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Necrose e Lesão Celular

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Anatomia Patológica – Aula 3 (12/08)
NECROSE:
Necrose é uma situação tecidual, que acompanha diversas patologias onde há dano celular.
A célula é muito dependente do microambiente, que deve ser favorável, desta forma ela responde às alterações. Essa característica (de ser dependente do microambiente) permite a realização de clonagem, pega-se uma célula que vive na mama e coloca em outro microambiente diferente e consegue “desprogramar” a célula.
Por qual motivo uma célula tem funções diferentes, ou seja, uma produz leite, outra sêmen e assim por diante? Isto acontece, pois, tem-se descendência de genes diferentes, mas todas tem o mesmo gene. Exemplo muito bom para entendermos isto: Funciona como uma chave magnética de um quadro de força, existe 60 chaves magnéticas, dependendo do modo que você liga diferentes chaves, cômodos diferentes estarão ligados.
Necrose é a morte tecidual, estabelece-se como um processo contínuo às vezes autolimitado ou não, quando isto não ocorre o médico tem que intervir para impedir a morte. Tem como regra ter no plano de fundo um processo inflamatório que ela mesma desencadeia. A morte por necrose é detectada pelo organismo. Quando a célula morre por necrose ocorre um processo em cadeia, ocorre uma explosão, uma desintegração com derramamento na matriz circunjacente seu conteúdo ácido, causa um processo inflamatório associado. Necrose sempre associado a um processo patológico.
Apoptose é um processo de defesa, que não afeta outras células (não tem processo inflamatório). Pode estar associado ou não a um processo patológico.
Gangrena é um tipo de necrose, pode muitas vezes cheirar mal devido à colonização de bactérias, e muitos organismos são saprófitos (produzem gases).
Apesar de sermos diariamente bombardeados por agentes maléficos ao organismo, não morremos tão fácil, pois nossas células tem a capacidade de suportar o grau de lesão. 
Existe dois padrões principais de morte celular, necrose e apoptose. A necrose é o tipo de morte celular que ocorre após estresses anormais como: isquemia e lesão química, sendo SEMPRE patológica. A apoptose ocorre quando a célula morre devido à ativação de um programa de suicídio controlado internamente, é projetado para eliminar células indesejáveis durante a embriogênese e em vários processos fisiológicos.
Definição: Necrose é a morte de parte de um organismo vivo. Podem atingir células isoladas, áreas de um tecido ou órgãos inteiros. Tecido necrótico = tecido morto.
É a ação degradativa progressiva de enzimas sobre a célula letalmente lesada levando a uma digestão enzimática da mesma e desnaturação de proteínas, que ocorre após a morte celular.
A necrose é sempre um processo patológico e desordenado de morte celular, causado por fatores que levam à lesão celular irreversível e consequente morte celular.
Sempre leva a um processo inflamatório, pois o tecido é agredido.
LESÃO CELULAR:
Célula submetida a um stress fisiológico ou estimulo patogênico -> adaptações celulares morfológicas.
Quando os limites de adaptação são ultrapassados segue uma sequencia de eventos chamados de injúria celular levando a morte. Depende do grau e cronicidade. 
Exemplo: Ampola de Césio. O que acontece é uma injúria tão grande que a célula não conseguiu se adaptar. 
A injúria celular é reversível até certo ponto (depende da persistência do estímulo e sua intensidade). Após este limite, a célula sofre injúria irreversível e morte.
Tipos de morte:
Necrose
Apoptose
Senescência (envelhecimento)
Reparar x Regenerar x Cicatrizar
Reparar é consertar independente do processo. Pode reparar por um processo de regeneração ou cicatrização.
Regenerar é reconstituir sua forma e função perfeitamente. O tecido que faz isso muito bem são os epitélios.
Cicatrização só acontece em conjuntivo, não há cicatrização em músculo (pode regenerar). Pode ser ou não benéfico para o organismo. Exemplo: cicatrização do Rim (maléfico) –> não tem glomérulo, não tem corpúsculo, não faz filtração, etc...
Todo órgão tem tecido conjuntivo, pois está carregando os vasos sanguíneos. Estes conjuntivos que proliferam para fazer um fibrose de cicatrização não desejável, quando um tecido morre por um processo necrótico, é um remendo feito por síntese colágeno -> um processo de cicatrização. Exceto pelo SNC.
 
