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Polígrafo de Nutrição Animal

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Nutrição Animal�� 
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Nutrição Animal
CONCEITOS E DEFINIÇÕES 
1- Objetivos da disciplina :
	Aplicar os conhecimentos adquiridos sobre as exigências nutricionais dos animais e sobre a composição dos alimentos para uma correta nutrição das diferentes espécies zootecnicamente exploradas.
2- Nutrição :
	É a ciência que envolve um conjunto de processos que vão desde a ingestão de alimentos até o metabolismo dos nutrientes.	Abrange uma série de processos físicos, químicos e biológicos através dos quais o organismo digere o alimento e absorve os nutrientes para atender suas exigências de manutenção e produção.
	É uma ciência que estuda os fenômenos bioquímicos e fisiológicos, no qual os alimentos ingeridos pelos animais são digeridos e os produtos de digestão são absorvidos e metabolizados para atender suas exigências de manutenção e produção.
	Finalidades da utilização dos nutrientes:
- Reparar os tecidos corporais que sofrem um desgaste de forma natural;
- Formar tecidos novos (músculos, ossos, pele...) quando o animal está em crescimento;
- Produzir energia.
3- Alimentação :
É um ramo da nutrição que estuda os alimentos utilizados pelos animais.
Sendo essencialmente prática, visa o preparo dos alimentos e a melhor maneira de fornecê-los aos animais. Portanto abrange desde a escolha dos alimentos (volumosos, concentrados), o preparo dos mesmos (processamento) e o fornecimento aos animais.
São todas as operações que o homem realiza, com o fim de selecionar, preparar e distribuir os alimentos destinados aos animais. Também as ações que os animais realizam voluntariamente para aproveitar os alimentos que são postos ao seu alcance, através da apreensão, mastigação e deglutição .
4- Alimento :
É todo ingrediente presente na dieta que pode ser ingerido pelo animal, ser parcial ou totalmente digerido, absorvido e assimilado, contribuindo assim para a manutenção e produção dos animais.
É tudo o que é possível de ser consumido com um fim nutricional.
São aquelas substâncias que o homem coloca a disposição dos animais, direta ou indiretamente, para que eles consumindo possam manter com normalidade suas funções vitais e alcançarem o desenvolvimento corporal próprio da espécie e da raça a que pertencem, além das suas produções, ou seja, carne, leite, ovos, lã, etc. 
Os alimentos não são completos, sempre há falta de um ou mais nutrientes com exceção do leite para o lactente e do ovo para o pinto quando ainda embrião. 
	Os alimentos variam sua composição devido a fatores ambientais tais como a fertilidade do solo, clima, diferenças entre variedades, métodos de colheita e etc.
5- Nutrientes ou Princípios Nutritivos :
São os constituintes dos alimentos que nutrem o animal.
Nutrientes são compostos químicos ou grupos de compostos que ao serem ingeridos são aproveitados pelo organismo animal preenchendo alguma função nutricional, ou seja, são utilizados na síntese de compostos químicos ou queimados para a produção de energia.
Nutriente é o constituinte ou o grupo de constituintes dos alimentos de igual composição química geral que contribui para a manutenção da vida dos animais.
	Os nutrientes requeridos pelos animais são :	energia, proteína, minerais, vitaminas e água.
6- Nutriente Digestível :
	É a fração possível de ser digerida pelo animal e que pode ser aproveitada para a produção de energia e manutenção ou crescimento dos tecidos.
7- Nutrientes Digestíveis totais (NDT) :
	É uma das formas de expressar a concentração energética dos alimentos e representa o somatório das frações orgânicas digestíveis. Sendo que o sistema de NDT se baseia no fato de que todas as frações da matéria seca de um alimento, exceto das cinzas, possam gerar energia, levando-se em conta que o aproveitamento só ocorre com as partes digestíveis.
8- Digestibilidade :
	É a fração do alimento aparentemente aproveitada pelo animal, ou seja, a diferença entre a quantidade ingerida e aquela excretada nas fezes.
	A determinação da digestibilidade pode ser feita através de ensaios de digestibilidade“in vivo” ou através de técnicas aproximativas como a digestibilidade in vitro e/ou in situ.
9- Ração :
É a quantidade total de alimento que um animal recebe em um período de 24 horas.
10- Dieta : 
	São todos os alimentos que o animal ingere.
	É o ingrediente alimentar ou misturas de ingredientes, incluindo água, consumida pelos animais. 
11- Ração Balanceada :
	É o total de alimento que um animal recebe em 24 horas, capaz de atender as suas exigências nutricionais. Normalmente a ração balanceada é preparada para um grupo de animais com necessidades idênticas ou semelhantes.
	É a ração ou alimento que contém todos os nutrientes requeridos em quantidade e proporção adequada, para satisfazer um conjunto conhecido de requerimentos fisiológicos de um animal, de acordo com as recomendações de autoridades reconhecidas no campo de nutrição animal, tal como o NRC. Deve-se especificar as espécies para as quais se destina e as funções, tais como manutenção, ou manutenção + produção (crescimento, gestação, engorda, leite, ovos, lã, penas ou trabalho).
	É o conjunto de alimentos que se fornece a um animal durante um dia para cobrir todas as necessidades nutricionais que ele tem, tanto do ponto de vista quantitativo como qualitativo, ou seja, deve ser completa. Ex: Em aves, não se deve verificar apenas a quantidade de proteína digestível total, mas também os aminoácidos essenciais, que elas são incapazes de sintetizar em velocidade suficiente para atender a demanda.
	A ração deve também ser fisiológica, isto é, os alimentos que a compõem devem ser adequados para cada animal, para que ocorra um perfeito funcionamento do aparelho digestivo. Ex: A ração para ruminante adulto deve conter alimentos ricos em fibra para que os movimentos do rúmen e da ruminação não sejam alterados. Já para suínos, a ração não pode ser excessivamente fibrosa, devida a sua baixa capacidade de digestão da celulose.
	A ração deve ser barata (custo-benefício). Deve-se conhecer a relação do valor nutritivo ou quilos de nutrientes pelo preço dos alimentos disponíveis, a fim de poder compará-los e utilizar em maior quantidade os que são mais econômicos.
	A ração deve ser higiênica . Os alimentos devem estar em boas condições, sem sofrer fermentações indesejáveis ou outras alterações que ponham em risco a saúde dos animais. Cuidar dos gorgulhos e traças que atacam os grãos armazenados, também dos ratos, pois na urina pode conter leptospira, transmitindo para os animais e o homem a leptospirose.
	A ração deve ter um preparo adequado, para que os animais possam ingerir e aproveitar com facilidade os alimentos. Ex.:
Picar forragens ou palhas: para facilitar a mistura com outros alimentos diminuindo assim a seleção, ou para fazer silagem, reduzindo-se o ar de dentro do silo, facilitando a compactação e favorecendo a fermentação láctica..
Cortar as raízes : Como da mandioca (2-3 cm) para facilitar a ingestão e eliminar o princípio tóxico.
Moagem de grãos : Os suínos não mastigam bem os grãos, não sendo estes bem digeridos. Para um melhor aproveitamento deve-se moer ou triturar. 
 	Mistura de alimentos : para evitar que os animais selecionem e consumam os mais palatáveis.
 	Granulação : principalmente para alimentos farinhosos, pois produzem pó ao manejá-los, ruim para os tratadores e para os animais. Também porque ocupam muito volume (maior custo de frete) e tem muita superfície de contato com o ar (oxidação das gorduras).
12- Refeição :
	É a parte da ração distribuída e consumida de cada vez.
13- Volumosos :
São alimentos que possuem um alto teor de fibra (18% ou mais de fibra bruta na matéria seca) e são utilizados para a alimentação principalmente de ruminantes, podendo ser aquosos (silagens) ou secos (fenos). 
14- Concentrados :	
São alimentos que possuem baixo teor de fibra bruta na matéria seca (( 18%) e alto teor em proteína ou energia. Dividem-se em :
1) Concentrados energéticos : São aqueles quecontém menos de 20% de proteína bruta na matéria seca.. Ex: Grãos de cereais (milho, sorgo, aveia), culturas de raízes (mandioca), farelos e resíduos desde que tenham menos de 18% de fibra bruta na MS.
2) Concentrados protéicos : São aqueles que contém mais de 20% de proteína bruta na matéria seca. Ex: Podem ser de origem vegetal (farelo de soja, de algodão), de origem animal ( farinha de peixe, farinha de carne) e nitrogênio não protéico (uréia, sulfato de amônia, cama de aviário, esterco de poedeiras).
15- Aditivos: 
São ingredientes adicionados na dieta, em pequena quantidade, com ou sem valor nutritivo, com a finalidade de melhorar sabor, coloração, textura ou fazer a conservação. Ex: Antioxidantes (para gorduras), pigmentantes (para gema de ovo e pele de frangos), antifúngicos (para a ração), palatabilizantes. 
	São substâncias adicionadas à ração, com a finalidade de conservar, intensificar ou modificar suas propriedades, desde que não prejudiquem o seu valor nutritivo.
16- Suplementos : 
São alimentos utilizados associados com outros para melhorar o balanço nutritivo. Podendo ser suplementos minerais ou vitamínicos, fornecidos isoladamente ou misturado com outros ingredientes. 
17- Vitaminas :
	São substâncias químicas que regulam diversas funções do organismo animal.	Classificam-se em lipossolúveis (vitaminas A,D,E e K) e hidrossolúveis (vitaminas C,. do complexo B, niacina, etc).
	Em ruminantes adultos, os microorganismos do rúmen sintetizam todas as vitaminas do complexo B e K, a não ser em vacas leiteiras de alta produção, em que a quantidade produzida é inferior a necessária.
	Os suínos devem receber alimentos com as vitaminas A, D, E, B2, B6, B12 e ácido pantotênico e as aves com A, D, E, K, B2, B12, ácido pantotênico e colina.
