Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
* * * Gravidez Parto e Puerpério Para entendermos o que significa ser mãe, vamos entender primeiro o que é ser mulher e seu processo identificatório. Édipo O primeiro vínculo é com a mãe: seu cheiro, tom de voz, toque, É uma relação simbiótica. A mãe é, para a filha, um modelo de mulher e de mãe. Surge o pai, nessa relação, introduzindo uma interdição. Essa interdição só funciona se o pai for reconhecido e desejado por essa mãe. * * O Pai também é amado e desejado por essa filha. Contudo, esse pai é dessa mãe a quem ama e necessita. Então, por temor à perda do amor da mãe, a filha passa a procurar outro homem, semelhante a esse pai, para constituir sua família. Problemas nesse processo pode levar a dificuldades em estabelecer uma relação conjugal madura e vínculos duradouros com um homem, podendo afetar também a maternidade. * * Resumindo: Menina Primeira relação é com a mãe. Surge o pai como objeto de amor e a mãe como rival. Por temer perder o amor da mãe a menina desiste desse pai e identifica-se com a mãe para, mais tarde, ter um homem semelhante ao pai e um filho como a mãe. Menino Primeira relação é com a mãe. Surge o pai como rival. O menino percebe as diferenças anatômicas e interpreta como castração - elas perderam o pênis. Se ele presenciar a menstruação da mãe, isso se confirma. Por temer a castração ele desiste da mãe, identifica-se com o pai para, mais tarde, ter uma mulher como o pai. * * * Quando é que um filho nasce? O que significa ter um filho? - continuidade na família - novos significados para o casal - superação dos pais – nós faremos melhor - impedimento de realizar outras metas - preencher vazio - receber cuidados no futuro O que esperamos de nós como pai e mãe? -filho perfeito -diferenças do casal -filho que está por vir precisa de espaço para sua individualidade * * Gravidez como crise ou transição - mudança de identidade e redefinição de papéis - mulheres que trabalham fora - “possibilidade de atingir novos níveis de integração, amadurecimento e expansão da personalidade ou adoção de uma solução patológica que predominará na relação com a criança”. (Maldonado, 2000, p.27) * O que implica uma gravidez? -Mudança de status na família: Relação dual para triádica - bebê como rival É importante que a mãe consinta que a filha gere um filho. Agora ela pode ser mulher. Incertezas quanto ao corpo, ao feto, à relação conjugal e quanto ao futuro. Mudanças hormonais e comportamentais. (Ansiedades da mãe, mal estar físico, náuseas, dores nas pernas, estrias, medos, cansaço, depressão). Existem ou não os desejos da gestação? Eles devem ser satisfeitos? Como? O que, de emocional, existe nesses desejos? * * * * A ambivalência - ambivalência está presente em todos os relacionamentos, mesmo na mais desejada gravidez - filho, compromisso irreversível Gravidez também é: Modificação de papeis familiares com grande amadurecimento do casal e da família ampla. Vivência dos movimentos intrauterinos do bebê. Preparativos para a vinda do bebê, escolha do nome, enxoval, etc. Experiências que, se bem vividas pelo casal, podem ser emocionantes e construtivas. Essas experiências têm forte relação com as vivências passadas de ambos. * * -São fundamentais as relações estabelecidas com os respectivos pais. Relação edípica. -O Homem pode sentir-se inseguro como pai. -Pode experimentar tensões e sentir-se excluído da relação mãe-filho. -Pode surgir inveja da capacidade gestacional. -Cuidados com os outros filhos no momento de incluir o novo bebê. -Medo de perder a beleza do corpo -Medo de não gostar de criança ter o bebê – abortar - dar a criança -A avó pode ser de grande valia e suporte para a filha. * * Partos 1ª parte https://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=I9vrZQZ8Mms 2ª parte https://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=lv2KBJyj9C4 Parto normal https://www.youtube.com/watch?v=A-QiU_bKoO0arto Parto normal https://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=7jydpn0j2AE cesária https://www.youtube.com/watch?v=VCaCGSgo1A4 * * A proximidade do parto implica em sentimentos intensos e ambivalentes como: Finalizar sofrimentos; Ansiedades e temores quanto a saúde do bebê e a dores do parto; As dores são percebidas de diferentes formas por cada mulher. Isso está na dependência de: condições do parto; idade e personalidade da mãe; relacionamento com os pais; suporte social; desejo de ser mãe e de incluir esse bebê em sua vida. * O parto necessariamente deve ser dolorido? A cesariana é a melhor opção? Quando? Outros tipos de partos: em casa, na água, etc. O acompanhamento pré-natal pode facilitar muito