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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
CAMPUS DE ROSANA
CLEIA DA SILVA
EDUCAÇÃO PATRIMONIAL E VALORIZAÇÃO DA CULTURA AFROBRASILEIRA NO MUSEU AFRO BRASIL DO PARQUE IBIRAPUERA - SP
ROSANA/SP
2013
CLEIA DA SILVA
EDUCAÇÃO PATRIMONIAL E VALORIZAÇÃO DA CULTURA AFROBRASILEIRA NO MUSEU AFRO BRASIL DO PARQUE IBIRAPUERA - SP
Pré-projeto de pesquisa apresentado como parte das exigências da disciplina de História da Cultura ministrada pelo Prof. Dr. Eduardo Romero.
Rosana/2013
2013
 SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	3
2. OBJETIVOS	6
2.1. Objetivo Geral	6
2.2. Objetivo Específico	6
3. JUSTIFICATIVA	6
4. DISCULSÃO TEÓRICA	7
5. METODOLOGIA	10
6. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO	11
7. REFERÊNCIAS	12
.
INTRODUÇÃO
 Ao estudarmos sobre museu lidamos com questões como, patrimônio, memória e identidade. Sabe-se que uma das principais funções o museu é comunicar e informar diferentes memórias de um povo de modo a incentivar interpretações transformadoras e que possa contribuir para o enriquecimento cultural de nossa população. 
 Ao longo do tempo os museus se restringiram a colecionar e conservar coleções, em geral obras de arte, na certeza que os objetos tinham fim neles mesmos, independente de sua atuação ou relevância. A percepção do museu como espaço de preservação e comunicação só se difundiu a partir de meados do século XX, onde os museus passaram a se preocupar com os conteúdos e com as formas de expor seu acervo, e a comunicação passou a ser, então, uma de suas funções mais valorizada. Neste contexto, desenvolveu-se a museografia que viabiliza o aproveitamento dos bens culturais numa perspectiva de educação permanente.
 Em 1958, o Seminário Regional da Unesco sobre a função educativa dos museus, reafirma-o como agente educativo aproximando-o da educação formal. As transformações conceituais da Museologia surgiram da necessidade de repensar os museus tradicionais e desencadear novos processos de musealização. Alguns documentos internacionais referenciam esta mudança: 
 A Declaração de Santiago do Chile de 1972, sobre "O Papel do Museu na América Latina". A declaração rompe com séculos de culto aos objetos no museu templo e propões o conceito de museu integral, afirmando que os museus são instituições a serviço da sociedade e possuem neles mesmos, os elementos que permitem participar na formação da consciência das comunidades que a servem, constituindo-se, assim, em instrumentos eficazes do desenvolvimento das comunidades, nas quais se inserem. Os museus adquirem, assim, sua função social; seus objetivos deixam de estar centrados no objeto, deslocando-se para o homem.
 A Declaração de Caracas (1992) reafirma a prioridade à função sócio-educativa do museu, o estímulo à reflexão e ao pensamento crítico e a afirmação do museu como canal de comunicação. Novos desafios para os museus serem espaço para a relação do homem com seu patrimônio com os objetivos do reconhecimento coletivo e estimulo à consciência critica.
 	O museu educa por meio da tridimensionalidade e, nesse sentido, a exposição e todas as linguagens que a compõem educam não somente o olhar, mas também sobre a História. Assim: a Educação Patrimonial é um instrumento de “alfabetização cultural” que possibilita ao indivíduo fazer a leitura do mundo que o rodeia, levando-o à compreensão do universo sociocultural e da trajetória histórico-temporal em que está inserido, este processo leva à valorização da cultura brasileira.
 	 A educação patrimonial é definida pelo IPHAN como “os processos educativos formais e não formais, que têm como foco o patrimônio cultural apropriado socialmente como recurso para a compreensão sócio-histórica das referências culturais em todas as suas manifestações, com o objetivo de colaborar para o seu reconhecimento, valorização e preservação.”.