18- Minerais :
Os alimentos destinados a alimentação animal contém vários minerais. Eles estão classificados em macro (cálcio, fósforo, magnésio, potássio, sódio, cloro e enxofre) e em microminerais (ferro, zinco, cobre, manganês, iodo, cobalto, molibdênio, selênio e flúor). Esta classificação é feita segundo a quantidade requerida pelos animais podendo ser em macrogramas, microgramas ou ppm ( partes por milhão).
19- Normas ou Tabelas de Alimentação :
	São guias inseparáveis para a correta formulação de rações, exceto quando se tem a análise laboratorial dos alimentos a serem utilizados. As normas de alimentação são descrições quantitativas das quantidades de nutrientes que necessitam os animais.	O uso destas normas vem desde o início de 1800. Nos Estados Unidos são utilizadas as normas do NRC - National Research Council (Conselho Nacional de Investigação), as quais são revisadas e reeditadas em intervalos de poucos anos. Na Inglaterra, as normas são emitidas pelo AFRC – Agricultural Food Research Council ( Conselho de Investigação Agropecuária). No Brasil, existem as tabelas da UFV (Universidade Federal de Viçosa), da UFPEL (Universidade Federal de Pelotas) e do Andriguetto. Nestas normas, estão expressas os requerimentos diários e a composição dos nutrientes dos principais alimentos.
ANÁLISE DOS ALIMENTOS
1- Considerações Gerais:
	A avaliação dos alimentos é necessária para que se possa obter um eficiente desempenho dos animais, principalmente quando estão sendo utilizados resíduos ou subprodutos agroindústriais.
	O principal objetivo da análise é o de conhecer a composição química, além de verificar a identidade e a pureza dos alimentos, sejam eles de natureza orgânica ou inorgânica. Permite também o conhecimento das propriedades gerais como aspecto, aroma, sabor, alterações, sua estrutura microscópica e, ainda, a determinação do teor das substâncias nutritivas, por intermédio das análises aproximativas. Contudo além das análises aproximativas há também a necessidade de se conhecer a sua digestibilidade, ou seja, a parte do alimento que realmente está disponível para o animal.
	 Nos alimentos de um modo geral, os constituintes químicos podem ser agrupados em 2 categorias:
Constituintes básicos ou nutritivos: água, carboidratos, gordura, proteínas, minerais e vitaminas.
Constituintes secundários: Enzimas, ácidos orgânicos, compostos voláteis, pigmentos, pectina, substâncias aromáticas, etc.
	Os constituintes químicos são responsáveis pelas características nutritivas ou sensoriais do alimento, como pode ser visto abaixo:
Característica do alimento Constituinte químico responsável
Valor nutritivo Proteínas, açúcares, gorduras, etc.
Cor Enzimas, pigmentos, etc.
Sabor Ácidos orgânicos, açúcares, fenólicos, etc.
Odor Óleos essenciais, compostos voláteis, etc.
Textura Pectina, gomas, proteínas, etc.
	Algumas substâncias são chamadas “acessório” e são importantes na organização dos sistemas biológicos, tais como as enzimas, vitaminas, sais minerais e hormônios.
	O método usado para a análise dos alimentos que se faz normalmente é chamado de MÉTODO DE WEENDE e foi desenvolvido por STOHMANN e HENNEBERG entre 1860 e 1864, na Estação Experimental de Weende na Alemanha. As técnicas para se analisar os alimentos ainda são quase as mesmas, com excessão do nitrogênio que é feito segundo o método KJELDAHL.
	Este método separa o alimento em frações que contém substâncias que apresentam alguma propriedade em comum, que permite a análise química do grupo. Logo não é uma análise de nutrientes do alimento. O significado nutritivo de cada uma das frações não é muito claro, exatamente porque cada fração é uma combinação de substâncias das quais algumas são nutrientes e outras não tem nenhum significado nutritivo.
	De acordo com o MÉTODO DE WEENDE o alimento pode ser fracionado no seguinte esquema:
 Alimento 
 Água Matéria seca (MS)
 Mufla a 600 0 C
 Matéria orgânica (MO) Matéria mineral (MM)
Proteína Bruta (PB) Fibra Bruta (FB) Extrato Etéreo (EE) ENN
(nitrogênio x 6,25) (CHO estrut.) (gordura + subst. (CHO soluv.)
 solúveis em éter)
	O método de Weende não é totalmente satisfatório, principalmente no que diz respeito a determinação dos carboidratos, pois incluí no grupo da FB a celulose e apenas a lignina insolúvel em álcali; e no grupo dos extrativos não nitrogênados (ENN) encontram-se frações de natureza diversa, como: amido, hemicelulose, pectina, lignina solúvel em álcali e os CHOs solúveis em H2O. Esta divisão é insatisfatória, pois a hemicelulose, a pectina e a lignina solúvel em álcali não apresentam as mesmas características nutricionais dos outros componentes englobados sob o termo de ENN. Contudo uma separação química dos polissacarídeos somente seria útil se descermos aos pormenores do peso molecular, posição das ligações glicosídicas, etc. Portanto uma análise extremamente sofisticada seria necessária para separar os vários componentes do alimento sob os aspectos químicos e nutricionais. Na tentativa de resolver o problema foi proposto em 1963 por VAN SOEST, um método que fracionasse a fibra bruta em componentes solúveis em detergente neutro e ácido permitindo assim a obtenção das frações da parede celular ou Fibra Detergente Neutra (FDN), Fibra Detergente Ácida (FDA) e Lignina Detergente Ácida. Portanto, por cálculo, é possível estimar os teores de hemicelulose e de celulose, caracterizando melhor os componentes da fibra bruta.
2 - Coleta de Amostras de Alimento :
	A técnica da coleta de amostras dos alimentos, visando a análise química, tem por finalidade obter uma amostra perfeitamenterepresentativa do material a ser analisado. Amostra é o conjunto de unidades de amostragem selecionadas dentro de uma população. A coleta das amostras é o ponto de partida para obter uma análise o mais próximo possível da composição real do estoque. Portanto caso ocorram erros durante a amostragem estes não poderão ser retificados ou compensados, por mais cuidadosos que venham a ser as futuras análises. Amostras representativas são difíceis de se obter, principalmente quando se coleta alimentos grosseiros ou alimentos misturados. O erro da amostragem tende a aumentar conforme se aumenta a heterogeneidade, com a quantidade de material a ser amostrado e com relação ao volume da amostra (quantidade de amostra tomada).
	
A amostragem compreende as seguintes fases :
1) Coleta da amostra bruta.
2) Preparação da amostra do laboratório por meio de uma adequada redução do volume da amostra bruta.
3) Preparação da amostra para análise.
	Existem 2 métodos de coleta :
a) Amostragem ao acaso : São utilizados para alimentos homogêneos.
b) Amostragem representativa : São utilizados para alimentos heterogêneos.
	
Tipos de Amostragem :
1) Amostras a Granel : Recomenda-se que se tomem 6 amostras de 100g por tonelada, homogenizar e destas retirar 1Kg para ser enviado ao laboratório.
2)Amostras Ensacadas : Devem ser amostradas diagonalmente devido a segregação das partículas, na mesma quantidade citada acima, utilizando um calador (tubo simples ou duplo perfurado, com a extremidade ponteaguda).
3) Amostras de Pastagens : Quando as análises não forem processadas imediatamente, é necessário que as amostras fiquem embaladas em sacos plásticos e que sejam conservadas em congelador, entre -5 e -100 C, sendo enviadas ao laboratório em caixas térmicas com gelo.
	Dependendo do propósito, devemos amostrar :
Parte aérea da planta : 
- Escolher ao acaso no mínimo 10 pontos para a coleta.
- Plantas de pequeno porte coletar cerca de 2 a 3 Kg e colocar direto em sacos plásticos.
- Plantas de porte alto removê-las inteira, picar, amostrar e colocar em sacos plásticos em torno de 2 a 3 kg.
b- Parte que o animal está consumindo : 
- Cortar a planta simulando o pastejo do animal (Hand clipping).
- Utilizar animais fistulados no esôfago.
 Coletar cerca de 2 a 3 Kg e manter em sacos plásticos.
4) Amostras de silagem : A coleta pode ser feita diretamente no silo, contudo esta não é uma amostra representativa. O ideal seria amostrar na ocasião do fornecimento aos animais, tirando amostras diárias. A quantidade a ser enviada ao laboratório varia entre 3 a 4 Kg, acondicionada em sacos plásticos e resfriada. Caso não possam serem logo analisadas, deve-se congelar imediatamente.
5) Amostras de fenos e palhas : O instrumento utilizado é o coletor de forragem da Pensilvânia, que consiste num tubo de aço inoxidável de 0,45m de comprimento por 0,03m de diâmetro. O coletor deve ser introduzido no fardo sempre na diagonal. A amostragem também pode ser feita com a mão coletando em locais diferentes do fardo. Número de amostras a ser coletada:
- De 1 a 10 fardos : Tirar pelo menos 1 amostra de cada fardo.
- Mais de 10 fardos : Amostrar no mínimo 10 fardos.
	Deverá ser coletado cerca de 1 Kg do material e enviado ao laboratório em sacos plásticos ou de papel.
6)Amostras de farelo, grãos e concentrados : O instrumento utilizado é o calador, que consiste num tubo com uma ponta na sua extremidade e uma ou mais ranhuras em um dos lados; a coleta deverá ser feita no sentido diagonal, sendo coletada cerca de 1 Kg de material e armazenado em recipiente de plástico ou vidro fechado e identificado. Quantidade a ser amostrada :
- Até 10 sacos : Retirar amostras de todos.
- Mais de 11 sacos : Coletar cerca de 2% do total do lote.
	Após a chegada da amostra ao laboratório o material deve ser preparado para que possa ser analisado. O preparo conta de :
a) Trituração prévia : A maioria, das amostras de volumosos exigem inicialmente uma trituração grosseira. Após a trituração prévia o material deve ser pré-seco (exceto silagens e produtos tratados com amônia, para a determinação de nitrogênio). Em grãos e rações fareladas não há necessidade de trituração prévia.
b) Moagem final : é feita após a secagem. A moagem final visa obter um pó bastante fino e o mais homogêneo possível.
