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RESUMO DOS PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS DE DIREITO PENAL

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RESUMO DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE DIREITO PENAL
LUIZ RÉGIS PRADO
Quadro sinótico
Princípio da legalidade
Não há crime (infração penal), nem pena ou medida de segurança (sanção penal) sem prévia lei (stricto sensu).
1. Garantias criminal e penal — A lei formal, e tão-
conseqüências somente ela, é fonte criadora de crimes e de penas, de cau-sas agravantes ou de medidas de segurança, sendo inconstitucional a utilização em seu lugar de qualquer outro ato normativo, do costume ou do argumento analógico in malam partem — exigência de lei escrita (nulla poena sine lege scripta).
2. Garantias jurisdicional e penitenciária ou de execução — Expressa-se nos arts. 5º XLVIII, XLIX, LIII, LVII. e 92 da Constituição e 2.° da Lei de Execuções Penais.
3. Princípio da irretroatividade da lei e sua execução — Trata-se de restringir o arbítrio legislativo e judicial na elaboração ou aplicação retroativa de lei prejudicial.
4. Princípio da taxatividade ou da determinação — Significa que o legislador deve redigir a disposição legal de modo suficientemente determinado para uma mais perfeita descrição do fato típico (lex certa).
Princípio da dignidade da pessoa humana
A dignidade da pessoa humana, como dado inerente ao homem enquanto ser, é guindada à condição de princípio constitucional insculpido no artigo 1.0, III, da Constituição Federal. Nesse princípio reside o limite mínimo a que está subordinada toda e qualquer legislação. Antecede, portanto, o juízo axiológico do legislador e vincula de for-ma absoluta sua atividade normativa, mormente no campo penal. Daí por que toda lei que viole a dignidade da pessoa humana deve ser reputada inconstitucional.
Princípio da culpabilidade
Postulado basilar de que não há pena sem culpabilidade (nulla poena sine culpa) e de que a pena não pode ultrapassar a medida da culpabilidade — proporcionalidade na
culpabilidade.
Princípio da exclusiva proteção de bens jurídicos
O escopo imediato e primordial do Direito Penal reside na proteção de bens jurídicos — essenciais ao indivíduo e à comunidade — dentro do quadro axiológico constitucional ou decorrente da concepção de Estado de direito democrático.
Princípio da intervenção mínima
Segundo a intervenção mínima, a lei penal só deverá intervir quando for absolutamente necessário para a sobrevivência da comunidade, como ultima ratio e, de preferência, só deverá fazê-lo na medida em que for capaz de ter eficácia.
Princípio da fragmentabilidade
Segundo o princípio da fragmentariedade, só devem os bens jurídicos ser defendidos penalmente diante de cer-tas formas de agressão, consideradas socialmente intoleráveis.
Princípio da pessoalidade da pena
Só o autor da infração penal pode ser apenado. Impede-se a punição por fato alheio.
Princípio da individualização da pena
O julgador deve fixar a pena conforme a cominação legal e determinar a forma de sua execução.
Princípio da proporcionalidade da pena
Deve sempre haver uma medida de justo equilíbrio entre a gravidade do fato praticado e a sanção imposta.
Princípio da proporcionalidade
Com relação à proporcionalidade entre os delitos e as penas (poena debet commensurari delicto), deve existir sempre uma medida de justo equilíbrio — abstrata (legisla-dor) e concreta (juiz) — entre a gravidade do fato ilícito praticado, do injusto penal (desvalor da ação e desvalor do resultado), e a pena cominada ou imposta. A pena deve estar proporcionada ou adequada à intensidade ou magnitude da lesão ao bem jurídico representada pelo delito e a medida de segurança à periculosidade criminal do agente. A noção de proporcionalidade vem a ser uma exigência de justiça e não somente de prevenção (geral/especial).
Princípio da Humanidade
Em um Estado de Direito democrático vedam-se a criação, a aplicação ou a execução de pena, bem como de qualquer outra medida que atentar contra a dignidade humana.
Princípio da adequação social
Para o princípio da adequação social, apesar de uma conduta se subsumir ao modelo legal, não será considerada típica se estiver de acordo com a ordem social da vida historicamente condicionada.
Princípio da insignificância
O princípio da insignificância postula que devem ser tidas como atípicas as ações ou omissões que afetem infimamente um bem jurídico-penal.

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