Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Conceito de Direito Eleitoral É o ramo do Direito Público que visa regular o exercício da soberania popular. O Direito Eleitoral representa, em suma, o ramo jurídico que regula o exercício da Democracia. Estabelece as regras para a escolha dos representantes do povo, buscando que a vontade de todos seja convertida em governantes legítimos, eleitos de forma transparente e de acordos com as pretensões da coletividade. A finalidade do Direito Eleitoral é garantir o exercício da cidadania em todas as suas formas e em toda sua plenitude. Já o objeto do Direito Eleitoral são as normas jurídicas positivadas e os princípios eleitorais. Podemos citar alguns princípios aplicados ao direito eleitoral como veremos a seguir: • Princípio tempus regit atum (alteração da lei processual) é o princípio que se refere a alteração das leis processuais, embora previsto no CCP, em seu art. 1211, é aplicável ao direito eleitoral, tem eficácia imediata e se aplica aos processos judiciais vigentes; • Princípio da vedação da restrição de direitos políticos – este princípio é especificamente dirigido ao intérprete em matéria eleitoral, proibindo-o de fazer interpretações ampliativas (buscando enquadrar o máximo de situações possíveis) que implicaria em restrição aos direitos políticos, isto é, o intérprete não pode se socorrer de técnicas de interpretação, pretendendo restringir os direitos políticos algo tão grave e agressivo que só pode se concretizar por força de disposição normativa, e não por atividade exclusiva do intérprete. Em suma: onde não há restrição de direitos políticos, o intérprete não vê fazê-lo; • Princípio da isonomia – Princípio também conhecido como princípio da igualdade, irradia-se por todo o ordenamento jurídico, atingindo inclusive o direito eleitoral; • Princípio da transparência do pleito – Princípio que busca a transparência máxima durante o processo eleitoral; • Princípio da lealdade processual – esse princípio manifesta-se sobre as mais variadas proteções, como é o caso da punição diante da litigância de má-fé, ou da temeridade na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIME); • Princípio da oralidade – materializado pelo art. 169 do Código Eleitoral, preza pela a oralidade nos atos em matéria eleitoral; • Princípio da devolutividade dos recursos – a regra geral no CPC aponta para o duplo efeito dos recursos, isto é, os recursos têm efeito suspensivo e devolutivo. O efeito suspensivo é o responsável por suspender os efeitos da decisão até que seja julgado o recurso. Já o efeito devolutivo é a denominação para o efeito de devolver a matéria ao judiciário, no geral, para superior instância para que se julgue o recurso, por exemplo, uma decisão desfavorável do TER-SP pode ser recorrida por recurso a ser decidido pelo TSE. O Código Eleitoral em seu art. 257 adota como regra, em matéria eleitoral, apenas o efeito devolutivo. É importante observar, que o Direito Eleitoral integra o ramo do Direito Público, uma vez que regula as relações entre o estado e a sociedade, ultrapassando o âmbito dos interesses particulares de cada indivíduo. As características do voto são: • A universalidade (onde o sufrágio é considerado universal quando se outorga o direito de votar à grande maioria daqueles que detêm a capacidade civil e preenchem os requisitos básicos previstos na CF, sem limitações decorrentes do grau de instrução, do poder econômico, do sexo ou da convicção religiosa); • O voto é personalíssimo (porque não pode ser exercido por meio de procuração); • É obrigatório (obrigatoriedade), embora previsto no art. 14 da CF, não é cláusula pétrea e assim pode ser abolido por emenda à Constituição Federal (São cláusulas pétreas o voto direto, secreto, universal e periódico, conforme o art. 60, § 4°, da CF). • O voto é secreto, portanto, sigiloso (para garantir a liberdade do eleitor, inibindo-se a intimidação e o suborno). • O voto tem valor igual (igualdade) para todos é a aplicação no direito político da garantia de que todos são iguais perante a lei (cada eleitor vale um único voto). • A periodicidade do voto (explicitada como cláusula pétrea no art. 60, § 4°, da CF, possibilita a alternância dos mandatários. A periodicidade dos mandatos é uma característica da forma republicana de governo. A forma republicana de