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Aminoácidos, Peptídeos e Proteínas Os aminoácidos Polipeptídeos e Proteínas Função das Proteínas Os Quatro Níveis Estruturais das Proteínas Estrutura Primária das Proteínas Estrutura Secundária das Proteínas Estrutura Terciária e Quaternária da Proteínas Métodos de Separação de Proteínas Aminoácidos Estrutura geral o grupo amina (NH3+) o grupo carboxílico (COO-) o cadeia lateral ou grupo R (identidade do aminoácido) C OHO H2N C H 1 R A presença de duas funções ionizáveis nos aminoácidos, carboxila e amina, permite a formação de íons com cargas + e – simutaneamente (zwitterions ou íons dipolares). H2N C C OHO R C O-O +H3N CH H R Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 O pH e o tipo de aminoácido são determinantes nas ionizações. 2 +H3N C C R OHO H H2N C C O-O R C O-O H+H3N C H R pH < pK1 pH = PI pH > pK2 o pK1 e pK2 são os colog10 (logarítmos negativos) das constantes de dissociação dos grupos COOH e NH3+, respectivamente. Dependendo da cadeia lateral, o aminoácidos pode ter mais um grupo ionizável (pKR). o Ponto isoelétrico (PI) ⇒ valor de pH no qual a carga líquida do aminoácido é igual a zero. PI = (pK1 + pK2)/2 Titulação de aminoácidos Equivalentes de OH pH < 1,8 1,8< pH >6,0 6,0< pH >9,3 pH > 9,3 Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 Valores dos pK para os vários aminoácidos Valores de pKaAminoácidos Grupo carboxila Grupo amino Cadeia lateral Glicina 2,4 9,8 Alanina 2,4 9,9 Valina 2,3 9,7 Leucina 2,3 9,7 Isoleucina 2,3 9,8 Metionina 2,1 9,3 Prolina 2,0 10,6 Fenilalanina 2,2 9,3 Triptofano 2,5 9,4 Serina 2,2 9,2 Treonina 2,1 9,1 Cisteína 1,9 10,7 8,4 Tirosina 2,2 9,2 10,5 Asparagina 2,1 8,7 Glutamina 2,2 9,1 Ácido Aspártico 2,0 9,9 3,9 Ácido Glutâmico 2,1 9,5 4,1 Lisina 2,2 9,1 10,5 Arginina 1,8 9,0 12,5 Histidina 1,8 9,3 6,0 • São 20 os tipos de aminoácidos naturalmente ocorrentes em proteínas. Código Aminoácido Três letras Uma letra PM Glicina Gly G 75 Alanina Ala A 89 Valina* Val V 117 Leucina* Leu L 131 Isoleucina* Ile I 131 Prolina Pro P 115 Fenilalanina* Phe F 165 Triptofano* Trp W 204 Metionina* Met M 149 Serina Ser S 105 Treonina* Thr T 119 Cisteína Cys C 121 Tirosina Tyr Y 181 Asparagina Asn N 132 Glutamina Gln Q 146 Lisina* Lys K 146 Arginina Arg R 174 Histidina* His H 155 Ácido Aspártico Asp D 133 Ácido Glutâmico Glu E 147 * aminoácidos essenciais. 3 Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 Alguns aminoácidos são incomuns ⇒ sofreram modificações após a síntese protéica (modificação pós-traducional) o colágeno: 4-hidroxiprolina, 5-hidroxilisina o elastina: desmosina, isodesmosina o proteínas musculares: N-metil-lisina, metil-histidina o protrombina: γ-carboxiglutâmico o tiroxina: tirosina com um grupamento aromático extra, contendo iodo • Todos os aminoácidos são α-aminoácidos, exceto a prolina. H N C OH O Prolina Estereoquímica dos Aminoácidos Com exceção da glicina NH2 C COOH HH , o carbono α dos aminoácidos está ligado a quatro diferentes grupos químicos, o que define um centro quiral. A configuração assimétrica do carbono α dos aminoácidos é designada segundo o sistema D & L. Onde, L-aminoácidos tem a seguinte representação (projeção de Fischer): C OHO 4 H2N C H R Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 E, D-aminoácidos são representados como: C OHO 5 H C NH2 R • Os aminoácidos constituintes de proteínas são todos L-aminoácidos. • D-aminoácidos ocorrem em paredes de células bacterianas. • Alguns D-aminoácidos compõe peptídeos com propriedades antibióticas (gramicina S, tirocidina A, valinomicina, actinomicina D). Classificação dos Aminoácidos O grupo α-aminoácido fundamental é o mesmo em todas as espécies: C OHO H2N C H R Cadeia Lateral A classificação é feita pelas características das cadeias laterais. • Grupo I: cadeias laterais não-polares (apolares ou hidrofóbicos); • Grupo II: cadeias laterais polares neutros (em pH 7,0); • Grupo III: cadeias laterais ácidas (em pH 7,0); • Grupo IV: cadeias laterais básicas (em pH 7,0). Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 Grupo I. Aminoácidos Apolares (não-polares) Os aminoácidos apolares possuem uma variedade de formas e tamanhos nas cadeias laterais. OO O 6 +H3N CH C CH3 O- Alanina +H3N CH C CH O- CH3 CH3 Valina +H3N CH C O- CH2 CH CH3 CH3 Leucina +H3N CH O O C CH O- CH3 CH2 CH3 Isoleucina +H3N CH C O- O CH2 CH2 S CH3 Metionina HN C O- Prolina +H3N CH OO C CH2 O- Fenilalanina +H3N CH C CH2 O- HN Triptofano • Ala, Val, Leu, Ile ⇒ grupos R alifáticos • Pro ⇒ grupo R com estrutura cíclica alifática ⇒ átomo de N ligado a dois átomos de carbono (amina secundária) • Phe, Trp ⇒ aminoácidos aromáticos • Met ⇒ contém átomo de enxofre (S) Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 Grupo II. Aminoácidos Polares (Neutros) As cadeias laterais polares não-carregadas (neutras) contêm grupos hidroxila, amida ou tiol. OO O 7 +H3N CH C CH2 O- OH Serina +H3N CH C CH O- OH CH3 Treonina +H3N CH C CH2 O- O C NH2 O Asparagina +H3N CH C CH2 O- O CH2 C NH2 O Glutamina +H3N CH C CH2 O- OH Tirosina +H3N CH O C O- CH2 SH Cisteína • Ser, Tre ⇒ grupo hidroxila (OH) ligado à cadeia de hidrocarbonetos • Tyr ⇒ grupo OH ligado ao anel aromático (fenol) ⇒ cadeia lateral pode perder um próton • Cys ⇒ aminoácido sulfurado ⇒ também pode perder um próton ⇒ faz pontes dissulfeto com outro resíduo de cisteína ⇒ cistina • Asn, Gln ⇒ grupos amidas (H2N - C =O), derivados do ácido aspártico e ácido glutâmico, respectivamente ⇒ grupo amida não se ioniza na faixa de pH usual. Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 Grupo III. Aminoácidos Ácidos (em pH = 7,0) OO 8 +H3N CH C CH2 O- C O- O Ácido Aspártico +H3N CH C O- CH2 CH2 C O- O ÁcidoGlutâmico • Asp, Glu ⇒ grupos carboxilas nas cadeias laterais ⇒ podem perder um próton ⇒ aspartato e glutamato ⇒ em pH neutro são carregados negativamente. Grupo IV. Aminoácidos Básicos (em pH 7,0) O O O +H3N CH C CH2 O- CH2 CH2 CH2 NH3+ Lisina +H3N CH C CH2 O- CH2 CH2 NH C NH2 NH2+ Arginina +H3N CH C CH2 O- HN NH+ Histidina • His, Lis, Arg ⇒ carregados positivamente em pH neutro. • His ⇒ pKa (6,0) da cadeia lateral próximo ao pH fisiológico, presença de anel imidazólico. • Lis ⇒ grupo amina ligado a cadeia de hidrocarboneto alifática. • Arg ⇒ grupo guanidina. Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 Alguns aminoácidos biologicamente ativos Após sofrerem várias tranformações, alguns aminoácidos desempenham funções que vão além de blocos de construção para proteínas. ? Aminoácidos como a glicina, o ácido-γ-aminobutírico (GABA) e a dopamina (derivada da fenilalanina ou tirosina) são neurotransmissores; ? A histamina (produto da descarboxilação da histidina) é um mediador de reações alérgicas e vasodilatador;? A tiroxina (derivado da tirosina) é um hormônio da tireóide. ? Serotonina (5-hidroxitriptamina), um neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar, é derivada do triptofano. ? Ácido glutâmico (glutamato) realça o sabor de alimentos. NH3+ CH2 CH2 HN N Histamina NH3+ CH2H2C OH OH Dopamina +H3N CH C CH2 O- O CH2 C O- O Glutamato NH3+ CH2H2C NH HO Serotonina 9 Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 Peptídeos 10 NH CH C R O O H2N CH C R O O HN CH C R OH O Resíduo Carboxi-terminal ou C-terminal Resíduo Amino-terminal ou N-terminal Alguns peptídeos com funções biológicas Peptídeo N.