 E o IPHAN considera ainda que “os processos educativos devem primar pela construção coletiva e democrática do conhecimento, por meio do diálogo permanente entre os agentes culturais e sociais e pela participação efetiva das comunidades detentoras das referências culturais onde convivem diversas noções de patrimônio cultural.”.
 A Educação Patrimonial busca levar as pessoas a um processo ativo de conhecimento, apropriação e valorização de sua herança cultural, capacitando-os para um melhor usufruto destes bens, e propiciando a geração e a produção de novos conhecimentos, num processo contínuo de criação cultural.
 	 A metodologia específica da Educação Patrimonial pode ser aplicada a qualquer evidência material ou manifestação da cultura, seja um objeto ou conjunto de bens, um monumento, um centro histórico urbano, uma manifestação popular de caráter folclórico ou ritual, um processo de produção industrial ou artesanal, e qualquer outra expressão resultante da relação entre indivíduos e seu meio ambiente.
O objeto de estudo deste trabalho é o museu Afro Brasil Localizado dentro Parque do Ibirapuera, na Zona Sul da cidade de São Paulo, o prédio do museu localiza-se no "Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega", ele foi inaugurado em 2004, em seus primeiros anos teve como responsável o governo municipal de São Paulo, hoje está vinculado a Secretária de Cultura do Governo do Estado de São Paulo. Para sua inauguração e estruturação contou com o patrocínio da Petrobrás e o apoio do Instituto de Políticas Públicas Florestan Fernandes. Seu elo com o Governo Federal dá-se através da SEPPIR (Secretária Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial).
Ele é voltado à pesquisa, conservação e exposição de objetos relacionados ao universo cultural do negro no Brasil. Seu acervo compreende diversas facetas desse universo, abordando temas como a religião, o trabalho, a arte, a diáspora africana e a escravidão, e registrando a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira.
	 Segundo o site oficial do museu, “o acervo possui mais de cinco mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros produzidos entre o século XV e os dias de hoje”. As obras expostas registram a trajetória histórica e a influencia africana na construção da sociedade brasileira. A exposição permanente do museu é dividida em seis núcleos, Sendo África: diversidade e permanência, trabalho e escravidão, As religiões afro brasileiras, o sagrado e o Profano, História e Memória. O objetivo principal do museu é reconhecer a contribuição do homem negro na cultura e na identidade brasileira. 
 Dentro desse contexto, o museu Afro Brasil pode ser considerado um espaço educativo, mesmo sem que ele desenvolva educação formal? Sabe-se que os museus são instituições comunicacionais e educativas. Transmitem mensagens. Educam por meio da sua cultura material. Possuem como traço comum a ação educativa, mesmo ao assumir uma postura tradicional no trato com o patrimônio. 
De acordo com Ramos, é preciso que o museu invista nas ações educativas, para não reproduzir a forma tradicional de conhecimento:
O museu que não tem compromisso educativo transforma-se em depósito de objetos, ou vitrines de um shopping center cultural (RAMOS, 2004: 134)
A função educativa do museu, segundo Horta (1991), é apresentar ao individuo o patrimônio cultural de que é herdeiro e de sua capacidade de utilizá-lo e cria-lo. Nesta mesma linha define educação patrimonial como o ensino centrado no objeto cultural, na evidência material da cultura.
 O museu afro Brasil tem um papel educacional, uma vez que abre as portas para a comunidade e visitantes em geral e apresenta elementos do universo cultural afro brasileiro, ele é um lugar de memória e exerce um papel na vigilância do patrimônio e na sacralização de objetos da cultura exposta.
É relevante flexibilizar as possibilidades de interpretação do público acerca do que se apresentanas exposições. Atividades interativas motivam os visitantes e contribuem para a aprendizagem destes ao permitir espaço para o pensamento crítico, criativo e plural. 
 
