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Reforma_Política II

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www.conteudojuridico.com.br
Artigos
Segunda, 03 de Dezembro de 2012 04h45
LIDSON JOSÉ TOMAS: Advogado. Procurador Público do Município de Curitiba desde 1992.
Mestre em Direito Público pela UFPR, 1995. Conclui Escola da Magistratura, EMATRA, em
Curitiba, 2009. Especialista em Direito Processual Civil, Uninter, 2012. Foi professor de Direito
Administrativo na PUC-PR e Presidente da Associação dos Procuradores do Município de Curitiba
e membro eleito no Conselho Superior da Procuradoria do Município de Curitiba.
A reforma política - Um Brasil que queremos - "The politician Reform - The
Brazil that we all want."
 
RESUMO
Seus impostos merecem boa administração. Bons políticos não vem do nada. Para que
existam bons políticos para administrar o país, toda a sociedade precisa colaborar para que
eles possam nascer e terem sucesso. É preciso um sistema eleitoral moderno para melhorar a
qualidade da política. Os políticos "tradicionais" tem horror à reforma política, porque ela pode
mudar a situação atual onde eles usam e manipulam o eleitor e são pouco cobrados ! Este
trabalho sugere soluções para alteração da legislação eleitoral em favor dos cidadãos.
Palavras-Chave: Reforma. Política. Crise. Representatividade. Brasil. Sistema Eleitoral.
Partidos. Voto Distrital. Contemporaniamente.
ABSTRACT
“It Your tax deserv a good administration. Good policitians must be built. To exist good
politicians to administer the country, all of us need to work for that they will arise and will have
success. It is needed a modern electoral system to better politician quality. The tradicional
politicians have afraid the politician reform, because it can to change the situation in that they
can to manipulate and to use the elector and they are poorly charged! This paper suggest
solutions to change the electoral rules, to modify in favor of the citizens.
Keywords: Reform. Policitian. Crisis. Representation. Brazil. Electoral System. Parties.
Districtal vote. Contemporaneously.”
 
1. Introdução 
A REFORMA POLÍTICA é o primeiro passo (e um movimento social) imprescindível
para se iniciar um processo de melhora real e verdadeira na qualidade da política brasileira, no
modo de se votar e ser votado e um ato social fundamental para o verdadeiro saneamento da
nossa forma de fazer política. A reforma política brasileira é o início de uma boa e eficiente
administração pública. Veja nossas posições e sugestões para a reforma.
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Como requisito ao entendimento do tema, entenda-se que eleição majoritária é aquela
em que concorrem no sistema brasileiro, atual, os governadores, senadores e prefeitos, onde o
eleitor vota diretamente na pessoa do candidato, sendo eleito o mais votado (em primeiro ou
segundo turno no caso de prefeitos e governadores), enquanto a eleição proporcional é aquela
em que escolhemos deputados e vereadores, de forma proporcional, e onde admite-se a
votação na legenda partidária e, também, no candidato, sendo eleito, por partido, os
candidatos, proporcionalmente mais votados dentro do partido, na proporção das vagas
obtidas pelo partido, seja na Câmara de vereadores, ou na Câmara Federal, seja na
Assembléia Legislativa do Estado da federação. Na eleição proporcional, divide-se o número
de eleitores pelo número de vagas de forma a se encontrar a proporção de votos necessárias
para ser conquistada uma cadeira na Câmara Federal, ou uma cadeira na Assembléia
Legislativa Estadual ou na Câmara de vereadores. Assim, quando um partido alcança, na
soma de votos de todos os seus candidatos a deputados (ou vereadores), o total de votos
necessarios para conquistar uma vaga de representante do eleitorado, o candidato mais
votado do partido toma assendo em tal vaga e assim, sucessivamente, o segundo colocado do
partido (ou coligação), até que todas as vagas sejam preenchdias pelo total de votos obtidos,
proporcionalmente, pelo partido.
Vejamos, agora, a pauta da reforma política com suas características a debater na
contemporaneidade.
2. Voto Distrital – Chega de se eleger e depois sumir:
a) O que é Voto Distrital 
Sistema de escolha do candidato no qual este tem que morar em um distrito eleitoral,
região definida por espaço geográfico pré-estabelecido, não podendo colher votos em todos os
distritos, visando mais proximidade do eleitor com o eleito, maior fiscalização e menos
candidatos no momento da escolha, para facilitar o conhecimento da vida do candidato pelo
eleitor.
Este sistema de eleição por distrito vem sendo apoiado por vários movimentos
contemporâneos que o vem debatendo na internet, e outros foros políticos, podendo ser
citadas iniciativas de: Vanderlei José Florenzano[1] que afirma que “o principal problema-raiz
brasileiro é a estrutura do sistema eleitoral”, Emygdio Carvalho e Ricardo Borges Martins[2]
que montaram o sito da internet “Eu voto distrital”,
b) Voto Distrital Misto e Voto Distrital Puro.
No voto distrital puro, todos os candidatos na eleição proporcional (deputados estaduais
e federais) são escolhidos somente entre os candidatos de uma determinada região (ou
distrito) eleitorais, que devem possuir, obrigatoriamente, domicílio eleitoral nessa região (perto
do eleitor), e são escolhidos de forma majoritária (o mais votado, por exemplo). Nesse sistema
puro, não existe o voto para deputados de fora da região do eleitor e não se facilita a
representação por categorias homogêneas de interesses, tendendo-se a diminuição de
partidos políticos.
