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23/04/12 Prof Andréa Afecções cirúrgicas do esôfago Tubo muscular de 25-30cm que se inicia em c6 e termina em t11 Anterior a coluna vertebral, posterior a traqueia e adjacente a aorta ascendente 25cm Cervical: 5cm Torácico: 16 a 18 cm Abdominal: 3cm Estrutura: 3 camadas – muscular, submucosa e mucosa (único do TGI sem serosa) Terço superior Médio Distal Fisiologia: Função: transportar alimentos da faringe ao estomago Deglutição: contrações coordenadas do corpo esofágico Esfíncter esofágico inferior: esfíncter funcional que impede o refluxo de conteúdo gástrico no esôfago Elementos do EEI: esôfago abdominal (diferença de pressão), ângulo de His (do fundo gástrico), diafragma, membrana freno-esofágica, entre outros ainda desconhecidos. DRGE: Ocorre quando há ascensão anormal repetida do conteúdo gástrico acido no esôfago Frequentemente associado à hérnia hiatal tipo I (por deslizamento) Hérnia hiatal tipo II (por rolamento) – geralmente não ocorre refluxo Hérnia hiatal tipo III (mista) Sintomas: Pirose e regurgitação Extra-esofágicos: tosse, rouquidão, broncoespasmo Exame físico: normal Exames complementares: EDA – esofagite (endoscópica ou confirmada pelo histopatológico), esôfago de Barret, biópsia Classificação de Los Angeles: A: 1 ou mais soluções de continuidade confinada à mucosa, menor que 5mm B: pelo menos uma solução de continuidade maior que 5mm não contiguas C soluções de continuidade contíguas, mas não circunferencial D: uma ou mais soluções de continuidade circunferencial Savary-Miller 1 – eritema 2 – ulceração linear 3 – Ulcerações confluentes 4 – Estenose Epitelio de Barret: metaplasia do epitélio escamoso em colunar. Maior chance de adenocarcinoma de esôfago. pHmetria: pH no esôfago distal em 24h. Normalmente feito quando há dúvida diagnóstica, apenas sintomas extraesofágicos que não se sabe se se justificam pelo DRGE Esofagograma (exame contrastado do esôfago): identifica hérnia de hiato Tratamento: Mudança de hábitos: cessar fumo, reduzir cafeína e álcool (relaxam mais o EEI), alimentar-se pouco antes de deitar, elevar a cabeceira da cama, etc Medicamentoso: inibidores de bomba de prótons, bloqueadores H2, antiácidos Cirúrgico: persistência dos sintomas com uso da medicação, esofagite grave, esôfago de Barret, pacientes jovens. Tratamento cirúrgico por via laparoscópica: Redução da hérnia Crurorrafia posterior (rafiar pilares diafragmáticos – redução do hiato) Válvula posterior, com fundo gástrico (ao se alimentar, a válvula aperta): Fudoplicatura à Nissen: 360 graus Comment by LAIS: Não é comum deiscência (ruptura de pontos pós-cicatrização). Mas pode ocorrer ruptura de pontos no Pós-operatório, por ex em pcte que apresentou muitos episódios de vômitos após a cirurgia. Toupet: 270graus Dor: 180 graus, anterior A variação existe – esôfago de idoso (presbiesôfago), usa-se circunferência parcial, porque se não pode evoluir com disfagia Complicações: Transoperatórias: pneumotórax (em hérnia pós traumática ou de longa data pode gerar herniação de alça intestinal para o tórax, e ao tirá-las pode-se gerar pneumotórax), lesão gástrica, esplênica (artérias gástricas curtas que vêm da esplênica). Pós operatórias: disfagia (20%), dificuldade para eructar. Falha: 5% - persiste algum grau de sintoma; passível de tratamento medicamentoso / mudança de hábito Acalásia: Falta de relaxamento do EEI Brasil: infecção pelo T. cruzi (doença de Chagas) Idiopática Sintomas: disfagia progressiva, regurgitação, perda de peso. Incidência aumentada de neoplasia de esôfago (estase) (7% a mais que a população normal; relacionado à estase alimentar, infecção bacteriana) Diagnóstico: Esofagograma: retardo de esvaziamento, dilatação, ondas terciárias (assincrônicas, descoordenadas, não produtivas) – exame dinâmico (vê-se continuamente o pcte, com Rx) Manometria: aumento da pressão do EEI – padrão ouro EDA: avaliar a mucosa esofágica (neoplasia) – indicadas endoscopias anuais A acalasia idiopática também cursa com megaesôfago, mas a evolução costuma ser mais lenta e não costuma chegar até as classes mais avançadas, não se sabe o porquê. Classificação megaesôfago chagásico – Resende: Grupo I: retardo de esvaziamento Grupo II: dilatação, ondas terciárias Grupo III: dilatação mais acentuada e ausência de ondas – musculatura atônica (sem peristalse) Grupo IV: dolicomegaesôfago, se dobra sobre o diafragma (muito dilatado, sem ondas) Tratamento: Dilatação endoscópica (costuma “recidivar”, com dilatação – usado em pctes cardiopatas que não tolerariam cirurgia) Cirúrgico: miotomia (abrir musculatura), cardioplastia (plástica do cárdia), esofagectomia (remoção do esôfago) Clínico: nitratos, bloq canal de cálcio, toxina botulínica (injetado por endoscopia, diretamente no cárdia) Cardiomiotomia