3- Determinação dos Alimentos através do Método de Weende :
A - Deteminação da Matéria Seca (MS) :
	A determinação da Matéria Seca é o ponto de partida da análise dos alimentos; é de grande importância já que a preservação do alimento depende do teor de umidade presente no material, além disso para se comparar o valor nutritivo de 2 ou mais alimentos é necessário considerar os respectivos teores de matéria seca.
	A matéria seca de certos alimentos aquosos (+ de 14% de umidade) é feita em 2 etapas, sendo a primeira denominada pré-secagem e é feita em estufas, normalmente de ar forçado e a uma temperatura de 55 a 60 0C até que a amostra atinja peso constante, o que leva cerca de 2 ou 3 dias. A pré-secagem é importante para conservação da amostra, para facilitar a moagem final e as demais análises. A segunda é denominada secagem definitiva e é realizada em estufa de 100 a 1050C por cerca de 3 horas. Para alimentos como os grãos e farelos normalmente usa-se somente a secagem definitiva.
B- Matéria Mineral (MM) ou Cinzas (CZ) :
	Cinza ou resíduo mineral é o produto que se obtém após o aquecimento de uma amostra, à temperatura de 500 a 6000C, durante 4 horas ou até a combustão total da matéria orgânica.
	A determinação de cinzas nos fornece uma indicação do teor de elementos minerais presentes em uma amostra. O teor de cinzas é muito importante quando são analisados os produtos de origem animal (Farinha de carnes e ossos, Farinha de ostras), onde se estima o teor de Ca e P; contudo nos produtos de origem vegetal a determinação de cinzas tem pouco valor, devido a variação da composição da cinza e pela presença de sílica (principalmente da casca de arroz no farelo de arroz) , que gera um alto teor de cinzas, contudo com baixo valor nutritivo.
	As vezes a fração cinzas pode ser elevada em função da terra aderida às plantas, uma alternativa seria lavar a planta com água, contudo isto pode provocar também uma lixiviação dos carboidratos solúveis, sendo que este erro provavelmente é muito mais sério do que a introdução de pó na matéria mineral.
	Após a determinação da cinza se determina a matéria orgânica por diferença de 100.
C- Nitrogênio - Proteína Bruta (PB) :
	Esta fração é constituída de protídeos, aminoácidos, peptonas, peptídeos, nitrogênio não protéico, etc. É importante conhecer o teor de proteína bruta dos alimentos, pois além de classificar os alimentos em função do percentual de proteína bruta o fornecimento excessivo de proteína significa uma energia onerosa, já que os animais não armazenam proteína e esta será desdobrada em energia (ATP).
	Concentração protéica dos alimentos :
Concentrados : - Protéicos ( PB Volumosos : - Leguminosas: ( PB
 - Energéticos : ( PB - Gramíneas : Média PB
 - Palhas : ( PB
 
	Na realidade a análise da PB é feita através da determinação do teor de nitrogênio contido na matéria orgânica, incluindo o nitrogênio não protéico e outros compostos nitrogenados como as aminas, amidas, lecitinas, nitrilas, aminoácidos, etc; com excessão dos nitratos e nitritos.
	O método determina que o nitrogênio deve ser multiplicado por um fator de correção de 6,25, pressupondo que, em média, as proteínas apresentam 16% de nitrogênio.
	O método de KJELDHAL é o mais prático e o mais empregado, sendo que a determinação do nitrogênio total baseia-se na digestão da amostra com ácido sulfúrico concentrado, seguindo-se um tratamento com álcali concentrado e destilação da amônia captando-a em ácido diluído, determinando-se finalmente o nitrogênio por titulação.
	
Estemétodo apresenta 2 problemas :
a) Não avalia a qualidade da proteína, e sim determina o nitrogênio total, sendo que este muitas vezes não está disponível e o animal não pode utilizá-lo.
b) Não usa um fator de correção específico para cada alimento o que pode alterar o valor real da proteína, pois como pode ser observado no quadro abaixo o percentual de nitrogênio na proteína é diferente nas diferentes fontes protéicas.
	
Fatores de conversão de N total para as proteínas em diferentes fontes protéicas :
Fontes protéicas
% de N na proteína
Fator de correção
Semente de algodão
18,87
5,30
Semente de soja
17,51
5,71
Cevada (grão)
17,15
5,83
Milho (grão)
16,00
6,25
Aveia (grão)
17,15
5,83
Trigo (grão)
17,15
5,83
Ovo
16,00
6,25
Carne
16,00
6,25
Leite
15,58
6,38
Folhas de plantas
15,00
6,60
D- Extrato etéreo (EE) - Gordura bruta (GB) :
	As gorduras ou lipídeos são substâncias solúveis em éter ou outros solventes orgânicos chamados de extratores. Nesta análise o éter é aquecido, volatilizado e condensado, caindo sobre a amostra, o que permite a retirada de todas as substâncias solúveis em éter, como os triglicerídeos, fosfolipídeos, ácidos graxos livres, colesterol, lecitina, vitaminas lipossolúveis, clorofilas, substâncias alcalinas, óleos voláteis, resinas e ceras. O éter é recuperado em outro recipiente, após nova volatização e o extrato etéreo extraído é calculado por diferença de pesagem.
	A gordura constitui a fração mais energética dos alimentos, fornecendo 2,25 vezes mais energia que proteína e os carboidratos. O percentual de gordura afeta a conservação dos alimentos, uma vez que a gordura é uma fração bastante instável rancificando facilmente. Com a rancificação ocorre além do gosto desagradável, uma grande perda de certos nutrientes essenciais como as pró-vitaminas A e D, caroteno, complexo B, etc, bem como alguns ácidos graxos que são destruídos pela oxidação. A rancificação pode chegar a um ponto de grande aquecimento, podendo ocorrer uma combustão espontânea do material. Grãos com alto percentual de gordura quando inteiros são estáveis, porém quando moídos pode ocorrer a ativação da lipase, devido o calor e umidade liberados no processamento, provocando uma rápida rancificação do material. Todas as gorduras das plantas oleaginosas rancificam-se facilmente. Métodos para a obtenção do extrato etéreo :
1- Método com aparelho GOLFISCH : Utiliza o éter de petróleo, com tempo de extração de 4-8 horas. Contudo este não é efetivo para a extração de alguns ácidos graxos.
2- Método com aparelho tipo SOXLET : Utiliza o éter sulfúrico, com tempo de extração de 8-10 horas, podendo chegar a 20 horas. O éter sulfúrico é um solvente mais eficaz, contudo absorve água e álcool durante o seu uso. O éter misturado com água dissolve os carboidratos solúveis, aumentando a percentagem de extrato etéreo, por isso, o éter deve estar isento de água e álcool.
	Recentemente as técnicas para extração tem utilizado solventes acidificados para extrair os sabões insolúveis, dentre eles a mistura de clorofórmio : metano na proporção de 2:1 (v/v) com 0,1 % de HCl. Também tem-se utilizado o ácido acético glacial a 10% no éter de petróleo ou dietílico.
	Todos os métodos para a extração de gordura tendem a superestimar a quantidade de lipídeos disponíveis para os animais devido a presença de materiais solúveis em solventes orgânicos, que não são ácidos graxos, como :
as resinas, ceras, óleos voláteis, clorofilas, etc, que não apresentam valor nutritivo nenhum para o animal. O grau de superestimação depende do tipo de alimento analisado.
E- Fibra bruta (FB):
	A fibra bruta pode ser definida como um resíduo orgânico indigestível de uma amostra de um alimento depois de ser seca, desengordurada e submetida a uma digestão ácida com ácido sulfúrico seguida de uma digestão alcalina com hidróxido de sódio, subtraído do resíduo das cinzas insolúveis. Este procedimento tenta medir as frações de celulose, hemicelulose, xilases, lignina, pentoses e alguns outros componentes associados com os carboidratos fibrosos.
	A fibra bruta para monogástricos tem entre outras funções a de auxiliar nos movimentos peristálticos, porque a fibra é hidrófila (retém água) ajudando a manter a consistência branda e a umidade das fezes, facilitando a sua progressão para o intestino grosso. Para os ruminantes é considerada fonte de energia tendo como produto final ácidos graxos e gases.
	O processo de determinação da fibra bruta está gradativamente sendo substituída por outros métodos mais precisos pois no processo de obtenção da fibra bruta não se consegue separar os seus principais constituintes : celulose, hemicelulose, lignina e carboidratos solúveis; na digestão alcalina parte da lignina poderá ser dissolvida e solubilizada pelo tratamento substimando a fração fibra bruta e descaracterizando-a como a parte do alimento de digestibilidade mais difícil. Caso a proteína ou outros produtos químicos estejam ligados a lignina estes também serão incluídos na fibra bruta.
F- Extrativo não nitrogenado (ENN):
	É constituída pela fração solúvel dos alimentos incluindo amido, açúcares, parte da lignina, hemicelulose, celulose e também vitaminas hidrossolúveis. Pelo método de Weende não é determinada quimicamente mas é obtida por cálculo, somando-se as porcentagens de EE, FB, PB e MM, expressas na base de matéria seca e subtraindo o total de 100. Consequentemente todos os erros cometidos nas análises anteriores irão refletir nestas frações, principalmente as imprecisões do método de determinação da fibra bruta.
	Na maioria das vezes o ENN dos alimentos volumosos é superestimado devido as contaminações por constituintes que deveriam ficar retidos na fração fibra bruta. Nos alimentos volumosos o ENN representa em média 40% da MS e nos alimentos concentrados cerca de 70% de MS.