esse processo. A gestante deve ter suas dúvidas esclarecidas, estabelecer uma relação de confiança com a equipe médica, conhecer a maternidade. A participação ativa da mãe na hora do parto possibilita a sensação de competência que facilitará os cuidados com o bebê. * * * Metas da equipe de obstetrícia durante o trabalho de parto: . reduzir o sofrimento materno; . se possível abreviar a duração do trabalho de parto; . prevenir a falta de oxigenação do feto; . garantir a preservação da estrutura anatômica do aparelho genital da mulher. * Aspectos como a presença do pai na sala de parto, uso de medicações para dor e tipo de parto devem ser discutidos com antecedência, possibilitando certo controle à mãe. Muito importante é o primeiro contato com o bebê. Esse é o momento em que o casal é apresentado fortalecendo o vínculo com o filho. Poder sentir, tocar, cheirar, beijar o bebê, ao lado de seu companheiro, gera uma experiência emocional que talvez jamais o casal vivencie em suas vidas. * * Puerpério Após o parto ocorrem várias modificações hormonais e de rotina que inclui, agora, os cuidados com o bebê. A fusão de antes agora não existe. A mãe deverá aprender a se relacionar com esse novo ser que agora fará parte de sua rotina: Amamentação; Choro; fraldas; exigências emocionais; medos; fantasias; febres, etc. * * O bebê, através de seus sentidos, busca a construção de um vínculo seguro. A mãe, que até então era filha, agora deve ser mãe. Trata-se de um processo intenso de desenvolvimento que inclui as experiências com seus pais e o luto pela condição infantil de antes. A jovem mãe deve aprender a comunicar-se com esse novo ser, desconhecido, e atender a suas demandas. Esse é um momento de muita fragilidade em que o amparo do companheiro e da família é fundamental. * * Algumas mães lutam contra identificações com suas mães: eu farei diferente. Muitas necessitam de ajuda terapêutica. A amamentação pode ser um momento de muito prazer e união entre mãe e filho. Mas não deve ser forçado Através do olhar, cheiro, tom de voz, carinho, o apego seguro é construído. * * * Sem dúvida alguma o leite materno propicia melhores condições de desenvolvimento físico e emocional, preservando a saúde do bebê. Até cerca de quatro dias após o parto – colostro (concentrado de anticorpos responsáveis pela proteção contra infecções). O uso de analgésicos, anestésicos e calmantes retardam o aparecimento do leite, pois mantêm o bebê sonolento e com a capacidade de sucção diminuída. É normal que em casos de parto cesariano, o leite demore mais para surgir. * Contudo, podem surgir problemas nesse momento. Meu leite é fraco; Meu leite secou: Meu bico é invertido; Meu bico sangrou; A dor é muito forte; O bebê rejeita o seio, chora muito, vomita. Ambos desistem um do outro. A orientação adequada nesse Momento é fundamental * * * Excesso de tensão, fadiga e ansiedade podem inibir a lactação e causar problemas; Mitos: Ficam com seios flácidos e feios; Intervalos rígidos de mamadas – importante atender o ritmo das necessidades do bebê; O leite materno é digerido com mais facilidade e rapidez do que o leite artificial; Ingestão de quantidade de gramas que ele precisa; Mito do leite fraco (NÃO EXISTE) x quantidade insuficiente de leite; * Baby blues ou pós-parto blues Sintomas de tristeza, irritabilidade, falta de energia, perde de apetite, choro e sentimento de vazio e de incapacidade. Esse estado é diferente da depressão puerperal, que é um quadro mais intenso e prolongado. Esse é um momento em que o pai do bebê e a família mais ampla pode ser fator de proteção e apoio social. * * A Relação com os profissionais da saúde Medos e fantasias Inseguranças Impotências Perda do controle Respeito Afeto Informação Espaço de atenção e confiança * * O profissional da saúde deve envolver o pai ou outros familiares na busca do apoio necessário. A confiança no profissional proporciona um clima de harmonia, respeito e troca de informações. Podem surgir dúvidas simples e irreais que devem ser respondidas com a mesma atenção e respeito. A presença do pediatra também deve proporcionar tranquilidade aos pais. * * * Klaus, M. H., Kennel, J.H. & Klaus, P.H. (2000). Trabalho de parto e nascimento. Em: Vínculo: Construindo as bases para um apego seguro e para independência. (pp.39-53). Porto Alegre: Artes Médicas. Maldonado, M. T; Dickstein, J. & Nahoum, J. C. (1996). O grande momento: o parto. Em: Nós estamos grávidos. (pp. 88-106). São Paulo: Saraiva, 1996. Gurgel, A. H.; Cruz, N. L.; Fernandes, A. F. & Silva, R. M. Fenômeno da dor no trabalho de parto: depoimentos de parturientes. Revista Baiana de Enfermagem, 10(1/2), 1997, 95-105.
Compartilhar