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AULAS_4_e_5_Teoria_Política

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AULAS 4 e 5 - Teorias Políticas
Autores em destaque:
1 - Charles-Louis de Secondat - Barão de Montesquieu (1689 – 1755)
2 – John Stuart Mill (1806 - 1873)
3 – Karl Marx (1818 – 1883)
Na primeira seção será abordada a questão da sociedade e da divisão do poder na teoria do Iluminista Montesquieu. Apesar de ter vivido antes da Revolução Francesa, sua obra influenciou não apenas os revolucionários, mas toda uma nova era que surgia com o propósito de construir a democracia no Ocidente.
A segunda seção traz o pensador liberal Stuart Mill. Este autor é fundamental para compreendermos as idéias liberais do século XIX. Ele propôs algumas mudanças ao pensamento liberal (conservador): a instituição do sufrágio universal, o respeito à liberdade de opinião e a representação de todas as classes no poder estatal. Mill é tido por alguns críticos como um liberal democrata.
Marx, o mais polêmico dos pensadores da política será estudado na terceira seção. 
A partir de sua obra considerada muito vasta, pois o autor articula teoricamente três dimensões da vida moderna - econômica, social e política - será abordada a sua concepção de política e de Estado através da noção de revolução.
Na seção 4, você conhecerá, em linhas gerais, as duas grandes ideologias políticas modernas que se originaram na Revolução Francesa: o liberalismo e o socialismo.
MONTESQUIEU
Sobre as Formas de Governo
Seguindo sua elaboração sistemática das leis, Montesquieu distingue também três categorias que permitem ordenar várias formas históricas de sociedade, ou os diversos tipos de organização política:
a) governo republicano - o povo, ou pelo menos uma parte dele detém o poder supremo; compreende tanto a aristocracia corno a democracia (o modelo é a república romana da Antigüidade);
b) governo monárquico - governo de um só, de acordo com leis fixas e estabelecidas (o modelo compreende as monarquias inglesa e francesa de seu tempo);
c) governo despótico - um só arrasta todos, com sua vontade e caprichos, sem leis ou freios (a tirania; o modelo compreende os impérios chinês, indiano, japonês).
(Esta classificação deve-se a uma preocupação histórica: com a organização política da sociedade de seu tempo, as do passado, e de outras sociedades, como as do mundo oriental.)
As tipologias das formas de governo de Montesquieu estão formuladas em dois planos: "natureza" dos governos e "princípios" que os orientam.
• Natureza: República, Monarquia e Despotismo dizem respeito à natureza dos governos. É a "estrutura" que regula "quem" governa e "como" governa .
• Princípio ou paixão: assim como Platão classificou as formas de governo de acordo com a "alma" do governante (timocracia/monarquia é "honra", oligarquia é a "riqueza", democracia é a "liberdade", tirania/despotismo é a "violência" ou o “medo”), Montesquieu seguirá o mesmo esquema para se referir ao princípio que norteia os três tipos de governo, para ele, na República é a "virtude cívica"; na Monarquia é a - "honra", Despotismo, é o "medo".
O temor dos governos despóticos nasce por si só, entre ameaças e castigos; nas monarquias, as paixões favorecem a honra, e são por ela favorecidas; mas a virtude política é uma renúncia a si mesmo, sempre penosa. Podemos defini-Ia como amor das leis e da pátria - amor que, exigindo a preferência contínua do interesse público, em oposição ao privado, produz todas as virtudes particulares, as quais não são mais que essa preferência. (MONTESQUIEU apud BOBBIO, 1988, p. 133).
Se a virtude cívica é o amor à pátria, às leis, conseqüentemente, prima pela igualdade. Igualdade, conforme Montesquieu é o conceito que distingue outras formas de governo, fundamentadas na desigualdade irredutível entre governantes e governados, e entre os próprios governos, é o que caracteriza o objetivo da República. 
A honra é uma "mola" individual que nos leva a executar uma boa ação pelo desejo de ter - ou de manter - uma boa reputação. 
Serve ao bem comum porque leva ao cumprimento do dever.
(No despotismo, a "mola" é o medo!)
A DIVISÃO DOS PODERES 
Discorreu sobre a teoria da separação dos poderes, teoria contida nas diversas constituições modernas, inclusive na Constituição Federal brasileira de 1988. Passou muitos anos de sua vida lendo e preparando suas obras.