ENN = 100- (%H2O +%EE + %PB + %FB + %MM)
	
 	
Vantagens do MÉTODO DE WEENDE :
- Prático e de fácil execução;
- Aceitável mundialmente;
- Possibilita o cálculo da % NDT = %FBD + %PBD + %ENND + (%EED x 2,25);
- Baixo custo;
- Não surgiu um método substituto eficaz;
- Utilizado em rótulos como garantia.
	Desvantagens do MÉTODO DE WEENDE :
- Separa o alimento em grupo de substância e não em nutriente;
- Analisa na fração proteína bruta todos os compostos nitrogenados, sendo ou não protéicos;
- O fator de correção do nitrogênio não é específico para cada alimento, e sim 6,25, considerando que todos os alimentos tenham 16% de nitrogênio;
Não separa os componentes da fibra bruta;
Parte da lignina que é indigerível pelos animais, é considerada ENN, pois é solubilizada na digestão alcalina com hidróxido de sódio.
- Todos os erros aparecem no ENN, mesmo sendo de outras frações, por ser este calculado por diferença e não determinado;
- Na determinação da matéria mineral alguns sais podem sofrer redução.
4- Determinação das frações dos alimentos através do Método de VAN SOEST
	O método é baseado na separação das diferentes frações dos alimentos através do uso de reagentes específicos denominados detergentes. Este método foi desenvolvido por Van Soest em 1963 e é utilizado principalmente com alimentos volumosos.
	De acordo com Van Soest, na parede celular é onde estão localizadas as substâncias menos digestíveis e esta é formada principalmente por celulose ligadas a lignina dentro de uma matriz de hemicelulose, pectina e goma vegetal (estes dois últimos são bastantes digestíveis no caso dos ruminantes). A lignina é indigestível e dificulta a digestão da celulose e talvez dos outros componentes da parede celular. Por meio do detergente neutro (sulfato de lauril-sódio tamponada a pH = 7,0 ( 0,1) é possível separar a parede celular do conteúdo celular. 
O conteúdo celular (CC) possui 95 a 98% de digestibilidade e é constituído, principalmente, por proteína solúvel, glicídeos solúveis, amido, carboidratos solúveis, lipídeos, pectina, compostos nitrogenados não protéicos e outras substâncias solúveis. Todas estas substâncias são altamente nutritivaspara os mononogástricos e ruminantes. 
A parede celular (PC) também é chamada de Fibra Detergente Neutra (FDN) e é uma fração fibrosa constituída basicamente por celulose, hemicelulose, lignina, proteína lignificada (proteína insolúvel) e sílica que são as cinzas insolúveis. A sua digestibilidade depende do grau de lignificação. A hemicelulose e a celulose são digeridas significativamente pelos ruminantes e apresentam nenhuma ou baixa digestibilidade para monogástricos. Alto conteúdo de PC tende limitar o consumo, pois dá muito volume a ração dando a sensação de enchimento ruminal e portanto a saciedade do animal.
	Através de um detergente ácido específico (detergente de trimetil-cetil-amônio em ácido sulfúrico a 1 normal) é possível solubilizar o conteúdo celular e a hemicelulose, além da maior parte de proteína insolúvel, obtendo-se um resíduo insolúvel no detergente ácido, denominada de Fibra Detergente Ácida (FDA) constituída em sua quase totalidade de celulose (lignocelulose), lignina, sílica, nitrogênio lignificado e cutina.
	Por intermédio do ácido sulfúrico (H2SO4) a 72% ou por uma solução de permanganato de potássio (KMnO4), a celulose ou a lignina são respectivamente solubilizadas, completando-se o fracionamento dos constituintes da parede celular. A celulose é determinada por diferença de pesagens antes e depois da determinação das cinzas. A diferença entre a FDN e FDA dá uma estimativa do conteúdo de hemicelulose.
Hemicelulose = PC –FDA ou FDN – FDA.
Celulose = FDA – LAD
LAD (Lignina Ácido Detergente) = é constituída por lignina + contaminação por sílica.
Vantagens do método de VAN SOEST :
- Maior precisão dos dados.
- Faz a separação dos principais constituintes da fibra bruta em celulose, hemicelulose, lignina e cinzas.
Desvantagens do método de van soest:
- A separação entre o conteúdo celular e a parede celular não é perfeita : ocorrendo solubilização de parte da hemicelulose, retenção de proteínas do conteúdo celular e a retenção variável de mucinas e gomas.
- Não ocorre também uma real separação da parede celular lignificada e da não lignificada.
- O tratamento com detergente ácido da parede celular não dissolve totalmente as hemiceluloses. O FDA contém de 15 a 20% de hemicelulose; contém também menos lignina que o material de origem.
-Pode ocorrer a retenção de pectinas e taninos se a análise não for sequencial.
 
Alimento
 Digestão com detergente neutro
 (componente da parede celular/FDN) Insolúvel Solúvel (conteúdo celular)
 Digestão com detergente ácido
(Ligninocelulose/FDA) Insolúvel Solúvel (hemicelulose,nitrogênio da parede celular)
 Digestão com ácido sulfúrico a 72%
(Lignina,sílica e cutina)Insolúvel Solúvel (celulose)
 Incineração (Lignina e cutina perdidas )
 Cinzas (Sílica)
5- Outras análises e testes:
	Com o passar dos anos, a ciência da nutrição evoluiu muito e houve a necessidade de desenvolver outros tipos de análises para avaliar melhor o valor nutritivo dos alimentos. Além disso, existe a necessidade de que sejam feitos testes de controle de qualidade dos ingredientes a serem usados. Assim temos :
1- Análises de Minerais :	A análise de minerais é realizada através das técnicas de absorção atômica, fotometria de chama, e fotocolorimetria, sendo que os macrominerais são expressos em % dos ingredientes e os microminerais em base de mg/Kg de alimento ou ppm (partes por milhão). As análises mais comuns são para a determinação de cálcio e fósforo.
2- Análises de vitaminas: Atualmente a análise de vitaminas está sendo efetuada por espectrofotometria ou por cromatografia ao invés dos antigos métodos microbiológicos. As vitaminas A, D e E são expressas em unidades internacionais (UI.), e as demais são expressas em miligramas.
3- Análise de aminoácidos: Os aminoácidos que antigamente também eram determinados por métodos biológicos, hoje estão sendo analisados quantitativamente por cromatografias. Na análise de aminoácido é necessário inicialmente hidrolisar as proteínas, o que é feito com o ácido clorídrico a 6 N. Contudo com a hidrólise ácida, muitos aminoácidos poderão ser destruídos e para contornar esta falha, usa-se a hidrólise ácida para certos aminoácidos e hidrólise alcalina para outros.	Posteriormente, o hidrolisado pode ser analisado por cromatografia gasosa ou separada por cromatografia em coluna, e analisado por colorimetria usando ninidrina como reagente. O aminograma separa e analisa os aminoácidos.
4-Teste de Éber:	O teste de Éber tem como objetivo identificar o estado de decomposição dos produtos de origem animal, como a farinha de carne, farinha de peixe, farinha de ossos, etc.
5- Teste de Peróxidos:	O objetivo do teste de peróxidos é verificar a presença de peroxidases, através da formação de peróxidos. A presença de peróxidos é indicativo da existência de rancidez oxidativa, esta rancidez rompe os ácidos graxos nos pontos de dupla ligação.
6- Teste de Gossipol: É usado para medir o teor de gossipol no farelo de algodão ou na sua semente. É considerado de baixo índice, menor que 0,04%.
7- Testes Biológicos : Vários testes podem ser realizados, entre eles estão a determinação do valor biológico das proteínas, o valor energético dos alimentos e a determinação da sua digestibilidade.
8-Testes microscópicos:	Através dos testes microscópicos pode-se analisar o formato das células e das quantidades de amido dos ingredientes; e em função destes parâmetros é possível detectar as falsificações.
9- Testes Físicos e Bacteriológicos:	Existe uma grande quantidade de testes que podem ser feitos para controlar a qualidade dos alimentos, entre eles estão a cor, odor, granulometria, densidade, secagem , tonificação, presença de escamas, excessos de ossos, cascos, chifres e pêlos, presença de cartilagem, sangue, salmonelas, coliformes, fungos, etc.
10- Reação de Kreis: Mede rancidez hidrolítica das gorduras; portanto avalia a presença de ácidos graxos livres nos alimentos.
11- Índice de urease: A urease é uma enzima que desdobra a uréia em CO2 + amônia e encontra-se presente em todas as sementes de leguminosas. Por ser uma enzima termolábil a avaliação de suas atividades em produtos como o farelo de soja, da uma indicação do seu grau de tostamento. A alta urease indica uma falta de tostamento, já a baixa atividade em urease, indica um tostamento adequado e, consequentemente, a sojina presente na soja também terá uma atividade baixa.
6- Avaliação dos alimentos através de experimentos de digestibilidade 
	A digestibilidade é definida como sendo a fração do nutriente ingerido que não é recuperada nas fezes. Quando esta fração é dada em relação a 100, denomina-se coeficiente de digestibilidade e é expresso em percentagem.
	A determinação da composição química de um alimento através de análises laboratoriais é o ponto de partida para a avaliação de seu valor nutritivo. Contudo é necessário conhecer a sua digestibilidade, ou seja, a parte do alimento que realmente está disponível para o animal. O não conhecimento do real aproveitamento do alimento tem levado os nutricionistas a recomendações errôneas e em muitos casos, os animais não respodem ao tratamento, devido a uma quantidade insuficiente de nutrientes disponíveis, mesmo que ele esteja presente no alimento. Portanto a determinação da digestibilidade de um alimento compreende a medida quantitativa dos nutrientes consumidos e as quantidades excretadas nas fezes.
	Normalmente na avaliação de alimentos utiliza-se o coeficiente de digestibilidade aparente, e este é definido como a parte de um determinado nutriente do alimento que não é excretado nas fezes. Portanto este tipo de coeficiente não faz distinção entre os nutrientesque aparecem nas fezes, podendo ser originários da fração indigerível do alimento ou de substâncias endógenas do próprio animal que são excretados no trato digestivo na forma de enzimas, outras secreções endógenas e descamações das mucosas epitelial, baixando assim o valor do que seria a digestibilidade verdadeira ou real. 