2. OBJETIVOS
 2.1 Objetivo geral
Analisar a educação patrimonial enquanto base para o trabalho educativo no museu Afro Brasil. Evidenciando: as ações de educação patrimonial utilizadas pelo museu, as técnicas de divulgação dos projetos do museu, participação efetiva da comunidade nos projetos desenvolvidos pelo museu.
 2.2 Objetivos específicos	
Identificar as ações de educação patrimonial realizadas pelo museu; 
Verificar como e feita à divulgação dos projetos desenvolvidos no museu, bem como se está é suficiente;
Averiguar se a uma participação efetiva da comunidade nos projetos desenvolvidos no museu.
JUSTIFICATIVA
O patrimônio é fundamental na transmissão das memórias, porque é através dele que se concretiza a estabilização do tempo passado e, consequentemente, a aquisição da imortalidade. No museu Afro Brasil ideia de cultura negra ultrapassa o seu propósito inicial: o de resistência, pois a cultura negra não é mais exclusiva propriedade dos negros trazidos para o Brasil contra sua vontade.
Para que ocorra uma mudança de postura e para que a sociedade perceba que seus bens materiais ou imateriais são também patrimônios culturais e têm, igualmente, importância na construção da identidade do país, é preciso uma educação patrimonial que se dedica a levar crianças e adultos a um processo ativo de conhecimento, apropriação e valorização de sua cultura, capacitando-o para um melhor usufruto destes bens, e assegurando a geração de novos conhecimentos, num processo contínuo de criação cultural.
No museu Afro Brasil essa educação patrimonial seria de suma importância, pois todo seu acervo é parte da cultura africana e constitui-se como instrumento de alfabetização cultural, o que possibilita ao indivíduo fazer a leitura do mundo que o rodeia, levando-o à compreensão do universo sociocultural e da trajetória histórico-temporal em que está inserido.
Os museus hoje são compreendidos como espaços dinâmicos, onde são possíveis leituras contextualizadas do processo histórico, uma vez que se volta para a complexidade do social-histórico. Dessa maneira, com base em uma nova museologia é necessário repensar o conceito de museu no sentido de ampliar as possibilidades de aprendizagem no espaço museal.
 No Museu Afro Brasil torna-se relevante flexibilizar as possibilidades de interpretação do público acerca do que se apresenta nas exposições. Atividades interativas motivam os visitantes e contribuem para a aprendizagem destes, ao permitir espaço para o pensamento crítico, criativo e plural.
 Cada objeto ou evidência da cultura afrobrasileira, traz consigo uma multiplicidade de significados, cada visitante tem uma percepção e uma interpretação dessa cultura e é através da educação patrimonial no museu que será possível fazer com que as pessoas compreendam e passe a valorizar a identidade e o patrimônio da sociedade.
DISCULSÃO TEÓRICA
 A função educativa dos museus vem sendo trabalhada desde meados do século XX onde uma serie de seminários e mesas redondas realizadas pela UNESCO discute o processo evolutivo sofrido pelos museus. A fundação do ICOM é um grande marco no processo museológico. Os estatutos da Icom apresentam , em 1951, como conceito de museu:
A Palavra museu diz respeito a um estabelecimento permanente, administrado para satisfazer os interesses gerais de conservar, estudar e evidenciar, através de meios diversos, e, essencialmente, expor, para fins de lazer e educação do povo, um conjunto de elementos de valor cultural. (ICOM, 1951)
 O museu tendo como uma de suas funções a ação educativa, insere-se a educação patrimonial, que são responsáveis pela identificação e valorização do patrimônio cultural de nosso país, e pode ser entendida por Horta (1999)
Um processo permanente e sistemático de trabalho educacional centrado no patrimônio cultural como fonte primária de conhecimento e enriquecimento individual e coletivo. A partir de experiência e do contato direto com as evidencias e manifestações da cultura, em todos múltiplos aspectos, sentidos e significados.(HORTA, 199 , p.6).
 Horta (1999) apresenta que a Educação Patrimonial se desenvolve em quatro etapas, sendo elas: observação do objeto onde proposto que sejam feitos exercícios de percepção sensorial do objeto onde se identifica sua função e/ou significado social; Registro: onde é solicitada a anotação das informações que o próprio objeto oferece. Podendo ser realizado de diferentes formas e com diferentes níveis de complexidade, como o desenho, a descrição verbal ou escrita, a construção de maquetes, etc.; Exploração onde se deseja que o visitante pesquise em outras fontes para completar as informações sobre o objeto. Apropriação: uma releitura do objeto em diferentes linguagens esperando-se que o público da ação de educação patrimonial faça uma recriação dos significados do objeto e se sinta afetivamente envolvido com ele.
Na ocasião do 1º Encontro Nacional de Educação Patrimonial, realizado em São Cristóvão, Sergipe, no ano de 2005, chegou-se a conclusão que:
As ações educativas, voltadas para a preservação do patrimônio e desenvolvidas pela sociedade, aparecem como iniciativas de grupos que assim entendem ser seu papel ou que resolvem ocupar o vazio deixado pela ausência de uma ação efetiva do Estado (municípios, governos estaduais e governo federal) nesse campo. 
 O museu pode ser considerado como um espaço de relação entre os seres e os objetos, ele também é um lugar de saber onde as pessoas aprendem sobre o passado, o presente e também sobre o futuro. O que dá identidade ao museu é a história que ele conta e a sua narrativa sobre essa história. Cultura é a identidade e o museu é a representação dessa identidade, da identidade de um povo, de um país ou de um costume.
 O Museu Afro Brasil com um importante e diversificado acervo formado por manifestações artísticas afrobrasileira, com a história da diáspora africana e da resistência negra à escravidão e é um forte símbolo de conhecimento e um representante de nossa identidade e conservação do patrimônio. Segundo Meneses (1993. p.210):
Não cabe aos museus serem depositários dos símbolos litúrgicos da identidade sagrada deste ou daquele grupo, cuja exibição deve induzir todos à aceitação social dos valores implicados. Cabe, isto sim – já que ele é o espaço ideal para tanto -, criar condições para conhecimento e entendimento do que seja identidade, do que e para que ela se compartimenta e suas compartimentações se articulam e confrontam, quais os mecanismos se articulam e confrontam e de que maneira todos esses fenômenos se expressam por intermédio das coisas materiais. 
 Todas as ações por meio das quais os povos expressam suas formas especificas de ser constituem sua cultura, que vai ao longo do tempo adquirindo formas e expressões diferentes constituindo-se como um processo dinâmico transmitido de geração em geração. Nesse processo dinâmico de sociabilizarão em que se aprende a fazer parte de um grupo social, o individuo constrói a própria identidade.
 Meneses (1993) vem apresentar que a identidade não é fruto do isolamento da sociedade ou grupos, mas sim de sua interação. A identidade se fundamenta no presente, nas necessidades presentes, ainda que faça apelo ao passado, esse é um passado construído e reconstituído no presente, onde o museu tem a função de oferecer condições de entendimento, de como uma sociedade se constrói, como se formulam, nos diversos lugares.
 Quando se fala de museu é inevitável pensar em um lugar de memória e preservação de um patrimônio cultural. Segundo Nora (1984) (apud Santos 2007, p. 122). A memória, “se enraíza no concreto, no espaço, no gesto, imagem e objeto”.
 Le Goff (1977 apud Santos 2007, p.124): 
 A memória Omo obsevou Jacques Le Goff é “uma subjetividade perfeitamente legítima como memória vivida, mas ela é incompleta, seletiva, inconscientemente manipulada”. Le Goff reafirma que o “patrimônio se situa entre a memória e a história” e que “a apresentação da memória” e a “reação à memória” estão obrigatoriamente na base das atividades, dos deveres e dos temas de reflexão das disciplinas do patrimônio”.
Segundo WEHLING (2003), a memória tem finalidades: 
A memória do grupo sendo a marca ou sinal de sua cultura, possui algumas evidências bastante concretas. A primeira e mais penetrante dessas finalidades é a da própria identidade. A memória do grupo baseia-se essencialmente na afirmação de sua identidade. 
 Nesse contexto a memória individual, entendida como a capacidade cognitiva de evocar elementos materiais ou simbólicos ausentes, é enriquecida pela memória coletiva, segundo Halbwachs (1990, p. 55).
Seria o caso, então, de distinguir duas memórias, que chamaríamos, se quisermos, a uma interior ou interna, a outra exterior; ou então a uma memória pessoal, a outra memória social. Diríamos mais exatamente ainda: memória autobiográfica e memória histórica. A primeira apoiaria a segunda, pois toda história de nossa vida faz parte da história em geral.
 	 Ao ser reconhecida como narrativa legítima do passado de um grupo social, a memória coletiva atua como elemento constituinte de uma identidade social. Nesse momento, a memória para além de lembrança de um passado que já se foi aponta para as potencialidades de um futuro que se deseja construir. 
	De acordo com Gonçalves (1988) a maior parte dos bens culturais que compõe o patrimônio está agregada ao “passado” ou à “história” da nação eles são considerados como “relíquias” ou “monumentos”. A identidade de uma nação pode ser caracterizada pelos seus monumentos aquele conjunto de bens culturais relacionado ao passado nacional. Estes bens constituem um tipo especifico de propriedade: a eles se confere a capacidade de memorar o passado e, desse modo, assegurar uma ligação entre passado, presente e futuro, desta forma, eles garantem a assiduidade da nação no tempo.
 Segundo Chuva (2008, p. 31) 
A noção de patrimônio, embora tenha recebido uma serie de adjetivações ao longo do tempo (histórico, artístico, paisagístico, genético, tangível, intangível, material, imaterial, móvel), está relacionado ao seu papel na formação de grupos de identidade, isto é, associada às práticas voltada para o fortalecimento dos laços de identidade de determinados grupos e de sua afirmação enquanto tal. Ou seja: construir e/ou inventar e preservar o patrimônio se constitui na prática cultural de atribuição de valores e significados a objetos e bens, que amalgamam grupos de identidade.