Como político, poderíamos dizer que Montesquieu pertencia à aristocracia liberal, ele foi membro do Partido Aristocrático e presidente do parlamento de Bordeaux, mas sua paixão era os estudos sobre a Antigüidade.
Principais obras: O espírito das leis; Considerações sobre as causas da grandeza e da decadência de Roma.
A teoria de Montesquieu abrange não só os estados europeus, mas os extra-europeus, tanto que uma categoria fundamental conceitual de sua obra é o despotismo, elaborada para explicar a natureza dos governos não pertencentes ao mundo europeu.
A dimensão teórica de Montesquieu é espacial ou geográfica, é uma teoria geral da sociedade.
TEORIA DA SEPARAÇÃO DOS PODERES
Inicialmente, Montesquieu define Monarquia x Despotismo: a monarquia é uma forma de governo em que há uma faixa de poderes intermediários entre os súditos e o soberano: os "contra-poderes", que impedem o poder abusivo do monarca. O
despotismo concentra o poder nas mãos de um só. 
Na República, ele propôs a separação dos poderes, teoria que foi aplicada pelas primeiras constituições modernas: a norte-americana de 1776 e a francesa de 1791. Afirma Montesquieu:
"Para evitar o abuso de poder, este deve ser distribuído de modo que o poder supremo seja conseqüência de um jogo de equilíbrio entre diversos poderes parciais". 
O governo republicano é considerado moderado. Neste tipo de governo o poder deriva da dissociação do poder soberano e da sua participação com base nas três funções do Estado: a legislativa, a executiva e a judiciária. 
(O equilíbrio dos poderes é condição da liberdade política.)
"Para que não se possa abusar do poder é preciso que, pela disposição das coisas, o poder freie o poder". (MONTESQUIEU apud BOBBIO, p. 131).
Os poderes legislativo e executivo são exercidos por pessoas ou instituições distintas. Montesquieu descreve a cooperação desses órgãos, e analisa sua separação. Mostra, com efeito, o que cada um dos poderes pode e deve fazer com relação ao outro. 
O poder legislativo coopera com o executivo; deve examinar em que medida as leis estão sendo aplicadas corretamente por este último. 
Quanto ao poder executivo, não deve debater os casos, mas manter a relação cooperativa com o legislativo através daquilo que ele chama de sua faculdade de impedir. Montesquieu acrescenta ainda que o orçamento deve ser votado anualmente: "Se o poder legislativo estabelece o levantamento dos dinheiros públicos de modo permanente, e não a cada ano, corre o risco de perder sua liberdade, pois o poder executivo deixará de depender dele" (MONTESQUIEU apud ARON, 1995, p. 33).
(A votação anual do orçamento é assim uma condição da liberdade.)
Com relação ao terceiro poder, o judiciário, Montesquieu esclarece que "o poder de julgar, tão terrível entre os homens, se torna por assim dizer, invisível e nulo, porque não está ligado a nenhuma profissão ou a qualquer grupo da sociedade" (MONTESQUIEU apud ARON, 1995, p. 33). O que parece indicar que, como o poder judiciário é essencialmente o intérprete das leis, deve ter o mínimo possível de iniciativa e personalidade.
Não é um poder de pessoas, mas o poder das leis: "o que se teme é a magistratura, não os magistrados" (MONTESQUIEU apud ARON, 1995, p. 33).
Na sua teoria da divisão dos poderes, outra questão entra em , pauta: "O que é liberdade? E o direito de fazer tudo o que as leis permitem. para que não seja possível abusar do poder é necessário que, pela disposição das coisas, o poder constitua um freio para o próprio poder". (BOBBIO, 1988, p. 137. Grifo nosso).
Não há liberdade se o poder judiciário não está separado dos demais. Neste caso, o poder sobre a vida e a liberdade dos cidadãos seria arbitrário, já que o juiz seria ao mesmo tempo legislador, ou teria a força de um opressorse confundir com o poder executivo.
Montesquieu aprecia a monarquia moderada: “O povo no poder, não!".
Na política tinha pavor do nepotismo; na religião não gostava de fanatismo. Não era racionalista, mas mantinha-se ligado à razão. Concebia a política como algo humano, de um homem concreto, com sua natureza, seus apetites, seu gênio. Segundo seus assíduos leitores, o tom de suas palavras é soberano e procura não ofender seus interlocutores, é ponderado.