	A digestibilidade constituí-se numa determinação indispensável para a avaliação de um alimento, e tem sido amplamente utilizada na avaliação de forrageiras para ruminantes e de concentrados para monogástricos. Uma série de fatores influenciam os dados de digestibilidade obtidos com animais, entre eles a espécie animal, a frequência de alimentação, a restrição de água, a temperatura ambiente e o nível de alimentação. Normalmente o grau de digestibilidade diminui com o aumento do consumo a partir de um certo nível, melhorando o desempenho do animal devido a maior quantidade de nutrientes disponíveis, contudo a utilização do alimento é mais eficiente quando a digestibilidade é maior.
	Em ruminantes, os trabalhos de pesquisa mostram que a digestibilidade da matéria seca deve ser, em média, de 68%, ponto em que o animal consegue aliar o máximo consumo de matéria seca ao de energia. Forragens de baixa digestibilidade (abaixo de 50%) são menos consumidas pelos ruminantes, pelo excessivo tempo de retenção no rúmen, fato agravado quando a taxa protéica estiver abaixo de 7%. 
Fatores que afetam a digestibilidade:
a) Composição química do alimento.
b) Adição de nutrientes, como a proteína.
c) Estágio de desenvolvimento da planta.
d) Presença de minerais na dieta.
e) Permanência do alimento no trato digestivo.
f) Processamento físico do alimento.
g) Taxa de consumo.
h) Idade do animal (hábito alimentar)
i) Frequência de alimentação.
6.1- Digestibilidade “in vivo” ou método convencional : É realizado com animais mantidos em gaiolas metabólicas. O processo básico consiste em se medir a quantidade de nutrientes consumido e a quantidade excretada nas fezes durante um determinado período de tempo. A partir da quantidade de alimento consumido, das fezes excretadas e das composições químicas do alimento e das fezes, computam-se a digestibilidade da matéria seca do alimento e de suas várias frações. A quantidade de nutrientes que é aparentemente digerida, é então igual à diferença entre a quantidade do nutriente consumido e aquela excretada nas fezes. 	O coeficiente de digestibilidade aparente de um nutriente é a percentagem digerida do nutriente consumido, e é expresso com seguinte fórmula: 	
Coef. de Dig.% = nutriente consumido-nutriente excretado nas fezes x 100
 nutriente consumido
	Nos ruminantes e em algumas outras espécies, as fezes oriundas de uma determinada fração de alimento são identificadas somente na base do tempo. Assim, admite-se que os ovinos demoram 24 horas para excretar as fezes oriundas de um determinado alimento ingerido e os bovinos demoram cerca de 2 a 3 dias, podendo ir até 7 a 8 dias. Turnover é o período de tempo no qual, teoricamente, todo o conteúdo ruminal seria trocado por outro. O problema de se identificar quais fezes são oriundas de um determinada quantidade de alimento ingerido pode resultar em erros na estimativa da digestibilidade, isto se deve ao fato da taxa de passagem da digesta no trato digestivo ser variável e das fezes não poderem ser separadas por alimentação ou por dia. É então necessário aceitar que a ingestão de uma dieta é constante e que deve ser mantida constante durante um período suficientemente longo, sendo assim a excreção das fezes também será relativamente constante. Portanto o método empregado para se obter estimativas mais exatas do coeficiente de digestibilidade com ruminantes consiste em se fornecer quantidades fixas de um determinado alimento durante um período relativamente longo para assegurar uma taxa constante de excreção fecal e então fazer a coleta das fezes excretadas durante um determinado intervalo de tempo. Se restos de alimentos são deixados em um determinado dia, a precisão do método é reduzida, portanto a quantidade de alimento fornecida deve ser a nível de mantença para se evitar sobras. Em geral, considera-se 90 % do consumo voluntário máximo.
	
Considerações :
- Animais : Devem provir de um mesmo rebanho para que tenham tido um mesmo manejo pré-experimental, caso forem animais provenientes de diferentes rebanhos, estes deverão ser submetidos a um tratamento pré-experimental para serem padronizados. Devem ser selecionados e uniformizados quanto a raça, sexo, tamanho ou peso, idade e estado nutricional. Utilizar de preferência machos adultos, castrados e com boas condições sanitárias, quando a digestibilidade é feita com fêmeas ou aves, um conduto especial é adaptado ao animal para se obter coletas quantitativas de fezes separadas da urina. O número mínimo de animais em cada dieta deve variar de 3 a 5 para diminuir a margem de erro. Antes dos animais entrarem no período experimental eles deverão ser everminados e vacinados.
- Gaiolas : As gaiolas de metabolismo podem ser construídas de madeira ou de metal. A estrutura metálica é mais vantajosa porque evita os problemas relacionados com a infiltração da urina e, em consequência, permite melhor higiene. O animal deve ter liberdade de movimentos no tocante a deitar-se e levantar-se, contudo ele deve ser mantido de maneira que não possa virar-se, sendo o comprimento da gaiola adaptável ao tamanho do animal, a fim de que as fezes caiam no coletor de fezes, colocado na parte posterior da gaiola. Pode-se fazer também uma adaptação do coletor de fezes ao coletor de urina, neste caso, o piso da gaiola é de tela metálica por onde passam as fezes através da grade, sendo recolhida em caixa em forma de funil com leve inclinação das paredes. A urina também passa pela grade, escorre pelo funil, sendo coletada em recipiente colocado sob a gaiola.
	Nos ruminantes ao invés de caixa coletora de fezes podem ser utilizadas sacolas coletoras, e estas devem ser feitas de lona e internamente revestida de material impermeável (napa ou courvin), visando diminuir a perda de umidade das fezes. As sacolas são adaptadas na região posterior e fixas ao animal por meio de arreios, normalmente possuem um ziper que possibilita a retirada das fezes sem desarrear o animal. A maior vantagem de utilização das sacolas coletoras reside no fato de permitir ao animal uma maior liberdade dentro da gaiola, além de evitar a contaminação das fezes com a urina. Para o uso das sacolas torna-se necessário fazer a caudectomia.
	Para o fornecimento adequado do alimento, o comedouro é anexado a parte anterior da gaiola e colocado de maneira a evitar desperdícios, ou seja para que o animal não jogue alimento para fora. É essencial que elas tenham uma superfície interna lisa para permitir a remoção completa do alimento. O melhor material para se usar são folhas de aço inoxidável, podendo também ser confeccionados com madeira, folhas de zinco ou lata. Os animais devem receber água à vontade. Os bebedouros automáticos são ideais e eles podem ser acoplados a um hidrômetro para se medir a água consumida.
	A determinação da digestibilidade com animais em gaiolas é executada em 3 períodos :
a) Período de adaptação: Com duração de 7 a 14 dias. É importante para promover a adaptação do animal ao novo meio ambiente e ao novo tipo de alimento que será avaliado. Inicialmente, a todos os animais deverá ser fornecido água e sal mineral ad libitum e apenas a ração basal. Esta devera ser substituída paulatinamente pelo novo alimento até atingir o nível correspondente de cada tratamento, por um período variável entre 7 e 14 dias, e que sejam suficientes para eliminar do trato digestivo os resíduos da dieta anterior, e para que os processos de fermentação e digestão da nova dieta funcionem adequadamente. Durante este período deverá ser observado o comportamento dos animais, e em caso de se manifestar diarréias, diminuição drástica do consumo ou outros sinaisde intolerância à dieta, este tratamento deverá ser reavaliado.
b) Período para determinar o consumo voluntário máximo: Com duração de 7 dias. O alimento é oferecido ad libitum para a medida de consumo voluntário, quando um excesso de 10 a 20% de alimento lhe é oferecido, dando condições de seletividade. Neste período são computados as quantidades de alimento que sobrou no cocho.
c) Período para determinar os coeficientes de digestibilidade: Com duração de 9 dias. É determinado na semana posterior a do consumo voluntário, após ocorrer a uniformização da oferta de alimento. O alimento deverá ser fornecido duas vezes ao dia em intervalos regulares de 12 horas e sempre nos mesmos horários, onde limita-se em 90 % do consumo máximo para evitar seleção e sobra no cocho. Como o consumo é determinado na base da exigência energética da mantença do animal, haverá a necessidade de se pesar os animais no início do período preliminar e no início e no fim do período de 7 dias onde se determinou o consumo voluntário. As pesagens deverão ser feitas antes do animal receber a primeira alimentação do dia, no entanto sem um jejum prévio e sempre num mesmo horário, onde se admite que o enchimento do trato digestivo é o mesmo.
	A amostragem do alimento fornecido deverá ser feita durante a pesagem das quantidades de alimento que cada animal deverá receber. As amostras do alimento fornecido deverão ser reunidas em uma amostra composta para cada tratamento. As fezes de cada animal deverão ser pesadas diariamente durante o período de coleta, amostragens deverão ser feitas após homogeinização do material, correspondendo a cerca de 10% do total de fezes coletadas, sendo estas amostras reunidas numa amostra composta ao final dos 7 dias. A coleta e pesagens das fezes deverá iniciar 24 horas após o início do terceiro período e terminar 24 horas após. Todas as amostras deverão ser colocadas em sacos plásticos e congeladas a uma temperatura ao redor de -150C, sendo posteriormente secadas e analisadas quimicamente.
Procedimentos para a coleta de fezes: 
- Coleta em gaiolas : Os animais, geralmente machos, são confinados em gaiolas específicas para a coleta quantitativa de fezes, sem a contaminação pela urina ou pelo alimento. As aves são confinadas em gaiolas para a coleta total das excreções.
- Coleta em sacos : Quando o animal não pode ser confinado, sacos coletores com arreios são adaptados aos animais. Este método é utilizado especialmente para a coleta de fezes de animais em pastejo.
