: diz respeito às normas cogentes, que não podem ser derrogadas pela vontade das partes. 
	b)ordem pública negativa: se refere ao impedimento à aplicada de leis estrangeiras no foro, quando atentatórias a sua ordem pública.
[art. 5º, Convenção Interamericana sobre normas gerais de Direito Internacional Privado] - a lei declarada aplicável poderá não ser aplicada no território do Estado parte que a considerar manifestamentecontrária aos princípios de sua ordem pública.
[art. 4º do Código de Bustamente] - estabelece que os preceitos constitucionais são de ordem pública internacional.
[art. 17 da LINDB] - leis atos e sentenças de outros pais, bem como quaisquer declarações de vontade não terão eficácia no Brasil quando ofenderem a soberania, a ordem publica e os bons costumes. 
Art. 17.  As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.
(exemplos:
Ex 1: Divórcio islâmico
 (Dá-se pelo repúdio. STF não homologa esse tipo de sentença, pois fere a ordem pública. 
 Ex 2: Casamento poligâmico
 (Vale o primeiro casamento, e os demais são ineficazes para o ordenamento jurídico brasileiro. 
 
 Ex 3: Dívida de jogo: mudança do entendimento jurisprudencial.
 (agora, não fere a ordem pública, pois se está executando uma obrigação e não instituindo a prática do jogo no Brasil.
 (valorização da boa-fé.
Ex 4: Direito do consumidor:
(Contratos celebrados na Internet e contratos de “Time Sharing”, a eleição do foro no exterior, o CDC é tem natureza de ordem pública. 
(FRAUDE À LEI - é forma de abuso de direito, que consiste, na esfera internacional, pela manobra das partes envolvidas diretamente numa determinada situação jur;idica em cria um fato idôneo a viabilizar a aplicação.
	-a fraude à lei gera a ineficácia do ato. 
	-manipulação das regras de conexão para atingimento de um fim não desejado.
	-fraude à lei deve ser interpretado segundo o princípio da proporcionalidade.
CIDIP – Convenção Interamericana ratificada pelo Brasil, que estabelece normas gerais de DIPr 
 
art 6º - Alteração dolosa de elemento de conexão a fim de fugir da aplicação da lei.
(ex: Troca de domicílio (para fugir da aplicação da lei tributária), alteração de nacionalidade. 
LIMITES A APLICAÇÃO DA LEI ESTRANGEIRA
*Exceção de ordem pública internacional: afastamento da lei designada pelas normas de DIPr, pois a sua utilização importaria em um resultado incompatível com a ordem pública do foro.
- Efeito positivo: utilização da regra adequada a situação.
**Lois de Police: normas imperativas ou de aplicação imediata, que se caracterizam por serem de aplicação obrigatória, usadas em situações internacionais sujeitas a um direito estrangeiro.
- Lois de Police ≠ Ordem pública – a doutrina é dividida acerca da diferença entre os dois institutos. “Enquanto a ordem pública é exceção a posteriori da regra de conflito, as normas de aplicação imediata o são preliminarmente e sem que o método conflitual seja utilizado, pela constatação do juiz de que os interesses em causa são de tal importância que a Lex fori deve ser aplicada de plano, e o conflito de leis nem mesmo deve ser considerado.” [Profa. NADIA]
- [Profa. NADIA] “No Brasil, a LINDB fala apenas em ordem pública, razão pela qual a distinção não faz parte do dia a dia dos tribunais. Todavia, o STJ, em diversos casos recentes concernentes ao conlfito entre a Convenção de Varsóvia – que limita a indenização no transporte aéreo internacional e nada dispõe sobre o dano moral – e o CDC – lei posterior protetiva de todas as relações de consumo, - aplicou este último por considerá-lo norma de caráter imperativo. Note-se que o próprio Código se define como lei de ordem pública. Anteriormente, a interpretação do STJ era no sentido de considerar válida a Convenção porque norma especial, em relação ao CDC, norma geral. Isso mostra a tendência atual de que a proteção ao consumidor é um fim maior da sociedade, impedindo, inclusive, a aplicação de norma estrangeiras indicdas pela norma de DIPr.” 
