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SLIDES Winnicott

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O desenvolvimento humano segundo Winnicott
desenvolvimento da infância e adolescência
Foi um dos primeiros autores a hierarquizar o papel da mãe no funcionamento mental da criança. 
Donald Winnicott (1896 – 1971) pediatra e psicanalista inglês
Na teoria psicanalista de Winnicott o ser humano não é apresentado como um objeto da natureza, mas sim como uma pessoa que para existir precisa do cuidado e atenção de outro ser humano.
Considerou que a mãe intervém como ativa construtora do espaço mental da criança. 
O desenvolvimento do lactente durante a fase de holding
Para o bebê, sua mãe e ele próprio constituem uma única pessoa. A mãe não é ainda um objeto distinto, ela é um ambiente total, uma mãe-universo e o bebê não passa de uma pequena parcela dessa imensa unidade.
(Winnicott, 1983) 
A capacidade da mãe em se identificar com seu filho permite-lhe satisfazer a função de holding.
A função do holding em termos psicológicos é fornecer apoio egóico, em particular na fase de dependência absoluta antes do aparecimento da integração do ego.
A expressão "viver com" implica relações objetais, e a emergência do lactente do estado de estar fundido com a mãe, e sua percepção dos objetos como externos a ele próprio.
O holding inclui principalmente o segurar fisicamente o bebê, que é uma forma de amar; contudo, também se amplia a ponto de incluir a provisão ambiental total - anterior ao conceito de viver com, isto é, como uma pessoa separada que se relaciona com outras pessoas separadas dele.
O holding protege o bebê da agressão fisiológica. Leva em conta a sensibilidade cutânea do lactente - tato, temperatura, sensibilidade visual, sensibilidade à queda e a falta de conhecimento do lactente da existência de qualquer coisa que não seja ele mesmo. 
Não há possibilidade alguma de um bebê progredir do princípio de prazer para o princípio de realidade ou no sentido, de para além dela, da identificação primária a menos que exista uma mãe suficientemente boa.
 
 O desenvolvimento depende de
 um ambiente suficientemente bom.
A mãe, no começo, através de uma adaptação quase completa, propicia ao bebê a oportunidade para a ilusão de que o seio dela faz parte do bebê, de que está, por assim dizer, sob o controle mágico do bebê. 
A onipotência é quase um fato da experiência. A tarefa final da mãe consiste em desiludir gradativamente o bebê, mas sem esperança de sucesso, a menos que, a princípio, tenha podido propiciar oportunidades suficientes para a ilusão.
A ilusão de que o mundo é criado por ele, concedendo-lhe, assim, a experiência da onipotência primária, base do fazer criativo.
 
E a percepção criativa da realidade é uma experiência do self, núcleo singular de cada indivíduo.
Mãe suficientemente boa
Mantém a ilusão da fusão: consciência da separabilidade se dá paulatinamente.
A base da estabilidade mental depende das experiências iniciais com a mãe e, principalmente, de seu estado emocional. 
O êxito no cuidado infantil depende da devoção, e não de "jeito" ou esclarecimento intelectual.
Mãe suficientemente boa
A “mãe” suficientemente boa (não necessariamente a própria mãe do bebê) é aquela que efetua uma adaptação ativa às necessidades do bebê, uma adaptação que diminui gradativamente, segundo a crescente capacidade deste em aquilatar o fracasso da adaptação e em tolerar os resultados da frustração. 
Objetos transicionais e Fenômenos transicionais
“Introduzi os termos “objetos transicionais” e “fenômenos transicionais” para designar a área intermediária de experiência, entre o polegar e o ursinho, entre o erotismo oral e a verdadeira relação de objeto, entre a atividade criativa primária e a projeção do que já foi introjetado”.
Objetos transicionais e Fenômenos transicionais
O objeto transicional representa a primeira posse “não eu” da criança - caráter de intermediação entre o seu mundo interno e externo.
- Um processo evolutivo, como etapa do desenvolvimento;
- Vinculado às angústias de separação e às defesas contra elas;
O objeto transicional está situado em uma zona intermediária, na qual a criança se exercita na experimentação com objetos, mesmo que estejam fora, sente como parte de si mesma.
Objetos transicionais e Fenômenos transicionais
O uso de um objeto simboliza a união de duas coisas agora separadas, bebê e mãe, no ponto, no tempo e no espaço, do início de seu estado de separação.
Objetos transicionais e Fenômenos transicionais
O objeto transicional não é o pano ou o ursinho que o bebê manipula – não é tanto o objeto usado, mas o uso do objeto. 
Não é o objeto, naturalmente, que é transicional. Ele representa a transição do bebê de um estado em que este está fundido com a mãe para um estado em que está em relação com ela como algo externo e separado. 
Quase sempre se faz referência a isso como sendo o ponto em que a criança, pelo crescimento, se liberta de um tipo narcísico de relação de objeto. 
Objetos transicionais e Fenômenos transicionais
Onde há confiança e fidedignidade há também um espaço potencial, espaço que pode tornar-se uma área infinita de separação, e o bebê, a criança, o adolescente e adulto podem preenchê-la criativamente com o brincar, que, com o tempo, se transforma na fruição da herança cultural.
 
