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6 - Platão

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PLATÃO
b) Período Socrático (Sec. V ao sec. IV a. C.) – Sócrates e Platão
MARCONDES, Danilo. Iniciação à História da Filosofia. Parte 1: CAPÍTULO 3: Sócrates e os Sofistas (pag. 40 a 48).
 Filosofia 
Prof. Clélia
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão 
Platão apresenta 04 questões para refletir sobre a problemática do conhecimento:
1° - a possibilidade do conhecimento: é possível conhecer a realidade como ela é?
2° - a questão do método: como alcançamos o conhecimento?
3° - a questão dos instrumentos do conhecimento: os sentidos e a razão podem ser fontes do conhecimento?
4° - a questão do objeto do conhecimento: conhecemos a partir do mundo material ou da realidade superior = natureza inteligível? 
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão 
Platão, desenvolveu a noção de que o ser humano está em contato permanente com duas espécies de realidade: 
a inteligível (que pensa)
e 
a sensível (que sente). 
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão 
A realidade inteligível é uma realidade IMUTÁVEL (permanente, que não sofre mudança); 
A realidade sensível aborda todas as coisas que afetam os nossos sentidos, sendo portanto:
* realidades MUTÁVEIS, dependentes, ou seja, representações (ou cópias imperfeitas) da realidade inteligível. 
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão 
 Tal compreensão é conhecida pelo nome de “TEORIA DAS IDÉIAS OU DAS FORMAS”, constituindo-se em uma maneira de assegurar a possibilidade do HOMEM alcançar o conhecimento .
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão 
Para Platão, o mundo percebido pelos sentidos é uma MERA E IMPERFEITA, reprodução do mundo das Ideias (inteligível), pois: 
Cada objeto que existe (e é percebido pelos homens), participa, junto com todos os outros objetos de seu conjunto, de uma Ideia perfeita acerca desse objeto. 
Ex:
* Uma cadeira tem determinadas características (tamanho, formato, cor, etc); 
 * Outra cadeira tem outras características diferentes (outro tamanho, outra cor, outro formato), MAS AINDA SERÁ UMA CADEIRA, tanto quanto a primeira; 
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão 
Assim, aquilo que faz com que as duas cadeiras sejam cadeiras é, segundo Platão, A IDEIA DE CADEIRA, ou seja:
uma abstração perfeita que esgota todas as possibilidades de ALGO SER CADEIRA E NÃO OUTRO OBJETO!
 
Esta é a SOLUÇÃO PLATÔNICA para explicar COMO COMEÇA O PROCESSO DE CONHECIMENTO - DOUTRINA DA REMINISCÊNCIA (anamnese), ou seja, há um CONHECIMENTO INATO e este serve de ponto de partida para todo o processo de conhecimento.
Temos um CONHECIMENTO PRÉVIO que a alma traz consigo desde o seu nascimento (do homem) e que resulta da contemplação das formas (das coisas), que esta (A ALMA) contemplou antes de encarnar no corpo material e mortal e, que, para superar a visão obscurecida das formas, é preciso recorrer a maiêutica socrática.
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão 
Platão elabora a TEORIA DA REMINISCÊNCIA segundo a qual aprender é recordar-se. Para ele as ideias são imutáveis, eternas, incorruptíveis e não criadas, estas ideias estão hospedadas no hiperurânio* que está localizado num mundo supra-sensível. 