governo, a exemplo do regime democrático, é princípio constitucional. Capacidade Eleitoral é a capacidade de votar e ser votado, a primeira é denominada capacidade eleitoral ativa e a segunda, capacidade eleitoral passiva. No Brasil a capacidade eleitoral ativa é um direito e um dever, sendo um direito por permitir a escolha de seus candidatos e um dever por força da existência do voto obrigatório. Fontes do Direito Eleitoral Suas fontes diretas são a Constituição Federal, as Leis Eleitorais de Competência Privativa da União, conforme o art. 22, I, da CF e as Resoluções do TSE (As Resoluções possuem força de Lei Ordinária). Além desta, existem as fontes não formais ou indiretas, que são a Doutrina, a Jurisprudência e os Estatutos Partidários devidamente registrados perante a Justiça Eleitoral. Na prática, podem ser considerados como os principais normativos de Direito Eleitoral: • Constituição Federal de 1988 • Lei n° 4.737\1965 (Código Eleitoral) • Lei Complementar n° 64\1990 (Lei das Inelegibilidades, alterada pela Lei complementar n° 135\2010); • Lei n° 9.096\1995 (Lei dos partidos Políticos); • Lei n° 9.504\1997 (Lei Geral das Eleições); • Lei n° 9.709\1998 - Iniciativa Popular (uma das formas de o povo exercer diretamente seu poder é a iniciativa), Referendo (é a forma de manifestação popular pela qual o eleitor aprova ou rejeita uma atitude governamental já manifestada), e Plebiscito (que é a consulta popular prévia pela qual os cidadãos decidem ou demonstram sua posição sobre determinadas questões). • Lei n° 12.034\2009 (Altera o Código Eleitoral, a Lei dos Partidos Políticos e a Lei Geral das Eleições); • Lei Complementar n° 135\2010 (Estabelece de acordo com o §9° do art. 14 da CF, casos de inelegibilidade, prazos de cessão e determina outras providências, para incluir hipóteses de inelegibilidade que visam a proteger a probidade administrativa e a moralidade no exercício do mandato). É a denominada Lei da ficha Limpa. • Resoluções do TSE Os normativos acima mencionados são considerados como os principais, mas não são os únicos. Existem diversas Leis Federais sobre Direito eleitoral, que também são importantes. Características da capacidade eleitoral A capacidade eleitoral pode ser: a) ativa, quando o cidadão escolhe seus representantes; b) passiva, quando o cidadão é escolhido para representar o povo brasileiro. Para o exercício de ambas, é necessário o alistamento, que é o ato de inscrever-se perante a Justiça Eleitoral. Ele é obrigatório, assim como o voto, para os maiores de 18 anos de idade e facultativo para os menores de 18 anos e maiores de 16, para os maiores de 70 anos e para os analfabetos. Não se admite o alistamento como eleitores, dos estrangeiros e dos conscritos, durante o período de serviço militar obrigatório. Segundo prevê o parágrafo terceiro, artigo 14 da Constituição Federal de 1988, são requisitos para que o cidadão possa representar o povo: § 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exercício dos direitos políticos; III - o alistamento eleitoral; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária; VI - a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e Juiz de paz; d) dezoito anos para Vereador. Ademais, para que se fale em elegibilidade há que se falar na ausência das inelegibilidades, as quais se dividem em 2 grupos: as relativas e as absolutas. Inelegibilidade relativa é a vedação voltada apenas a determinados cargos, cujo motivo pode ser funcional (art. 14, §§5º e 6º, CRFB/88), ou decorrente de parentesco (art. 14, 7º, CRFB/88), do exercício de atividade militar (art. 14, 8º, CRFB/88), ou de motivos legais (art. 14, 9º, CRFB/88). Funções da Justiça Eleitoral • Função Consultiva Via de regra, o Judiciário se manifesta diante dos fatos, analisando uma questão e decidindo sobre ela, excepcionalmente à Justiça Eleitoral foi concedida a função consultiva, autorizando a emissão de respostas em consultas hipotéticas e abstratas. È um mecanismo singular que pretende ampliar a transparência e segurança das questões eleitorais. Os artigos 23, XI e 30, VIII do Código Eleitoral autorizam as respostas dessas consultas tanto pelo TSE quanto pelos TREs, elencando os requisitos para cada uma. Consultas ao TSE - Pergunta em tese, isso quer dizer, a pergunta não se refere a um caso concreto, é na verdade um caso