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análise filme família Belier

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Luiz Paulo Sapucaia Pereira
sapucaiapereira@gmail.com
Dançando com Sistêmica 
AgradecimentoAproveitaremos a oportunidade deste trabalho para agradecer ao instituto Humanitas, por ter nos proporcionado a alegria e o aprendizado com este curso, principalmente às professoras, Leila Tibiriçá, Alana Teixeira e Rafaela Alban, e agradeço sem a menor dúvida em nome de todo o grupo, a partir de hoje vocês fazem parte de nossas vidas e nos lembraremos sempre da dedicação de cada uma, muito obrigado. 
Resumo
Foi solicitado como avaliação parcial do curso dançando com sistêmica, a analise do filme A Família Belier, filme francês enquadrado como comédia drama e que a versão assistida foi de 2014 e tem a duração de 106 min.
Todos os membros da família Belier sofrem de surdez, exceto Paula, a filha adolescente. Desde pequena se habituou a ser a porta voz da família, fazendo a ponte de comunicação com o resto do mundo, levam uma vida simples e aparentemente feliz, graças a ajuda de Paula a surdez nunca foi um incapacitante para a família. Mas tudo começa a mudar quando um professor de musica descobre o talento da jovem Paula e a convida para ir a Paris participar de um concurso. A partir deste convite a família começa a demostrar, poderíamos dizer sua desorganização familiar. E em cima desta desorganização que iremos tentar fazer uma analise de acordo as perguntas apresentadas pelas professoras. Perguntas essas que estão dispostas abaixo.
Uma comédia dramática com realização de Eric Lartigau. 
Perguntas propostas para realização deste trabalho, analise.
Como podemos extrair deste filme os nossos conceitos ?
Para uma melhor organização elaboramos os seguintes questionamentos norteadores.
Com base na Escola de Salvador Minuchin e seus principais conceitos descreva a estrutura apresentada por esta família. 
Discorra sobre a sua percepção dessa família a partir dos principais conceitos da teoria de Murray Bowem.
Na teoria da Comunicação estudamos os efeitos comportamentais da comunicação, organizados em axiomas. Articule os conceitos desta teoria ( axiomas e retroalimentação) com a família Beliér.
Se você fosse o terapeuta desta família quais seriam suas hipóteses sistêmicas ? Levante, pelo menos três (3) e explique como este caso clínico seria conduzido.
Vamos entender como a família Beliér se apresenta de acordo a teoria de Salvador Minuchin. O padrão de comportamento que podemos observar durante o filme foi, pai, mãe e filho dependentes da irmã mais velha que não era portadora de deficiência como eles, e designavam de certa forma a direção da família a esta que era apenas uma adolescente. Essa forma de comportamento acabou se transformando a forma de apresentação da família, imposta ou apreendida por todos seus membros. Apesar da menina muitas vezes se sentir sobrecarregada, pois as vezes mesmo que brincando xingava seus familiares, e como eram surdos não percebiam.
Pai, mãe e filho, se “juntaram” e formaram um subsistema dependentes da filha mais velha, e esta isolada em suas angustias se sentia muitas vezes na obrigação de cuidar deles, portadores de deficiência, mas não deficientes, e sim acostumados a este padrão de comportamento.
Esta forma como aprenderam a funcionar, acabou engaiolando esta menina como diz Salvador Minuchin, em uma gaiola dourada, aparentemente bonita, pois ela carregava a “obrigação” de cuidar do restante da família, e um status de importante e fundamental para o funcionamento da mesma, mas que não deixava de ser uma gaiola que a impedia de “voar”.
Esta estrutura familiar e a existência deste subsistema acarretou numa formação de fronteiras difusas entre seus membros, na verdade conseguimos perceber um grande emaranhado de seres não distintos, poderíamos até imaginar uma corda de caranguejos, que olhando de “fora” quase não conseguimos distinguir quem é quem na família, apesar de muito separados, questões do pai, da mãe e do filhos, se misturavam, esta forma confusa de estrutura, obviamente causará conflitos e desorganização em seus membros.
Muitas vezes, famílias com este tipo de fronteira a principio pode parecer união e à impressão de haver pertencimento, por estarem preocupados com os problemas de todos os membros, sem distinção de papeis, mas que acaba não existindo respeito, mas sim uma invasão do livre arbítrio entre eles, o que sabemos não ser possível uma individuação com este tipo de sentimento dominante. O que pode parecer uma fuga e que na maioria das vezes acarreta mais perturbação que individuação, pode muitas outras ser o único método plausível, mas que não foi o que aconteceu com a família, pois a menina antes de sair a “voar” fez o pedido a sua família, que abrissem a gaiola dourada.
Sabemos que o silêncio é uma forma de comunicação, ao contrário do que o senso comum pensa, de que, quem cala consente, isto não existe, não existe o não comunicar, o comportamento tem valor de mensagem, e o comportamento da família Beliér dizia muita coisa, conseguimos ouvir em vários momentos do filme, a família (pai, mãe e filho ) a dizer, nós precisamos de você, não conseguiríamos viver sem sua presença. De sua forma pessoal, a filha mais velha retroalimentava a situação que a incomodava, como dito anteriormente, muitas vezes xingava os familiares, mas continuava a se comportar da mesma forma, vemos isto como uma retroalimentação. No futuro quando toma a decisão de sair e cuidar de sua vida, a família depois do susto inicial aceita e apoia, ela mudou seu comportamento não retroalimentando mais a família em seu modo de ser. 
