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A TELEVISÃO BRASILEIRA NA PRODUÇÃO DA EXCLUSÃO de Lília Junqueira

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A TELEVISÃO BRASILEIRA NA PRODUÇÃO DA EXCLUSÃO
PRIVATE �
Lília Junqueira
"‘Falar com simplicidade para que o povo compreenda.’ Na minha opinião isso é uma falta de respeito pelo público por mais subdesenvolvido que ele seja: ‘criar coisas simples para um povo simples.’ Ora, o povo não é simples. Mesmo se ele está doente, com fome, analfabeto, o povo é complexo".
Gláuber Rocha
"No al populismo" (1986), Hojas de Cine México - La Havane
Resumo
A televisão brasileira, no processo de comunicação social que realiza, ajuda a produzir a exclusão das classes e indivíduos desfavorecidos na sociedade de consumo. Este processo de exclusão se dá, não somente através do poder de decidir o que deve ir ao ar, mas ainda por dois mecanismos especiais. No primeiro, através da criação de uma determinada situação de linguagem, exclui-se os pobres pelo mecanismo de marginalização dos conceitos, códigos e modos de decodificação predominantes em sua experiência sócio-cultural . No segundo, a partir da divulgação para a sociedade como um todo de um estereótipo das classes e indivíduos excluídos, gera-se a percepção e compreensão reduzidas e deturpadas da real experiência de vida destas classes.
Palavras-Chave: Exclusão; Televisão; Comunicação; Interpretação.
1. A televisão é um elemento fundamental dentro do conjunto dos atuais meios de comunicação de massa, uma instituição básica da moderna vivência humana da cultura.
2. A mídia produz, partindo da experiência quotidiana da sociedade um universo de mensagens que representam essa experiência. Esse universo é um mundo paralelo ao mundo real e funciona como o "espelho" da sociedade feito por ela mesma. Filmes, documentários, artigos de jornal, novelas, literatura, são manifestações concretas da necessidade das nossas sociedades de verem a si mesmas. Ao exercer esse olhar cria-se o mundo do imaginário tecnológico, um mundo cada vez mais positivo ou concreto. Composta de técnica e ficção, a positividade do mundo imaginário é a mesma positividade do mundo real. Dessa forma, quando a mídia se modifica, está modificando a realidade e vice-versa.
3. Decorrência lógica dessa concepção da mídia é o fato de que não se pode mais defini-la como uma instituição contra a sociedade. A maioria dos estudos clássicos sobre a mídia e grande parte dos estudos recentes a consideram de forma exageradamente nociva ao corpo social e ao indivíduo receptor. Assim, a mídia foi vista como um instrumento de manipulação psicológica das massas (Wright, 1975), como aparelho ideológico do Estado transmissor de ideologia (Madrid, 1982), e como agência de regressão absoluta de toda capacidade racional (Adorno, 1975) e até mesmo física; como no caso da televisão em que surgiram preocupações de ordem médica com relação à possibilidade de agravamento de deficiências neurológicas em pessoas que se expõem durante muitas horas ao aparelho (Witwer, 1991).
4. Estudos dessa natureza tendem a atribuir a origem, manutenção e permanência da mídia a uma só entidade dentro da sociedade (as elites). Na verdade esse processo deve sua existência á sociedade como um todo, direta ou indiretamente, principalmente no que diz respeito à sua manutenção e permanência. Os produtos da mídia e a reação a eles perpassam necessariamente toda a vida social e sem ela, decididamente, o mundo real não seria o que ele é hoje. 
5. Tal constatação nos obriga a rever os conceitos principais da teoria da comunicação redimensionando os papéis do transmissor e do receptor de forma a reconhecer a importância fundamental do último na produção das mensagens de forma indireta.
6. A complexidade com que se deparam os estudiosos do campo da compreensão, interpretação e reação às mensagens é a maior prova de que o modelo cibernético da comunicação (emissor - canal - mensagem - receptor ) não serve mais para explicar a natureza do ato da comunicação pela mídia porque não considera a rede de inter-influências que se estabelece na passagem das informações. Com efeito, uma infinidade de fatores de ordem física, temporal, social, econômica, psicológica, política, entre outros, formam uma malha a partir da qual se define a informação e ao mesmo tempo a maneira como ela vai ser decodificada. Nesse sentido a televisão e a mídia estão e agem nas entranhas da realidade social produzindo o reflexo da sociedade como um espelho. A visão de si mesma sendo o elemento básico construtor de sua identidade, a sociedade atual se define e redefine a partir da mídia.
