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5 - Sócrates e Sofistas

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Os Sofistas e Sócrates 
MARCONDES, Danilo. Iniciação à História da Filosofia. Parte 1: CAPÍTULO 3: Sócrates e os Sofistas (pag. 40 a 48). 
b) Período Socrático (Sec. V ao sec. IV a. C.) – Sócrates e Platão
 
 
 Filosofia 
Prof. Clélia Coelho
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão
b) O período socrático ou antropológico :
A Filosofia, neste período, investigou as questões humanas, ou seja, a Política, a Ética, a Virtude.....
 
Isso porque, com o desenvolvimento das cidades, do comércio, dentre outros fatores, Atenas tornou-se o centro da vida cultural, social e política da Grécia. 
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão
Nesse período assistiu-se ao momento de maior florescimento da democracia* e esta possuía, entre outras características, 02 (duas) de grande importância para o futuro da Filosofia: 
* Estudar o termo DEMOCRACIA.
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão
1° característica: a DEMOCRACIA afirmava a igualdade de todos os homens adultos perante as leis e o direito de todos de participar diretamente do governo da cidade, ou seja, da pólis; 
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão
2° característica: como consequência, a DEMOCRACIA, sendo direta e não por eleição de representantes, garantia a todos a participação no governo, e os que dele participavam tinham o direito de exprimir, discutir e defender em público suas opiniões sobre as decisões que a cidade deveria tomar. 
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão
Surgia, assim, a figura política do cidadão. 
Devemos observar, contudo, que estavam excluídos da cidadania, as pessoas que os gregos chamavam de dependentes, ou seja, mulheres, escravos, crianças e velhos, além dos estrangeiros. 
Assim, para conseguir que a opinião fosse aceita nas assembleias, o cidadão precisava saber falar e ser capaz de persuadir. 
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão
Com isso, estabeleceu como modelo ideal de educação, a formação do bom orador, ou seja, aquele que soubesse falar, discorrer em público e persuadir os outros na política. 
Nesse meio, com o objetivo de dar aos jovens esse tipo de educação, surgiram os denominados filósofos “sofistas”, considerados os primeiros filósofos do período socrático. 
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão
= Os sofistas negam a existência da verdade, ou pelo menos a possibilidade de acesso a ela. 
= Para os sofistas, o que existe são opiniões: boas e más, melhores e piores, mas jamais falsas e verdadeiras. 
= Na formulação clássica de Protágoras, “o homem é a medida de todas as coisas”, significa que, para ele cada homem seria a medida de sua própria verdade.
= Entre os sofistas, destacam-se: Protágoras, Híppias, Górgias, Isócrates.
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão
Os sofistas foram sábios que atuavam como professores ambulantes de filosofia, ensinando, a um preço estipulado, a arte da política, garantindo o sucesso dos jovens na vida política. Eles ensinavam a arte da retórica.
Os escritos dos sofistas se perderam no tempo, os conhecemos a partir de comentários de Platão, que nos deixa uma visão estereotipada dos sofistas, denominados de charlatães, pois convencem os ignorantes de um saber que, na verdade não possuem.
Para Platão, os sofistas não eram filósofos. Apesar disso, eles deixaram importantes contribuições à filosofia. Foram os primeiros a fazer uma distinção entre a physis (ordem natural) e o nomos (ordem humana). 
Eram considerados como portadores de polimatia, ou seja, se posicionavam sobre qualquer assunto. Organizaram um currículo: gramática, retórica, dialética, aritmética, geometria, astronomia e música.
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão
Os sofistas, afirmavam que os ensinamentos dos filósofos cosmologistas anteriores (PRÉ SOCRÁTICOS) estavam abarrotados com contradições e erros e que não tinham serventia para a vida da pólis (a cidade no âmbito político); 
Apresentavam-se, ainda, como mestres de retórica e oratória, garantindo ser possível ensinar aos jovens o procedimento para que fossem bons cidadãos. 
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão
Ensinado pelos sofistas, esse procedimento denominado “persuasão”, servia para que os alunos pudessem defender uma opinião X, bem como, a opinião contrária, não-X, de maneira que, numa discussão política, tivessem fortes argumentos contra ou a favor de uma opinião, assim sendo, possível que ganhassem a discussão. 
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão
Os sofistas, assim, aceitavam a validade das opiniões e das percepções sensoriais (senso comum) e trabalhavam com elas para produzir argumentos de persuasão.
Sócrates e Platão , no entanto, consideravam as opiniões e as percepções sensoriais, ou imagens das coisas, como fonte de erro, mentira e falsidade, formas imperfeitas do conhecimento que nunca alcançam a verdade plena da realidade. 
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão
 Para Sócrates, considerado o patrono da Filosofia, os sofistas corrompiam a mente dos jovens, já que defendiam qualquer ideia, se isso fosse vantajoso e faziam com que o erro e a mentira tivessem a mesma importância que a verdade. 
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão
 Todavia, houve consenso em um ponto: Sócrates concordava com os sofistas em relação aos filósofos cosmologistas:
= na época anterior, os filósofos (cosmologistas ou pré socráticos) defendiam ideias tão contrárias entre si (a partir de physis * diferentes) que não poderiam ser uma fonte segura para o conhecimento verdadeiro.
 