º de aminoácidos Efeitos principais Encefalinas 5 Analgesia (Tyr e Phe ⇒ opiáceos) Oxitocina 9 Contração da musculatura lisa do útero e glândula mamária Vasopressina 9 Aumento da reabsorção de água pelos rins Glucagon 29 Aumenta a quebra do glicogênio durante o jejum Glutationa 3 manutenção do Fe2+ da Hg, anti-oxidante Polipeptídeos e Proteínas Os aminoácidos são conectados uns aos outros através de ligações covalentes entre o grupo carboxila de um aminoácido e o grupo amina do outro (ligações peptídicas) para formar peptídeos, polipeptídeos e proteínas. Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 Proteínas são polímeros constituídos de aminoácidos. O O 11 HN CH C R O O H N CH C R O O H N CH C R OH H2N CH C R O+ H2O Resíduo é o termo usado para referir-se a um aminoácido incorporado em uma cadeia polipeptídica. Dipeptídeo tem 2 resíduos de aminoácidos. Tripeptídeos tem 3 resíduos de aminoácidos. Oligopeptídeos têm até 30 resíduos de aminoácidos. Polipeptídeos contêm de 10 a 100 resíduos. Proteínas contêm mais de 100 resíduos. A maioria dos peptídeos e proteínas de origem celular tem entre 2 a 1000 resíduos. Como os aminoácidos têm em média um peso molecular de 110, o peso molecular das proteínas está entre 220 e 110.000 (algumas proteínas são bem maiores que isso). Proteína PM Nº de Resíduos Insulina 6000 51 Citocromo C 16000 104 Hemoglobina 65000 574 Gama Globulina 176000 1320 Miosina 800000 6100 Tinina 2990000 26926 Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 Classificação das Proteínas As proteínas podem ser classificadas com base no número de cadeias polipeptídicas que as compõem. • Monoméricas: uma única cadeia de polipeptídeo está presente. • Oligoméricas: duas ou mais cadeias polipeptídicas estão presentes. As cadeias polipeptídicas de uma proteína oligomérica tipicamente se associam por interações (ligações) não covalentes. As proteínas também podem ser classificadas com base nas espécies químicas que as compõe. • Proteínas simples: são compostas só por resíduos de aminoácidos. • Proteínas conjugadas: contém outras biomoléculas (grupos prostéticos: metais, açúcares, lipídeos). Esses grupos prostéticos impõem propriedades adicionais às proteínas. Exemplo: citocromo C 550 Função das Proteínas 12 Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 ? Transporte e armazenamento: hemoglobina, mioglobina, lipoproteínas, transferrina e ferritina. ? Sustentação mecânica: colágeno, elastina, queratina. ? Movimento coordenado: miosina, actina, tropomiosina, tubulina, dineína... ? Proteção imunitária: imunoglobulinas (anticorpos) ? Geração e transmissão de impulsos nervosos: receptores protéicos ? Controle do metabolismo, do crescimento e da diferenciação: hormônio do crescimento, insulina, fatores de crescimento, TSH... ? Fonte nutricional: aminoácidos essenciais Os Quatro Níveis das Estruturas Protéicas • Estrutura primária É a seqüência dos resíduos de aminoácidos da proteína e a localização das pontes dissulfeto. É determinada geneticamente. Varia em 3 aspectos: número, seqüência e natureza dos AA. • Estrutura secundária Formada por arranjos regulares e recorrentes dos resíduos de AA na cadeia polipeptídica (α-hélice, folha β-pregueada). • Estrutura terciária É a organização tridimencional estabelecida através das interações entre as cadeias laterais dos AA. • Estrutura quaternária É a relação espacial formada pela associação de duas ou mais cadeias polipeptídicas (oligômeros). 13 Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 Estrutura primária Estrutura secundária Estrutura terciária Estrutura quaternária Estrutura Primária 14 H2N-Ala—Arg—Asn—Asp—Cys—Gln—Glu— Resíduo Amino-terminal ou N-terminal Gly—His—Ile—Leu—Cys—Met—Phe— Pro—Ser—Thr—Trp—Tyr—Val-COOH Ponte dissulfeto Resíduo Carboxi-terminal ou C-terminal A seqüência de aminoácidos de uma proteína é responsável pela identidade da molécula. Dela derivam: • O mecanismo de ação da proteína; • Síntese de novas proteínas pela alteração da seqüência linear; • O enovelamento de proteínas (conformação) ; • O elo entre função biológica e DNA; • O conhecimento sobre patologias moleculares (anemia falciforme, fibrose cística); • A história evolutiva (paleontologia molecular). Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 Sequenciamento de peptídeos 1º Passo: determinação da composição percentual de aminoácidos de uma proteína isolada. • hidrólise até os aminoácidos constituintes (HCl 6M, 100ºC). • rompimento de pontes dissulfeto (com ácido perfórmico ou mercaptanas) e alquilação com ácido iodoacético. • separação e identificação dos aminoácidos (Cromatografia). 2º Passo: • identificação dos aminoácidos N-terminais (com cloreto de dansila, aminopeptidase) e C-terminais (com carboxipeptidases). 3º Passo: • clivagem de polipeptídeos em fragmentos menores que 50 resíduos (endopeptidases (tripsina) ou brometo de cianogênio) • Degradação de Edman (libera os aminoácidos em uma degradação seqüencial onde cada resíduo é removido um por um, a partir do aminoácido N-terminal. O Processo pode ser automatizado e permite trabalhar-se com cadeias de até 50 resíduos de aminoácido). Arginina e Lisina fenilisotiocianato (PITC) + grupo amino-terminal feniltiocarbamil (PTC) feniltiohidantoína (PTH) ácido trifluoracético • determinação da seqüência dos peptídeos menores. 4º Passo: • clivagem da proteína em sítios distintos daqueles do passo 3 • determinação da seqüência dos peptídeos 15 • combinação da informação obtida nos passos 3 e 4 para obtenção da seqüência completa Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 Várias conclusões foram possíveis através da análise das seqüências dos aminoácidos das proteínas. Identificação de famílias de Proteínas • Proteínas com seqüências comuns costumam ter função biológica similar, • Isto permitiu organizar as proteínas em famílias e caracterizar proteínas recém descobertas. Exemplo: homologia entre globinas humanas Mioglobina Cadeia β da hemoglobina Cadeia α da hemoglobina Cadeia ξ da hemoglobina Cadeida γ da hemoglobina Cadeia β e α da hemoglobina A (α2, β2); Cadeia ξ da hemoglobina de embrião; Cadeida γ da hemoglobina fetal. Estudo evolucionário de proteínas (paleontologia molecular) • Comparação de tipos de proteínas de organismos diferentes. • Possibilidade de estabelecimentode relação taxonômica. Exemplo: Citocromo C (proteína que atua na respiração aeróbia). Foi determinada para mais de 60 organismos. 27 resíduos são os mesmos para todas as formas. As variações indicam mudanças evolutivas. 16 Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 Patologias por disfunção molecular • Normalmente todos os resíduos em uma proteína são idênticos em uma mesma espécie de organismo. • Alguns indivíduos podem produzir uma proteína com um ou mais resíduos “incorretos”. Exemplo: anemia falciforme. Dois resíduos de aminoácidos “incorretos” resultam em uma hemoglobina malformada. Isso acarreta uma deformação nas hemácias e uma ineficiência para o transporte de O2. Estrutura Secundária Alfa hélices (α-hélice) • Estrutura helicoidal, com menos de 45 Å de comprimento. • Estabilização por pontes de hidrogênio intramoleculares. • 3,6 resíduos por volta de hélice e 1.5 Å entre resíduos. • Distância linear entre pontos correspondentes é de 5,4 Å. • cadeias laterais projetadas para fora. • Hélices dextrorsas ou sinistrorsas. • Resíduos de prolina ⇒ impedem formação de α-hélice ⇒ caseína. • rotação da ligação do N e Cα é restringida. • grupo amino não participa de pontes de hidrogênio. • Repulsão eletrostática. • resíduos de lisina e arginina, resíduos de aspartato e glutamato. • Volume (repulsão estérica) ⇒ valina, isoleucina, treonina. 