* Hiperurânio: Para Platão o Hiperurânio é um mundo que é parcialmente visível só para as almas que estão desligadas do próprio corpo. A região "além do céu", na qual, residem as substâncias imutáveis que são objeto da ciência. Trata-se de uma região não espacial, já que, para os antigos, o céu encerrava todo o espaço e além do céu não haveria espaço. Essa expressão, portanto, é puramente metafórica. Em República, o próprio Platão zomba dos que se iludem achando que verão os entes Inteligíveis olhando para cima: "Não posso atribuir a outra ciência o poder de fazer a alma olhar para cima, senão à ciência que trata do ser e do invisível; mas se alguém procurar aprender alguma coisa sensível olhando para cima, com a boca aberta ou fechada, digo que não aprenderá nada porque não há ciência das coisas sensíveis e sua alma não está olhando para cima, mas para baixo, mesmo que ele estude ficando de costas na terra ou no mar" (Rep., VII, 529 b-c). [Abbagnano]
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão 
“Esse mundo é parcialmente visível para as almas que estão desligadas do próprio corpo”. 
Quando nossa alma estava desligada do nosso corpo ela viu e conheceu as ideias do hiperurânio e quando entraram novamente em um corpo, reencarnando-se, nossa alma esqueceu a visão que teve das ideias. 
O trabalho do filósofo é fazer com que as pessoas recordem dessas ideias através do diálogo. Mas é impossível aos seres humanos conhecer completamente o mundo das ideias, o melhor conhecimento a que os humanos conseguem atingir é o conhecimento filosófico, o amor pelo saber e a incansável busca da verdade. 
Para Platão o homem tem necessidade de conhecimento e ele não teria necessidade de conhecimento se não tivesse visto nunca esse conhecimento. O homem busca o conhecimento porque ele não o tem mais, porque ele o perdeu.
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão 
Essa reflexão destaca a EPISTEMOLOGIA, ou seja, A DISCUSSÃO TEÓRICA DA QUESTÃO DO CONHECIMENTO, como ponto de partida do projeto filosófico, da reflexão filosófica, da temática do conhecimento e do papel crítico da filosofia.
Para Platão, a principal tarefa da Filosofia seria estabelecer COMO O HOMEM PODE AVALIAR DETERMINADAS PRETENSÕES PARA ALCANÇAR O CONHECIMENTO. 
E, segundo este filósofo, o conhecimento só será alcançado com A POSSE DE UMA REPRESENTAÇÃO CORRETA DO REAL.
Para isso, a Filosofia precisa se colocar como árbitro, como legislador de uma cultura e, por isso, sua função crítica.
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão 
PLATÃO divide o mundo em três partes,:
1ª - Na primeira parte estão os objetos perceptíveis pelos sentidos. 
2ª - Na segunda parte estão as coisas que não podem ser percebidas pelos sentidos mas podem ser entendidos pelo espírito humano como a MATEMÁTICA E A GEOMETRIA. 
3ª - Na terceira parte Platão coloca as ideias superiores como a virtude e a justiça que SOMENTE PODEM SER CONHECIDAS PELA INTELIGÊNCIA através da utilização de outras ideias.
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão 
 A Filosofia de Platão pode ser entendida, também, como:
 uma longa reflexão sobre a decadência da democracia ateniense, 
de seus valores e ideais, 
de seu modelo político que condenou seu mestre Sócrates (“o mais sábio dos homens”) à morte.
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão 
Platão TEMATIZAVA IMPORTANTES QUESTÕES e também como estas são pensadas pelos homens, ou seja, através do diálogo, como: 
A) O que significa democracia? Esta consiste em leis iguais para todos (como defendia Sócrates e os Sofistas), possibilitando o entendimento mútuo e portanto, as decisões tomadas por consenso? 
B) o que significa ensinar?
C) Qual o valor da arte?
D) Como se definem as virtudes?
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão 
A obra de Platão se caracteriza como a SÍNTESE DE UMA PREOCUPAÇÃO COM A CIÊNCIA (conhecimento verdadeiro e legítimo), COM A MORAL E A POLÍTICA.
Para ele, o conhecimento, em seu sentido mais elevado, se identifica com a visão de BEM.
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão 
Platão escreveu sobre diversos temas como epistemologia, metafísica, ética e política.
Escreveu ainda sobre a melhor forma de governo e sobre o Estado. Para ele a sociedade deveria ser dividida em três partes que correspondem e se relacionam com a alma dos indivíduos. 