MONTESQUIEU
A CONCEPÇÃO SECULAR DE LEI 
Sobre as Leis
Na obra - O espírito das leis, Montesquieu quer descobrir as leis que governam o movimento e as formas das sociedades modernas. Distingue dois aspectos:
a) todos os seres do mundo, inclusive Deus, são governados por leis;
b) tem-se uma lei (ou: é possível enunciar uma lei) sempre que há relações necessárias entre dois seres;
Para este pensador a lei está acima do poder divino. Define lei da seguinte forma: "é o enunciado de relação necessária entre dois ou mais seres e todas as coisas são governadas por leis". (MONTESQUIEU apud WEFFORT, 1991, p. 115).
 	Montesquieu pretende considerar o universo do homem como o físico, considera o universo natural. Mas o primeiro é mais complexo: "o mundo da inteligência está bem longe de ser tão bem governado quanto o mundo físico". Para assegurar o respeito às leis naturais, os homens foram obrigados a dar-se outras leis - as leis positivas. O universo do homem é influenciado tanto pelas leis naturais como por leis positivas, que divergem de acordo com a sociedade que as cria, conforme cada cultura.
Leis positivas são leis criadas pelos homens para reger as relações entre os homens. Nem sempre o homem cumpre o que prescreve, ele tem a capacidade de furtar-se às leis e instituições. (WEFFORT, 1891, p. 115)
A lei natural se limita a enunciar um princípio, como por exemplo: "as promessas devem ser mantidas", o que lhe confere caráter universal; as leis positivas estabelecem "como" devem ser feitas as promessas para que sejam válidas as sanções, tornar provável a sua execução, etc., neste caso a lei tem caráter, é particular. 
Há três tipos de leis positivas:
a) as que regulam as relações entre grupos independentes (ex: entre Estados): direito das gentes, direito internacional;
b) as que regulam as relações entre governantes e governados:
- direito político, direito público;
c) as que regulam as relações dos governados entre si: direito civil.
Para Montesquieu, o estudo do universo humano exige o conhecimento mais amplo possível das leis positivas, das leis que mudam com o tempo e lugar. Ele se pergunta: "Por que tantas sociedades diferentes, cada uma com seus ritos, costumes, leis diversas, se as leis naturais são universais?" 
Montesquieu quer explicar exatamente essa variedade. 
"O que é justo em uma sociedade nem sempre o é em outra." (BOBBIO, 1988, p. 129).
Para compreender a multiplicidade de leis existentes na história da humanidade, Montesquieu coleta seus dados através das narrativas históricas e dos relatos de viajantes e os examina pela ótica da filosofia política. A partir daí, distingue três causas da variedade das leis:
a) "físicas" ou "naturais" (ex: o clima tende a influenciar o temperamento dos povos; a maior ou menor fertilidade do solo);
b) "econômico-sociais" (ex: o modo de subsistência de povos selvagens, caçadores, bárbaros, pastores, civis, agricultores, comerciantes);
c) "espirituais" (ex: a religião).
JOHN STUART MILL E A SUA TEORIA LIBERAL DEMOCRÁTICA
Vida e Obra
John Stuart Mill nasceu na Inglaterra em 1806 e faleceu em 1873. Como Karl Marx, viveu um período de transformações políticas e econômicas com a consolidação da Revolução Industrial na Europa.
Falando desta revolução, Eric Hobsbawm (1983) nos dá uma boa indicação de sua magnitude para a história da humanidade: "nenhuma mudança na vida humana, desde a invenção da agricultura, da metalurgia e do surgimento das cidades no neolítico foi tão profunda como a advento da industrialização" C..). É preciso ter estas palavras em mente para se compreender o cenário da vida de Stuart Mill, pois durante muito tempo esta revolução coincidiu com a história de um único país: a Inglaterra que Stuart Mill conheceu. www.institutoliberal.org.br
A Inglaterra do século XIX constituía-se também no maior império colonial do Ocidente. Nessa época o problema humano mostra-se mais evidente, com a Revolução industrial veio também a miséria das classes operárias, o aumento da população, a estruturação dos sindicatos. A base da política liberal assentavase no seguinte princípio: "o progresso humano é a liberdade".
Principais obras: Sobre a liberdade; Utilitarismo; Princípios de economia política.
JOHN STUART MILL - Sua Teoria Política
- Mill é considerado um dos principais representantes do movimento liberal inglês. Sua preocupação era a de criar mecanismos institucionalizados para que a liberdade de expressão dos indivíduos - independente da classe social, do gênero e de suas opiniões – fosse assegurada, pois somente assim a democracia estaria garantida.