 Adaptação 
Injúria reversível
Injúria irreversível
Morte celular 1) Necrose (sempre patológico)
 2) Apoptose(pode ser patológica ou fisiológica)
Causas gerais de lesão celular:
Hipóxia
Agente físicos
Agentes químicos e drogas 
Agentes infecciosos
Reações imunológicas
Desequilíbrios nutricionais
As menores alterações no microambiente celular já são sentidas pela célula, sofrendo algum tipo de alteração. A mitocôndria é a primeira organela a sofrer. Faltou O2, aumento da acidez, alteração do DNA celular. Mitocôndria em falência -> célula morre
Mitocôndria incha -> edema mitocondrial, tem chance de salvar. Quando a mitocôndria perde as cristas, libera os citocromos -> acabou a célula.
Lesão irreversível: Acontece quando as mitocôndrias entram em falência.
Mecanismos da injuria celular:
Queda de energia (ATP) 
Aumento da permeabilidade celular 
Aumento da concentração citoplasmática da Ca++
Aumento da concentração de radicais livres e espécies reativas de oxigênio (ERO)
Danos na membrana plasmática e alteração da permeabilidade
Danos no DNA e nas proteínas estruturais (citoesqueleto)
EXPLICAÇÃO: Quando ocorre a morte da mitocôndria, acontece uma queda de energia, visto que as mitocôndrias são as usinas de energia da célula. Sem usinas de energias ocorre um “blackout celular”. Quando falta energia, a célula começa sofrer alterações muito importantes e quem mantem a integridade da membrana celular é a energia. Então quando começa faltar ATP, tem-se uma alteração imediata na permeabilidade das membranas celulares, se tornam mais permeáveis, isto causará várias falências em bombas iônicas, entre elas a de Na-K e a de Ca, que culminará com um aumento muito grande da concentração de Cálcio dentro da célula e também com o aumento da concentração de radicais livres e espécies reativas de oxigênio (como água oxigenada). Nós fabricamos água oxigenada, só que esta é eliminada pelas células, quando a quantidade é muito grande, a célula morre. Vitamina C (antioxidante) é muito bem vinda na dieta pois controla a quantidade de EROS.
Quem mantém a membrana celular é a energia, se ela está em baixa, teremos uma alteração na permeabilidade celular.
Explicação: Do tronco para frente -> isquemia (faltou sangue, faltou oxigênio. Cadeia respiratória pára.)
Quando falta oxigênio, falta ATP, parou de produzir ATP haverá uma alteração na bomba sódio e potássio, vai entrar muito sódio na célula e sair potássio, quando começará a ter acumulo de sódio dentro do citoplasma haverá um acumulo de agua (que será “puxada” para dentro), começará a ter manifestação do edema celular, edema do reticulo endoplasmático, com alteração do endoesqueleto celular (que é a entidade proteica que mantém a forma celular). Quando este endoesqueleto se desfaz a célula começa a perder a forma, além do que a membrana também está se alterando, se desfazendo, então a célula vai se embolhar (formar bolhas de fragmentação). Ao mesmo tempo ocorrerá uma alteração nuclear importante, com liberação dos ribossomos do retículo endoplasmático rugoso, pára a síntese proteica.
** A afinidade tintorial do citoplasma desta célula que está morrendo pelo processo de necrose no HE é acidofilia, tem a tendência de ficar corado no rosa muito intenso, quase vermelho. Com núcleos alterados ou até mesmo ausentes.
Alterações na membrana celular:
Formação de bolhas na superfície (destacamento da membrana do citoesqueleto)
Ruptura (enfraquecimento decorrente da redução da síntese proteica e alteração nos ácidos graxos dos fosfolipídios)
Junções intercelulares frouxas oudesaparecem (alterações estruturais da membrana)
Alterações nas mitocôndrias:
Condensação da matriz mitocondrial (deficiência de oxigênio)
Tumefação mitocondrial (expansão da câmara interna leva a redução do número de cristas, que vão achatando até o desaparecimento completo – cristólise)
Grânulos eletrondensos na matriz como material flocular (formados a partir de material lipoproteico originado da destruição da membrana interna.) São formados a partir da degeneração de citocromos e das plataformas.
TUMEFAÇÃO MITOCONDRIAL, CONSERVANDO A ARQUITETURA DAS CRISTAS, É UMA LESÃO REVERSÍVEL. PERDA DAS CRISTAS E APARECIMENTO DE ESTRUTURAS AMORFAS SÃO INDICATIVOS DE LESÃO IRREVERSÍVEL.
Fig. 1 Fig.2 Fig.3
Na figura 3 é possível observar essas “bolas” que são mitocôndrias lesadas (não há cristas) e o conteúdo da mitocondrial foi desfigurado, dentro dela há apenas um material amorfo não identificado, portanto essa mitocôndria não produz energia.
Tudo que é mais escuro é eletrodenso.
Tudo o que é mais claro é eletrolúcido (ou menos eletrodenso.)
Alterações nucleares em microscopia de luz:
Alterações nucleares:
Pienose (gr. Picnos = espessamento): o núcleo apresenta um volume reduzido e torna-se hipercorado, tendo sua cromatina condensada, característico na apoptose;
Cariorrexe ( gr: “Rhexes = Ruptura): a cromatina adquire uma distribuição irregular, podendo se acumular em grumos na membrana nuclear, há perda dos limites nucleares;
Cariólise ou cromatólise: (gr. Lysis = dissolução): há dissolução da cromatina e perda da coloração do núcleo, o qual desaparece completamente.
Se a célula estiver morrendo o núcleo estará em pienose, necessariamente.
Alterações citoplasmáticas: 
Aumento da acidofilia citoplasmática: devido ao desacoplamento ribossômico (diminuição de RNA no citosol), ao aumento de acido láctico no citosol, e à desnaturação de cadeias peptídicas com incremento de cargas negativas.
Granulação citoplasmática: devido à tumefação e posterior ruptura de organelas (principalmente mitocôndrias e REL)
Homogeneização citoplasmática: com a lise das organelas e coagulação das proteínas forma-se uma massa opaca e acidófila, vista principalmente nas necroses coagulativas.
Ruptura da membrana celular: com liberação do material intracelular, formando uma massa indistinta eosinofílica homogênea, vista principalmente nas necroses de caseificação.
 Diferenças nas duas imagens: Alteração da cor, ausência de núcleos. Porém é possível enxergar o formato da célula.
 
