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CPI
1- DEFINIÇÃO 
As Comissões Parlamentares de Inquérito, são comissões temporárias compostas por Deputados Federais ou por Senadores, ou ainda compostas por Deputados Federais e Senadores – Ocasião em que recebe o nome de CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito). 
São comissões fiscalizatórias que exercem uma função investigativa típica do Poder Legislativo de apuração de fato determinado com prazo certo, devendo, se for o caso, encaminhar seus relatórios para o Ministério Público para responsabilização civil ou penal dos envolvidos.Entretanto; para que haja a instauração de uma dessas comissões é necessário que sejam recolhidas as assinaturas de um terço dos Deputados Federais (1/3 de 513=171 Deputados), para uma comissão formada na Câmara dos Deputados; ou de um terço das assinaturas dos Senadores Federais (1/3 de 81=27 Senadores), para uma comissão formada no âmbito do Senado; ou ainda, de um terço de assinaturas dos Deputados Federais mais um terço de assinaturas dos Senadores Federais, para instauração de uma CPI no recinto do Congresso Nacional (1/3 de 513 + 1/3 de 81= 198), como apregoa o § 3º do artigo 58,CF/88: [...] serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros [...]
2- FINALIDADE, LIMITAÇÕES E PODERES;
O poder Legislativo, ao qual se incumbe a competência de instauração de CPI ou CPMI, goza de duas funções típicas: Legislar e Fiscalizar. De tal modo, como debatido anteriormente, as CPI’s e CPMI’s têm por finalidade fiscalizar um fato determinado (por tempo certo) como prevê o art. 58 § 3º:
As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados Federais e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores. (CF/88, ART 58, § 3º)
Assim, é notório que as comissões não têm a prerrogativa de atribuir alguma sanção, mas somente, a faculdade de oferecer ou não o relatório ao MP para oferecimento de Denúncia. Nesse enfoque, FERNANDES (2014, p. 793) afirma que as CPI’s e CPMI’s gozam dos mesmos poderes que usufruem os juízes na fase de instrução processual, logo, aquelas estão expostas aos mesmos limites principiológicos que estes.
Primeiramente, há o limite da fundamentação das decisões, por este limite, se não houver a fundamentação necessária, a decisão será eivada de nulidade. Em analogia às sentenças judiciais, às quais quando obscuras, cabem Embargos de Declaração, nas CPI’s e CPMI’s também são passíveis desse instrumento para esclarecimento. Ainda, é passível de Mandado de Segurança ou Habeas Corpus, para fazer-se cessar a ofensa, se não forem fundamentadas as sentenças.
Outro princípio que limita e rege essas comissões é o da colegialidade. Esse prevê que as decisões devem ser tomadas por um colegiado e por maioria dos votos de seus integrantes. Esse princípio é muito importante, pois não há a prevalência de uma única opinião. Mais um princípio que limita as Comissões é o nexo de causa com a coisa pública, ou seja, as CPI’s e CPMI’s não podem investigar quaisquer assuntos, mas somente aqueles que guardam contrariedade a bens serviços ou interesses públicos.
Por fim, tais comissões são regidas pelo princípio federativo, por meio do qual não podem transigir em assuntos de âmbito estadual ou municipal, mas somente em assuntos nacionais, obedecendo à hierarquia e a autonomia do Estado Federativo Brasileiro.
Por outro lado, no que concerne aos poderes e medidas que são dispostos por tais comissões, independentes de requisição judicial, as comissões podem quebrar sigilos bancário, fiscal e de dados. Podem também realizar oitiva de testemunhas (resguardado às testemunhas e investigados o direito constitucional de manter-se em silêncio para não constituir provas contra si próprio) conforme informativo 607 do STF. Por fim, podem realizar buscas e apreensões genéricas. Outra benesse que vem sendo atribuída pelo STF, embora não prevista dentre os poderes que lhe cabem, é o compartilhamento de dados de uma CPI para outra, prática considerada legal pelo Supremo Tribunal Federal, conforme julgado do Ministro Joaquim Barbosa.
Com base nesses direcionamentos do Supremo Tribunal, os parlamentares, em maio de 2014, conforme caso em anexo, solicitam ao egrégio tribunal o compartilhamento dos dados obtidos com a operação lava jato, realizada pela Polícia Federal, operação que prendeu o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Entretanto, tal requerimento foi indeferido pelo ministro Teori Zavascki. Como todas as decisões devem ser fundamentadas- princípio da obrigatoriedade da fundamentação-, o ministro alegou que “o sigilo só pode ser derrubado se for aceita denúncia contra os envolvidos no suposto esquema”, porém; ainda não foi ofertada a denúncia penal, pois a questão ainda está em fase investigatória, com fulcro no jornal ‘O Globo’ de 10/10/2014.
Em se tratando das vedações que se aplicam às citadas comissões, incluem-se: proibição de determinar prisão preventiva ou temporária, pois essa prerrogativa é pertinente somente ao Poder Judiciário em seu Poder Geral de Cautela. Entretanto, FERNANDES (2014) põe em voga a possibilidade de prisão em flagrante delito que as comissões podem realizar, não como prerrogativa, mas porque a Constituição Federalde 1988 atribui esse direito a todos os cidadãos, logo os parlamentares podem prender em flagrante delito por falso testemunho ou por desacato à autoridade.
Além disso, não podem praticar arresto, sequestro, impedimento ou hipoteca de bens dos investigados. Nem podem impedir que testemunhas ou investigados saiam da cidade ou do país. Nem obstar o acompanhamento de advogados a testemunhas ou investigados, mesmo que em reuniões secretas. Por fim, em se tratando das vedações, as CPI’s não podem determinar interceptação telefônica, nem busca e apreensão domiciliar, pois essas atividades estão sob o poder de Jurisdição detidos pelo Judiciário, logo, para fazerem uso desses instrumentos devem solicitar autorização ao Judiciário.

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