3- Condições Históricas para o surgimento da Filosofia

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Disciplina: FILOSOFIA
 
 Profª Maria Clélia Pinto Coelho
UNIDADE I
MITO E RAZÃO (2)
  
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Filosofia
II - Condições Históricas para o surgimento da Filosofia:
 O que tornou possível o surgimento da Filosofia na Grécia, no final do século VII e no início do século VI a.C.?
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Filosofia
1° - As viagens marítimas – que produziram o desencantamento do mundo;
2° - A invenção do calendário – que possibilitou a percepção do tempo como algo natural;
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Filosofia
3° - A invenção da moeda – que introduziu o cálculo, superando a troca das coisas pelas coisas;
4° - O surgimento da vida urbana – que possibilitou o desenvolvimento de novas relações sociais, fazendo surgir novas classes em substituição às famílias da aristocracia;
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Filosofia
5° - A invenção da escrita alfabética – que revelou o crescimento da capacidade de abstração e de generalização, como a do calendário e o da moeda. 
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Filosofia
6° - A invenção da política:
Que introduz a idéia da lei, como expressão da vontade de uma coletividade humana;
Que inaugura o surgimento de um espaço público: PÓLIS - cidade política. O cidadão emitindo opinião em público.
Que estimula um pensamento e um discurso (não formulados por seitas secretas, misteriosas, mas pela razão).
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Filosofia
III - Os principais traços da Filosofia, na época de seu nascimento:
 a) Tendência à racionalidade = os gregos foram os primeiros a definir o ser humano como animal racional;
 
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Filosofia
b) Recusa de explicações pré-estabelecidas = para cada fato encontra-se uma explicação racional;
c) Tendência à argumentação e ao debate = oferecer respostas conclusivas para questões, dificuldades e problemas;
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Filosofia
d) Capacidade de diferenciação = mostrar que fatos ou coisas que aparecem como iguais ou semelhantes são, na verdade, diferentes quando examinados pelo pensamento ou pela razão;
 
 ANÁLISE: “ação de desligar / SEPARAR, resolução de um todo em suas partes”
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Filosofia
e) Capacidade de generalização = mostrar que uma explicação tem validade para muitas coisas diferentes ou para muitos fatos diversos. 
SÍNTESE: “reunião ou FUSÃO DE VÁRIAS COISAS numa união íntima para formar um todo”. 
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Filosofia
IV – O Legado (o que deixou para a humanidade) da Cultura Grega:
1° - A idéia de que o conhecimento verdadeiro deve encontrar AS LEIS E OS PRINCÍPIOS UNIVERSAIS e necessários do objeto conhecido e deve demonstrar sua verdade por meio de provas ou argumentos racionais.
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Filosofia
2° - A idéia de que a natureza segue uma ORDEM NECESSÁRIA E UNIVERSAL e não casual ou acidental (mais tarde comprovada pelas leis da física: Galileu Galilei, Isaac Newton, Albert Einstein);
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Filosofia
 
3° - A idéia de que a razão ou nosso pensamento também opera OBEDECENDO A PRINCÍPIOS, LEIS, REGRAS E NORMAS UNIVERSAIS necessárias, com os quais podemos distinguir o verdadeiro do falso (lei da negação e afirmação, da identidade, da diferença, da contradição e da alternativa);
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Filosofia
4° - A idéia de que as práticas humanas, isto é, a ação moral, a política, as artes dependem da VONTADE LIVRE, da deliberação e da discussão, de uma escolha passional ou racional, de nossas preferências e opiniões. O agir humano exprime a conduta de um ser racional dotado de vontade e liberdade;
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Filosofia
5° - A idéia de que os ACONTECIMENTOS NATURAIS E HUMANOS SÃO NECESSÁRIOS, porque obedecem a leis (naturais ou da natureza humana). 
 
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Filosofia
6° - A idéia de que os seres humanos naturalmente aspiram ao CONHECIMENTO VERDADEIRO (pois são seres racionais), À JUSTIÇA (pois são seres dotados de vontade livre) e À FELICIDADE (pois são seres dotados de emoções e desejos). 
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Filosofia
A Cultura Grega estabelece a diferença entre: 
 o necessário (que é o real), 
 o acaso (que não temos o poder de escolher) e 
 o possível (que temos o poder de escolher e fazer). 
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Filosofia
E, estas diferenças garantidas pela Filosofia Grega, nos permite evitar:
 O Fatalismo = tudo acontece porque tem que acontecer. (E a existência do possível - o poder de escolher e fazer?)
 A Ilusão = podemos tudo quanto quisermos. (E a existência do necessário (o real) e do acaso (não temos o poder de escolher)?)