- Uso de indicadores : A excreção fecal pode ser estimada com o uso de indicadores que são substâncias indigestíveis como o óxido crômico, lignina e sílica, que são misturados à dieta. Logo se o consumo do indicador é conhecido, a excreção fecal pode ser calculada pela relação percentual do indicador na MS das fezes. Logo :
Produção fecal = Quantidade de indicador consumido x 100
 % indicador na amostras das fezes
	Este procedimento evita a coleta total das fezes porém aumenta o erro, pois se verifica uma variação de 10 a 15% no volume de fezes por dia devido a variabilidade de concentração do indicador que depende da hora da coleta das fezes que é feita diretamente no reto do animal. Se a relação entre o indicador e o nutriente é determinada sem a medida quantitativa, tanto do material ingerido como das fezes produzidas, então a % de digestibilidade é dada por :
%digestibilidade = 100 - 100 x % indicador no alimento x % nutrientes nas fezes
 % indicador nas fezes x % nutrientes no alimento
Ex: Teor de lignina no alimento = 5%
 Teor de lignina nas fezes = 10%
 Teor de proteína no alimento = 12,5 %
 Teor de proteína nas fezes = 11%
 Digestibilidade da proteína = 100-100 x (5% no alimento x 11% nas fezes
 ( 10% nas fezes x 12,5 % no alimento
Digestibilidade da proteína = 56%
6.2- Digestibilidade indireta (calculada por diferença ) : Alguns alimentos não devem ser ministrados sozinhos. Por exemplo, se formos determinar a digestibilidade da torta de soja, ou milho grão para vacas, alimentando somente com estes alimentos, por um mês, ocorrerão doenças metabólicas nos animais. Nestes casos há a necessidade de recorrer a métodos indiretos, portanto, dois experimentos devem ser conduzidos. No primeiro, uma ração auxiliar é fornecida e sua digestibilidade determinada, no segundo, a digestibilidade dos nutrientes na ração auxiliar mais o alimento em questão é determinado. Supõe-se que que a digestibilidade da ração auxiliar permanece constante nos dois experimentos, assim a digestibilidade dos nutrientes no alimento pode ser calculada por diferença.
Vantagens do MÉTODO “IN VIVO” :
- Oferece resultados mais exatos.
- Oferece estimativas da digestibilidade aparente e do consumo voluntário máximo do animal.
Desvantagens do MÉTODO “IN VIVO”
- Trabalhoso.
- Exige grande quantidade de alimento.
- Exige grande quantidade de mão-de-obra.
- É oneroso e de demorada execução.
7- Digestibilidade “In vitro”, indireto ou Método de TILLEY e TERRY:
	Método desenvolvido por Tilley e Terry em 1963, com o objetivo de reproduzir em laboratório algumas das condições existentes no trato gastrointestinal dos ruminantes. As amostras de alimento a serem avaliadas são incubadas em tubos de vidro, com saliva artificial (solução tampão) e líquido ruminal, que é coletado de um animal dotado de uma cânula ruminal permanente. O material é levado a uma estufa com temperatura em torno de 390C por 48 horas mais CO2 proporcionando um ambiente adequado para a atividade microbiana. Após este período, o meio é acidificado, com HCl, e em seguida é adicionada uma solução de pepsina, permanecendo nestas condições por mais 48 horas, onde ocorre a digestão enzimática, que simula o que ocorre no abomaso e intestino delgado. A matéria orgânica que desaparece após os 2 estágios é considerada como tendo sido digerida. Logo a seguir é feita a filtração, recuperando-se o material residual, ou seja, a fração que não sofreu a digestão e por diferença de 100 calcula-se a fração digestível.
Vantagens do MÉTODO “IN VITRO”
- Menor custo.
- Maior rapidez.
- Exige menos mão-de-obra.
- Exige pouquíssima quantidade de alimento, em torno de 0,5 g.
- Imita o sistema digestivo do ruminante de forma prática.
Desvantagens do MÉTODO “IN VITRO” :
- Oferece resultados menos exatos.
- Utiliza apenas uma enzima (pepsina).
- Não se adecua para alimentos com digestibilidade inferior a 55%.
8- Digestibilidade “in situ” ou Degradabilidade Ruminal (naylon bag):
	Em 1938, QUINN et al desenvolveram uma técnica para medir a digestão de alimentos diretamente no rúmen de ovinos fistulados utilizando sacos de material sintético. Depois dele, inúmeros pesquisadores tem investigado formas de se obter uma estimativa do valor nutricional dos alimentos através de micro-técnicas que requerem pequenas quantidades de amostras, já que em programas rotineiros a digestibilidade in vivo torna-se inviável devido ao tempo consumido e os gastos envolvidos. A técnica mede o desaparecimento do alimento que é degradável e passa através dos poros do saco de nylon que estão suspensos no rúmen. Este método tem sido utilizado não somente para o cálculo do desaparecimento de MS, mas também para verificar o desaparecimento de diversos constituintes do vegetal separadamente, tais como a celulose e a proteína.
	Apesar da técnica “in situ” com sacos de nylon ser utilizada obtendo-se boa estimativa de digestibilidade aparente “in vivo”, existe a necessidade de uniformização da técnica entre laboratórios, pois alguns fatores são responsáveis pela variação dos dados encontrados e devem ser levados em consideração na tentativa de obter melhores resultados. Os fatores são : preparo da amostra, porosidade e tamanho dos sacos de nylon, relação amostra/superfície, ancoragem (localização dos sacos), tempo de incubação, método de lavagem dos sacos, animais receptores, regimealimentar do animal fistulado, etc.
	A técnica “in situ” constiuí-se, portanto, num método simples, bastante exato, requerendo pouco equipamento e pessoal especializado, propiciando testar um grande número de amostras simultaneamente e empregando pequenas quantidades de alimento
OS NUTRIENTES E SEU METABOLISMO
	Os nutrientes requeridos pelos animais são : a energia (carboidratos e lipídios), proteína, água, minerais e vitaminas. A energia e a proteína são quantitativamente os mais importantes que frequentemente limitam a produção animal.
ENERGIA :
	A energia resulta da interação de todos os nutrientes. De fato todos os constituintes orgânicos de um alimento, ou seja, proteínas, lipídios e os carboidratos, representam uma energia química de constituição potencial a ser utilizado pelo organismo animal, enquanto que as vitaminas e os minerais representam os meios de viabilização desta energia. O que realmente ocorre é um processo de transferência de energia, ou seja, a energia química se transforma em energia mecânica (atividade muscular) ou calorífica (regulação da temperatura corporal), ou ainda, passa de uma forma para outra (síntese de gordura a partir de Carboidratos).
	Portanto, o valor energético constitui uma base para expressar o valor nutritivo dos alimentos. O fato dos nutrientes exercerem funções especiais no organismo, notadamente as proteínas, não altera a sua utilidade como fonte de energia. Assim, o glicogênio e as gorduras constituem reservas que serão utilizadas a medida das necessidades, mas, quando elas faltam, as proteínas podem ser desdobradas para produzir energia.
Unidades Energéticas :
	Todos as formas de energia podem ser convertida em calor, e, por isso, as unidades energéticas usadas para medir as trocas de energia do organismo são expressas em base de calorias. Convém salientar que não é somente o calor em si que é utilizado pelo corpo, mas sim a energia química contida nos nutrientes.	As unidades energéticas empregadas nos estudos de energia são:
Pequena Caloria: A abreviatura é cal e corresponde a quantidade de calor necessária para elevar um grama de água de 14,50C para 15,50C.
b) Grande Caloria : A abreviatura é Cal (com C maiúsculo) e corresponde a quantidade de calor necessária para elevar um quilograma de água de 14,50 a 15,50C. Corresponde então a 1.000 cal. Para evitar confusões com a unidade anterior é também chamada de quilocaloria e sua abreviatura é Kcal.
Megacaloria ou Termia : A abreviatura é Mcal e corresponde a quantidade de calor necessária para elevar um 1000 Kg de água de 14,50C a 15,50C.Corresponde então a 1.000 Kcal.
A avaliação energética dos alimentos pode ser feita da seguinte maneira:
Energia Bruta (EB) :
A energia bruta é a quantidade de calor gerada pela oxidação do alimento ( até produzir CO2, H2O e outros gases) em um instrumento chamado de bomba calorimétrica ou calorímetro. Este é um ponto de referência que indica a quantidade de energia que existe em um alimento, porém é dado com pouca utilidade prática já que alimentos com baixa digestibilidade, como a palha, podem ter valores de energia bruta semelhante a alimentos com alta digestibilidade como a sacarose.
O calor de combustão dos nutrientes varia segundo a sua composição e, especialmente com a relação entre o oxigênio e os outros elementos. As gorduras apresentam cerca de 2,25 vezes mais energia que os carboidratos e as proteínas. Nos carboidratos somente o carbono é oxidado, pois o oxigênio é apenas suficiente para formar água com o hidrogênio. Já nas gorduras tanto o carbono quanto o hidrogênio são oxidados; sabe-se que 1g de hidrogênio produz 4 vezes mais calor que 1g de carbono. Nas proteínas o carbono e o hidrogênio são oxidados, mas o nitrogênio escapa livremente na forma gasosa, e, portanto não produz calor.
Uma outra maneira de determinar a energia bruta dos alimentos é através de cálculos aproximativos, conhecido neste caso como composto centesimal do alimento. Supondo um alimento “X”, cuja análise laboratorial seja conhecida, o cálculo da energia bruta pode ser feito da seguinte maneira :
Nutrientes
Percentagem
Kcal/g
EB ( Kcal )
Umidade
10,0
PB
9,00
5,65
50,85
EE
4,00
9,40
37,60
FB
5,00
4,15
20,75
Cinzas
5,00
ENN
67,0
4,15
278,05
Fonte : Andriguetto et al, 1984.
O alimento apresenta, portanto 387,25 Kcal por 100g ou 3.872,5 Kcal/Kg valores que se forem determinados na bomba calorimétrica seriam bastante aproximados.