No voto distrital misto, parte das vagas é escolhida pelo sistema distrital e a outra parte
é escolhida pelo sistema atual (proporcional), de forma que o eleitor tem acesso a uma
escolha de representante da sua região e, também, pode votar em um candidato que
represente uma área política de seu interesse, como, por exemplo, uma projeto nacional, uma
proposta de trabalho de amplo alcance, não só local, como um candidato nacionalista, a favor
da segurança, meio ambiente, etc., ou o que defenda políticas sociais e ideológicas
específicas, como o trabalhador, o empresariado, a igualdade racial, direitos civis, consumidor,
relações homoafetivas, ambientalistas, socialistas, etc., tendendo-se a manter um
pluripartidarismo para defender tais grupos de interesses coletivos fragmentados.
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 c) Efeitos e vantagens do Voto Distrital.
Como pelo voto distrital o candidato só pode pedir voto na região onde mora, ele não
some depois das eleições – fica sempre e obrigatoriamente perto do eleitor. Assim, o eleito
pode ser melhor conhecido, melhor fiscalizado e mais cobrado, durante e, principalmente,
após as eleições. Com o voto distrital a sobrevivência política depende de alianças fortes,
permanentes, e honestas, a serem traçadas com uma comunidade de eleitores de tamanho
menor, constante, imutável, fixa, o que torna mais difícil o enganar e o ludibriar, o que, por sua
vez, é uma qualidade ótima para o eleitor e péssima para o mau político. Justamente por tal
modernidade e por ser tão eficiente (do ponto de vista do interesse do eleitor) é que nossos
políticos (em maioria) ainda fogem do voto distrital, como o diabo foge da cruz! Justamente o
que os políticos atuais querem evitar, é ter que prestar, de verdade, contas do que fazem, para
o seu eleitorado, já que um grupo menor de eleitores (só os eleitores de seu distrito) é mais
difícil de ser enganado e manipulado indevidamente do que o eleitorado de todo o Estado da
federação (que são milhões).
 Ora, evidente que, no todo geográfico e populacionalde todo um Estado da federação,
num país continental como o Brasil, fica mais fácil para o mau político fazer "novas vítimas" e
abusar contra o processo eleitoral e democrático, prometer e não cumprir, vender mentiras,
etc., se estiver captando votos dentre milhões, quando algumas dezenas de milhares de votos
já podem eleger um deputado. Além disto, no sistema do voto distrital, a escolha do eleitor fica
mais eficiente e fácil pois, no momento da votação,ele escolhe entre menos candidatos (só os
da sua região se o sistema for o distrital puro e entre os da sua região e os candidatos de todo
o Estado da federação, se o sistema for o distrital misto). Elimina-se (no voto distrital puro) ou
ameniza-se (no distrital misto) a tarefa torturante do eleitor ser obrigado a optar, entre algumas
centenas ou até mais de mil candidatos, o que torna a eleição confusa (é impossível de se
examinar as propostas e o currículo e sequer a história de vida dos postulantes).
 Quanto menos candidatos, mais fácil a escolha eficiente pelo eleitor, que tem menos
candidatos para comparar e pesquisar. Além disto, no sistema do voto distrital, uma pessoa
sem muitos recursos, mas com uma boa causa e proposta, tem mais chance de fazer valer sua
política, com boas chances de ganhar as eleições, mesmo contra uma máquina econômica
poderosa, desde que tenha o básico (apoio da comunidade local). Por outro lado, na eleição
proporcional, atual, que exige boa votação a ser obtida em territórios imensos, do tamanho de
países médios, nos Estados da Federação, no Brasil, isto só favorece aos candidatos
financiados de modo milionário por grandes grupos financeiros poderosos, únicos com poder
de fogo para financiar atividades que englobem grandes áreas territoriais, o que dá a
vantagem eleitoral aos grupos de interesses de setores ricos da sociedade. Isto desfavorece e
distorce a qualidade, a legitimidade e a efetiva representatividade democrática, violando o
interesse popular e afasta o cidadão comum da política. Assim, o voto distrital é ótimo para o
eleitor, bom para os partidos, e péssimo para os maus políticos, enquanto que o voto
proporcional (sistema atual) é ótimo para os candidatos, razoável para os partidos, mas, ruim
para o eleitor!
 Talvez por isto, em nosso país, ainda em vias de se desenvolver, onde a educação, de
um modo geral, é apenas sofrível (especialmente a educação política) e que ainda principia,
apenas inicia, uma democracia séria, o voto distrital, seja o distrital puro, seja o distrital misto,
ainda não é aceito pela maior parte dos políticos pátrios, pelo "status quo" de poder vigente,
evidentemente por serem "eficiente demais" na melhoria da qualidade representativa e por ser
muito favorável ao eleitor.
d) Países que o adotam.
Os países ocidentais mais civilizados tem uma ou outra forma de voto distrital,
justamente porque a educação política, experiência democrática longa, cultura geral,
relativamente mais avançada, na maior parte da população, levam, pelos estágios de
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desenvolvimento da sociedade, fatalmente, para o avançado modo de escolher representantes
através do voto distrital. Alemanha, Inglaterra, EUA, Itália e França possuem alguma das
formas de voto distrital em seu sistema eleitoral e isto não é a toa!
e) Crítica ao Sistema do Voto Totalmente Proporcional (sistema atual no Brasil). A
crise de representatividade.
Conforme já anotou José Afonso da Silva, 2003, p. 376, “(...) Tentativas de implantar o
sistema eleitoral misto, de tipo alemão, na Constituinte e no processo revisional de 1994,
fracassaram, mas a tendência a isso se amplia cada vez mais, à vista dos notórios defeitos do
sistema de representação proporcional puro que vigora atualmente. (...)”