* A palavra grega Physis pode ser traduzida por natureza, mas seu significado é mais amplo. Refere-se também à realidade, não aquela pronta e acabada, mas a que se encontra em movimento e transformação, a que nasce e se desenvolve, o fundo eterno, perene, imortal e imperecível de onde tudo brota e para onde tudo retorna. 
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão
 Com isso, Sócrates propunha que, antes de conhecer a Natureza e antes de persuadir os demais, cada homem deveria, antes de tudo, conhecer a si mesmo. O autoconhecimento foi, assim, elevado ao patamar de necessidade filosófica principal. 
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão
Sócrates, fazia perguntas sobre as ideias, sobre os valores nos quais os gregos acreditavam e que julgavam conhecer. 
Suas perguntas deixavam os interlocutores embaraçados, irritados, curiosos, pois, quando tentavam responder ao célebre “o que é?”, descobriam, surpresos, que não sabiam responder e que nunca tinham pensado em suas crenças, seus valores e suas ideias. 
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão
Mas o pior não era isso. O pior é que as pessoas esperavam que Sócrates respondesse por elas ou para elas, que soubesse as respostas às perguntas, como os sofistas pareciam saber.
Mas, Sócrates, para desconcerto geral, dizia: “Eu também não sei, por isso estou perguntando” — donde a famosa expressão atribuída a ele: “Só sei que nada sei”. 
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão
Visto desse ângulo, podemos admitir que a consciência da própria ignorância é o ponto principal do período socrático. 
E o que buscava Sócrates? 
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão
1° - Procurava a definição daquilo que uma coisa, uma ideia, um valor é verdadeiramente.
 
2° - Procurava a essência verdadeira da coisa, da
ideia, do valor.
 
3° - Procurava o conceito e não a mera opinião que temos de nós mesmos, das coisas, das ideias e dos valores. 
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão
Então, qual a diferença entre uma opinião e um conceito? 
A opinião varia de pessoa para pessoa, de lugar para lugar, de época para época.
 É instável, mutável, depende de cada um, de seus gostos e preferências. 
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão
 O conceito, ao contrário, é uma verdade intemporal, universal e necessária que o pensamento descobre.
 Mostrando o que é a essência universal, intemporal e necessária de alguma coisa. 
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão
Por isso, Sócrates não perguntava se tal ou qual coisa era bela — pois nossa opinião sobre ela pode variar — e sim: O que é a beleza? 
Qual é a essência ou o conceito do belo? 
Do justo? 
Do amor? 
Da amizade? 
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão
Sócrates perguntava: 
Que razões rigorosas você possui para dizer o que diz e para pensar o que pensa? 
Qual é o fundamento racional daquilo que você fala e pensa? 
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão
As perguntas de Sócrates se referiam a ideias, valores, práticas e comportamentos que os atenienses julgavam certos e verdadeiros em si mesmos e por si mesmos. 
Ao fazer suas perguntas e suscitar dúvidas, Sócrates os fazia pensar não só sobre si mesmos, mas também sobre a pólis. 
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão
Ou seja, sobre aquilo que parecia evidente e que acabava sendo percebido como duvidoso e incerto. 
 Para Sócrates, àqueles que detêm o poder temem o pensamento, pois o poder é forte, se ninguém pensar! 
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão
 Sócrates (para os poderosos de Atenas) tornara-se um perigo, pois fazia a juventude pensar; 
 por isso, eles o acusaram e o condenaram a morte por “desrespeitar os deuses, corromper os jovens e violar as leis”. 
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão
Podemos concluir, então, que nesse período, a Filosofia se volta :
Para as questões humanas no plano da ação, dos comportamentos, das ideias, das crenças, dos valores e, portanto, se preocupa com as questões morais e políticas (DIFERENTE DO PERÍODO PRÉ SOCRÁTICO);
 
O ponto de partida da Filosofia torna-se a confiança no pensamento ou no homem como um ser racional, capaz de conhecer-se a si mesmo e, portanto, capaz de refletir.
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão
A preocupação dos filósofos se volta para estabelecer procedimentos que garantam que encontremos a verdade, isto é, o pensamento deve oferecer a si mesmo:
=caminhos próprios,
= critérios próprios e 
= meios próprios para saber o que é o verdadeiro e como alcançá-lo em tudo o que investiguemos.
 
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão
É feita, pela primeira vez, uma separação radical entre:
de um lado, a opinião e as imagens das coisas, trazidas pelos nossos órgãos dos sentidos, nossos hábitos, pelas tradições e pelos interesses, (período pré socrático)e,
de outro lado, as ideias (período Socrático).
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão
Esta separação radical estabelece a diferença entre SENSÍVEL e INTELIGÍVEL
Sensível = coisas materiais cujo conhecimento nos é dado pela experiência sensorial ou dos órgãos dos sentidos e pela linguagem e baseada nesses dados não alcança a verdade, a essência das coisas.
Inteligível = é o conhecimento verdadeiro que alcançamos exclusivamente pelo pensamento.
Para PLATÃO (próximo estudo):
A Filosofia é o esforço do pensamento para abandonar o sensível e passar ao inteligível.

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