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Etica e Administracao Publica

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Aos nossos alunos e colaboradores
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Guia do Estudante
 
 
 
 
Guia do Estudante 
 
As orientações abaixo o ajudarão em sua trajetória de aprendizagem. 
 
 
Prazo - O sistema considera o dia da sua matrícula como data inicial do curso. A partir de então, você terá 60 dias para conclusão. O não 
cumprimento do prazo estabelecido implicará o cancelamento automático de sua matrícula e consequente impedimento por 3 meses de nova 
matrícula nos cursos oferecidos pelo ILB (contados a partir da data prevista para finalização do curso). 
 
Atividades de estudo - Diversas atividades irão auxiliá-lo, funcionando como reforço na aprendizagem. Após o estudo do conteúdo de cada 
unidade e módulo, procure visitar o fórum e postar suas impressões sobre os temas propostos para debate. 
 
 
 
 
 
Aos nossos alunos e colaboradores 
 
Se constatarem que utilizamos – na íntegra ou em parte e sem a devida citação da fonte – obras protegidas por 
direito autoral, solicitamos entrarem em contato para que, procedente a reclamação, providenciemos a imediata 
retirada do material indevidamente disponibilizado. 
Enfatizamos, contudo, o caráter excepcional, inadvertido e de boa-fé dos procedimentos, pois é nosso objetivo 
principal difundir o conhecimento e a cidadania, por meio de oferta gratuita, plural e democrática. 
 
 
Equipe de Educação a Distância do ILB 
 
 
 Bem-vindo ao curso Ética e Administração Pública! 
 
Aqui você saberá um pouco mais sobre esse tema tão importante quanto polêmico e poderá discuti-lo com 
seus colegas, no Fórum. 
 
Quanto às leituras, vídeos e avaliações, o curso é todo autoinstrucional: você vai avançando em seu próprio 
ritmo de aprendizado, respeitando, é claro, o prazo máximo de 2 meses para a finalização do curso 
(contados a partir da data de matrícula). 
 
Siga em frente e bom estudo. 
 
 
 Equipe de Educação a Distância do ILB 
 
 
 
 
Avaliação objetiva - Para a fixação do conteúdo estudado, clique em "Avaliações" no menu lateral e realize a atividade 
proposta. 
 
 
 
 
 
 Avaliação Final - Para concluir o curso, faça a Avaliação Final, clicando no item "Avaliações" do menu lateral. Lembre-se de que a 
Avaliação Final é o único instrumento válido para a certificação do curso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aprovação - Na Avaliação Final você deverá obter no mínimo 70 pontos (de 100 possíveis). Nesse caso, será aprovado e fará jus à certificação. 
Reprovação - Caso não tenha obtido o desempenho exigido, não desista. Após 30 dias da data de encerramento prevista, você pode inscrever-se 
novamente neste ou em outro de nossos cursos sem tutoria. 
Desistência - Caso desista do curso, não concluindo a Avaliação Final no prazo determinado, o aluno ficará impedido de realizar novos cursos pelo 
prazo de 90 dias. 
Certificação - O certificado, bem como uma declaração com o conteúdo programático, será disponibilizado 60 (sessenta) dias após a data de 
efetivação da matrícula. 
No certificado virá um código de autenticidade digital. Basta acessar www.senado.gov.br/trilhas, clicar em "Autenticar certificado" e lá digitar esse 
código. Na tela aparecerá a informação solicitada. 
Sugerimos que você imprima seu certificado em cores e com gramatura (espessura da folha) específica para diplomas. 
 
 
 
 
 
Módulo I - Ética
 
 
 
 
MÓDULO I – ÉTICA 
 
 
IMPORTANTE: Você só pode acessar a Avaliação Final quando concluídas todas as etapas do curso. 
Porém, procure respondê-la quando estiver efetivamente preparado, visto que as questões não são as 
mesmas a cada tentativa. 
Caso haja algum problema durante a resolução da Avaliação Final, e você a perca, o sistema admite ainda 
outras 2 possibilidades de envio. Porém, a partir do momento em que essa Avaliação é efetivamente 
enviada, não haverá mais possibilidade de reenvio. 
Atenção: por segurança o sistema sofre bloqueio quando se passam mais de 30 minutos sem 
ação do usuário. 
 
 Suporte técnico 
 O Núcleo Web do ILB oferece apoio a problemas de acesso ao ambiente virtual de aprendizagem 
e orientações para a utilização dos recursos e ferramentas de EaD. 
 
 E-mail:ilbead@senado.gov.br 
 (Identifique o e-mail, informando seu nome completo e o curso em que está inscrito.) 
 
 Telefone: (00+55) (61) 3303-1475 
 
 Horários de atendimento ao aluno: 10h às 12h e 15h às 17h (dias úteis) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade 1 - Importância do estudo, histórico e conceituação
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Importância do estudo da Ética
 
 
 
Importância do estudo da Ética 
 
Observe com atenção as seguintes imagens. 
 