7. No momento atual em que se acirra a competição internacional de mercados de consumo dentro do processo de globalização, a televisão e a mídia têm um papel significativo tanto no que esse processo apresenta de benéfico como nos problemas que gera para a sociedade e para os indivíduos. A mídia é uma das grandes instituições responsáveis tanto pela produção e distribuição de bem estar social quanto pela produção e reprodução da exclusão social. Esse artigo se propõe a indicar algumas das formas pelas quais a televisão brasileira gera e participa do segundo processo. Antes, porém, é necessário delinear a especificidade da televisão em relação aos demais meios de comunicação de massa.
A QUESTÃO DA LINGUAGEM
A Imposição de uma Nova Linguagem
8. Surgida em 1936, a televisão foi primeiramente atacada pela crítica social enquanto técnica. Produto de uma mistura entre o rádio e o cinema, a televisão apresentou a novidade de produzir efeitos imagéticos semelhantes aos obtidos pela técnica de projeção cinematográfica num pequeno aparelho que serve ao mesmo tempo de projetor, tela e emissor de sons, utilizando energia elétrica.
9. A rapidez proporcionada pela flexibilidade de movimento da luz conduzida até o iconoscópio (tubo de imagem) permite que os planos e seqüências de imagens sejam mudados muito mais rapidamente do que no cinema, o que faz da imagem produzida pela televisão mais rapidamente consumível e por isso mais descartável do que a do cinema.
10. Com a televisão, a técnica banaliza ao máximo a produção e transmissão de imagens e pouco a pouco, desliga as conexões cognitivas de compreensão do receptor, substituindo-as por outras, exclusivamente sensitivas. A compreensão lógica, racional tende a desaparecer deixando espaço para a percepção pura e simples. O exemplo máximo desse processo são os vídeo-clips que desfilam uma infinidade de imagens em seqüência freqüentemente hiper-rápida cujo nexo com relação ao texto da música muitas vezes inexiste. O próprio texto raramente apresenta uma coerência interna.
11. A televisão instalou o reino da percepção pela percepção, do apelo incondicional aos sentidos, levando ao ponto máximo a degradação da razão e modificando profundamente a relação de reflexão que se estabelecia entre o receptor e o produto cultural. Se por um lado esse processo colocou em xeque a razão ligada ao mundo da palavra escrita, por outro ele lança a base de uma nova forma de relação com a realidade. E se por um lado a possibilidade de controle à distância do aparelho de televisão contribui para a aceleração e diversificação da seqüência das imagens, por outro a prática do "zapping" aliada à disseminação de novos canais proporcionada pelas empresas de televisão a cabo e por satélite criam a nova prática da seleção individual da programação e permitem uma maior liberdade para o telespectador se conduzir pelo mar de imagens.
12. O receptor teve que se adaptar, inclusive biológicamente à nova forma de cultura. Estudos recentes mostram como essa adaptação está sendo feita e sua importância na nova forma de apreensão e vivência do real que a difusão eletrônica de imagens está provocando nas sociedades ao longo dos últimos anos. Uma nova postura do telespectador é identificada, na qual destaca-se, antes de mais nada o sentido tátil exercido pelos meios eletrônicos sobre o corpo humano. Uma espécie de choque magnético se produz. O receptor é capaz de lidar com esse impulso e tirar dele um sentido proveniente do aparelho, quepode, segundo Babin, ser considerado como uma nova forma de comunicação:
Il y a eu un changement dans les modes habituels de perception. De pointue et dominante qu’elle était sous l’effet d’une visualisation alphabétique prépondérante, la vision devient plus globale et réceptive...- l’oeil acquiert un mode de perception qui l’apparente a celui de l’oreille et c’est en ce sens que l’oreille domine. On sent les choses à partir du mode de perception de l’oreille : sensibilité aux vibrations et à l’environnement. Les yeux prenant une vision grand angle s’allient spontanément avec l’audition stéreo de deux oreilles"..."L’univers s’organise non comme un tableau que l’on contemple, mais comme une forêt dans laquelle on se proméne. L’oreille exigeant l’espace, les trois dimensions et le contour, nous recherchons plus qu’auparavant la contiguité, la présence et le cadre harmonieux. Comprendre c’est participer. Les fêtes rock, le disco, la chambre habillée des posters et vibrante de musique, tel est l’univers de l’óreille, bien différent du bar select où on lit son journal dans un coin (Babin, 1991, p. 17).