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e
Platão 
A primeira parte é a vontade ou o apetite e corresponde aos TRABALHADORES BRAÇAIS. 
A segunda parte é a do espírito e é relacionada aos GUERREIROS E AVENTUREIROS que tem que ser destemidos, fortes e espirituosos. 
A terceira parte é reservada aos FILÓSOFOS E AOS GOVERNANTES, é a parte da razão e é reservada aos inteligentes e racionais, qualidades essas mais apropriadas para indivíduos que vão tomar decisões representando toda sociedade. 
É, portanto, a RAZÃO E A SABEDORIA QUE DEVEM GOVERNAR, os filósofos devem governar como reis ou os reis devem ser filósofos para governar com racionalidade.
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão 
A concepção platônica de conhecimento, esquematiza as seguintes OPOSIÇÕES:
Opinião x Verdade;
Desejo x Razão;
Interesse Particular x Interesse Universal;
Senso Comum x Filosofia. 
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão 
Platão defendia que a Filosofia é um MÉTODO PARA SE ATINGIR O IDEAL EM TODAS A ÁREAS DA VIDA, pela superação do senso comum, estabelecendo o que deve ser aceito por todos, independente da origem, função ou classe social do homem, ou seja, representa a UNIVERSALIDADE DA RAZÃO. 
Sendo assim, a prática filosófica para Platão, envolve o abandono do mundo sensível (apesar deste existir) para buscar o mundo das ideias.
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão 
A DIALÉTICA PLATÔNICA tem como ponto de partida, o senso comum, a opinião, submetido a um reexame crítico, ou seja, O FILÓSOFO não invoca uma autoridade divina superior para alcançar o conhecimento, mas, CONDUZ SEU INTERLOCUTOR A DESCOBRIR ELE PRÓPRIO A VERDADE.
Os diálogos de Platão, representam uma oposição aos sofistas (que ignoravam a prática do diálogo – importante para Sócrates e Platão, para se alcançar o conhecimento verdadeiro), um momento de luta política.
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão 
Para Platão a filosofia É UM DISCURSO que SE FUNDA NA LEGITIMIDADE, aceito por todos, que se impõe pela argumentação racional, que produz um consenso entre as pessoas, que se opõe a violência do poder e à ilusão ideológica (dos sofistas).
O método dialético de Platão (enquanto processo de abstração que permite chegar a definição dos conceitos), visa expor e denunciar a fragilidade, a ausência de fundamento, o caráter de aparência das opiniões e preconceitos dos homens, que existem no seu senso comum.
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão 
Visa superar este obstáculo e fazer com que o interlocutor tenha consciência disto.
A filosofia é assim, um projeto político, que tem como objetivo promover a transformação da realidade. 
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão 
Sendo assim, Platão concebeu a realidade em uma perspectiva dualista (o mundo das ideias ou formas e o mundo concreto).
Apesar da ruptura gradual da filosofia com o pensamento mítico (mitos), principalmente, enquanto portador de uma verdade sobrenatural, a tradição mitológica grega permanece como uma referência cultural importante (o poder simbólico dos mitos), fornecendo aos filósofos muitas imagens e metáforas.
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Sec. V ao sec. IV a. C. – Período Socrático: Sócrates e Platão 
Isso fica claro no Mito da Caverna de Platão.
A Alegoria da Caverna ou Mito da Caverna (escrito no livro A República) é um dos textos mais famosos da literatura platônica. 
É a representação de como o homem pode obter o conhecimento mais elevado, partindo do mundo sensível, da realidade concreta, do mundo em que vive, para libertar-se através do enfrentamento dos seus conflitos internos, ou seja, A FORÇA DA ACOMODAÇÃO CONTRA A FORÇA DA INSATISFAÇÃO.
 Ver MITO da CAVERNA (filme , apostila e texto).

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