Cada pessoa é parte da sociedade e do ambiente em que vive e constrói. A história da sociedade é legado do passado e um legado continúo, das gerações futuras por meio dos registros que permitirá a compreensão da história para as futuras gerações. Dessa forma se torna necessário preservar todo bem e patrimônio cultural que possuam significado histórico que permita a compreensão da identidade cultural da sociedade que o produziu no presente, ou no futuro.
Rodrigues (2003, p. 16) diz que:
A construção do patrimônio cultural é um ato que depende das concepções que cada época tem a respeito do que, para quem preservar. A preservação resulta, por isso, da negociação possível entre os diversos setores sociais, envolvendo cidadãos e poder publico. O significado atribuído ao patrimônio também se modifica segundo as circunstancias de momento.
A importância de se preservar o patrimônio sempre foi tida como a de representar o passado das nações. Patrimônio histórico segundo Choay (2001, p. 11).
Patrimônio histórico. A expressão designa um bem destinado ao usufruto de uma comunidade que se ampliou a dimensões planetárias, constituído pela acumulação continua de uma diversidade de objetos que se congregam por seu passado comum.
 Rodrigues vem afirmar que conservar o patrimônio cultural é garantir que a sociedade tenha maiores oportunidades de perceber a si própria. E que hoje os remanescentes de materiais da cultura são testemunhos de experiências vividas, coletiva ou individualmente,
que permitam
 	 Choay (2001) Escolhe o patrimônio histórico representado pelas edificações entre os bens do incomensurável e heterogêneo, que também pode ser chamado de monumento. O modo de atuação do monumento sobre a memória se dá de modo que ele não apenas mobiliza pela mediação da afetividade de modo que lembre o passado como se fosse o presente.
Segundo Gonçalves (1988, p. 266):
Os chamados patrimônios culturais podem ser interpretados como coleções de objetos móveis e imóveis, através dos quais é definida a identidade de pessoas e de coletividades como a nação, o grupo étnico etc. 
Gonçalves (1988, p. 267) também fala sobre autenticidade:
A autenticidade do patrimônio nacional é identificada com a suposta existência da nação como uma unidade real, autônoma, dotada de uma identidade, caráter, memória etc. Em outras palavras, a crença nacionalista na realidade da nação é retoricamente possibilitada pela crença na autenticidade do seu patrimônio. Não importa que os conteúdos das definições de patrimônio, autenticidade e nação possam variar bastante em termos históricos e sociais. Ideólogos do patrimônio - ou ideólogos da nação -, considerados "autoritários" ou "democráticos", convergem em sua crença na autenticidade.
	De acordo com as visões já citadas e explanadas acima, entendemos a partir disso que a ação educativa não se restringe à instituições de ensino mas que deve estar presente eu diversos outros espaços como o museu que tem também a função educativa de preservar e difundir conceitos como memória, identidade cultural. Dessa forma ele se torna um excelente meio de apresentar a cultura comum e criar consciência na população sobre seus pertencimentos a cerca de sua herança patrimonial.
5. METODOLOGIA
A pesquisa partirá de uma abordagem geral a respeito da educação patrimonial, em sequencia uma pesquisa no museu a respeito do tipo de visitante e idade dos alunos que visitam juntamente com suas escolas, o Museu Afro Brasil. Para que possa ser aplicada as oficinas juntamente com método da educação patrimonial, que se constitui pela exploração dos objetos culturais pelos visitantes. O tipo de Pesquisa é de caráter exploratório, pois é a que mais atende ás necessidades do problema levantado e das condições para a realização da mesma. O procedimento utilizado será o método indutivo
 Devido ao pouco tempo para a coleta de dados e a estimativa do numero de visitantes que o museu recebe, optou-se por uma amostra não probabilística de investigação envolvendo cerca de 80 participantes. Para a coleta de dado será aplicado questionários para os visitantes ou comunidade e entrevista com o curador do museu.
Pretende-se realizar uma analise Swot para identificar os pontos positivos, os pontos negativos, as ameaças e a oportunidade da forma como é abordada a educação patrimonial no museu. 
Serão utilizados instrumentos variados como estratégia para a ação educativa, tais como: recursos multimídias, oficinas lúdicas, onde serão propostas oficinas, baseadas nas etapas metodológicas da educação patrimonial estabelecidas por Horta.
6. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
	Atividades / Meses
	1
	2
	3
	4
	5
	6
	7
	8
	9
	10
	11
	12
	Leitura bibliográfica 
	X
	X
	X
	X
	X
	X
	X
	X
	X
	X
	X
	X
	Análises documentais
	X
	X
	X
	X
	X
	X
	X
	X
	X
	X
	