A Ordem da Língua Legítima
13. Para a reflexão sobre a exclusão é necessário compreender todo esse processo como uma mudança da importância do domínio do consumo e da linguagem legítima instituída dentro da sociedade no próprio processo de transformação social.
14. Enquanto a linguagem dominante no ocidente era a somente a palavra escrita e a imagem fixa (fotografia) já havia uma preocupação com os excluídos do processo comunicativo cuja base era o que se passava no nível da produção cultural. As análises marxistas fundamentaram a idéia de "alienação" do receptor do produto da criação cultural coletiva, uma forma análoga à alienação da produção industrial. Impedido de se expressar, o telespectador perderia a oportunidade de participação na percepção, compreensão e definição da realidade. Em outras palavras, a marginalização que o indivíduo sofre na esfera da produção industrial, na dimensão do trabalho, se reproduz na esfera do tempo livre, na dimensão do lazer. Nesse sentido, cada telespectador deveria ser visto como um indivíduo excluído do processo social porque excluído da produção da cultura. 
15. Hoje, na era da globalização econômica, da automação eletrônica, do digital e do virtual, onde os meios de comunicação seguem a tendência geral dos demais setores da sociedade mundial unificando-se em blocos (o telefone, a televisão e o computador já funcionam como um só aparelho) e tornando a cultura "transnacional" (Mattelart, 1992) o eixo da discussão se completa seu deslocamento da questão da produção da cultura para a questão do consumo. O termo alienação é substituído pelo termo exclusão, definindo aqueles que não podem participar da cultura mundializada.
16. Os excluídos em maior grau são os grupos sociais e pequenas sociedades que viram suas culturas desaparecerem mediante a imposição da cultura global. A tendência à expansão da cultura ocidental e o ethnocídio continuam na era dos conglomerados econômico-culturais (Guimarães, E. R., 1995). As culturas e sub-culturas que sobrevivem tendem a ser cooptadas pela produção cultural e seus membros a serem transformados em receptores excluídos do processo de consumo, por duas razões básicas.
17. Em primeiro lugar pela sua pré-condição de excluídos no processo de distribuição de renda e de consumo de outros produtos, o que justifica a classificação da audiência dos meios de comunicação de massa pelos institutos de pesquisa a partir do critério de renda em classes A, B, C (os incluídos) e D, E, F, G (os excluídos). As parcelas da população que participam do mercado de consumo coincidem com aquelas que a mídia considera como audiência desejada.
18. A segunda razão se refere à não participação no próprio código de comunicação, à má distribuição de emprego dos signos. Verifica-se um monopólio de signos e significações por parte dos meios de comunicação de massa (sobretudo a televisão) no mercado de consumo cultural mundial, gerando a construção de representações dos indivíduos e grupos muito simplórias e inadequadas porque distantes da realidade.
19. É fácil verificar que, em países como o Brasil, a maior parte da população não somente não participa do consumo da cultura por impedimentos de natureza financeira, mas mesmo que pudesse fazê-lo estaria incapacitada porque não partilha a postura de percepção descrita por Babin e os signos da linguagem legítima no mundo da comunicação global. O que explica, por exemplo, porque a população de baixa renda encontra dificuldades no momento de decodificação das notícias dos telejornais e mesmo nos programas de ficção.
A Exclusão das Outras Linguagens
20. A linguagem dos que não consomem, com raras exceções, é ignorada ou deturpada na programação da televisão. Nos programas compostos por elementos da realidade e da ficção como as novelas, essa "mistura" permite a construção de uma representação bastante confusa da realidade das classes excluídas. A confusão se instala na medida em que a novela organiza o cotidiano e os cenários de forma a criar uma classe pobre dificilmente reconhecível pelos telespectadores desta classe.
21. Nos telejornais da Globo ela raramente tem a palavra, tendo, na maioria das notícias, seus discursos "traduzidos" para a linguagem legítima na classe média. O telejornal em que se ouve a palavra das classes desfavorecidas principalmente dos habitantes das favelas é o AQUI E AGORA da rede SBT, embora sua pauta esteja limitada à temática do "fait divers". 
22. Em 1993 realizamos uma pesquisa (Junqueira, 1993) que mostrou a interessante relação entre o telejornal e os telespectadores jovens de três grupos sociais definidos a partir de sua capacidade de consumo. Este estudo mostrou como é reconstruído pela televisão o discurso da classe pobre e como é compreendido e interpretado por todas as classes.