à Heller: megaesôfago não avançado (grupos I e II). Anti-refluxo: válvula Cardioplastia à Thal-Hatafuku: megaesôfago avançado (grupos III e IV) – esofagotomia, em que há abertura grande e cobertura com fundo gástrico (abertura suficiente para queda do alimento por gravidade). Anti-refluxo: roseta Esofagectomia (grupo IV) Operação de Serradória: grupos III e IV ou recidiva (abre bastante). Anti-refluxo: vagotomia e antrectomia (retira-se o antro gástrico) – reconstrução em Y com jejuno. * Todas podem ser feitas via laparoscópica * Em todas elas há um mecanismo anti-refluxo A mortalidade costuma ser por outros fatores sem ser deiscência, cicatrização. Relacionada à comorbidades. Não há consenso. Há argumentos, menor morbimortalidade, evitar refluxo no coto esofágico (neoplasia). Contra serradória e a favor da esofagectomia: retira-se o órgão doente na esofagectomia, não o estomago que não está doente. Mas, o contra argumento é que é uma doença benigna, diferente do câncer em que se faz esofagectomia. Câncer de esôfago 6º mais comum no mundo Mais comum em homens, afroamericanso Etilismo e tabagismo são fatores de risco (5x) Prognóstico ruim devido ao diagnóstico tardio Tumor agressivo: infiltração local, linfonodos adjacentes, metástases hematogênicas (normalmente para fígado e pulmão). Sobrevida em 5 anos: Global: 5 a 12% Metástase linfonodal: 3% Carcinoma de células escamosas: mais comum no terço médio (60% dos casos) Adenocarcinoma: mais comum no terço distal (DRGE), pode estar relacionado ao refluxo O tamanho em câncer de esôfago está relacionado ao prognóstico (prognóstico muito ruim para >5cm, sem benefícios em se operar) Sintomas: Disfagia, perda de peso, desconforto retroesternal inespecífico Os sintomas tardios, após a oclusao de 2/3 da luz. Diagnóstico: EDA com biópsia Estadiamento: esofagograma (menos comum), TC tórax e abdome (extensão, invasão – arco aórtico, traqueia, brônquio; abdome: disseminação linfática pode ser por linfonods intratorácicos e tronco celíaco), broncoscopia (tumor no terço médio tem mais chance de invadir traquéia). USG endoscópico (melhor avaliação de linfonodos), RNM. T: invasão das camadas, não pelo tamanho Normalmente não é visto na TC (colabado), caso seja claramente visível, pode estar ocupado por uma massa. É frequente fístula com aorta e morte por sangramento Tratamento: Cirúrgico (único curativo): esofagectomia em lesões até 5cm, em pctes sem metástases e sem invasão local QT e RT: pré ou pós-operatórias. Paliativa: tumores irressecáveis ou em pctes que não suportam a operação (idosos, cardiopatas, etc) Dilatação (como é em cima do tumor, pode sangrar), intubação (prótese expansiva, análoga ao stent), RT (epidermóides apresentam redução com RT), gastrostomia para alimentação. Como se tenta melhorar a qualidade de vida do pcte, tenta-se fazer com que coma pela boca. Tratamento cirúrgico: indicado em apenas 50% dos pctes ao diagnóstico Recuperação nutricional: sonda nasoentérica ,parenteral (pcte não tao debilitado), jejunostomia (pcte mais debilitado). Esofagectomia transtorácica (abre-se tórax) Esofagectomia transhiatal(laparotomia e cervicotomia, não se abre o tórax) – descola-se sem ver, com a mao, até os 2 dedos se encontrarem (por cima e por baixo) Esofagectomia videoassistida (1 das abderturas) * É tirado inteiro porque é difícil anastomose, a deiscência de anastomose do tórax pode gerar mediastinite. Já cervical, o rompimento não tem mta repercussão. Poderia ser tirada parte, com margem de 5cm. Alta morbidade e mortalidade. Toracotomia tem mais morbidade (dreno), principalmente em pneumopatas. É melhor a transhiatal – o problema é que os linfonodos ficam na transhiatal (são tirados na transtorácica) Melhor prognóstico com a ressecção de linfonodos. Reconstrução: A reconstrução do transito digestivo pode ser feita com o estomago, cólon ou jejuno (mais fácil cicatrização no estomago, pela ampla vascularização) Anastomose intratoracia ou cervical Deiscência de anastomose: mediastinite – até 40% de mortalidade Na reconstrução com o estômago é feita piloromiotomia para não impedir passagem de alimento. A anastomose é feita com o fundo gástrico. Liga-se vasos e deixa-se a gástrica esquerda. A anastomose com o coto esofágico costuma não ser feita no local que cortou, para se preservar vascularização Deixa-se dreno para eventuais fístulas e evitar que se passe algo por local errado. As outras reconstruções (cólon, jejuno) são feitas quando não há estomago viável (cirurgia prévia, etc). Com cólon: cora-se, preserva vascularização. A vascularização dos 2 é ruim, tem-se grande chance de deiscência. Precisa-se de 3 anastomoses. Com o jejuno: faz-se reconstrução em Y - duodeno é fixo. 2ª opção (após a reconstrução com o estômago).
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