17 Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 Estrutura foliar (folhas β-pregueadas) 3,5 Å • Distância entre aminoácidos adjacentes é de 3,5 Å • Folhas β quase distendidas • Estabilização ⇒ pontes de hidrogênio intermoleculares • Folhas paralelas ou antiparalelas Estruturas supersecundárias ou motivos • Combinação de α-hélices e folhas β na estrutura protéica ⇒ voltas reversas • resíduos de prolina ⇒ produz dobras na folha β • efeito hidrofóbico • Estrutura mais comum ⇒ unidade βαβ • Outros tipos: unidade αα, meandro β, chave grega, barril β Domínio 1 Lactato desidrogenase 18 Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 Estrutura Terciária • Organização tridimensional da cadeia polipeptídica contendo ou não zonas de estrutura secundária definidas. Forças envolvidas no enovelamento de proteínas • Determinação da estrutura terciária • cristalografia de raios X • espectroscopia de ressonância nuclear magnética • Desnaturação protéica • Modificação da conformação protéica, sem que haja ruptura das ligações peptídicas • Pode ser reversível ou irreversível • Agentes desnaturantes: • Físicos: temperatura, pressão hidrostática, agitação, irradiação, ultravioleta, ultra-som. • Químicos: pH, solventes orgânicos, solutos orgânicos (uréia, cloreto de guanidina, mercaptoetanol, detergentes (SDS), sais (“salting-in” ou “salting-out”), metais. 19 Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 Exemplo de processo de desnaturação Adição de uréia e 2-mercaptoetanol Diálise • Cadeias polipetídicas com mais de 200 resíduos de aminoácidos formam domínios ⇒ aparência bi- ou multilobular. • domínios ⇒ unidades estruturalmente independentes. • “brechas” entre domínios ⇒ sítios de ligação para diversas moléculas. Actina G 20 Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 Estrutura Quaternária • Resultado de associações não-covalentes de unidades protéicas iguais ou diferentes. • Reposição de sub-unidades é mais fácil do que a reposição de toda a estrutura. • Enzimas • aumento de sub-unidades é mais eficiente do que o aumento da cadeia peptídica (diferentes sítios de ligação); • mudanças na estrutura de uma sub-unidade ⇒ altera a propriedade de ligação de outra sub-unidade (alosteria). Proteínas fibrosas e globulares • Proteínas globulares • solúveis em água • Difícil distinguir a estrutura secundária da terciária • seções helicoidais e de folha pregueada em arranjo esférico • apresentam estrutura compacta • Proteínas fibrosas • insolúveis em água • funções protetora, conectiva ou de suporte • mais caracterizadas: queratina, colágeno e fibroína da seda • insolúveis em água • único tipo de estrutura secundária 21 Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 Colágeno • Estrutura ⇒ hélice trifilamentar (três cadeias helicoidais entrelaçadas) • cadeias torcidas em direções opostas ⇒ resistência • Proteína mais abundante do organismo ⇒ ossos, dentes, cartilagens, tendões, pele • Quase um terço dos seus resíduos são de glicina • 15-30% de prolina e hidroxiprolina • Estabilização • repulsão elétrica entre resíduos de prolina e hidroxiprolina • pontes de hidrogênio somente entre os filamentos Alfa-queratina (α-queratina) • principal componente da camada externa da epiderme, cabelos, chifres, unhas e penas (β-queratina) • Dois peptídeos (α-hélices) ⇒ espiral-enrolada (dímero) ⇒ protofilamentos ⇒ protofibrila (dímeros de protofilamentos) ⇒ microfibrila (quatro protofibrilas) • Rica em resíduos de cisteína ⇒ formação de pontes dissulfeto • tendência a retomar a configuração original 22 Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 Propriedades Físico-Químicas das Proteínas • Densidade de carga molecular • Polaridade (hidrofilicidade ou hidrofobicidade) • Tamanho (peso molecular) • Solubilidade • Interatividades específicas A densidade de carga molecular representa a razão entre a quantidade de cargas e a massa molecular da proteína. Essa densidade