Energia Digestível ou Energia Digestível Aparente (ED):
	A energia digestível é uma medida de quantidade de energia que é absorvida pelo animal depois de consumir um determinado alimento. Os valores de energia digestível são obtidos pela diferença entre a energia bruta (EB) do alimento consumido e a energia fecal (EF), que não foi aproveitada. É chamada de energia digestível aparente, pois não é verdadeiramente uma medida de energia que foi realmente absorvida, porque alguma energia que foi detectada nas fezes é devido a substâncias endógenas. Portanto : 
ED = EB consumida - EF.
	A energia fecal pode ser: de origem alimentar (fração do alimento não digerido) e de origem endógena (descamações do eptélio do trato digestivo, muco intestinal, enzimas não utilizadas, corpos de bactérias,etc). 
	
Energia Metabolizável (EM) :
	É utilizada em cálculos de ração para aves. A energia digestível também não é totalmente aproveitada pelo organismo. Parte dela é perdida através dos gases combustíveis, sem valor algum, como o metano, formado no organismo pelas fermentações que ocorrem no rúmen e intestinos. Outra parte da ED é perdida na urina (EU), através das substâncias que são nitrogenadas como a uréia e de outras não nitrogenadas como o ácido cítrico, cuja a energia, portanto, não é aproveitada. O restante da ED é utilizada pelo organismo e corresponde a EM. A energia metabolizável é definida como a diferença entre a EB e as perdas de energia ocorrida nas fezes, urina e gases (EG – eructação, principalmente metano).
	A energia metabolizável é uma medida mais segura do valor nutritivo do que a ED, mas a sua determinação envolve maiores complicações. A urina precisa ser coletada separadamente, e, além disso, torna-se necessário medir as perdas de gases, o que se faz com máscaras de difícil manuseio.
	Portanto, a energia metabolizável é expressa em Kcal, considerando-se as perdas fecais, gasosas e urinárias; e é calculada com a seguinte fórmula:
EM = ED - (EG + EU) 
Fórmulas para se estimar EM para Ruminantes : EM (Kcal/Kg) = ED x 0,82
1g NDT contém 3,6155 Kcal de EM.
Energia Líquida (EL) :
	A energia metabolizável segue duas vias no organismo :
1- Parte desta energia é perdida nos trabalhos de digestão e absorção dos alimentos. Quando um animal ingere alimentos, várias coisas ocorrem :
Perda de energia devido aos trabalhos mecânicos de apreensão, mastigação, peristaltismo, regurgitação e evacuação.
 Perda de energia devido a intensificação da atividade glandular, bem como a das bactérias (rúmen e ceco) que produzem as fermentações.
Perda de energia devido ao aumento dos batimentos cardíacos.
Perda de energia devido a intensificação do metabolismo, através do desdobramento e síntese das substâncias.
	Estas perdas de energia são denominadas de diferentes maneiras, como: trabalho de digestão, ação dinâmica específica ou incremento calérico. Esta perda pode ser expressa em termos absolutos (Kcal/Kg de MS do alimento ingerido) ou relativos, como uma fração de % da EB ou % da EM. Esta energia perdida na forma de calor não tem nenhuma utilidade para o animal, a menos que este se encontre em um ambiente particularmente frio.
2 - O restante da energia é aproveitada pelo organismo para diferentes fins como : manutenção, crescimento, produção de leite, lã, gordura ou trabalho. Esta energia sobrante é denominada de EL.
	A EL empregada para manutenção é usada sobretudo para produzir trabalho e abandona o organismo na forma de calor. Este calor não é considerado perdido, mas sim uma forma inútil em que a energia já usada foitransformada.
	A EL empregada para crescimento, engorda, produção de leite ou lã só armazena no organismo ou dele se elimina na forma de energia química, e, por isso é chamada de energia retida ou fixada pelo organismo. Portanto, a EL é obtida da seguinte maneira: EL = EM – IC, sendo que o IC (Incremento calórico) é o calor produzido pelo metabolismo dos nutrientes (calor metabólico), mais o calor de fermentação e da energia gasta para a mastigação, ruminação e propulsão do bolo alimentar.
	A partição da energia é expressa da seguinte maneira:
				EB
				(( Energia das fezes (EF)
				ED aparente
				(( Energia Gases (EG) e da Urina (EU)
				EM
				(( Incremento Calórico (IC)
 				EL
			(		(�
 		 ELmanutenção ELprodução
Outras Formas de Medir a Energia :
NUTRIENTES DIGESTÍVEIS TOTAIS (NDT) : É expresso em % e é baseado nas determinações das frações obtidas pelo método de Weende e nos coeficientes de digestibilidade. O cálculo se dá com a seguinte fórmula:
				NDT = PD + FD + ENND + (EED x 2,25)
Onde :
- PD = Proteína Digestível;
- FD = Fibra Bruta Digestível;
- ENND = Extrativos Não Nitrogenados Digestíveis;
- EED = Extrato Etéreo Digestível.
	Normalmente é expresso em porcentagem, mas também pode ser expresso em gramas.
		A utilização dessa unidade vem sendo desaconselhada no meio científico já que sua determinação é morosa e sujeita a erros, como :
a)o fator 2,25 usado para corrigir o valor energético da gordura é baseado na relação da Energia Bruta dos lipídios e dos carboidratos;
b) não se faz correção para o valor energético da proteína, admitindo-se que fisiológicamente as proteínas tem valor energético igual ao dos carboidratos;
c) em alguns alimentos o extrato etéreo contém outros compostos além de lipídios como ceras, resinas que não apresentam função nutritiva;
d) não considera as perdas decorrentes da digestão e do metabolismo.
- CARBOIDRATOS (CHO5):
São compostos orgânicos também chamados de hidratos de carbono ou glicídios constituídos de átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio (CHO).	Cerca de 80% da matéria seca dos grãos e 75% da matéria seca dos volumosos é constituída de carboidratos portanto os carboidratos representam a fonte mais abundante e barata de energia para os animais. Quando existe falta de carboidratos e de lipídios na ração as proteínas são usadas para produção de energia e podem ser transformadas em gordura de reserva, no entanto, como fonte de energia são antieconômicos e portanto contraindicadas. É na forma de caboidratos que a energia química é armazenada, sendo na forma de glicogênio nos animais e na forma de amido nos vegetais.
Classificação dos carboidratos:
a) Quanto ao número de carbonos:
Os carboidratos são incluídos na fração fibra bruta (celulose e hemicelulose) e na fração extrativo não nitrogenado (amido e açúcares). Quanto ao nº de carbonos podem ser classificados como: Monossacarídeos, Dissacarídeos, Trissacarídeos, Tetrassacarídeos, Homo-polissacarídeos e Hetero-polissacarídeos. 
b) Quanto a estrutura :
1) Carboidratos não estruturais : Presentes na fração extrativos não nitrogenado no método de Weende. São os açúcares simples e os polissacarídeos (amido). A digestão dos carboidratos solúveis é diferente para monogástricos e ruminantes.
Monogástricos : Os carboidratos solúveis são digeridos e absorvidos nos intestinos após sofrerem uma digestão parcial na boca e estômago.
Ruminantes : Os carboidratos solúveis são normalmente digeridos no rúmen sendo primeiro hidrolizados à açúcares simples e posteriormente fermentados à ácidos graxos voláteis, como também acontece com os carboidratos estruturais. Contudo a hidrólise e fermentação dos carboidratos solúveis no rúmen envolvem bactérias de diferentes espécies daquelas envolvidas na hidrólise e fermentação dos carboidratos estruturais.
Ex: amido – amilolíticas, celulose – celulolíticas
2) Carboidratos estruturais : Presentes na fração fibra bruta no método de Weende, sendo que nesta fração além da celulose e da hemicelulose também entram a lignina, sílica e cutina que não são carboidratos.
	Os animais não dispõem de mecanismos para utilizar carboidratos estruturais (fração fibrosa dos alimentos) como nutrientes, porém os microorganismos ruminais e intestinais transformam a fração fibrosa em açúcares simples (glicose, frutose, xilose) que são fermentados produzindo os ácidos graxos voláteis que são absorvidos e utilizados pelo organismo do animal como fonte de energia. 
1.2-LIPÍDIOS:
	São compostos orgânicos, formados por átomos de C,H e O podendo apresentar N e P sob a forma de ácidos gordurosos, de glicerídeos, de fosfolipídios, de lipoproteína, esfingoglicolipídios e também de substâncias não lipídicas unidas a ele como por exemplo : hormônios, esteróides, vitaminas, ácidos biliares, colesterol e de pigmentos como carotenóides. Contém mais C e H do que O quando comparado aos carboidratos. São insolúveis na água e solúveis em solventes orgânicos como éter, clorofórmio, benzeno, álcool. Suas unidades básicas são os ácidos graxos e compreendem :
( Glicerídeos - Gorduras neutras ou lipídios propriamente ditos. Os glicerídios sob a ação de álcalis se transformam em Ácidos Graxos + Glicerol.
( Ésteres - Que são substâncias análogas como fosfatídios e esteróis.
Classificação dos lípidios:
a) Lipídios Simples : São ésteres de ácidos graxos de diferentes álcoois.
Glicerídios - Ésteres dos ácidos graxos e do glicerol (gorduras neutras).
Cerídios - Ésteres de ácidos graxos e álcoois superiores (ceras).
Esterídios - Ésteres dos esteróis.
b) Lipídios Complexos : São ésteres de ácidos graxos, compreendendo um grupamento suplementar, outro álcool e ácidos graxos.
Fosfolipídios - Lecitina, cefalina, esfingomielina.
Glicolipídios - Compostos de ácidos graxos e glicídios
Cerebrosídios.
c) Derivados Lipídicos : São substâncias obtidas por hidrólise dos elementos acima citados. Poderão ser :
( Saponificáveis : Convertem-se em sabões, ou seja, transformam um éster em ácido e álcool.