23. Apresentamos a seguir uma síntese da análise e das conclusões do estudo deste tema a título de demonstração da exclusão da linguagem não legítima no espaço televisual.
O telejornal AQUI E AGORA
24. "Aqui e Agora" (AA) é um telejornal produzido no estado de São Paulo e exibido por todo o Brasil. No ano em que foi feita a pesquisa ele ia ao ar todas as noites antes do telejornal principal da rede SBT (Segundo lugar em números de audiência depois da Globo em todo o país), o "TJ Brasil" que transmite as principais notícias internacionais e nacionais da rede. Apesar do grau de importância maior em termos de informação do "TJ Brasil", é o AA que detém maior audiência entre os dois. 
25. O jornalismo das duas redes Globo e SBT é muito diferente a começar pelo tempo dedicado às notícias. No período de 18:30h a 23h, a Globo dedica 45 minutos ao jornalismo com o Jornal Nacional que dura 30min e o jornal regional que dura 15 min. O SBT neste período dedica 1:15h ao AA e 45 min ao TJ Brasil, num total de 2 horas de notícias.
26. A seleção e o tratamento dados à notícia também é muito diferente. O AA pode ser comparado aos novos telejornais sensacionalistas dos Estados Unidos onde os crimes são privilegiados na edição e outros fatos são dramatizados e apresentados em forma de "fait-divers".
27. Apresentamos a seguir uma relação das notícias apresentadas no telejornal AA no dia 15 de junho de 1993:
Serviço de urgência de um hospital público fechado à noite por falta de médicos. Entrevistas com os clientes na porta do hospital. 
Denúncia de uma corretora de planos de saúde que falsificava documentos dos clientes. Entrevista com uma cliente. 
Blitz da polícia ao vivo numa feira de trocas. Apreensão de animais selvagens, armas e drogas. Acompanhamento da ação dos policiais. 
Ministro da Agricultura Nuri Andraus pediu demissão por sonegação de impostos e homicídio. Não há imagens nem entrevistas, a notícia é apresentada em forma de manchete. 
A "dinomania" nos Estados Unidos. Imagens do filme Jurassic Park. 
Título "Ele voltou, meu carrinhovoltou novamente" acompanhamento ao vivo dos policiais na verificação de uma denúncia de carro roubado. 
Título "Revolta dos policiais no enterro de colega."Velório de um policial morto no cumprimento do dever. 
Título "Casal enterra drama do passado no fundo do quintal." Entrevista com os culpados e uma testemunha de um assassinato. 
Título "Reféns do medo pagam pedágio no bairro chique." Denúncia do comércio de proteção contra assaltos no bairro do Morumbi ao lado de uma favela. Imagens e entrevistas dos comerciantes e vítimas de assalto e também de uma creche na favela. 
28. Durante as reportagens a maior parte do tempo é dedicada à fala dos entrevistados em geral, pessoas comuns como na notícia do hospital, onde os pacientes que se encontram na frente do hospital são mostrados expressando sua revolta. O repórter contribui para a dramatização do fato.
29. A ação da polícia é muito valorizada. Em geral o repórter acompanha os policiais numa "caçada" aos bandidos. O trajeto até o local do crime é mostrado integralmente de forma que o barulho das sirenes, as luzes, a rapidez e barulhos e movimentos do carro em alta velocidade contribuem para o aumento progressivo da tensão emocional.
30. Uma vez no local do crime, o repórter entrevista em primeira mão os envolvidos. No caso do assassinato a confissão é feita ao repórter junto com uma exposição de motivos e detalhes do crime. O papel do repórter se limita a aumentar o caráter dramático.
31. No Jornal Nacional e nos jornais regionais da Globo, ao contrário, quando um crime ou outro fato é noticiado, os envolvidos são quase sempre vistos rapidamente e não têm direito de falar. O repórter conta toda a história num resumo preparado por ele mesmo, de forma a que todos os envolvidos sejam tratados de forma completamente anônima e impessoal. Cabe ao telespectador fazer a ligação entre o relato do repórter e as imagens que vê desfilar na tela. Por este método a Globo reduz o tempo de emissão das notícias, aplica o "tratamento Global" (assepsia dos cenários reais de forma a mostrar sempre o belo e o bem acabado e esconder os sinais de sujeira e pobreza presentes na realidade social brasileira) através da unificação da linguagem utilizada e manipula os fatos.