Hoje, no Brasil, o candidato a vereador ou deputado colhe o seu voto, em qualquer
lugar do Município ou Estado da federação e depois de eleito some das vistas do eleitor !
Fatalmente, após as eleições, uma análise séria da representatividade demonstra que algumas
regiões ficam sem representante algum seja na Assembléia Legislativa seja na Câmara
Federal, outras regiões ficam sub-representadas e outras super-representadas, o que além de
injusto fere o Estado Democrático de Direito e o princípio da representatividade, já que todas
as regiões, por óbvio, deveriam ter pelo menos um representante. A sociedade padece da
constante “crise de representatividade”, pela qual o eleito trata de seus interesses e não dos
interesses dos eleitores que o elegeram.
Como bem aponta Rick Wilson Pereira, Direito Eleitoral, 2010, no capítulo sobre as
“peculiaridades do processo eleitoral brasileiro”, “ (...) O nosso sistema proporcional,
consagrado a partir de 1932, vem dando sinais de alguma exaustão. A crise política que aí
esta bem o demonstra. (...)”. É evidente, portanto, a necessidade de urgentes alterações em
nosso sistema eleitoral e partidário, sob pena de eternização da crise de representatividade
política, que só beneficia os setores já privilegiados da sociedade que servem-se do Estado
como se este fosse seu patrimônio privado, em afronta ao princípio republicano.
 A compra de votos em dinheiro, ou em troca de pequenos favores ou benesses é um
padrão que se repete de modo exaustivo, apesar da conduta ter sido criminalizada.
Escolhemos Deputados e Vereadores de forma "proporcional" (pede-se o voto em todo Estado
ou Município). Muito melhor um representante que mora perto de você (no seu distrito eleitoral)
. Estamos votando na sigla do partido ou no candidato, qualquer que seja o lugar onde o
candidato mora, mesmo que more muito longe do eleitor. Então, os eleitos não sabem
quem os elegeu e o eleitor não conhece de perto os candidatos. Se o eleito morar perto de
você (no seu distrito) você o conhecerá melhor e estará mais perto para cobrar e fiscalizar, e
não longe, como hoje, às vezes, por mais absurdo que pareça, o candidato mora a varias
centenas de quilômetros, do eleitor, como é hoje, o que é um grande absurdo. Pelo voto
distrital o eleitor poderá escolher melhor, pois, terá menos candidatos para estudar e comparar.
Hoje é impossível conhecer o perfil de todos os candidatos, pois são centenas de
opções, confundindo o eleitor. Assim, percebe-se que é fundamental a adoção de uma das
formas de voto distrital para melhorar a qualidade da representação política e
democrática no Brasil. Em verdade aqueles que não querem o voto distrital tendem a ser,
justamente, os setores sociais oligárquicos, conservadores, dominantes, que não
querem, de fato, prestar contas à população, de seus atos políticos e preferem mais o
atraso do que a modernidade, mais opulência pessoal do que a eficiência estatal.
3. Contra Eleição por Lista e Pela Reforma Partidária sem prévia redemocratização
do sistema eleitoral e da vida interna dos partidos. 
Pelo sistema de eleição "por lista", elege-se o deputado (ou vereador) que está no topo
da lista indicada pelo partido, ou até o segundo ou terceiro nome da lista, mesmo que eles só
tenham recebido, por exemplo, um só voto. Mas o Brasil, ao menos neste instante legal e
social, ainda não está preparado para adotar, de modo eficiente, a eleição por lista, já que os
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partidos não vivem um sistema realmente democrático, internamente. Ao contrário, são
dominados por famílias, algumas há várias décadas ou por personalidades centralizadoras. Se
aprovada a eleição por lista, sem prévia reforma que obrigue a existência de democracia real
dentro dos partidos, vai ter dirigente partidário vendendo posição na lista, em "caixa dois", não
contabilizado!Ora, a “lista fechada” só funciona onde há democracia real nos partidos e efetiva
participação popular na vida dos partidos. Essas condições ainda não existem no Brasil por
falta de: a) eleições internas obrigatórias para garantir o direito dos filiados elegerem quais
serão os candidatos que disputarão os cargos majoritários (prefeito, governador e presidente
da república), por prévias internas; b) falta de fiscalização estatal da efetividade da democracia
dentro dos partidos (atualmente a lei os considera inatingíveis pela justiça que não pode
afetá-los internamente); c) falta de aplicação do "ficha limpa" aos dirigentes partidários; d)
extinção, na prática, da figura dos delegados de partidos; f) falta de garantia de
representatividade às minorias partidárias; g) falta de garantia de que qualquer cidadão, salvo
prática de ilícito ou incompatibilidade ideológica comprovada, possa se filiar a qualquer partido;
h) falta de regra que impeça a sucessiva e eterna "reeleição" de presidentes de partidos, cargo
que, no Brasil, se tornou quase que vitalício.
Assim, por falta de regras e garantias democráticas obrigatórias internas e legalmente
protegidas, ser filiado a um partido político, hoje, no Brasil, é servir de mero degrau, de
capacho, de bucha de canhão para os "mandões" de sempre, pois não há meio
institucionalizado e legal de garantir o respeito à vontade dos filiados nos partidos. Não se
admira, então, que os partidos tenham poucos filiados, poucos militantes e que o povo, em
geral e os jovens, no particular, fujam dos partidos e os desprezem, preferindo votar na pessoa
dos candidatos e não em propostas partidárias. Em resumo, simplesmente, hoje, os partidos
são inconfiáveis. Assim a prática política é sempre oligárquica, personalista, familiar, egoísta,
egocêntrica, atrasada, secular, paralisante da democracia real. Conclui-se, nesta parte do
texto, que, sem uma prévia reforma partidária, a eleição "por lista" só irá piorar o quadro
político brasileiro, e, contrariando-se o bordão de Tiririca, o semianalfabeto deputado federal
paulista, "pior que está, ficará" !