( Insaponificáveis : São álcoois de elevado peso molecular. Nos animais a forma mais importante é o colesterol e nos vegetais o ergosterol que se transforma por irradiação ultra violeta em vit. D2 (calciferol).
	Os ácidos graxos são em geral compostos monobásicos e alifáticos, que diferem entre si pelo número de átomos de carbono e pelas ligações etilênicas (duplas ligações), portanto se classificam-se pelo tipo de ligação (simples ou dupla):
( Saturado : São aqueles que não apresentam ligações duplas como o butírico, capróico, caprílico, cáprico, láurico, mirístico, palmítico, esteárico, lignocérico.
( Não saturado ou insaturado : São aqueles que apresentam ligações duplas e encontram-se no estado líquido, como o oléico, linoléico, araquidônico, linolênico. Estes ácidos contribuem para reduzir o colesterol no sangue.
Pelo número de átomos de carbono :
( Ácidos graxos voláteis : Compreendem os ácidos de 2 até 10 átomos de carbono. São solúveis em água e diminuem a solubilidade a medida que aumenta o tamanho da cadeia carbonada.
( Ácidos graxos verdadeiros : Compreendem os ácidos com mais do que 10 átomos de carbono. São insolúveis na água e solúveis em solventes orgânicos.
Funções dos lipídios: 
1)Fonte de alta densidade energética pois 1 grama de lipídios produz 9,3 Kcal de energia;
2)Fonte de ácidos graxos essenciais;
3)Age como isolante térmico;
4)Forra as cavidades corporais a fim de proteger os órgãos internos, principalmente os rins;
5)São necessárias para a síntese de vitaminas lipossolúveis (A,D,E e K);
6)Aumenta a eficiência energética na utilização das dietas.
Vantagens da adição de gordura na dieta dos animais :
Correção do nível energético;
Adição de ácido graxo essencial;
Facilita a peletização da ração;
Evita a formação do pó, diminuindo as perdas;
Aumenta a vida útil do misturador de ração pois atua como lubrificante;
Aumenta a palatabilidade.
Desvantagens da adição de gordura na dieta dos animais:
Aumentao custo;
Exige cuidados para a conservação devido a facilidade de rancificação.
2-PROTEÍNA:
	As proteínas são componentes essenciais dos tecidos de todos os organismos biológicos, e nos animais se encontram nos tecidos musculares e nos órgãos em concentração mais alta que qualquer outro elemento, exceto da água. Todas as células sintetizam proteínas durante parte ou todo o seu ciclo de vida, deste modo sem a síntese protéica, a vida não poderia existir. As proteínas podem variar desde tipos muito insolúveis, tais como a das penas, pêlo e lã, até as proteínas líquidas e altamente solúveis, tais como as globulinas do plasma sangüíneo.
	As proteínas que são formadas por uma cadeia de aminoácidos (Aas), são sintetizadas nas células dos animais e vegetais, nos quais o núcleo contém um material genético que determina a natureza da proteína a ser sintetizada. O material genético é o DNA (Ácido Desoxirribonucleíco) e se transfere de uma geração a outra. Didaticamente as proteínas são definidas como compostos orgânicos, de origem coloidal (consistência gelatinosa, que não se cristaliza e que em dissolução se difunde com lentidão extrema), de elevado peso molecular, constituídos por C, H, O + N, podendo conter ainda S, P, Cu, Fe, Co, etc.
	As proteínas são constituídas por moléculas mais simples de aminoácidos, que são ácidos orgânicos que apresentam um grupo amino NH2 (propriedade básica) e um grupo carboxílico (COOH) (propriedade ácida), unidos através de uma ligação específica chamada ligação peptídica. Estas propriedades lhe conferem um carácter anfótero, pois reúne propriedades opostas, se comportando ora como base, ora como ácido. Portanto, os aminoácidos podem existir como moléculas sem carga elétrica, como íons bipolares com cargas elétricas opostas ou como uma mistura de ambas.
	A diferença entre as proteínas é devida a vários fatores, dentre eles, a disposição de aminoácidos ao longo da cadeia peptídica ou cadeia de aminoácidos. 	A maioria dos aminoácidos tem na extremidade de sua cadeia o grupamento amino. Exceção se faz aos aminoácidos prolina e hidroxiprolina que em vez de NH2 tem NH (grupamento imino). Outros tem mais de um grupamento imino ou carboxílico.
Composição química das proteínas :
	As proteínas mais comuns revelam a seguinte composição:
Átomos Mínimo Máximo Média
 C 50,0 55,0 52,5
 H 6,6 7,3 6,95
 O 19,0 24,0 21,5
 N 14,0 18,0 16,0
As proteínas são determinadas rotineiramente pela técnica de Kjeldahl, em que determina-se o nitrogênio por titulação da amônia. Baseando-se no fato de que as proteínas tem um equivalente médio de 16% de Nitrogênio, multiplica-se o teor de N por 6,25 para estimar a PB.
	A importância da proteína é evidenciada por todas as formas que constituem vida, desde as substâncias protoplasmáticas, membrana celular, núcleo, cílios, flagelos, organelas das bactérias até os tecidos mais organizados tem a sua formação, crescimento e manutenção ligados estreitamente as proteínas. Mesmo os vírus (forma mais elementar da vida) são fundamentalmente protéicos, dispensando a participação de carboidratos e lipídios.
Funções das proteínas:
Formação de substâncias celulares como partes do tecido funcional;
Síntese de enzimas, hormônios ( a fenilalanina e a tiroxina são precursores da adrenalina e tirosina, respectivamente) e anticorpos;
Síntese de outras substâncias importantes no metabolismo. Ex.: Creatina, colina, niacina (vitamina do complexo B que pode ser sintetizada a partir do aminoácido triptofano);
Conjugação com outras substâncias em mecanismos de desintoxicação. Ex.: glicina + ác. benzóico forma ácido hipúrico, que é eliminado na urina;
Oxidação para liberação de energia, sendo esta função essencial aos peixes;
Forma parte importante da estrutura dos tecidos e órgãos;
Reparar tecidos gastos;
Função mecânica através da contração ( actina e miosina);
Faz parte do sistema nervoso;
Transporte de substâncias (hemoglobina, globulina);
Síntese das proteínas para produção de carne, leite, lã e ovos;
Transmissão dos caracteres genéticos DNA e RNA;
Atuam na regulação do metabolismo de água; a regulação da pressão osmótica é dada pelas proteínas, principalmente a albumina que tem atração pela água.
	Na natureza apenas as plantas e os microorganismos tem a capacidade de sintetizar os aminoácidos, a partir de substâncias simples como o nitrato, e portanto produzem proteína. Os animais superiores são incapazes de efetuar esta síntese e portanto devem absorver no tubo digestivo os aminoácidos contidos nos alimentos. As proteínas podem ser hidrolizadas por enzimas, ácidos e álcalis em aminoácidos. Podem ser desnaturadas pelo calor, por ácidos e álcalis, álcool, acetona, uréia, etc, alterando sua propriedade biológica, podendo se tornar inativas. As proteínas podem ser classificadas de acordo com a sua forma, solubilidade e composição química, em:
1) Fibrosas : São proteínas animais, insolúveis na água e resistentes às enzimas digestivas, representadas pelo colágeno, elastina e queratina. São proteínas ricas em aminoácidos enxofrados.
2) Globulares: Representadas pelas enzimas, antígenos e hormônios de natureza proteíca, exemplificadas pela albumina, globulina, histonas, protaminas.
3) Conjugadas : São proteínas que por hidrólise liberam aminoácidos mais grupos não proteícos que são : fosfoproteínas, glicoproteínas, lipoproteínas, cromoproteínas e nucleoproteínas.
A classificação dos compostos nitrogenados ocorre da seguinte maneira:
a)Aminoácidos essenciais : São aqueles que não são sintetizados pelo organismo animal ou se são, não acontece na velocidade suficientemente rápida para promover o desenvolvimento normal do animal. Para pintos nos primeiros dias além de Aas essenciais, é importante o fornecimento também de Glicina e as vezes de Tirosina e Cistina.
b)Aminoácidos não essenciais : São aqueles que podem ser sintetizados no organismo animal em quantidade e velocidade sufientes para permitir o desenvolvimento normal do animal. São sintetizados a partir de outros (transaminação) e também de cadeia carbonada oriunda de carboidratos e lipídios. Não precisam ser fornecidos na dieta. Ex.: ácido glutâmico (presente no tecido cerebral).
c) Nitrogênio não protéico: compreende as aminas, uréia e biureto.
SÍNTESE DE AMINOÁCIDOS E PROTEÍNAS:
	No interior das células ocorre a síntese de aminoácidos a partir da amônia e suas substâncias terciária, ou então sintetizando um aminoácido às custas de outro. No último caso é comum de ocorrer quando os aportes alimentares estão em desequilíbrio quanto a determinados aminoácidos.
	Dentre os principais processos de síntese de aminoácidos, citam-se:
1) Transaminação: É a fixação do radical NH2 proveniente do catabolismo dos aminoácidos sobre um cetoácido (normalmente o alfa cetoglutárico). A reação é catalizada por transaminase.
2) Trasmetilação: Refere-se a síntese da metionima a partir da homocisteína, pela adição do radical metil (CH3). Neste caso pode ocorrer o inverso.
3) Redução direta: É o caso de síntese de aminoácido a partir de substâncias ternárias e amônia. Exemplo: a formação da alanina.
4) Aminação acetilante: Ocorre quando um cetoácido ao se combinar com um radical NH3 e perder uma molécula de água se transforma em um iminoácido, e ao receber um cátion de H se torna um aminoácido.
5) Cisão de um derivado acetilado: O cetoácido, ao combinar-se com o NH3 e ácido pirúvico se transforma em um derivado acetilado do aminoácido correspondente, o qual se divide para originar um aminoácido e uma molécula de ácido pirúvico.
	A síntese protéica

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