32. No AA não há "tratamento Global". Os pobres, miseráveis, bandidos e policiais aparecem (pelo menos no registro visual) como eles são na realidade e têm seu tempo de imagem e de discurso garantido.
33. Se por um lado a excessiva dramatização dos assuntos como estratégia de busca de audiência reduz os fatos a uma leitura sensacionalista, por outro lado o telejornal dá o direito de expressão às classes pobres dentro de um assunto determinado. Se por um lado o telejornal é pobre do ponto de vista qualitativo, apresentando somente notícias regionais que tratem do mundo do crime e explorando-as durante todo o tempo reduzindo a este domínio o mundo vivido pelas classes desfavorecidas, por outro lado ele dá importância a certos fatos que ocorrem efetivamente na vida das classes pobres e preocupa quotidianamente os seus membros. Além disso, os acontecimentos regionais comunicam mais aos telespectadores pobres porque eles podem compreender melhor o funcionamento das esferas da sociedade mais próximas de seu acesso em termos de experiência. Quanto maior o raio de abrangência do assunto em termos de conhecimentos, menos o telespectador de baixo nível sócio-econômico pode compreender e sentir-se atingido pela notícia. É o que acontece com as notícias nacionais que envolvem assuntos como a tecnologia, assuntos de política exterior, econômicos, e todos os outros que necessitem da explicação de especialistas, além das notícias internacionais. Por esses motivos o telejornal AA tem garantida parte da audiência da faixa de telespectadores de baixo nível sócio-econômico principalmente na cidade de São Paulo.
34. Nesta comparação e descrição dos telejornais de maior audiência nacional fica evidente que mostrar a realidade vivida e veicular a palavra das classes desfavorecidas não é uma prioridade para a televisão brasileira. Pode-se questionar esta afirmativa declarando que o objetivo do telejornal deve ser transmitir fatos importantes para a sociedade como um todo não se limitando a uma ou outra classe. Pode-se igualmente contrapor a esta afirmativa a idéia de que a vida real da classe pobre não é agradável de ser vista no tempo de lazer nem mesmo por ela mesma, não gerando audiência em nehuma das classes, e que por isso o tratamento Global é necessário e desejável, não só pela televisão, mas também pelo público.
35. Ambas as questões têm fundamento no funcionamento da mídia enquanto negócio comercial e por este ângulo podem ser consideradas pertinentes. Mas elas não consideram o problema de fundo que se coloca na relação entre televisão e telespectador, ou seja, o problema da linguagem e das diferenças culturalmente construídas de decodificação e interpretação.
36. No processo de seleção dos fatos da realidade a se tornarem notícia opta-se por informações internacionais, econômicas e políticas na globo. Estas notícias são geralmente mal compreendidas pelo público de baixa renda devido à necessidade de domínio de um certo número de conceitos e termos que só podem ser adquiridos num processo de aprendizagem legítima (a educação oficial de boa qualidade) pela qual poucos membros desta classe têm oportunidade de passar.
37. Desta forma se reproduz na comunicação social pela televisão, a exclusão de certas classes e indivíduos, não somente através do poder de decidir o que deve ir ao ar, mas por dois outros mecanismos especiais. No primeiro através da criação de uma situação de linguagem que exclui os pobres pelo mecanismo de marginalização dos conceitos, códigos e modos de decodificação predominantes em sua experiência sócio-cultural. No segundo, a partir da divulgação de um estereótipo desta classe social, gera-se a percepção e compreensão reduzidas e deturpadas da experiência de vida desta classe. Este estereótipo passa a circular no mercado dos discursos do espaço público minando por baixo as possibilidades de participação política e social da classe representada.
38. O fato do telejornal com maior audiência na classe de baixa renda ter como eixo temático as situações hediondas do dia a dia destas classes indica a manipulação da realidade em prejuízo da realidade social. Limitando o cotidiano das classes pobres a um inferno de violência e crimes, o AA age como transmissor de uma representação equívoca da realidade vivida por estas classes. Esta representação ganha o estatuto de legitimidade através da sua veiculação pela televisão, sem nenhum questionamento.
39. Nesta manipulação sórdida de conteúdos e conceitos, utilizando-se da inocência popular diante do monstro midiático-político, dá-se uma outra forma de exclusão pela linguagem áudio-visual, uma exclusão antropofágica. Nela os pobres e sua linguagem são engolidos e reprocessados, depois vomitados, reduzidos à violência bestial necessária à acumulação de audiência. Este processo lembra os espetáculos populares promovidos pelos imperadores na antiguidade. Aliás, isso indica o quanto a técnica pode contribuir para a manutenção das práticas políticas ocidentais mais primitivas.