Na atual fase de nossa legislação partidária, as listas partidárias de candidatos, seriam
decididas só pelos "caciques" de partidos, sem participação democrática e assemblear dos
filiados (associados) dos partidos. Para a lista partidária ser eficiente e realmente democrática, 
tem que haver, antes de sua aprovação, a promulgação de reformas no processo eleitoral e
partidário, por uma lei que obrigue a existência das seguintes bases democráticas mínimas,
dentro dos partidos políticos: i) direito de livre filiação por qualquer eleitor, salvo se tiver “ficha
suja”; ii) obrigatoriedade de eleições internas e periódicas, com voto secreto para eleição de
presidente dos partidos e de executivas e comissões provisórias; iii) obrigatoriedade de
eleições internas para escolha de quem serão os candidatos nas eleições majoritárias; iv)
liberdade total para qualquer filiado do partido ser candidato, nas eleições proporcionais, salvo
se tiver “ficha suja”; v) fim da reeleição eterna de presidentes de partidos, com limitação de
número máximo de mandatos como presidente de partido nos três níveis da federação; vi)
ficha limpa obrigatória pra ser dirigente partidário; vii) garantia legal de que todas estas regras
e garantias de democracia em favor dos filiados e cidadãos, sejam fiscalizadas pelos Tribunais
Eleitorais, com possibilidade de intervenção judicial nos partidos se violados esses princípios
democráticos. Portanto, antes de tais reformas, cuidado, pois impera e mandará, ainda por
décadas, o "coronealismo" eleitoral, oligárquico, atrasado, que estamos vendo hoje: sempre os
mesmos candidatos, das mesmas famílias, sempre o mesmo de sempre, alguns verdadeiros
bandidos !
4. Eleição para Suplente de Senador.
Atualmente o suplente de senador (substituto) é uma pessoa de livre escolha do
senador. Pode ser qualquer um. Pode ser quem financia a campanha, estes, muitos,
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5 de 12 4/7/2013 15:41
compram, assim uma vaga no Senado, pois, o "suplente" pode ser qualquer um ao gosto do
"Senador". Isto não é bom para a democracia porque nosso processo eleitoral não permite que
o eleitor saiba detalhadamente quem ó o suplente eleito. Muitas vezes o senador usa isso
como moeda de troca ao arrepio do interesse do eleitor. Este, então, não é respeitado nem
bem representado no Senado, quando assume um suplente, porque se impede que o eleitor
escolha de modo cauteloso, civilizado e debatido, o "suplente" de senador! Ora, quem tem
que escolher o suplente de senador é o eleitor de modo mais direto, mais completo e mais
debatido! Nunca se assiste a um debate de suplente de senador (a lei não exige). Assim, para
valorizar e respeitar o voto, defendemos a campanha pela eleição destacada e direta do
suplente de senador, sendo que, hoje, o nome do suplente pouco ou nada aparece na
campanha eleitoral.
5. Eleição para Deputado do Mercosul.
Já existe em funcionamento o Parlamento do Mercosul, mas, os deputados que lá
atuam NÃO SÃO ELEITOS PELO VOTO DIRETO ! São "indicados" pelos deputados. Ora, na
União Européia os deputados do parlamento europeu são eleitos de modo direto! Os
deputados do Mercosul, ao menos pelo Paraguai, já são eleitos pelo voto direto! Os deputados
e senadores brasileiros estão fazendo corpo mole nesse assunto (evitando eleições diretas).
Isso precisa mudar. É uma vergonha nacional. Há um desrespeito pelo eleitor. Defendemos o
voto direto para deputado do Mercosul para valorizar o seu voto. Cuidado: há um projeto em
andamento no Congresso para que o deputado do Mercosul seja eleito pelo sistema de "lista
fechada" que explicamos, acima, na atual legislação partidária é anti-democrático, uma vez
que não há votação obrigatória nos partidos para escolher o primeiro da lista (que acaba sendo
eleito para a vaga), e assim quem acabará escolhendo o vitorioso não será um sistema
democrático mas o Presidente Nacional de cada partido (absurdo). Nem uma pessoa pode ter
tanto poder como os atuais presidentes nacionais de partidos políticos, pois, o poder
concentrado em uma só pessoa, tende a não ser fiscalizado, vira corrupção, arbítrio, ditadura e
hipocrisia. Urgem as reformas.
6. Representação por pessoa.
Atualmente não temos um voto por cabeça na Câmara Federal. Ou seja, temos grandes
cidades, regiões e Estados com menos deputados do que pequenas cidades, regiões e
Estados com bem menos eleitores. Temos regiões não representadas, sub-representadas e
hiper-representadas nos parlamentos. Assim há uma distorção do poder de voto (poucos
elegem muitos e muitos elegem poucos). Isso não é justo. Não deveriam existir eleitores que
"valem mais" que outros. Todos somos brasileiros iguais. A lei precisa mudar para garantir voto
de igual valor para todos os brasileiros. Atualmente o voto do Sul do Brasil é muito
desvalorizado. Feitas as contas, na média, por exemplo, um eleitor do nordeste "vale" vinte e
uma vezes mais do que um eleitor do Sul. Isto distorce, por exemplo, o encaminhamento de
emendas parlamentares para obtenção de recursos e o próprio sentido da democracia, que
deve funcionar num equilíbrio de poder proporcional ao número de eleitores, sem que uns
sejam mais representados que outros! Por isto o Estado do Paraná, por exemplo, tem recebido
poucos investimentos federais em proporção à sua população e arrecadação de impostos!