Sobre a participação política, uma das principais questões da teoria liberal, Mill afirma que precisamos abandonar a perspectiva descendente em favor da ascendente. 
A perspectiva descendente é a do príncipe que vê a sociedade "de cima" e a perspectiva ascendente é a popular, aqueles que são alvo do poder. Neste sentido, Mill esforça-se por articular e enquadrar as demandas do movimento operário inglês. A participação política não é e não pode ser encarada como privilégio de poucos.
(Preocupado com a participação efetiva de todos os indivíduos no Estado, a questão do voto é retomada por sua teoria liberal.)
Para Mil “... o voto deve ser universal, não é um direito natural uma forma de poder, que deve ser estendido aos trabalhadores para que estes possam defender seus direitos e interesses. 
Mill estava preocupado em salvar a liberdade inglesa de ser presa dos interesses burgueses.
Não devem existir párias em uma sociedade adulta e civilizada. [...] As pessoas que, sem consulta prévia, se apoderam de poderes ilimitados sobre o destino dos outros degradam os seus semelhantes. [...] É natural que o que são assim degradados não sejam tratados com Ciência Política a mesma justiça que os que dispõem de uma voz. Os governantes e as classes governantes têm a necessidade
de levar em consideração os interesses e os desejos dos que exercem o direito de voto; mas os interesses e os desejos dos que não o exercem está a seu critério atendêlos ou não, e, por mais honestamente intencionados que sejam, geralmente estão ocupados demais com o que devem levar em consideração para terem tempo para se preocupar com o que podem negligenciar impunemente. (MILL, apud BALBACHESVSKY, 1991, p. 196).
No que diz respeito às lutas pelo sufrágio universal, Mill e sua mulher Harriet Taylor (feminista e socialista - século XIX), foram grandes defensores do direito ao voto feminino. Mill achava que as mulheres pensam de forma diferente, são menos lógicas que os homens, mais práticas, menos interessadas em princípios gerais do que em fatos. Os homens tendem a perderem-se em abstrações, ignoram provas em contrário e esquecem as razões originais para teorizar. No entanto, os processos pensantes das mulheres, diferentes que sejam, podem trazer um salutar
pragmatismo às questões políticas, moderar o dogma masculino, trazer a teorização de volta à realidade. Se faltam às mulheres habilidades especulativas, elas podem obtê-las pela educação. Seja como for, seu pragmatismo seria bem-vindo às disputas políticas. (NYE, 1988, p. 30).
Sobre o governo escreve MILL: é bom quando é capaz de garantir a felicidade para o maior número de cidadãos. O governo democrático é o melhor governo porque oferece as condições para o desenvolvimento das capacidades de cada cidadão, a democracia e a liberdade. Este governo deve assegurar o bem-estar, critério último para avaliação de qualquer governo ou sociedade.
Como em toda teoria politica, Mill também definiu naturezahumana: "o homem é um ser capaz de desenvolver suas capacidades. E, ademais, faz parte de sua essência a necessidade deste desenvolvimento" (BALBACHESVSKY, 1991, p. 197). 
Todos os homens desejam a felicidade, mas esta não é passível de mensuração quantitativa, ela tem um elemento qualitativo intrínseco, justamente esse elemento que deve ser levado em consideração pelos governantes - o desenvolvimento de suas capacidades. Em outras palavras, diríamos que os governantes deveriam proporcionar oportunidades de desenvolvimento pessoal aos governados.
Quanto à democracia, Mill afirma que esta é construída pelo choque das opiniões e o confronto das idéias e propostas e que sua existência depende da liberdade:
É um grande estímulo adicional à auto-independência e à autoconfiança de qualquer pessoa o fato de saber que está competindo em pé de igualdade como os outros, e que seu sucesso não depende da impressão que puder causar sobre os sentimentos e as disposições de um corpo do qual não faz parte. Ser deixado fora da Constituição é um grande desencorajamento para um indivíduo e ainda maior para uma classe. [...] O efeito revigorante da liberdade só atinge seu ponto máximo quando o indivíduo está, ou se encontra em vias de estar, de posse dos plenos privilégios de cidadão. (MILL, apud BALBACHESVSKY, 1991, p. 198).