Como compreendem o AA os jovens telespectadores
40. No processo de decodificação e interpretação das notícias do AA feitas pelos jovens telespectadores entre 11 e 20 anos das escolas particulares e públicas de Brasília e São Paulo (Junqueira, 1995) podemos perceber concretamente como o processo de exclusão produzido na televisão reverbera entre os telespectadores.
41. Para efeitos de comparação selecionamos alguns comentários significativos sobre o AA feitos por jovens reunidos em grupos. A seleção teve como critério a maior frequência de idéias semelhantes existentes no total de 200 entrevistas da amostra. O grupo 1 refere-se aos estudantes de escolas particulares cujos pais recebiam uma renda média acima de 30 salários mínimos em 1993.O grupo 2 recebia na faixa de 10 a 30 salários mínimos e o grupo 3 recebia na faixa de 0 a 3 salários ( na maioria são os habitantes das favelas). O valor do salário na época era de 100 US$.
42. A audiência do telejornal AA se concentra mas não se limita à classe representada aqui pelo grupo 3. A maioria dos entrevistados de todos os grupos conhece este telejornal e tem uma opinião formada sobre ele. Alguns exemplos:
Contra o AA - grupo 1
ZÉ PAULO, 16 anos:
Nenhum meio de comunicação mostra a vida como ela é. Você vê a vida como ela é se você encarar de frente. Cada jornal tem uma maneira de apresentar a notícia. Se você vê AA é a parte hilária da coisa. Mesmo se você ver uma menina de duas cabeças você vai rir, porque aquele negócio é cretino. No jornal um pouco mais sério eles vão falando, mas você tem que extrais. A Globo é mais bonita, tem imagem de qualidade, está mais de acordo com o que você vai pensar. Mas no Jornal Nacional eles mostram do mesmo jeito o Brasil ganhar no jogo como uma mulher que pulou do décimo quinto andar.
SUZI, 16 anos:
Tanto (como) o AA faz um escândalo com coisas simples, o Jornal Nacional pra coisas mais sérias tem sempre aquele mesmo tom, como se não tivesse acontecido nada.
DARIO, 16 anos:
Apelam, fazem palhaçada no noticiário (AA). É uma realidade que não tem muito nexo. É mais pra aproveitar. Tem muita gente que assiste pra dar risada. Agora relacionar com a realidade, acho impossível.
MAURA, 15 anos:
Eu detesto o AA porque eu acho uma palhaçada, tem umas reportagens absurdas. É muito sensacionalista.
GLEN, 13 anos:
O AA, por exemplo, é ridículo. As vezes só tem briga. Eles ficam perguntando quem está certo e quem está errado. Não tem nada a ver.
KLAUSS, 13 anos:
Prefiro os programas que tratam da realidade, mas não da maneira pesada que o AA. Acho que deviam colocar na cabeça do povo brasileiro a política, que é mais importante. O povo é todo ignorante, não sabe de nada, deu voto em quem não sabe, deveriam fazer programas políticos para colocar mais na cabeça do povo uma coisa que preste. Porque em política o Brasil está uma porcaria.
Reconhecimento de que o AA mostra "uma certa realidade", grupo 1
JORGE, 12 anos:
Aquele AA é a maior bobeira. Acho que é verdade mas é muito bobo. Essas coisas acontecem aqui mesmo. Eu vejo mas não falo. Outro dia tinha um pessoal no carro no estacionamento (do colégio), bem aqui, fumando maconha.
SEBASTIÃO, 11 anos:
No AA teve uma mulher que chamou a polícia só porque o cachorro dela matou o gato. Eles passam muita besteira. Mas de vez em quando passa a realidade.
NUNO, 14 anos:
O AA, apesar deles botarem muitas coisas para casos pequenos (aumentarem a importância dos fatos), eles mostram bastante a realidade do que acontece.
Contra o AA, grupo 2
RAFAELA, 17 anos:
Na maioria das vezes é exagero. O AA, por exemplo. Se aquilo lá for a realidade então todo mundo tem que se matar. Porque viver naquele mundo?.
BEATRIZ, 17 anos:
Aquele AA é intragável, não dá nem pra escutar. Aquilo lá é pra classe média baixa e medíocre, ou pra dar risada, como comédia.