Ademais, como cada Estado detém 3 senadores, já há mais esta distorção em favor dos
Estados menores em população e recursos, em detrimento dos Estados federativos maiores, o
que já compensa o menor peso específico da economia e população dosEstados menores,
com bastante razoabilidade, sendo, assim, totalmente injusta, desproporcional e não razoável
(e anti-democrática) a representação distorcida na Câmara Federal, onde pequenos Estados
tem sua população super-representada, enquanto grandes Estados tem sua representação
federal sub-representada. Por isto, por questão de justiça, igualdade e de cidadania, é
razoável defender-se a revisão nacional no peso do "valor proporcional" do voto de cada
brasileiro. Uma pessoa um voto!
7. Volta da democracia aos partidos. Exigência imprescindível para adoção do voto
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6 de 12 4/7/2013 15:41
distrital.
 Não se pode adotar impunemente o voto distrital se não houverem, em paralelo,
outras reformas políticas. Com acerto, Sergio Rezende Barros, em seu Artigo Jurídico, “Voto
Distrital’, internet, anota que a adoção, sem cautelas, do voto distrital, pode implicar em
retrocesso político, afirmando:
O grande elogio ao voto distrital é: ele estreita o diálogo e a cobrança
democrática entre os eleitores e os eleitos. Mas, por outro lado, não são
poucos os que advertem sobre o alto potencial corruptivo do voto distrital.
Esse perigo aumenta nos países em desenvolvimento, nos quais a falta de
maturidade cultural e a pobreza podem acumular-se com o apequenamento
das circunscrições eleitorais para facilitar o mercadejamento de votos, bem
como o desenvolvimento de um coronelismo distrital, reavivando
procedimentos políticos, já em extinção, baseados no poder econômico ou no
temor reverencial.
Há bons dirigentes partidários, mas muitos não são. Até 1995, os presidentes nacionais
dos partidos não podiam, sozinhos, escolher os candidatos a governador e a deputado. Não
existia essa "ditadura partidária" que vemos hoje. Era o povo, pelos filiados ou delegados de
partido que escolhiam os candidatos. Havia assim mais democracia (o coletivo decidia). Hoje é
diferente. Desde 1995, os presidentes nacionais de apenas 27 partidos nacionais, podem,
sozinhos, escolher alianças, definir quem pode ou não ser candidato a governador e deputado,
por exemplo. No máximo, os partidos, alguns partidos reúnem apenas seus deputados, em
assembleia, para escolherem os candidatos que representarão o partido nas eleições
majoritárias. Com isto, ficam alijados das decisões importantes, os filiados do partido e seus
delegados (ou seja, o cidadão comum, portanto não tem poder nenhum nos partidos). Por
isto, a lei não garante um mínimo obrigatório de democracia nos partidos. Há dificuldade para
serem criados novos partidos, e a legislação não permite partidos "regionais, mas só
"nacionais".
 Ora, mas o Brasil é um continente e impedir partidos "regionais", ao menos para
eleições a prefeito e para governo dos Estados, e para parte dos deputados e das Assembléias
Estaduais e Câmaras Municipais, e ainda negar o voto distrital é o mesmo que alijar grandes
parcelas de população, e regiões, na prática, do jogo do poder e do processo democrático de
acesso aos cargos eletivos. Não há mais a obrigatoriedade legal de eleições internas nos
partidos, para escolha de candidatos (prévias). Acabaram, na verdade nunca existiram com
força, na prática, as assembléias partidárias para escolher estatuto (propostas) e candidatos.
Quem manda são os "caciques" e "donos" de partidos (presidentes nacionais). Foram extintos,
ao menos na vida real dos partidos, os "delegados de partidos", que determinavam a direção
dos diretórios, e que foram, na prática, substituídos por presidentes provisórios estaduais e
municipais, indicados, geralmente e de modo autoritário, pelos novos donos de partidos (os
presidentes nacionais). Por isto, o eleitor quase não vê novos candidatos aos cargos de
prefeito, governador e senador, e por isto não temos uma democracia verdadeira, porque, o
eleitor só pode escolher entre poucos e sempre os mesmos candidatos, não havendo
renovação. A sede de poder oligárquica é tão grande, que preferem até mesmo perder
eleições do que renovar os quadros partidários dominantes e históricos nas eleições
majoritárias. A eleição, então, é "acertada", antes de acontecer, porque os "caciques"
combinam antes quem poderá ser candidato, negociam tempo de TV e rádio pelas coligações,
sem que isso passe pela vontade dos próprios filiados do partido (povo). A cidadania não é
exercida e os filiados dos partidos viraram, de novo, só massa de manobra dos "coronéis" de
partido.
Nossa lei partidária atual, então, retrocedeu e matou a democracia nos partidos! Ora,
mas todo o sistema eleitoral começa nos partidos, então, já começa tudo errado. Se nada
mudar, continuaremos nessa falsa democracia (uma verdadeira farsa). Partido político, hoje, é
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7 de 12 4/7/2013 15:41
pior que time de futebol. Salvo raras exceções, só mandam os cartolas ! O povo, coitado, só
assiste. Isto precisa mudar. Um sistema verdadeiramente democrático tem meios de garantir
que o cidadão comum possa realmente influenciar decisões de Estado. Se apenas as famílias
ou pessoas que já são poderosas (economicamente e socialmente), estão acumulando mais
poder, o sistema eleitoral e partidário precisa de reformas e está doente, em crise. Isso só
muda se você ajudar. Vote consciente. Vote em quem realmente pede e age para haver
mudanças.