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DANOS MORAIS DECORRENTES DE ATRASO OCORRIDO EM VOO INTERNACIONAL. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. NÃO CONHECIMENTO. 1. O princípio da defesa do consumidor se aplica a todo o capítulo constitucional da atividade econômica. 2. Afastam-se as normas especiais do Código Brasileiro da Aeronáutica e da Convenção de Varsóvia quando implicarem retrocesso social ou vilipêndio aos direitos assegurados pelo Código de Defesa do Consumidor. 3. Não cabe discutir, na instância extraordinária, sobre a correta aplicação do Código de Defesa do Consumidor ou sobre a incidência, no caso concreto, de específicas normas de consumo veiculadas em legislação especial sobre o transporte aéreo internacional. Ofensa indireta à Constituição de República. 4. Recurso não conhecido.
(RE 351750, MARCO AURÉLIO, STF)
EMENTAS: 1. RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Erro material. Reconsideração. Demonstrada a existência de erro material na decisão agravada, deve ser reapreciado o recurso. 2. TRANSPORTE AÉREO. Má prestação de serviço. Reconsideração. Dano moral. Configurado. Aplicação do Código de Defesa do Consumidor. Ofensa indireta à Constituição. Agravo regimental não provido. Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor nos casos de indenização por danos morais e materiais por má prestação de serviço em transporte aéreo. (RE-AgR 575803, CEZAR PELUSO, STF)
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRANSPORTE AÉREO. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. APLICAÇÃO. ORIENTAÇÃO PREDOMINANTE. IMPROVIMENTO. I. Aplicam-se as disposições do Código de Defesa do Consumidor à reparação por danos resultantes da má-prestação do serviço, inclusive decorrentes de atrasos em vôos internacionais. Precedentes desta Corte. II. Inviável ao STJ a apreciação de normas constitucionais, por refugir à sua competência. III. Agravo regimental a que se nega provimento. (AGA 200900302149, ALDIR PASSARINHO JUNIOR, STJ - QUARTA TURMA, 26/05/2010)
ATENÇÃO: INFORMATIVO 745 DO STF – REPERCUSSÃO GERAL – PENDENTE DE JULGAMENTO - O Plenário iniciou julgamento conjunto de recurso extraordinário e de recurso extraordinário com agravo em que se discute a norma prevalecente nas hipóteses de conflito entre o Código de Defesa do Consumidor – CDC e a Convenção de Varsóvia, alterada posteriormente pelo Protocolo Adicional 4, assinado em Montreal, a qual rege o transporte aéreo internacional. No RE 636.331/RJ, com repercussão geral reconhecida, a controvérsia envolve os limites de indenização por danos materiais em decorrência de extravio de bagagem em voos internacionais. No ARE 766.618/SP, a questão posta em debate diz respeito ao prazo prescricional para fins de ajuizamento de ação de responsabilidade civil por atraso em voo internacional.
**[Profa. NADIA sobre a qualificação do DIPr apenas como sobredireito e escolha da lei aplicável]“Essa metodologia não quer dizer a total ausência de normas de conflitos, mas sim uma flexibilização do sistema existente, através de técnicas novas: pela introdução na norma do princípio de proximidade [...origem no direito americano, na área dos contratos, quando se diz que a lei aplicável deve ser a ‘most closely connected’, ou seja, aquela com a qual o contrato possui vínculos mais estreitos.. Convenção de Roma e Convenção Interamericana sobre o direito aplicável aos contratos internacionais]; através de clausulas de exceção; através de regras materiais de DIPr, orientadas para a solução global do problema, comprometidas com os valores e não mais somente com a sua função localizadora.”