hipotético, abstrato. A consulta deve ser solicitada por autoridade com jurisdição federal ou órgão nacional de partido político. Consultas aos TREs – Pergunta em tese, isso quer dizer, a pergunta não se refere a um caso concreto, é na verdade um caso hipotético, abstrato. A consulta deve ser solicitada por autoridade pública ou partido político. Desta forma, tanto o TSE como os TREs, detêm atribuições para responder as consultas, conforme o Código Eleitoral. As consultas não possuem efeito vinculante, isso quer dizer que o resultado delas não obriga o Tribunal, que respondeu de determinada maneira decidir igualmente diante de um caso concreto. Mas as consultas são úteis para revelar o entendimento do tribunal naquela ocasião e orientar os atos do consulente e demais interessados. • Função Normativa Um dos aspectos que distingue a Justiça Eleitoral de suas congêneres é a função normativa que lhe foi atribuída pelo legislador. Apesar de a Constituição Federal não prever essa função, ela consta no art. 1°, § único, e do art. 23 IX, ambos do Código Eleitoral. Art. 1º Este Código contém normas destinadas a assegurar a organização e o exercício de direitos políticos precipuamente os de votar e ser votado. Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral expedirá Instruções para sua fiel execução. Art. 23 IX Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior: IX - expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste Código. Assim, as Resoluções expedidas pelo TSE ostentam força de lei. Ter força de lei, não é o mesmo que lei. O ter força, aí, significa gozar do mesmo prestígio, deter a mesma eficácia geral e abstrata atribuída às leis. Mas estas são hierarquicamente superiores às resoluções pretorianas. Reconhece-se, todavia, que as resoluções do TSE são importantes para a operacionalização do direito eleitoral, sobretudo, das eleições, porquanto solidificam a copiosa legislação em vigor. Com isso, proporciona-se mais segurança e transparência na atuação dos operadores desse importante ramo do direito. Inquérito policial e o processo eleitoral O aparelhamento do processo penal relativo aos crimes eleitorais segue o procedimento especial previsto no Código Eleitoral, conforme art. 355 a 364. O primeiro tema referente às regras processuais, cravado no art. 355 do CE deixa estampado que a ação penal relativa aos direitos eleitorais é pública incondicionada. O art. 5°, inciso LIX, da CF assegura a administração da ação penal privada nos crimes de ação pública, se decorrido o prazo legal esta não for movida. A norma constitucional não fez restrição a qualquer espécie ou modalidade de crime. Com isso, uma interpretação lógica e coerente leva à conclusão de que não seria constitucional entender que, em relação aos crimes eleitorais, existisse tal impedimento. Ademais, o art. 364 do Código Eleitoral prevê aplicação subsidiária do Código de Processo Penal em relação ao processo e julgamento dos crimes eleitorais. A lei processual penal comum, por sua vez, normatiza a questão da ação penal privada subsidiária da pública no art. 29 do CPP. Resulta assim, perfeitamente cabível o manejo da ação privada em relação aos crimes eleitorais, nas mesmas condições descritas pelo regime processual penal ordinário. A Polícia Federal exercerá, com prioridade sobre suas atribuições regulares, a função de polícia judiciária em matéria eleitoral limita às instruções e requisições do TSE, dos Tribunais Regionais ou dos juízes eleitorais de acordo com (Res. – TSE n° 8.906/70 e art. 94 da Lei n° 9.504/97). Quando no local da infração não existirem órgãos da Polícia Federal, a Polícia Estadual terá atuação supletiva. Quando tiver conhecimento da prática de infração penal eleitoral, a autoridade policial deverá informar imediatamente o juiz eleitoral competente. Se necessário, a autoridade policial adotará as medidas acautelares previstas no CPP. O inquérito policial eleitoral, regulamentado pela Resolução TSE n° 23.363/2011, somente será instaurado mediante requisição do Ministério Público ou da Justiça Eleitoral, salvo a hipótese de prisão em flagrante, quando o inquérito será instaurado independentemente de requisição. As autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer seja encontrado em flagrante delito pela prática de infração eleitoral, comunicando o fato ao juiz eleitoral