Para Mill, a liberdade não é um direito natural, nem um luxo que interessa apenas a uma minoria, é o substrato necessário para o desenvolvimento de toda a humanidade. E o é principalmente porque ela torna possível a manifestação da diversidade, ingrediente necessário para se alcançar a verdade.
KARL MARX E SUA TEORIA SOBRE A "REVOLUÇÃO" E O "ESTADO"
Vida e obra
Marx nasceu na cidade de Trier, na Alemanha em 1818 e morreu em Londres em 1883. Filho de uma família que professava a religião judaica, mas que havia se convertido ao protestantismo, foi educado nesta religião. Marx estudou Direito na Universidade de Berlim, na qual foi um dos seguidores da filosofia idealista de Hegel, mas logo rompe com ela e propõe a teoria do Materialismo Histórico e Dialético para o estudo e transformação da sociedade. Formou-se em 1841, defendendo a tese - Sobre as diferenças da filosofia da natureza de Demócrito e de Epicuro. Em 1842, torna-se jornalista e funda o jornal "Gazeta Renana."
A sua brilhante vida intelectual sofreu reveses tanto pela perseguição política que sofreu em toda Europa, como pela vida pessoal. Esta é uma seqüência de pequenas tragédias: passa por incontáveis dificuldades financeiras, sofreu com a morte de duas filhas por desnutrição, foi detido diversas vezes para interrogatório e ameaçado de ser preso. Para escapar da polícia alemã, primeiro se refugiou em Paris, Bruxelas e mais tarde foi para Londres.
Viveu num período de grandes "revoluções" por toda a Europa: 
a Comuna de Paris, o movimento dos operários britânicos que formou a Liga dos Comunistas, a formação da Associação Internacional dos Trabalhadores e da Comuna Rural Russa.
Esses são apenas alguns exemplos da efervescência da luta de classes por toda a Europa do século XIX. 
Principais obras: as obras representativas que analisaram as revoluções e a política são:
O Manifesto Comunista; 
O 18 Brumário de Luís Bonaparte; 
A Sagrada Família; 
Crítica da Filosofia do Estado de Hegel.
O Capital – análise sobre o capitalismo
MARX - SUA TEORIA POLÍTICA
A Noção de Revolução em Marx
Vivenciando todo um período de grandes mobilizações e revolta contra o capital e o liberalismo político, Marx discorre sobre uma questão que para ele é fundamental na superação das contradições sociais: a possibilidade da revolução proletária.
A noção de revolução em Marx, não seria apenas uma noção, conceito ou teoria abstrata, mas o sentido real de toda uma época histórica.
Para Marx, a história da humanidade passa por um processo contínuo de transformação nos modos de Produção, através da luta de classes. Segundo essa teoria, saímos de um modo de produção primitivo, para o escravista, depois o feudal e deste para o modo de produção capitalista, consequentemente, a superação desse período nos levaria para o modo de produção socialista.
Sua teoria da revolução está embutida nas contradições do sistema capitalista: por um lado o trabalho produz riquezas, por outro, a concentração do lucro por uma minoria tem produzido a miséria. Neste sentido, a preocupação constante de Marx é com as relações entre a economia, as classes e a política. Esta preocupação é parte obrigatória de uma lógica empenhada em descobrir no movimento do real as leis de seu processo de transformação. Para isso, Marx apresenta sua dialética, que ele chama de racional:
Reduzida a sua forma racional, [a dialética] provoca a cólera e o açoite da burguesia e de seus porta-vozes doutrinários, porque no entendimento e na explicação positiva daquilo que existe ela abriga também o entendimento de sua negação, de sua morte inelutável; porque crítica e revolucionária por essência, enfoca todas as formas atuais em pleno movimento, sem omitir, portanto, o que tem de perecível e sem deixar-se intimidar por nada. (MARX, O Capital, Prefácio de
1873).
Conforme Weffort (1991), a dialética em Marx, pretende-se 'crítica e revolucionária', portanto, para ele revolução está na história real - é inevitável - e não nas manifestações de vontade dos revolucionários. Ela está inscrita na história real e, por isso, está também na lógica (dialética) que a desvenda" (WEFFORT, 1991, p. 233).
A obra O Manifesto Comunista (1848) é considerada a descrição perfeita sobre a expansão, a capacidade destrutiva e ao mesmo tempo criadora de uma classe que Marx considera revolucionária, a burguesia. Nas palavras de Marx, "a burguesia só pode existir sob a condição de revolucionar incessantemente os instrumentos de produção e, por conseqüência, as relações de produção, e com isso todas a relações sociais". (MARX, 1998, p. 5).