“A manutenção do método conflitual, dentro de uma perspectiva mais flexível, representa uma maneira positiva de respeito aos direitos humanos, pois há uma ligação efetiva entre a regra a ser utilizada e o indivíduo. [...] Para evitar que a escolha seja meramente mecânica, ‘cega’ aos valores de justiça material, ‘neutra’ ou indiferente ao conteúdo das normas materiais encontradas, serve o conceito de direitos humanos de baliza também no seu aspecto negativo, ou seja, quando a aplicação da lei estrangeira levar a um efeito negativo, implicando violação dos direitos humanos.” [...]
“A ordem pública tem papel fundamental para equilibrar a aplicaçãodo método conflitual, especialmente se for dado ao aplicador da lei parâmetros para fazê-lo, o que só é possível se for utilizada a perspectiva retórico-argumentativa, estribada no desejo de encontrar a solução justa, a partir da lógica do razoável, e não mais apenas através das razões do Estado.”
Exemplo: (1) Cobrança de dívida de jogo: carta rogatória de pedido de citação de citação em ação movida nos EUA. Inicialmente o STF indeferia tais pedidos, com base na ordem pública, já que a lei brasileira não permite a cobrança dessas dívidas. Todavia, o Min. Marco Aurélio modificou a jurisprudência, votando pelo exequatur, pois o indeferimento é que seria contra a ordem pública, já que acarretaria um enriquecimento ilícito e o desrespeito ao princípio da boa-fé. Respeito ao legitimamente direito vigente nos demais países: princípio do comitas gentium.
HIPÓTESE DE aplicação INSTITUTOS DESCONHECIDOS NO PAíS DA LEX FORI - caso o instituto a ser aplicado seja desconhecido dentro do país que aplicará o direito em questão [ex.: trust no direito brasileiro] o juiz deverá procurar se utilizar de algum instituto similar. Não havendo um instituto similar no ordenamento jurídico, deverá afastar a aplicação do direito estrangeiro e aplica-se o direito nacional. 
(juiz brasileiro pode aplicar as regras do direito estrangeiro – pode aplicar instituição desconhecida.
 (nesse caso há determinação do próprio ordenamento para tal aplicação.
(sentença meramente declaratória do estado de pessoas e a necessidade de homologação – a redação do art. 15, parágrafo único, da LINDB, determinava que “não dependem de homologação as sentenças meramente declaratórias do estado das pessoas”. Mas havia a discussão quanto à dispensa a necessidade de homologação. A jurisprudência era pacífica no sentido que o art. 15, parágrafo único da LINDB não mais estava em vigência. A Lei 12.036/09, de 01 de outubro de 2009, revogou parágrafo único do dispositivo.
PROIBIÇÃO DO REENVIO
Art. 16.  Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei.
 [art. 16, LINDB] ocorre o reenvio quando o DIPr de um país, ao aplicar o DIPr de outro país (normas de conflito), permite a remissão normativa para o direito de um terceiro país.
 	(quando for caso de aplicação de lei estrangeira e esta determinar a aplicação da legislação outro país, deve-se desconsiderar o “reenvio” e aplicar a lei estrangeira.
	
	(no Brasil não há reenvio.
 	-solução adotada pelo ordenamento nacional: aplica-se o direito material estrangeiro e não as normas de conflito.
 	(quando se faz remissão ao direito estrangeiro se refere ao direito material.
(O projeto da nova LINDB prevê o reenvio, mas só o reenvio do primeiro grau.
 	(ex: O Brasil diz que a lei aplicável é a francesa, e a lei de DIPr da França remete para a aplicação da lei alemã. 
DIREITOS ADQUIRIDOS
 Teoria dos direitos adquiridos no Direito internacional Privado	
	Teoria de PILLET: Um direito que tenha sido regularmente adquirido em um país, de acordo com as leis ali vigentes, pode ser invocado e produzirá seus efeitos em outro país. Para ele, a teoria dos direitos fundamentais não se confunde com a problemática do conflito de leis, pois não há dúvida sobre a lei competente, tratando-se apenas tão-somente de saber se seus efeitos serão reconhecidos em outra jurisdição.