competente em até vinte e quatro horas. Importante frisar, que a Resolução n° 23.363/2011 do Tribunal Superior Eleitoral acima mencionado, disciplina a apuração dos crimes eleitorais. Quando a infração for de menor potencial ofensivo, a autoridade policial elabora termo circunstanciado de ocorrência e providenciará o encaminhamento ao juiz eleitoral competente. O inquérito policial eleitoral será concluído em até dez dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante ou preventivamente, contado o prazo a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou em até trinta dias, quando estiver solto. Aplica-se ao inquérito policial eleitoral o disposto no Código de Processo Penal. Assim, deferido o pedido de arquivamento do inquérito policial, não cabe recurso. Caso discorde do pedido de arquivamento, o juiz eleitoral deverá remeter as peças ao procurador regional eleitoral (e não ao procurador geral de justiça), que poderá insistir no pedido de arquivamento, oferecer denúncia ou designar outro promotor para oferecê-la, conforme o art. 357 do CE. O procedimento penal eleitoral propriamente dito começa com o oferecimento da denúncia no prazo de 10 dias, conforme o art. 357, caput do CE. Se for o caso de convencimento ministerial a respeito de ausência de justa causa para a ação penal, poderá requerer o arquivamento da comunicação sobre o crime, inclusive o inquérito policial. Crime eleitoral De acordo com Suzana de Camargo Gomes: Os crimes eleitorais consistem em condutas delituosas que podem se revelar nas mais diferentes formas, indo desde aquelas que conspurcam a inscrição dos eleitores, a filiação a partidos políticos, o registro de candidatos, a propaganda eleitoral, a votação, até aquelas que violam a apuração dos resultados e diplomação dos eleitos. (GOMES, 2000, pág. 25) Portanto, crime eleitoral é o resultado de toda ação ou omissão reprovável descrita no Código Eleitoral, isto é, crimes eleitorais são todas as condutaspraticadas durante o processo eleitoral e que, por atingirem ou desonrarem o direito ao voto, a lei as reprime, implicando a seus autores penas como detenção, reclusão ou pagamento de multa. Há crimes eleitorais previstos no Código Eleitoral, na Lei Complementar n° 64/90 e na Lei Geral das Eleições (Lei n° 9.504/97), dentre outras. Recente controvérsia envolveu o crime de corrupção eleitoral tipificado no art. 299 do CE e o art. 41-A da Lei n° 9.504/97. O art. 299 do CE tipifica criminalmente o crime de corrupção eleitoral, assim tipificado: Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita: Pena - reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa. Não se trata de crime de mão própria, pois a vantagem pode ser prometida por qualquer pessoa em nome do candidato (HC1423.54.2011.6.09.0000). A pena é de prisão e multa. A realização de promessa de campanha, as quais possuem caráter geral e usualmente são postas como um benefício à coletividade, não configura, por si só, o crime de corrupção eleitoral (art. 299, CE), sendo indispensável que a promessa de vantagem esteja vinculada à obtenção do voto de determinados eleitores (Agravo Regimental no Agravo de Instrumento n° 586-48\SP, j. em 25/08/2011). Diante da semelhança das condutas tipificadas, parte da doutrina passou a sustentar que as condutas de caracterizar ilícito penal. O TSE, contudo, concluiu que o art. 41- A da Lei n° 9.504\97 não alterou a disciplina do art. 299 do Código Eleitoral, no que permanece o crime de corrupção eleitoral (HC 81, j. em 03/05/2005, informativo do TSE n° 18). Os crimes eleitorais vão desde aqueles que prejudicam a inscrição de eleitores, passando por propagandas irregulares até a violação da apuração dos resultados, como veremos a seguir. De acordo com o TSE: Os principais crimes são: • Corrupção eleitoral ativa: doar, oferecer ou prometer dinheiro, presente ou qualquer outra vantagem, inclusive emprego ou função pública, para o eleitor com o objetivo de obter-lhe o voto, ainda que a oferta não seja aceita; • Corrupção eleitoral passiva: pedir ou receber dinheiro, presentes ou qualquer outra vantagem em troca do voto; • Usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar, em determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos; • Fornecer alimentação ou transporte para eleitores, tanto da zona rural quanto da zona urbana, desde o dia