8. Fim do Foro Privilegiado para Políticos.
Hoje, quando um senador ou deputado ou Governador, rouba do povo, entra numa fila
enorme de julgamentos nos Tribunais Superiores (o chamado foro privilegiado), e por isso,
acaba não sendo julgado (até hoje a média de julgamentos é só de 5% dos casos). Grande
parte dos casos, o processo caduca e político corrupto sai livre. Isto tem que acabar! As
investigações e julgamentos, realmente, ficam comprometidos, se dirigidas pelos Tribunais
locais, porque parte de seus juízes é indicada pelo governador, mas, nos Tribunais Superiores,
com apenas 11 ministros, é impossível agilidade e rapidez nos julgamentos, pois, somos um
país continental com milhares de políticos. Há um impasse institucional. Uma solução seria
criar e ampliar, nos Tribunais Superiores, Câmaras Especializadas e rápidas, com mais juízes,
já que apenas 11, no E. STF, por exemplo, ainda que os Ministros sejam competentes,
materialmente, não dão conta do excesso de serviço e acabam não condenado.
Ora, os maus políticos tem que ser julgados de modo mais rápido, em justiça comum,
especializada em crimes contra o patrimônio público ou tem que se ampliar o número de juízes
especializados só em ilícitos de governantes, senadores e deputados, nos Tribunais
Superiores. Ao menos que se julguem os casos, de algum modo! E seja dado o exemplo. Essa
impunidade, esse privilégio odioso (leia-se a vantagem de roubar, levar vantagem e não ser
julgado a tempo) dos deputados, senadores e governadores, tem que acabar já. Pouquíssimos
já foram presos. Eles acham que tem direitos de serem como os reis de antigamente (que
nunca eram julgados) e se achavam acima de tudo e de todos. Chega dessa impunidade. Eles
fizeram tais leis em benefício próprio e não do povo. Isso precisa mudar e você, eleitor, precisa
fazer algo. Apoie um projeto popular para melhorar esse problema. Ademais, os dirigentes
partidários (Presidentes Nacionais dos Partidos e executiva nacional) mais dirigentes locais
(que obedecem cegamente àqueles, com medo de intervenção e destituição pura e simples,
na legislação atual) são dependentes e nada mudarão.Quem deseja faz acontecer, só uma
opinão pública atuante e militante, vigilante mesmo, pode melhorar tal quadro.
Não se pode esquecer, neste tema, recente julgamento do “mensalão” no STF, no final
do ano de 2012, tendosido condenados vários dirigentes partidários, políticos, banqueiros,
publicitários, por afronta à ordem democrática, como motivadora dos delitos, ligados a vários
partidos, inclusive do Partido dos Trabalhadores, na época ocupando a Presidência da
República, o que é um primeiro passo, que se espera seja repetido com o mesmo rigor para
todo e qualquer político corrupto de qualquer partido, o que constitui marco histórico, talvez, 
capaz de salvar a competência dos Tribunais Superiores, para exercerem julgamentos nesse
“foro privilegiado”, desde que tal julgamento não seja, no futuro, mera exceção histórica e se
torne um padrão de eficiência de julgamentos de tal natureza, mudando o histórico anterior de
impunidade (a exemplo da absolvição de Fernando Collor de Mello nesta mesma Corte por
ocasião do julgamento dos efeitos penais de seu “impecheament”).
9. Ampliação do "Ficha Limpa".
A alteração na Lei Complementar 64/90, proibiu que políticos condenados pela justiça
sejam candidatos (fichas sujas). Realmente não é bom bandidos a representar o povo. Tal lei
veio tarde no Brasil, mas, é ótima. Só que a lei esqueceu de impedir que eles continuem na
política, movimentando milhões de reais, pois esqueceu de proibir que eles sejam dirigentes
partidários onde podem movimentar milhões de reais do Fundo Público dos Partidos (dinheiro
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seu, do povo, que o Governo dá aos partidos para eles fazerem os programas de TV, nas
eleições, e pagarem as despesas dos partidos). São os dirigentes de partido (essencialmente
os 27 Presidentes Nacionais de Partidos) que tem o poder de decidir quem pode ser candidato
a governador, por exemplo, podem vetar candidaturas (por negativa de filiação no partido) ou
quem pode ser dirigente partidário local (estadual ou municipal) e, consequentemente, tem o
poder de decidir como ser distribuído o horário de rádio e TV entre os candidatos do partido ou
coligação! É poder demais para se acumular nas mãos de uma só pessoa sem fiscalização (a
lei atual permite intervenção do dirigente partidário nacional no diretório estadual e impede que
a justiça eleitoral regule a vida partidária ou julgue questões internas dos partidos).
 Assim é imprescindivel para a sociedade organizada, exigir a ampliação da lei do ficha
limpa para alcançar, tambem, os "dirigentes partidários" (presidentes de partido, secretários,
tesoureiros, etc.), para que, também eles, tenham que ter, obrigatoriamente, ficha limpa para
poderem dirigir os partidos e movimentar toda essa máquina de poder e dinheiro.
10. Cortar Mordomias e Regalias de Políticos.
Já foi objeto de reportagem em TV o fato de que ministros sueco não tem a sua
disposição, vários empregados a seu serviço, na casa oficial de governo, e que LAVA SUAS
PRÓPRIAS ROUPAS. É quase inacreditável para os padrões latinos, aonde se vê, ainda,
costumeiramente e infelizmente, uma cultura em que se admite e se aceita como “natural”
que os poderosos da falsa república tenham exércitos de funcionários públicos ao seu dispor
pessoal. Temos, há que se perceber, no exercício do poder, na América Latina, a manutenção
de uma cultura ainda meio “semi-escravocrata”, onde apenas se sofisticaram os meios de
manter o “status quo” e privilégios de classe. Um grande contraste com a Suécia. Que país
avançado! Que respeito ao patrimônio público! Temos muito que evoluir. A política no Brasil,
ainda divide a sociedade entre abastados “coronéis” da política e o povo que lhes serve.