	
	Visita de campo no museu Afro Brasil
	
	
	X
	X
	
	
	
	
	
	
	
	
	Analise de dados
	
	
	
	
	X
	X
	
	
	
	
	
	
	Identificação do publico alvo
	
	
	
	
	
	
	X
	X
	
	
	
	
	Execução das oficinas
	
	
	
	
	
	
	
	
	X
	X
	
	
	Avaliação dos resultados
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	X
	
	Relatório finalX
7. REFERÊNCIAS
HORTA, Maria de Lourdes; GRUNBERG, Eveline; MONTEIRO. Guia básico de educação patrimonial. Petrópolis: Museu Imperial: IPHAN, 1999.
MENESES, Upiano Toledo Bezerra de. Problemática de identidade cultural nos museus: de objetivo (de ação) a objeto (de conhecimento). Anais do Museu Paulista: História r Cultura Material, São Paulo, n.1, p. 207-222, 1993.
SANTOS, Afonso Carlos Marques dos Santos. A invenção do Brasil. Rio de Janeiro: UFRJ, 2007. P. 117-135.
HALBWACHS, Maurice. Memória coletiva e memória histórica. In: A memória coletiva. São Paulo: Vértice, 1990, p.53-89.
GONÇALVES, José Reginaldo. Autenticidade Memória e Ideologias Nacionais – O Problema dos Patrimônios Culturais. Estudos Históricos. Vol. 1, n.2, p.264-275, 1988.
RODRIGUES, Marly. Preservar e consumir: o patrimônio histórico e o turismo. In: FUNARI, Pedro Paulo; PINSKY, Jaime. Turismo e Patrimônio Cultural, São Paulo: Contexto, 2003. p.15-24.
CHOAY, Françoise. A alegoria do Patrimônio. Tradução de Luciano Vieira Machado. São Paulo: Ed. da UNESP, PP. 11-29.
RAMOS, Francisco Régis Lopes. A danação do Objeto: o museu no ensino de História, Chapépo, Argos, 2004.
IPHAN. Patrimônio Cultural imaterial: para saber mais. Brasília, DF: IPHAN, 2007
WEHLING, Arno & WEHLING, Maria José. As estratégias da memória social. In Brasilis: Rio de Janeiro: Editora Atlântida, Ano 1, Nº 1, 2003.
MELLO, Janaina Cardoso de. A representação social da escravidão nos museus brasileiros: interfaces entre a Museologia e a História. Revista Sankofa
Educação patrimonial: teoria e prática/ André Luis Ramos Soares (organizador), - Santa Maria: Ed. da UFSM, 2007.
Instituto do Patrimônio histórico e Artístico Nacional (Brasil). Coordenação-Geral de Pesquisa, Documentação e Referencia. Oficina de Pesquisa (.:2008: Rio de Janeiro, RJ)
CHAGAS, I. Aprendizagem não-formal/formal das ciências: relação entre museus de ciências e as escolas. Revista de Educação, Lisboa, v. 3, n. 1, 1993. p. 51-59.
http://www.museuafrobrasil.org.br/. Acessado em: 27/05/2013
http://www.labjor.unicamp.br/patrimonio/materia.php?id=145. Acessado em: 03/06/2013.
http://www.revistamuseu.com.br/artigos/art_.asp?id=3562. Acessado em: 03/06/2013
portugal.org/documentos_def,129,161,lista.aspx. Acessado em 20/06/2013

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