	Segundo Jacob Dolinger, em matéria de reconhecimento de direitos adquiridos no exterior, o princípio da ordem pública é aplicado com menos rigor do que em se tratando de aplicação direita de norma do direito estrangeiro. 
	Para o autor, o reconhecimento dos direitos adquiridos no exterior decorre do princípio da ordem pública. Apenas quando o reconhecimento do direito adquirido no exterior encerrar uma situação de divergência com nossa filosofia jurídica de proporções e intensidade de tal magnitude que se constituam um escândalo para a nossa sociedade, q ordem pública impedirá a eficácia dos efeitos indesejáveis quando decorrentes de atos jurídicos consolidados.
Ex: A poligamia que é vedada no Brasil, entretanto nossos Tribunais poderão conceder pensão alimentícia e direitos sucessórios decorrentes de casamento poligâmico. 
	O TEXTO ABAIXO FOI EXTRAÍDO DO SEGUINTE ENDEREÇO: http://www.loveira.adv.br/material/dip_5adquirido.htm
Os direitos adquiridos no estrangeiro estão protegidos pelo direito internacional privado, basicamente, por duas razões, a saber: pelo interesse da continuidade e pela garantia da certeza de direito (securité de droit).
Quanto ao interesse da continuidade, o direito internacional privado da lex fori deve responder ainda a duas questões: primeiro, se um direito no estrangeiro foi validamente adquirido, e, segundo, se existe o interesse de reconhecê-lo perante o direito interno ou não�.
Tratando-se de atos jurídicos, referentes ao estado civil de uma pessoa física, como, p. ex., casamentos, reconhecimentos de filhos, adoções, divórcios etc., realizados no estrangeiro, os Estados, em regra, alegam razões da certeza de direito (securité de droit) para justificar o seu reconhecimento no País.
Os atos jurídicos desse tipo, constituídos validamente no estrangeiro, a rigor não deveriam sofrer intervenções do direito doméstico sem que existisse um motivo plausível para tal, sendo irrelevante se se fundam numa decisão judicial ou não. Entretanto, será sempre o direito internacional privado da lex fori que decidirá, no caso concreto, quando um ato jurídico, concernente ao estado civil, é reconhecido pela ordem jurídica interna. Destarte, o que pode constituir uma violação da ordem pública num país, poderá ser permitido em outro, como p. ex., a poligamia.
O exemplo bem ilustra que a teoria abstrata dos direitos adquiridos inexiste no direito internacional privado, já que lhe falta o conceito de direito adquirido, geralmente aceito pela doutrina, admitindo a sua aplicação direta a casos concretos, independentemente das regras de direito internacional privado da lex fori.
O direito internacional privado brasileiro, porém, reconhece a existência de direitos validamente adquiridos no exterior, conforme lição da doutrina nacional (Jacob Dolinger)
Por outro lado, várias convenções latino-americanas manifestam-se, expressamente, com relação aos direitos adquiridos no direito internacional privado, embora todas elas não tenham contribuído para uma compreensão melhor deste instituto jurídico, fato que se observa na crítica bem fundamentada da doutrina.
 - Código Bustamante estabelece no seu art. 8º: "Os direitos adquiridos segundo as regras deste Código têm plena eficácia extraterritorial nos Estados contratantes, salvo se se opuser a algum dos seus efeitos ou consequências uma regra de ordem pública internacional". 
- A Convenção Interamericana sobre Normas Gerais de Direito Internacional Privado, de 8 de maio de 1979, celebrada em Montevidéu, dispõe no seu art. 7º: "As situações jurídicas validamente constituídas em um Estado Parte, de acordo com todas as leis com as quais tenham conexão no momento de sua constituição, serão reconhecidas nos demais Estados Partes, desde que não sejam contrárias aos princípios de sua ordem pública". 