Permanece uma aristocracia de sobrenomes importantes em detrimento da participação
popular na poder. Isto precisa mudar. Mesmo com a urbanização relativamente recente na
história brasileira, ainda temos uma mentalidade, nas cidades, de um Brasil Colônia (Casa
Grande versus Senzala). É mordomia demais!
É claro que para representar em Brasília há que se subsidiar as despesas de viagem e a
estadia do político, já que a capital é muito longe, e pagar um alto salário, dada a importância
do cargo que recomenda qualidade de vida e dedicação, e atração de pessoas preparadas e
inteligentes, mas, afora isto é abuso. No Brasil há um exagero, uma violência contra os bens
públicos (contra seu dinheiro dos impostos). É auxílio para: correspondência, gasolina, viagem,
celular, cartão de crédito, veículos, motoristas, paletó, residências oficiais caras ou auxílio
moradia, planos de saúde especiais bem melhores do que o sistema público de saúde,
dezenas de assessores e secretários pessoais, guarda pessoal, direito de indicar dezenas,
centenas, por vezes milhares de cargos comissionados e sem concurso público, acumulação
de várias aposentadorias altíssimas, e etc. etc. A lista dos abusos não tem fim, e sempre
recebe acréscimos, havendo salários indiretos e em excesso. Pelo corte em mordomias! Que
paguem despesas pessoais com o seu salário! Além disso quem já foi eleito usa o patrimônio
público (seu dinheiro) para continuar no poder, impedindo a renovação democrática, já que, os
novos candidatos não tem dinheiro ou condições, fora exceções já comentadas, de competir
perante o eleitorado, com pessoas que usam fortunas do dinheiro público para a
auto-promoção pessoal permanente! Isso fere o princípio republicano e democrático, e impede
as mínimas condições de igualdade de competição entre os candidatos novos e os já eleitos.
Aliás, o voto distrital amenizaria um pouco esse problema É tudo um grande absurdo e uma
falsa democracia! O povo brasileiro precisa acordar!
11. Financiamento Público de Campanha.
O financiamento público de campanha é uma ótima ferramenta, desde que seja bem
utilizada, para moralizar a política. Porém, só será eficiente (realmente democrático) se for
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acompanhado de uma prévia, seria e avançada reforma partidária, que redemocratize o
partidos (hoje são propriedade privada de Presidentes de Partidos e "coronéis" de partido). Só
com tal prévia redemocratização da vida interna dos partidos com ampla fiscalização estatal, o
financiamento público poderá ser uma forma de democratizar o acesso ao poder, e de igualar
chances iniciais de competição, defendidas como uma das obrigações governamentais
republicanas, conforme Norberto Bobbio, Liberdade e Igualdade, 1997, o que é tarefa
reservada ao Estado Democrático de Direito.
Do contrário, se aprovado o financiamento público, sem garantias prévias de igualdade
no uso do dinheiro público e sem um severo sistema de fiscalização (estruturado pelos TRES e
TSE) para garantir efetiva isonomia entre candidatos, ele será mais uma vergonha nacional,
com desvios de dinheiro, caixa dois, notas frias, e abusos a financiar e privilegiar alguns
poucos apaniguados, encastelados no poder, em detrimento do cidadão comum, que pouco
ou nada terá a fazer na política. Hoje, infelizmente, a realidade eleitoral expulsa muita gente
digna, inteligente e honesta (com muitas exceções é claro), da vida partidária. O financiamento
público, mal aplicado, porém, longe de solucionar, poderá agravar o autoritarismo, o
coronealismo partidário, o desvio e o mau uso do dinheiro público. Ademais, a classe política
vem dando mostras de não gostar muito de igualdade e isonomia, nem de respeitar o dinheiro
público, nem de ser julgada nos Tribunais quando comete crimes (leia-se reclamos de José
Dirceu e do PT contra o julgamento do mensalão).
Por outro lado, a atual legislação partidária e eleitoral, por exemplo, não admite que os
TREs fiscalizem, previamente, antes de ir para o ar, a igualdade da distribuição de tempo de
TV e Rádio, de modo transparente, entre candidatos da eleição proporcional. A lei apenas
permite multas contra a violação da legislação eleitoral,após o mal já estar feito. O tempo de
permissão de propaganda eleitoral, ademais, é curto demais para os novos candidatos, que
tem que competir com políticos que ficam os mandatos inteiros trabalhando em seu favor, em
propaganda e usando para isto ajudas de custo pagas pelo Estado. Isto favorece só os atuais
e já conhecidos deputados e vereadores, já que, em campanha curtíssima os novos
candidatos levam enorme desvantagem competitiva, custeada pelo dinheiro público no
exercício dos mandatos, em detrimento de condições mínimas de igualdade de competição
com novos candidatos. Por exemplo, qualquer reclamo judicial contra a ilegalidade e má
distribuição, desigual, de tempo de propaganda, em rádios e Tvs., é possível somente "a
posteriori", depois do tempo já ter sido usado, quando já se feriu o princípio da igualdade de
competição, distribuição igualitária de tempo, e o mal já foi feito!