O AA mostra uma realidade até certo ponto conhecida. Grupo 2
LULI, 18 anos: 
No AA eles mostram a realidade por inteiro, eles não escondem nada. Tanto é verdade que mostraram aquela menina que se suicidou, mostraram tudo. Depois foi a maior discussão, se deviam ter mostrado ou não, que era uma coisa forte. Eles mostraram, mas eu não acho que seja por aí que eles vão conseguir alguma coisa.
VITOR, 15 anos:
A Globo também faz sensacionalismo, ela quer o IBOPE (audiência) pra ela. Quando tem assalto na casa das pessoas comuns eles não falam, mas do assalto na casa do Pelé eles falaram. O assalto na casa da minha vizinha só passou no AA. Eles mostram a realidade da classe inferior, os pobres. Agora, a Globo, não. Ela pega mais o pessoal mais rico.
GINA, 11 anos:
Também tem violência na vida real. Aqui na escola o garoto da oitava série de 18 anos morreu ontem porque foi assaltado. Correu dos bandidos e atravessou a cerca de casa, mas a mão ficou do outro lado com o relógio, aí abriram a mão dele para pegar o relógio.
OTÁVIO, 17 anos:
O AA mostra a pior parte da realidade.
Constatação de fatos semelhantes na vida real. Grupo 3: 
MAURO, 14 anos:
Eu já vi acontecer igual no AA na cidade da minha mãe. A mulher estava grávida, aí o marido bateu nela. Juntaram-se oito pessoas e mataram ele.
A utilidade do telejornal AA segundo o grupo 3:
RONALDO, 16 anos:
Tem muitos amigos nossos que usam drogas, a gente diz pra parar. Tem muitos que usam drogas e matam irmãos, os filhos... Lá na (quadra) 19 o cara usou droga, matou o irmão dele afogado. Eu acho que a pessoa antes de usar deveria pensar no problema que vai causar na sociedade. Isso atrasa muito a pessoa. A televisão, principalmente o AA ajudam, explicam que a pessoa deve pensar antes de usar, saber o que está fazendo.
JACI, 15 anos:
Na televisão a gente vê muitas coisas ruins nos jornais, no AA, por exemplo. Eu acho que eles dão um exemplo pra gente, pra não fazer azuilo. Eles falam que se a gente fazer aquelas coisas, o mundo vai ficando cada vez pior. Eles dão o exemplo pra gente aprender.
ROSA, 13 anos:
No AA de ontem eu vi que eles contaram que três meninas estudavam à noite. Aí uma delas falou que as outras duas podiam ir na frente, que ela ia atrás. Aí em vez delas andarem em grupo como elas estavam fazendo, elas desmancharam o grupo. A primeira foi atrás. Aí o cara pegou ela e estrupou. Ela podia ter andado em grupo que evitava isso.
42. No nível psicológico fica evidente a negação constante dos valores dos pobres na televisão age como uma engrenagem gigantesca de produção de sentimento de inferioridade e impotência que , sem dúvida, contribuem para a ação cega, sem reflexão que causam os crimes e as mortes. A impossibilidade de conhecer a verdadeira vida e valores dos ricos aumentam, nas classes pobres o ódio decorrente da consciência da exploração material.
43. Ao ler os comentários, percebemos imediatamente uma gradação. Os do grupo 1 são caracterizados pela dúvida sobre a existência ou não da violência criminal extrema no ambiente familiar ou no bairro entre as pessoas pobres. Essa dúvida se traduz na discussão sobre o maior ou menor teor de "realidade" do telejornal Aqui e Agora, e mostra que a violência está menos presente no cotidiano do grupo 1.
44. Se eles admitem que alguma realidade existe atrás dos crimes e atos de violência apresentados no telejornal, essa realidade continua estranha e incompreensível. Ela "tem muito pouco "nexo" ou é "impossível a relacionar" (Dario) com a própria realidade.
45. Este estranhamento faz com que eles considerem os fatos noticiados como "pequenos" (Nuno), esquecendo a grande importância que uma morte trágica pode ter para uma família. 
46. As palavra, os rostos, as roupas da real gente pobre que aparece no Aqui e Agora, no entender dos telespectadores do grupo 1, parecem irreais, programados para fazer rir. A Globo, ao contrário, "é mais bonita, está mais de acordo com o que você vai pensar." Para eles, na televisão ou na vida real os pobres são atores de uma comédia inacreditável. A vida não pode ser vivida da maneira mostrada no Aqui e Agora porque se assim fosse "todo mundo tem que se matar". 