- Os Tratados de Direito Civil Internacional de Montevidéu de 1899 e de 1940 admitem, ainda, o princípio dos direitos adquiridos, nos seus arts. 30 e 34, respectivamente, tendo em vista a situação jurídica dos bens móveis: "Art. 30. "El cambio de situación de los bienes muebles no afecta los derechos adquiridos con arreglo a la ley del lugar donde existían al tiempo de su adquisición. Sin embargo los interesados están obligados a lienar los requisitos de fondo o de forma exigidos por la ley del lugar de Ia nueva situación para la adquisiciõn o conservación de los derechos mencionados. Art. 34. El cambio de situación de los bienes muebles no afecta a los derechosadquiridos con arreglo a Ia ley del lugar en donde existían a tiempo de su adquisición. Sin embargo, los interesados estãn obrigados a Ilenar los requisitos de fondo y de forma exigidos por Ia ley del lugar de la nueva situación para la adquisición y conservación de tales derechos. El cambio de situación de Ia cosa mueble litigiosa, operado después de Ia promoción de la respectiva acción real, no modifica las reglas de competência legislativa y judicial que originariamente fueran aplicables".
- O Anteprojeto de Reforma da Lei de Introdução ao Código Civil, de 15 de maio de 1964 (data da publicação no Diário Oficial), da autoria do insigne professor Haroldo Valladão, admite expressamente a existência de direitos adquiridos no direito internacional privado brasileiro. O seu art. 78 diz textualmente: "São reconhecidos no Brasil direitos adquiridos no estrangeiro de boa-fé, em virtude de ato ou julgamento ali realizados de acordo com o direito estrangeiro vigorante, salvo se for o caso de competência exclusiva do direito brasileiro e observadas sempre as reservas estabelecidas no art. 79 (ordem pública)".
A conclusão que se impõe diante deste quadro é de que a teoria dos direitos adquiridos perdeu o seu brilho de outrora no decorrer deste século, posto que as normas do direito internacional privado já dizem, por meio de suas normas indicativas ou indiretas, quando deve ser aplicável o direito interno ou o direito estrangeiro. Assim, em princípio, não há necessidade de recorrer à teoria dos direitos adquiridos. Outras dúvidas resolvem-se pelas regras jurídicas do direito internacional privado sobre a alteração do estatuto ou o conflito móvel e, concernente ao reconhecimento de sentenças ou outros atos jurídicos oficiais estrangeiros, estão ainda em vigor normas específicas, cuja origem é o direito interno ou o tratado internacional.
A LINDB e tratados ratificados pelo Brasil contendo regras de conexão
A internacionalização do DIPr
 -Há várias tentativas codificadoras de caráter internacional, 
 -América Latina: Código Bustamante, Tratados de Lima e Montevidéu, mais recentemente, CIDIPs – 
 -Europa : Conferência Permanente de Direito Internacional da Haia,Plano do direito material, através da UNCITRAL e do UNIDROIT 
 -Conferência de Haia – fórum específico do dipr
 -OEA e o papel das Conferências Interamericanas de Direito Intercional Privado
 -O papel do Mercosul
 -O papel da Unidroit
Conferência de Haia
 -a Conferência Permanente de Direito Internacional Privado, sediada em Haia na Holanda, com estudo e desenvolvimento da codificação uniforme do Direito Internacional Privado e elaboração de convenções sobre matérias específicas, desde 1951 
 -marco da Conferência de Haia:
 Convenção da Haia sobre adoção internacional 
 -exemplo significativo das mudanças que estão ocorrendo no DIPR,
 -normas partem do objetivo maior que é o de estabelecer garantias para que a adoção sirva ao interesse superior da criança (best interest of the child) 
 -moralizar o instituto da adoção e prevenindo o tráfico de menores. 
inovação: superação do direito meramente conflitual - indicam regras materiais. [best interest of the child]
sequestro internacional de criança: retirada ilegítima da criança por um daqueles relacionados com a guarda da criança. 