Espaço potencial
Objetos transicionais e fenômenos transicionais assinalam a origem da vida cultural do indivíduo. O lugar em que a experiência cultural se localiza está no espaço potencial existente entre o indivíduo e o meio ambiente. 
O uso do espaço potencial é determinado pelas experiências de vida que se efetuam nos estádios primitivos da existência
O espaço potencial 
É extremamente variável de indivíduo para indivíduo e seu fundamento está na confiança que a mãe inspira ao bebê, confiança experimentada por um período suficientemente longo, no estádio decisivo da separação entre o não eu e o eu, quando o estabelecimento de um eu (self) autônomo se encontra no estádio inicial.
Psicopatologia dos fenômenos transicionais
Em determinadas condições, o fenômeno ou objeto transicional pode ter uma evolução patológica, ou mesmo se associar a certas condições anormais.
Podemos observar o objeto sendo descatexizado. 
 
Exatamente antes da perda, podemos às vezes perceber o exagero do uso de um objeto transicional como parte da negação de que haja ameaça de ele se tornar sem sentido. 
Psicopatologia dos fenômenos transicionais
 Hiperinvestimento – como tentativa de negação 
- Origem da perversão e do uso fetichizado do objeto.
- toxicomania - em geral notamos uma fixação exacerbada a um objeto como única fonte de prazer é uma espécie de objeto-fetiche.
- Fetichismo - negar um aspecto da realidade que é intolerável 
O espaço potencial, no último caso, não tem significação, porque nunca houve como erigir um sentimento de confiança combinada com fidedignidade, e, portanto, não houve uma auto realização relaxada. 
Winnicott propõe que no bebê, na ausência da mãe, há uma imagem mental dela que permanece viva até certo ponto, por um intervalo de tempo que varia de acordo com seu grau de maturidade; além desse ponto, a imagem esmaece e os fenômenos transicionais perdem sentido, ocorrendo um desinvestimento.
Quando o mundo e os objetos ameaça esmaecer, os mesmos são hiperinvestidos com objetivo de se preservar o self. 
Self 
A falta de holding adequado provoca uma alteração no desenvolvimento cria-se uma “casca” (o falso self) em extensão da qual o indivíduo cresce, enquanto o “núcleo” (o verdadeiro self) permanece oculto e sem poder se desenvolver.
Self 
Podemos, então, entender o falso self como uma defesa que oculta e protege o verdadeiro self. 
 
Na medida em que o verdadeiro self é a fonte dos impulsos pessoais, a existência por meio de um falso self torna a vida esvaziada de sentido e permeada por um senso de irrealidade e de que a vida não vale a pena.
 
O falso self que se implanta como real, em total submissão, onde o self verdadeiro permanece
oculto, o que implica na ausência do que poderíamos chamar de gesto espontâneo.
 
Se distinguir-se pelo predomínio de um determinado traço de caráter (patológico) que “invade” a conduta de uma pessoa - traços impulsivos, obsessivos, narcisistas, etc.
Self
Nos casos mais próximos da saúde, o self falso age como uma defesa do verdadeiro, a quem protege sem substituir. 
Nos casos mais graves, o self falso substitui o real e o indivíduo. 
O falso self, especialmente quando se encontra no extremo mais patológico da escala, é acompanhado geralmente por uma sensação subjetiva de vazio, futilidade e irrealidade. 
Self
Na saúde o self falso se encontra representado por toda a organização da atitude social cortês e bem educada. 
Produziu-se um aumento da capacidade do individuo para renunciar a onipotência e ao processo primário, em geral, ganhando assim um lugar na sociedade que jamais se pode conseguir manter mediante unicamente o self verdadeiro. 
Bibliografia
Winnicott, D. W. (1971). O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago Ed.
Winnicott, D. W. (1983). O ambiente e os processos de maturação: estudos sobre a teoria do desenvolvimento emocional. Porto Alegre: Artes Médicas.
Winnicott, D. W. (2000). Da pediatria à psicanálise: obras escolhidas. Rio de Janeiro: Imago Ed.
https://psicologado.com/abordagens/psicanalise/winnicott-principais-conceitos
 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-03942009000200005

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