47. Esta visão ignora o real mundo dos pobres devido à distância social que os separa e ao trabalho ideológico eficaz da televisão originou sem dúvida a complacência e apoio que deram as classes alta e média-alta ao extermínio das crianças e adolescentes de rua pela polícia na época das entrevistas e ainda hoje.
48. Quanto à utilidade de um jornal como o Aqui e Agora para o grupo 1, estão presentes nos seus depoimentos, indicações de que ela oscila entre duas principais idéias. De um lado a função seria cômica, ou seja, o jornal seria feito para que o grupo 1 e parte do grupo 2 pudessem "rir" da existência trágica do grupo 3."Aquilo lá é pra classe média baixa e medíocre ou pra dar risada como comédia. De outro lado, a função seria o "aproveitamento" pelas redes de televisão para ganhar audiência explorando a vida pessoal dos pobres. Para eles próprios, para a vida cotidiana do grupo 1 e parte do grupo 2 não existe utilidade no telejornal Aqui e Agora. Nesse ponto, para esses telespectadores a Globo é muito mais útil porque ensina os segredos do consumo e reproduz os valores de sua classe.
49. O grupo 2 se divide em dois campos. O que pensa como a maioria do grupo 1 e o que admite a existência real da representação do mundo pelo Aqui e Agora. Alguns deles já passaram por dificuldades materiais.
50. O grupo 3 está completamente submerso no mundo representado no Aqui e Agora, na medida em que toma para si a representação dada pela televisão da sua própria classe. A questão de saber se o que o telejornal mostra é real ou não nem se coloca, visto que eles vêm acontecer casos semelhantes no seu dia-a-dia.
51. Os depoimentos de Mauro, Ronaldo, Jaci e Rosa mostram a interpretação do AA a partir da verdadeira experiência de vida da classe que ocupa as favelas. Para eles o jornal não esgota a realidade mas pode servir para orientar sobre situações críticas. Para estes jovens, a aprendizagem dos códigos vigentes no mundo da violência se dá na vizinhança e mesmo em casa.
52. Estratégias de defesa pessoal, proteção, uso de armas, tudo isso tem um grande sentido na experiência desta classe. Por isso eles não acham o conteúdo do Aqui e Agora engraçado e nem desprovido de nexo. Para eles o telejornal é o relato de algumas experiências do tipo que a maioria deles já confrontou ou confrontará um dia.
53. Para isso também o Aqui e Agora ocupa uma função importante para esse grupo. Ele funciona como um alerta para o perigo que eles podem vir a encontrar no futuro cuja ameaça é constante. Os conteúdos das notícias, nesse caso, servem como material para preparação das crianças e jovens à vivência da sua própria realidade.
54. A discussão na televisão dos perigos vivdos pelos telespectadores do grupo 3, apesar de reduzir a imagem do grupo à confrontação e produção de volência, serve aos telespectadores jovens como exemplo. Ensina a refletir sobre o uso de drogas (Ronaldo) ou mostra táticas de proteção contra o crime (Rosa).
Conclusão
55. O estudo do telejornal e da respectivas opiniões dos jovens mostra como, apesar do alto grau de imprevisibilidade do ato da interpretação humana no universo de imagens que atravessa cotidianamente o aparelho da televisão, é possível delinear, através delas, tendências interpretativas observando como elas se desdobram e se diferenciam entre os indivíduos e grupos a partir de sua experiência sócio-econômica.
56. A partir dos resultados deste processo pode-se perceber como a televisão brasileira colabora para o aumento do abismo entre desenvolvimento e sub-desenvolvimento, e consequentemente entre participação e marginalização do mercado de consumo.
57. Na construção da representação dos indivíduos e grupos sociais certas redes de televisão em especial criam modelos fixos pautando-se em um suposto conhecimento dos modos de vida e consciência destes indivíduos ou grupos. Ora, não há nada que autorize estas redes a declarar a imparcialidade declarada, uma vez que quem faz televisão dentro delas são representantes das classes média e média-alta. Exceptuando determinados programas como os documentários científicos e na área da ficção as adaptações literárias de consagrado teor realístico contido na própria ficção, (as séries "Grande Sertão Veredas", "O Tempo e o Vento" são alguns exemplos) que contam com autoria de sensibilidades privilegiadas na capacidade de captar elaborar e transmitir de forma pura a realidade vivida pelas classes populares brasileiras, a lógica geral da televisão é a pobreza da composição representativa.
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