anterior até o posterior à eleição (somente a Justiça Eleitoral poderá realizar transporte de eleitores); • Promover desordem que prejudique os trabalhos eleitorais; • Recusar ou abandonar o serviço eleitoral sem justificativa; • Utilizar serviços, veículos ou prédios públicos, inclusive de autarquias, fundações, sociedade de economia mista e entidade mantida pelo Poder Público, para beneficiar a campanha de um candidato ou partido político; • Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem; • Violar ou tentar violar os programas ou os lacres da urna eletrônica; • Causar, propositadamente, danos na urna eletrônica ou violar informações nela contidas; • Destruir, suprimir ou ocultar urna contendo votos ou documentos relativos à eleição; • Fabricar, mandar fabricar, adquirir, fornecer, ainda que gratuitamente, subtrair ou guardar urnas, objetos ou papéis de uso exclusivo da Justiça Eleitoral; • Alterar, de qualquer forma, os boletins de apuração; • Falsificar ou alterar documento público ou particular para fins eleitorais; • Fraudar a inscrição eleitoral, tanto no alistamento originário quanto na transferência do título de eleitor; • Reter indevidamente o título eleitoral de outrem. Os crimes mais comuns na propaganda eleitoral são: • Caluniar, injuriar ou difamar alguém na propaganda eleitoral; • Divulgar fatos inverídicos em relação a candidatos e partidos, que sejam capazes de influenciar a opinião do eleitorado; • Utilizar organização comercial, distribuição de prêmios e sorteios para fazer propaganda ou aliciamento de eleitores; • Utilizar símbolos, frases ou imagens associadas ou semelhantes às empregadas por órgão do governo, empresa pública ou sociedade de economia mista; • Divulgar pesquisa eleitoral fraudulenta; • Inutilizar, alterar ou perturbar a propaganda eleitoral realizada em conformidade com a lei. A legislação proíbe diversas outras condutas na propaganda eleitoral, tais como: a) Realização de showmício; b) Utilização de outdoors; c) Propaganda antecipada; d) Distribuição de camisetas e outro. É bom frisar, que essas condutas não são consideradas crimes, mas irregularidades que serão julgadas pela Justiça Eleitoral e poderão ensejar aplicação de multa para o candidato ou partido político. Agora, no dia da eleição: promover a desordem ou a concentração de eleitores com o fim de impedir, embaraçar ou fraudar o exercício do voto, sob qualquer forma, inclusive com o fornecimento gratuito de alimento e transporte coletivo; utilizar alto- falantes e amplificadores de som; realizar comício ou carreata ou fazer boca-de-urna; distribuir material de propaganda política (panfletos, cartazes, camisetas, bonés, adesivos, etc.) fora da sede do partido ou comitê político; os funcionários da Justiça Eleitoral e mesários utilizarem qualquer elemento de propaganda eleitoral; violar ou tentar violar o sigilo do voto. Essas condutas são consideradas como crime. Importante lembrar, que é permitida, desde que não faça parte de aglomeração, a manifestação individual e silenciosa da preferência política do eleitor, inclusive o uso de camisetas, o porte de bandeira ou flâmula e a utilização de adesivos em veículos particulares. De acordo com o art. 356 do CE, o cidadão que tiver conhecimento de infração penal eleitoral deverá comunicá-la ao juiz eleitoral da zona onde ela se verificou. Quando a comunicação for verbal, mandará a autoridade judicial reduzi-la a termo, assinado pelo apresentante e por duas testemunhas, e a remeterá ao órgão do Ministério Público local, que procederá na forma deste Código. Se o Ministério Público julgar necessário maiores esclarecimentos e documentos complementares ou outros elementos de convicção, deverá requisitá-los diretamente de quaisquer autoridades ou funcionários que possam fornecê-los. Os crimes eleitorais são de ação penal pública incondicionada, inclusive nas hipóteses de calúnia, injúria e difamação eleitorais, conforme o art. 355 do CE, em virtude do interesse público que envolve a matéria eleitoral. Admite-se a ação penal privada subsidiária da pública, conforme art. 5°, LIX, da CF quando houver omissão do Ministério Público no prazo que lhe é reservado para oferecer denúncia, requerer diligências ou propor o arquivamento do inquérito (esteja o acusado preso ou solto), já que se trata de garantia constitucional.
Compartilhar