Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO TIPOS DE DEMOCRACIA 1. DEMOCRACIA DIRETA (Grécia Antiga) • Os cidadãos decidiam livremente sobre os fins da atividade política e a vida na pólis; • A atividade política era um direito e ocupação de todos: - Ecclesia - Assembléia dos cidadãos - Administração coletiva – todos que desejassem participar; - A Boulê – “Conselho dos Quinhentos” (preparavam a pauta de reuniões das Assembléias) CARACTERÍSTICA - DELEGAÇÃO PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO PROBLEMAS: • Alienação dos cidadãos; • Incapacidade técnica da população; • Inviável em grandes coletividades. Para o autor, o argumento é frágil, pois desconsidera: 1. A descentralização territorial; 2. O artifício da delegação; 3. Tecnologias da comunicação e informação PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO 2. DEMOCRACIA REPRESENTATIVA • O representante tem poder de decisão em nome de um grupo PROBLEMAS: 1. Racionalidade da administração e do planejamento (padronização das soluções); 2. Dificuldade de lidar com a diversidade coletiva (tipo ideal de cidadão); 3. O Estado atendendo aos interesses da classe dominante; 4. Falta de transparência na prestação de contas; 5. Corrupção PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO POR QUE É IMPORTANTE PARTICIPAR? 1. Não elimina os erros, nem garante os acertos; mas pode contribuir para minimizar fontes de distorção → poucos tentando interpretar as necessidades da maioria sob a luz dos próprios valores e critérios; 2. Ao participar, o cidadão se compromete, cuida mais, fiscaliza mais; PARTICIPAR É A ALMA DE UM PLANEJAMENTO E GESTÃO DEMOCRÁTICOS PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO • A dificuldade com os atuais programas de participação popular é que os cidadãos normalmente reagem aos programas das agências ao invés de propor seus conceitos de objetivos mais apropriados e ações futuras. (DAVIDOFF, 2004, p. 46 – grifo no original) PARTICIPATIVO • Advocacy Planning • O conceito chave do advocay planning é o de “alternativas”. • As alternativas são caminhos a serem seguidos para alcançar os objetivos desejados. PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO 1. O público seria mais bem informado sobre as alternativas existentes, e essas alternativas seriam fortemente defendidas por seus proponentes. 2. O Poder Público seria obrigado a competir com outras propostas em busca de apoio. Portanto, a tendência é que trabalhem melhor suas próprias propostas. 3. Ao invés de criticar os planos oficiais, oferecer alternativas superiores a eles. 4. O planejador abandona a posição de neutralidade, e passa a tomar partido, defendendo certos pontos de vista, à maneira de um advogado. PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO • Paul Davidoff defende o pluralismo no planejamento urbano, que é a possibilidade de que vários grupos façam suas próprias propostas de planos de desenvolvimento urbano, sem dependerem necessariamente da iniciativa do Poder Público. • Quando este tem o monopólio sobre a proposta de planos, o debate fica limitado, uma vez que a população pode apenas “reagir” ao invés de “propor” PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO • DAVIDOFF, Paul. Advocay and pluralism in planning. In: STEIN, Jay. Classic readings in urban planning. Chicago: Planners Press, 2004. p. 41 – 52. (Artigo publicado originalmente em 1965). ETAPAS DO PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO CONTEÚDO MÍNIMO DE UM PLANO DIRETOR - Identificação de problemas e potencialidades - Dinâmica de uso e ocupação do solo urbano e rural - Infraestrutura urbana e serviços urbanos - identificar estrutura administrativa existente PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO Diretrizes Política urbana - prever diretrizes relativas a: - Tipo e intensidade do uso do solo - Mobilidade Urbana - Infraestrutura urbana - Equipamentos comunitários e - Serviços urbanos PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO Instrumentos Instrumentos legais que fazem parte do plano diretor: - Lei do Plano Diretor - Lei de Uso e Ocupação do Solo - Lei de Parcelamento do Solo - Código de Posturas e outros - Código de Obras e Edificações ETAPAS DO PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO 1. Mobilização da sociedade, lançamento e divulgação do PDP 2. Constituição do Núcleo Gestor Municipal, da Equipe Técnica da Prefeitura Municipal e dos Agentes Mobilizadores 3. Capacitação 4. Leitura Participativa do município 5. Discussão em plenária com a sociedade 6. Elaboração da proposta do projeto de lei do PDP e dos instrumentos urbanísticos 7. Envio dos projetos de lei, discussão e aprovação final na Câmara Municipal 8. Implementação do PDP 9. Monitoramento do PDP ETAPAS DO PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO Mobilização da sociedade Divulgação → Responsabilidade da Prefeitura Municipal, a partir dos meios de divulgação