Desta forma ela se comunicava de duas formas com a família, através de suas falas, as quais não eram ouvidas e através de seus comportamentos o que mantinha o comportamento familiar. A relação “harmônica” da família permitia que a comunicação fosse feita de forma aparentemente simples, sem a preocupação de como o outro estava entendendo a mensagem, não havia uma metacomunicação.
Um fato que demostra o desequilíbrio desta família, se mostra claramente quando seus pais a levam a uma consulta particular, conversavam assuntos estritamente pessoais e íntimos do casal com a filha de testemunha, ou digamos tradutora, demostra além do comportamento ser uma comunicação, como achamos o momento explicito da estrutura da família e suas fronteiras, totalmente fora de uma estrutura equilibrada. Quando falamos equilibrada nos referimos a uma vivencia harmônica independente da forma que seja, contando que todos os membros possam e consigam viver sem maiores conflitos.
Por este tipo de relação “amigável” acreditavam que com isso, não necessitariam de respeito ao outro, por esta relação achavam que tudo o que viessem a comunicar seria aceito de bom grado, ou melhor entendido, o que a filha em vários momentos demostrava não ser assim tão simples como parecia. Algumas vezes demostrava repulsa pelos pais e irmão, faltou acredito, uma preocupação em saber como o outro estava entendendo o que eles diziam, uma metacomunicação. Conseguimos enxergar em poucos momentos um tipo de retroalimentação por parte da menina, em suas atitudes e atos, a nunca demostrar a sua real insatisfação, o que impedia cada vez mais do sistema familiar se perceber, o que deixa claro uma comunicação patológica das partes.
Algumas hipóteses sobre a caso Beliér : subsistema ( pai e mãe ) moldaram uma bengala ( filha ) para conduzir suas vidas.
Filha sempre se considerou indispensável a família, os via como dependentes de si, e de alguma forma essa situação a deixava no “controle” e autoridade sobre a mesma, uma forma cômoda de viver.
Subsistema ( pai e mãe ) enxergavam a filha como o elo de ligação do casal, o que os movia e sustentavam.
Pensamos no irmão, o caçula, em sua forma autista de viver, comunica muitas vezes ser mero espectador desta situação, o que não favorece em nada a estabilidade familiar.
Pelo que conseguimos perceber neste filme, agiríamos da seguinte forma, em primeiro lugar ou aprenderíamos libras ou solicitaríamos alguémpara a tradução, não iriamos querer que a menina fizesse esse papel dentro do set terapêutico, Perguntar qual o motivo da procura de um terapeuta, o que os movia até ali, a partir disto, procuraríamos saber um pouco de como funciona a família aos olhos de cada membro, e como foi a criação que eles os pais tiveram. Observaríamos a organização da família no set, para ver se, se confirmaria o que já tínhamos suspeitado pelo caso analisado, se o pai se considerava o regente da família ou seria outro membro, provavelmente a filha, ou a mãe.
Sabemos que cada um tem um papel importante na organização desta família e sempre incluiríamos todos em suas funções, ou tentaríamos saber que função exerce, tentando sempre conscientizar de que, se um dos membros não faz seu papel, automaticamente outro o fará, e talvez não tenha a capacidade de faze-lo. A mãe parece estar sempre alegre, descontraída, como se a vida fosse um “mar de rosas” , e através de perguntas para ela e para os membros, faríamos ela se perceber, e como suas atitudes repercutiam nos membros da família. Tentaríamos responsabiliza-la , e aos outros membros, do papel de cada um no contesto familiar. 
Notamos que o pai em alguns momentos tenta demostrar uma independência, seguiríamos com perguntas circulares em cima da função do pai primeiro, depois aos outros membros, tentando que eles se percebessem como estavam agindo, e de que a forma. Que talvez a forma como funcionavam, não estava sendo benéfica a todos, e perguntaria se estava.
E pediríamos em primeiro lugar para que descrevessem o que acham que seria uma família feliz, e o que seria a felicidade, pergunta direcionada a todos, sempre na tentativa de que se observassem, e que suas atitudes poderiam estar causavam nos outros membros da família, se achavam que causava algo.
Depois de conseguir criar um vinculo com o pai, ousaríamos perguntar, qual o papel do homem no lar ? e faríamos esta pergunta a mãe e talvez para a filha. Solicitaríamos em algum momento um dialogo com o casal, e tentaríamos mostrar que eles eram um casal com filhos, e não um casal com duas cabeças cada, que seus filhos eram indivíduos distintos deles e que tinham seus sonhos, se eles tinham pensado nisso, e se como se comportavam ajudava na concretização desses sonhos.
Pediríamos também se achássemos necessário um momento sozinho com a menina, e sondaríamos como foi sua infância, forma como foi criada, em casa, na escola, etc. Depois pediríamos que os outros membros entrassem, e perguntaríamos as pais como criaram a filha ? e para que criaram ? se tinham planejado algo para seu futuro ? e se já tinha perguntado a ela qual futuro ela desejava ?
Seguiríamos por este caminho até onde percebêssemos que estava sendo terapêutico, talvez um pouco mais devagar a depender de como caminhava a família, sabemos que existe família e indivíduos que viajam de jato, porem outros d apenas de carroça, tentaríamos sempre respeitar a velocidade da família. 
Podemos contatar que esta família possuía um dos fatores que consideramos fundamental para uma família equilibrada, o amor, mesmo que expressado momentaneamente de forma difuso, este existia, só precisaríamos tentar organiza-lo, e esta organização não seria feita somente pelo terapeuta, todos seriamos construtores desta realidade que se escondia por detrás de digamos, confusões passageiras. 
Alagoinhas
2015

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