 	
competência da justiça federal: [art. 109, III, CF – fundamento: tratado internacional]
-AGU (órgão central para o caso) pleiteia a devolução da criança. [o retorno de uma criança brasileiro a um território estrangeiro não representa, diferente do que alguns argumentam, banimento. Esse procedimento de fundamenta em diversos valores constitucionalmente previstos (ex.: desenvolvimento integral) – não se interpreta a constituição em tiras]
a proibição da pena de banimento garante o retorno do brasileiro ao território nacional.
Outros 
 UNCITRAL
 -Registre-se o trabalho desenvolvido pela Comissão das Nações Unidas para o Direito do Comércio Internacional  UNCITRAL, [órgão subsidiário da onu, não se trata de organização internacional]
 -movimento uniformizador. [estímulo dos tratados que aumentem o fluxo comercial]
 -a UNCITRAL elaborou a Convenção sobre Compra e Venda Internacional de Mercadorias, assinada em Viena, em 1980, e em vigor a partir de 1988 em 27 países. (Brasil ainda não assinou)
 Unidroit
-Instituto para a Unificação do Direito Privado  UNIDROIT - Roma
-Instituto, criado em 1928, trabalha pela unificação de normas materiais de Direito Privado, tendo elaborado também diversas convenções 
 Na América Latina
 Tratado de Lima: primiero diploma de caráter internacional versando soluções para conflitos de leis
estabelece o critério da lei da nacionalidade das pessoas para decidir as questões de estado e de capacidade jurídica estatuto pessoal: 
 Tratado de Montevidéu (1889)
 -Direito Civil 
 -propriedade literária e artística
 -Estrutura Direito Comercial (+) marcas de comércio e de fábrica
 -Direito Penal, Direito Processual
Código de Bustamante
 -Convenção de Havana, tendo sido aceito por vários países da América Central e do Sul e inclusive pelo Brasil, que é seu signatário (15 ratificações).
 -já foi considerado pela jurisprudência como fonte de DIPR, mesmo entre países não signatários (POLÊMICA),
-Desvincular tratado internacional x decreto de promulgação ?
 CIDIP´s
 -são processos de negociação de tratados de direito internacional privado.
 - Brasil participou de todas as Conferências realizadas: Panamá, 1975; Montevidéu, 1979; La Paz, 1984; Montevidéu, 1989 e Cidade do México, 1994, Washington 2002, assinando a maioria das convenções, 
 			
Mercosul
 -A codificação do Mercosul
 -organização intergovernamental 
 -decisões tomadas no seio de seus órgãos precisam valer-se do processo tradicional do Direito Internacional Público 
 -maioria dos Protocolos que podem ser ligados ao DIPR fazem parte do chamado Direito Processual Civil Internacional 
-Protocolo de Las Leñas sobre cooperação interjurisdicional possui inúmeras regras similares à Convenção sobre Cartas Rogatórias 
 -Protocolo de Buenos Aires sobre jurisdição internacional em matéria contratual, privilegia-se a autonomia das partes em escolher o foro da causa 
 -Protocolo de São Luiz em matéria de responsabilidade civil de acidentes de trânsito possui normas de DIPR mais flexíveis que as atuais em vigor nos países membros, pois além da regra geral da lex loci delictii 
Protocolo de São Luiz em matéria de Responsabilidade Civil de Acidentes de Trânsito – Decreto 3856/2001
Lei aplicável: Regra geral: Lex loci delicti commissi (art. 3).
Todavia, há exceção, se no acidente participarem ou resultarem atingidas unicamente pessoas domiciliadas em outro Estado Parte, o mesmo será regido pelo direito interno deste último ( princípio da proximidade).

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