é função do grau de ionização dos aminoácidos componentes da proteína e, portanto, depende do pH do meio. A polaridade (hidrofobicidade) de uma proteína é função do teor de aminoácidos hidrofóbicos (apolares) que participam de sua estrutura primária e, a disposição (exposição) dos grupamentos laterais desses aminoácidos no arranjo espacial da proteína. O tamanho ou peso molecular de uma proteína pode ser calculado por diferentes métodos: • A partir do número de resíduos de aminoácidos e a composição de grupos prostéticos; • A partir da medida indireta do peso molecular das proteínas (SDS- PAGE, Gel Exclusão); • A partir da velocidade de sedimentação (Equação de Svedberg); • A partir de medida direta de sua massa molecular (Espectrometria de massa). A solubilidade de uma proteína depende da polaridade do solvente, do pH, da temperatura e da força iônica do meio. 23 A interatividade específica (especificidade) de uma proteína é função de sua estrutura terciária, presença de grupos prostéticos e das condições do meio (pH, salinidade,...). Essa especificidade pode ser compreendida como a capacidade que as proteínas têm de interagirem (ligarem) de forma específica com outras moléculas ou biomoléculas (enzima- substrato, antígeno-anticorpo, ligante-receptor, enzimas-coenzimas). Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 Métodos de Separação / Purificação de Proteínas Vários métodos de separação têm sido desenvolvidos para o isolamento de frações protéicas “puras”. Esses métodos são baseados nas características e propriedades das proteínas. Propriedades físico-químicas Método de separação Cromatografia de Troca Iônica Carga Eletroforese (Nativa, pI) Polaridade Cromatografia de Interação Hidrofóbica Cromatografia de Exclusão Molecular Eletroforese (SDS-PAGE) Tamanho Ultracentrifugação Solubilidade Salting OutEspecificidade Cromatografia por Afinidade Cromatografia Troca Iônica Exclusão Molecular Interação Hidrofóbica Afinidade 24 Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 Cromatografia de Troca Iônica Baseado na presença de cargas nas proteínas, a cromatografia de troca iônica se vale de fases estacionárias com cargas opostas às das proteínas para separá-las através de interações iônicas ou eletrostáticas. Para proteínas carreagas positiamente em dado pH, usa-se fases estacionárias carregadas negativamente (troca catiônica - DEAE); para proteínas carregadas negativamente a dado pH, usa-se fases estacionárias carregadas positivamente (troca aniônica - CMC). 25 Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 Cromatografia de Exclusão Molecular Com base no peso molecular das proteínas globulares, a cromatografia de exclusão molecular (peneira molecular, gel exclusão, permeação) promove a separação em um sistema de retenção baseado na porosidade da fase estacionária. Nesse sistema de malha ou poros com espaços ou cavidades com tamanhos definidos, as moléculas maiores passam ao largo, migrando mais rapidamente, e as moléculas menores percorrem um caminho maior, migrando mais lentamente no sentido vertical. 26 Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 Cromatografia de Afinidade Este método envolve a interação das proteínas com um ligante específico associado (ligado covalentemente) à fase estacionária. A cromatografia de afinidade, quando possível de aplicação, normalmente é o método que gera o maior grau de purificação. Existem dois tipos gerais de ligantes • Específicos: ligam somente a uma espécie protéica. Ex.: antígeno-anticorpo. • Gerais: grupos específicos ligam a grupos específicos em espécies alvo. Ex.: metalo-enzimas. 27 Professor Alexandre Soares dos Santos DCB/UFVJM 2007 Aminoácidos Aminoácido Código PM Peptídeo Efeitos principais
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