Ora impossível em curta campanha (apenas 90 dias oficiais, 70 na prática pois proíbe o
TSE propaganda antes do registro da candidatura e do caixa de campanha em conta corrente
nos bancos, que sempre atrasa), que o povo realmente conheça os novos candidatos! Urgem
reformas para aperfeiçoamentos da forma e tempo da propaganda em TV (por exemplo
debates obrigatórios mesmo nas eleições proporcionais e aperfeiçoamento do tempo de TV),
precisam ser criados e modernizados, inclusive usando-se a internet para ampliar possibilidade
de debates e exposição pelo Tribunal eleitoral, dos candidatos, para acabar com os ridículos
poucos segundos de fala na TV.
 Lembra o eleitor da campanha “meu nome é Enéas”? Com poucos segundos de TV, por
candidato, a propaganda política fica estranha, manca, inútil e praticamente ridícula. Não se
conseguem passar mensagem consistente ao eleitor assim. Melhor aumentar o tempo e
distribuí-lo de forma justa na TV e internet, ainda que ampliando o horário eleitoral. Além
disto, o voto distrital permite regionalizar, por divisão em territórios menores, a propaganda
eleitoral na TV com menos candidatos por região, ou bairros (no caso das capitais) do que se
tem numa eleição não distrital. Isto facilitaria a escolha do eleitor e permitiria aos candidatos
mais tempo para expor suas idéias, já que teríamos em vez de milhares de candidatos
disputando uma só região usando tempo pequeno de TV dividido entre todos, poderíamos ter
uma TV e internet regionalizados, para cada território, com os mesmos anteriores candidatos
divididos por estes distritos, com o espaço de tempo de TV aumentado, consequentemente,
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pela regionalização da campanha com divisão de candidatos por regiões.
12. “Recall”, plebiscitos e voto eletrônico, pela internet.
 Outros fatores modernizantes que veremos em breve alargados nas grandes
democracias, e cujo aprofundamento de exame merece outro trabalho, serão os seguintes:
a) “Recall”, sistema pelo qual os eleitores, substituem políticos “defeituosos”, no meio do
mandato destistuindo-o do cargo. Há vários sistema de “recall” sob regras e situações
variadas, o que poderia ser adotado no Brasil, no meio do mandato, especialmente se mantido
o calendário atual, que reveza eleições para o poder executivo com eleições para a
representação parlamentar, a cada dois anos, justamente no meio do exercício de ambos os
mandatos, o que inclusive ocorre com senadores, a cada 4 anos estando no meio do mandato.
b) Prebiscitos. Sua amplicação para consulta popular sobre matérias de alta relevância,
pouquíssimo utilizado na América Latina, mas que deve ser estimulado por representar
democracia direta.
c) Voto Eletrônico. Ele já é adotado, pela internet, nos Estados Unidos da América em alguns
casos restritos, na medida em que os rigores de controle de fraudes pela internet se
fortalecerem, pode ser ampliado e tornado realidade, facilitando e principalmente barateando o
processo eleitoral, podendo tornar a democracia direta uma solução para a crise de
representividade do arcaico e ainda ineficiente modelo de representatividade atual,
dispendioso, tendencioso e socialmente falho.
13. Conclusão
Como vimos, nossa democracia na realidade é uma democracia só "de fachada",
sofrível, enganadora, e atrasada. Por isto se quisermos um país e um governo que realmente
trabalhem em favor do cidadão, gastem os recursos públicos para o bem de todos, e respeitem
de verdade o cidadão, se queremos uma nação forte, avançada, realmente justa, é urgente
apoiar a reforma política e partidária já, que estão por demais atrasadas. Como vimos, ainda, a
política é importante demais para ficar nas mãos só dos políticos, pois, eles tendem a
perpetuar a situação na qual atualmente levam vantagens várias. Na verdade eles NÃO
QUEREM REFORMAS, tudo por interesse pessoal! Urge, assim, a participação popular, a
mobilização e a cobrança da sociedade organizada para forçar as reformas, apressá-las,
cobrá-las. Isto só será alcançado pelo ativismo social e político, pela inteligência popular,
conscientização e pela ação. Abaixo o imobilismo, o conformismo e o comodismo!
A sociedade tende a evoluir, sempre. Contudo, se nada for feito, o futuro mais
democrático e evoluído chegará só após muitas décadas. Cabe às pessoas inteligentes,
honestas, de bom propósito, aos cidadãos responsáveis, apressar e exigir, de modo ativo, tais
reformas. Do contrário, em vez de algumas poucas décadas, ou anos, talvez demoremos um
século ou mais para vivermos e alcançarmos um país realmente moderno, justo, admirável e
politicamente avançado e civilizado.
REFERÊNCIAS
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SOUZA, AMAURY DE. Entrevista “Voto distrital: Uma questão básica da reforma política
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Notas:
[1] Florenzano, Vanderlei José. Sítio “Voto Distrital”. Brasil, internet, endereço web
 “votodistrital.com.br/principal2.htm” acesso em 14 de novembro de 2012.
[2] Carvalho, Emygdio e Martins, Ricardo Borges. Sítio “Eu voto distrital”. Brasil, internet,
endereço weeb “euvotodistrital.org.br/”, acesso em 14 de novembro de 2012.
Conforme aNBR 6023:2000 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), este texto científico publicado em periódico
eletrônico deve ser citado da seguinte forma: TOMAS, Lidson José. A reforma política - Um Brasil que queremos - "The
politician Reform - The Brazil that we all want.". Conteúdo Jurídico, Brasília-DF: 03 dez. 2012. Disponível em:
<http://www.conteudojuridico.com.br/?content=2.40928>. Acesso em: 04 jul. 2013.
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