Segundo a leitura de Weffort sobre a citação anterior, para Marx, descrever uma classe social é, nos marcos da sociedade moderna ou da transição para a sociedade moderna, descrever sua capacidade de derrubar uma ordem e criar outra. Descrever uma classe é confrontá-Ia com a sua "tarefa" revolucionária. No caso da burguesia, esta capacidade de expansão destrutiva e criadora acaba por estabelecer as condições de sua própria destruição.
(WEFFORT, 1989, p. 233).
Em uma passagem de O Manifesto, Marx assim afirma: "A burguesia produz, sobretudo, os seus próprios coveiros. A sua queda e a vitória do proletariado são igualmente inevitáveis" (MARX, 1998, p. 20). Assim como a capacidade revolucionária da burguesia está inscrita no seu próprio passado, ela foi criada na sociedade feudal e destruidora desta sociedade.
(Seguindo essa lógica, o proletariado seria a negação, o elemento destruidor da burguesia por ter sido gestado por esta. Marx atribui ao proletariado o germe da revolução destruidora da sociedade capitalista.
Perguntando a Marx quando acontecem as revoluções? Ele responde: "As revoluções de verdade como, por exemplo, a Revolução Francesa odem nos períodos guando se chocam entre si dois fatores: as forças produtivas e as relações de produção". Marx entende que as revoluções são transformações sociais que dizem respeito à sociedade em conjunto. Trata-se de um conflito radical que provoca o fim de toda uma era, de um modo de produção.
O objetivo principal da revolução socialista é a destruição da propriedade privada dos grandes meios capitalistas de produção.
"...o que caracteriza o comunismo não é a abolição da propriedade privada em geral, mas a abolição da propriedade burguesa" (MARX, 1998, p. 121 – O Manifesto Comunista – de 1848).
A Teoria do Estado – de Marx
Teoria sobre o Estado se constrói sobre a crítica à revolução burguesa. Para Marx, o Estado surge na história como resultado da divisão da sociedade em classes sociais.
MARX - A Teoria do Estado
Teoria sobre o Estado se constrói sobre a crítica à revolução burguesa. Para Marx, o Estado surge na história como resultado da divisãoda sociedade em classes sociais. Em O Manifesto, Marx volta a enfatizar esta idéia, quando afirma que o Estado "é o comitê executivo da burguesia" (MARX, 1998, p. 9). Dessa forma, ele queria denunciar o fato de que a igualdade jurídica dos cidadãos escondia sua divisão em classes. Segundo Sell (2001), "se a lei é a mesma para todos, isso não significa que todos são iguais. Essa ilusão faz do Estado um mecanismo de ocultamento das classes sociais" (SELL, 2001, p. 176). Para Marx, o Estado favorece os interesses da classe burguesa. As leis preservavam e protegiam a propriedade privada, enquanto os proletários e seus movimentos eram perseguidos. "Para eles, a única atenção do Estado era o uso da força" (SELL, 2001, p. 177).
Marx aponta as limitações da "emancipação política" ao defender a "emancipação social". Para ele, os limites da emancipação política estariam na concepção abstrata da universalidade de direitos. A liberdade e a igualdade prometidas a todos os homens revelam-se uma ilusão da "emancipação política". Nas constituições "democráticas", os direitos do homem acabam sendo definidos como pelo molde dos direitos do burguês.
Segundo Weffort, "deste ponto de vista, os 'direitos do homem' - ou os direitos gerais assegurados pelo Estado - não definem uma igualdade que se deva realizar na sociedade. Antes pelo contrário, pressupõem a desigualdade na economia e na sociedade".(WEFFORT, 1991, p. 240).
A "emancipação social" seria mais abrangente. Enquanto a "emancipação política" emancipa somente uma parte da sociedade, a burguesia, a "emancipação social" pretende emancipar a todos os homens: Só O proletariado, que tem a condição peculiar de ser uma classe colocada "fora" do sistema das classes, pode realizar a tarefa de emancipar-se a si próprio e, consigo, o conjunto da sociedade. É por isso que essa "emancipação geral" ou "universal" não é entendida por Marx como abstrata e sim como concreta: a emancipação desta parte especial da sociedade que é o proletariado só é possível com a emancipação (geral, universal) do homem.
(WEFFORT, 1991, p. 240).