Tipos de necrose: Padrões Morfológicos
Necrose de Coagulação: É A MAIS COMUM!!!! (ocorre uma coagulação de proteínas.) É o tipo mais comum de necrose podendo ser chamada de necrose isquêmica.
Macroscopicamente:
- Amarelo pálido
- Sem brilho
- Limites mais ou menos precisos de forma irregular ou triangular, dependendo do órgão atingido e do tipo de circulação.
Podemos observar:
Preservação do contorno básico da célula coagulada por pelo menos alguns dias
Aumento da acidose intracelular:
- desnatura as proteínas estruturais e enzimáticas
- acelera a proteólise da célula
Ex: Ao observar um fígado com necrose de coagulação, os hepatócitos estão sem núcleos, avermelhado, mas ainda é possível observar as margens, e pelo formato podemos enxergar e identificar.
SE OCORRER ABCESSO NÃO SERÁ NECROSE DE COAGULAÇÃO.
 Macroscopicamente Microscopicamente
Causada por isquemia
Desnaturação das proteínas estruturais
Digestão enzimática das células 
Arquitetura do tecido preservada
Ocorre em órgãos como coração, baço, fígado e rim
NÃO OCORRE NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL (Sempre se determina uma necrose do tipo liquefativa) 
Normalmente a célula fagocitica do S. Nervoso é a micróglia, mas em processos necróticos os macrófagos também ajudam e a cicatriz é denominada gliose e não fibrose.
 
NORMALMENTE LESÃO EM FORMA DE CUNHA.

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