disponíveis (folders, cartilhas, artigos em jornais locais, programas de rádio, TV, internet, etc.). Obter participação efetiva da população Presença em reuniões públicas, manifestação de sua opinião a partir de questionários ou outros canais de participação (artigos, cartas, depoimentos, sugestões, etc.). - Sensibilização - Consulta - Mobilização - Envolvimento de agentes comunitários Participação da população: • Pessoas da comunidade e da administração pública • Responsável pela articulação, transparência e participação de todos durante o processo. Núcleo Gestor Municipal - Técnicos da Prefeitura Municipal. Equipe Técnica - Cidadãos do município, pertencentes a associações ou entidades civis. - Informa as comunidades sobre as ações do PDP - relação ativa da comunidade com o Núcleo Gestor e a Equipe Técnica. Agentes Mobilizadores Capacitação Treinamento dos agentes envolvidos no processo - realização de Encontros ou Cursos de Capacitação, Oficinas Leitura comunitária é um retrato do município construído sob o olhar dos seus moradores Leitura técnica é feita pelos técnicos (Equipe Técnica da Prefeitura e assessores e/ou consultores) Leitura Comunitária Relato das pessoas sobre a cidade reuniões com segmentos específicos (comerciantes, professores, fazendeiros, associações de moradores, sindicatos, etc.) reuniões públicas questionários e pesquisa sobre impressões e desejos (colocação de urnas para coletar informações e sugestões nos bairros) É feita através de • sistematização das informações coletadas • construção do diagnóstico comunitário Leitura Técnica pesquisas em órgãos governamentais e instituições públicas e privadas (Prefeitura, Secretarias de Estado, empresas prestadoras de serviços públicos, IBGE, SESC, SENAI, sindicatos, etc.). Dados coletados em diferentes fontes para conhecimento da realidade do município ou região. Indicadores Sócios Econômicos 1. condições de vida; 2. economia de local: renda, emprego, escolaridade, condições de saúde, acesso à água, esgoto, etc.; 3. Crescimento populacional; 4. Condições de moradia Análise do relevo, a hidrografia, as matas, o sistema viário, as estradas, rodovias, a infra-estrutura urbana, as casas, comércios, indústrias, praças, terrenos vazios, etc. Mapas e Cartografia ferramentas importantes para analisar o território do município indicadores socioeconômicos mostrados em mapas → visão mais geral do território Mapeamento temático mapeamentos básicos para o planejamento territorial do município: - Divisas do município. - Divisões internas – distritos, bairros, etc. - Geomorfologia e Geotecnia – topografia e declividades existentes - Classificação dos solos no município e na região - Bacia hidrográfica onde o município está localizado – rede de rios, córregos e ribeirões. - Cobertura vegetal no município e na região – matas e capoeiras - Sistema viário local, principal e regional – todas as ruas vielas, avenidas, estradas, rodovias existentes. - Uso do solo rural e urbano - Áreas de interesse histórico e ambiental localizadas. - Núcleos urbanos precários, localizados em áreas públicas e privadas no município – favelas, mocambos(habitações precárias), etc. - Estrutura fundiária do município – grandes terrenos com mais de 10.000 m². - Rede de distribuição de água. - Rede coletora de esgoto e sua inserção na rede de coletores troncos regionais. - Sistema de drenagem – galerias de águas de chuva e pontos de alagamento. - Áreas públicas desocupadas – áreas de propriedade do município, do governo do estado e da União. Exemplos de eixos estratégicos: • saneamento ambiental e recursos hídricos; • reutilização de antigos bairros industriais esvaziados; • ampliação de oferta de moradia de interesse social; • otimização da infraestrutura e ocupação de áreas ociosas. Formulação de estratégias, princípios, objetivos e eixos estruturadores do PDP sistematizações da leitura comunitária + leitura técnica Discussão em plenária com a sociedade retornar às comunidades, mostrando o resultado das reuniões com a comunidade (leitura comunitária) Elaboração da proposta do projeto de lei e dos instrumentos urbanísticos Após todas as definições prontas, é elaborado o texto final detalhado do PDP, na forma de projeto de lei. Os projetos de leis do Plano Diretor e das legislações complementares são enviados à Câmara Municipal para debate e aprovação. Envio do projeto de lei, discussão e aprovação final na Câmara Municipal Implementação do Plano Para que o planejamento se efetive, devem ser incluídas na Lei de Diretrizes Orçamentárias, no Plano Plurianual e na Lei do Orçamento Anual Esse sistema de gestão deve ser construído a partir da realidade administrativa e institucional do município, indicando os órgãos (Instituto, Secretaria ou Departamento e Conselho Municipal) que irão monitorar, avaliar, propor mudanças e revisões para o PDP, com a participação do poder público e da sociedade. Monitoramento do Plano
Compartilhar