A revolução proletária realizaria a igualdade não apenas no plano político, mas também no plano social: na distribuição de renda, na abolição da miséria, na igualdade de oportunidades para todos.
Conceito de mais-valia - Definição e Significado
De acordo com o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, a mais-valia é o aumento do valor de uma coisa por causas extrínsecas a esta. O conceito foi desenvolvido pelo Alemão Karl Marx (1818-1883).
Marx considerava que a mais-valia é o valor que o trabalhador assalariado cria acima do valor da sua força de trabalho. Esse valor, que se pode definir como sendo o trabalho não pago ao funcionário, é apropriado pelo capitalista. A mais-valia é portanto a base da acumulação capitalista.
Para entender a noção de mais-valia, há que compreender que cada mercadoria engloba um valor que corresponde ao tempo de trabalho socialmente necessário para a respectiva produção. A força de trabalho também é considerada pelo marxismo como uma mercadoria, cujo valor se relaciona com o necessário para que o trabalhador possa subsistir e reproduzir-se.
Por exemplo: se o trabalhador precisa de trabalhar quatro horas por dia para satisfazer as necessidades básicas e as da sua família, e que o seu dia laboral é de nove horas diárias, então significa que o capitalista se está a apropriar da mais-valia gerada em cinco horas. Esse valor é um novo valor para além de ser adicional (é uma mais-valia), uma vez que não fazia parte de mais nenhum componente do processo produtivo.
Esta apropriação da mais-valia é a exploração do capitalismo. Para Marx, o capitalista pode aumentar o nível de exploração através da maximização da mais-valia absoluta (a partir do alargamento das horas de trabalho) ou da mais-valia relativa (cortando ao valor da força de trabalho).
http://conceito.de/mais-valia
RESUMO:
Montesquieu: 
O pensamento político de Montesquieu preza pelo respeito às leis, condição fundamental para haja segurança dos cidadãos, pois somente dessa forma, nenhum poder torna-se ilimitado.
- A divisão dos poderes
- A concepção secular de lei
- Tipos de lei
- Tipos de governos
Stuart Mill 
Liberalismo – democrático (c/ participação das mulheres)
O pensamento político deste pensador contribuiu, especialmente, para a análise das seguintes questões sociopolíticas de nosso tempo:
• a defesa do pluralismo e da diversidade societal contra as interferências do Estado e da opinião pública (esta última, a tirania da "opinião prevalecente", a pior, porque mais sistemática e cotidiana);
• a perspectiva de sistemas abertos, multipolares, onde a administração do dissenso predomine sobre a imposição de consensos amplos. (BALBACHESVSKY, 1991, p. 198).
Marx
Alguns conceitos da TEORIA MARXISTA para sua melhor compreensão:
	
M Estado:
	é instrumento da burguesia, assim como o Direito, deverá ser destruído pela revolução proletária.
“O Estado surge e é expressão das contradições sociais insolúveis, diante dos antagonismos irreconciliáveis, diante dos quais mostra-se incapaz de se insurgir. (CRUZ, Paulo Márcio – P.P.I.& E. C. pág. 140)
	
A 
 Formas de Governo
	Marx fala na Ditadura do Proletariado que deveria acontecer somente durante um período de transição da sociedade capitalista para o Socialismo.
	
R 
Relações de produção
	dizem respeito ao relacionamento social dos homens no processo produtivo. Essas relações podem ser de vários tipos, desde aquelas marcadas pela dominação e exploração de uns sobre os outros até as relações de solidariedade e respeito recíproco. Regra: “de cada um segundo suas capacidades e para cada um segundo suas necessidades.”
	
X Forças produtivas
	dizem respeito aos tipos de instrumentos de produção (máquinas, ferramentas), à experiência dos homens que manejam esses instrumentos a aos hábitos de trabalho. Os meios de produção seriam convertidos em propriedade do Estado.
Marxismo = socialismo científico (em oposição ao socialismo utópico).
Para BOBBIO: “em 1847, o Socialismo era um movimento burguês, o comunismo um movimento da classe operária.” (apud v. Paulo Márco Cruz – pág. 132).
Saiba mais
Leia e pesquise:
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 1993.
BOBBIO, Norberto. A teoria das formas de governo. Brasília: UnB, 1988.
DUROZOI, Gerard; ROUSSEL, André. Dicionário de Filosofia. Campinas: Papirus, 1996. 
http://www.marxists.org/portugues/tematica/rev_prob/21/teoria.htm

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