Objetivos 
 
Ao final deste módulo, você conhecerá um pouco do histórico da Ética e sua conceituação, e será capaz 
de diferenciar Ética e Moral. 
 
 
 
 Conteúdo do Módulo 
 
 Unidade 1 – Importância do estudo, histórico e conceituação 
 Importância do estudo da Ética 
 As raízes da Ética 
 Conceitos formais e informais 
 
 Unidade 2 – Ética x Moral 
 Moral 
 Diferenciando Ética e Moral 
 
 
 Unidade 1 – Importância do estudo, histórico e conceituação 
 Importância do estudo da Ética 
 As raízes da Ética 
 Conceitos formais e informais 
 
 
 
 
 
 
Hiroshima, 
Japão, 
anos 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Você ainda tem dúvidas sobre a importância do estudo... e da prática da Ética? 
 
 
Nós também não. Portanto, prossigamos no curso. 
 
 
 
 
As raízes da Ética
 
 
 
 
As raízes da Ética 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vietnã, anos 
60 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
África, anos 
80 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasil, ainda hoje 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como se pode perceber, as questões éticas estão até nas mais simples ações humanas e nas mais corriqueiras atividades profissionais. 
Ética: nas duas últimas décadas, no Brasil, temos cada vez mais nos familiarizado com essa palavra, até então quase uma ilustre desconhecida, 
estudada só nas universidades, e em apenas alguns cursos. Era com frequência acompanhada de termos filosóficos, porque entendia-se que a Ética 
vinha da Filosofia, e nela, principalmente nela, deveria ser estudada. 
Por isso, costumávamos ouvir, e ainda ouvimos, que a Ética surge com os gregos, notadamente com a trinca Sócrates, Platão e Aristóteles, a partir 
do Século IV a.C. 
Mas terá sido assim mesmo? 
 
 
 
 
 
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Dizer que a Ética surgiu no período áureo da antiga filosofia grega é um pouco simplista. 
Na verdade, desde que o ser humano se reconheceu como racional e viu no outro um seu semelhante, a questão ética surgiu. A preocupação com o 
pensar e agir de modo coerente e de forma a preservar a vida está na própria humanidade. 
Evitando, porém, nos alongarmos nessa discussão, lembremos que, antes dos gregos, havia culturas milenares, do médio e extremo orientes, 
portadoras de grande sabedoria, que já consideravam as questões éticas em seu relacionamento social. 
Exemplos podemos encontrar, entre outras, nas civilizações egípcia, hindu, chinesa e judaica. 
 
 
 
 
 
 
 
Por que não estou sendo ético ao utilizar o papel A4 do órgão onde trabalho para imprimir as fotos da 
minha última festa de aniversário? 
 
Por que fere a Ética dizer que é minha uma ideia nova que foi desenvolvida por outro servidor público 
que atua no meu setor? 
 
E ainda: quando alguém liga e peço ao meu colega de trabalho para dizer que não estou: é uma atitude 
ética?No antigo Egito, civilização de mais de 6.000 anos, as atividades 
profissionais revestiam-se de caráter ético em todas as suas 
manifestações, mesmo porque eram intrinsecamente ligadas às crenças 
e ritos religiosos. 
 
Os rituais da civilização egípcia, tais como a mumificação dos corpos e o 
colossal erguimento de pirâmides, demonstravam o reconhecimento da 
importância e do significado da vida como força cósmica. 
 
 
 
 
 
Os chineses, também há milênios, bem como os hindus, 
mantinham sua Ética baseada na cosmologia, na interação entre 
tudo o que existe e, por isso mesmo, na integração do indivíduo ao 
todo. 
 
Essa visão de mundo conduz a profundas implicações éticas, tanto 
em relação à vida em sociedade quanto à simbiose homem-
natureza. 
 
 
 
 
 
 
No Ocidente, a tradição judaico-cristã, também de raiz oriental, foi a 
que mais influenciou nossa formação ética. 
 
 
Se o ser humano, muito antes do período clássico grego, já se preocupava com as questões éticas, cabe, então, repetir a pergunta e formular uma 
outra: 
 
Por que se atribui a Sócrates, Platão e Aristóteles o surgimento da Ética? E o que isso interessa à Administração Pública? 
 
A primeira será respondida a seguir. Quanto à segunda pergunta, será abordada um pouco mais adiante, mas já é interessante refletirmos sobre 
essas implicações. 
 
 
 
 
 
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Considerá-los como legítimos “pais fundadores” da Ética é justificado, principalmente porque, pela sua abordagem das questões humanas sob uma 
forma radicalmente mais racional que seus antecessores, foram determinantes para a separação entre Religião e Filosofia. 
Assim, abordada já sob o ponto de vista filosófico, a Ética descola-se das amarras religiosas, ditadas pelos deuses de então, e é vista como 
decorrente da racionalidade do ser humano. 
 
 
Essa aplicação da Ética na vida foi talvez a maior contribuição daquele filósofo. Tanto que, injustamente julgado e condenado à morte, os amigos e 
discípulos ofereceram-se para subornar os guardas e garantir-lhe a liberdade em outras terras, mas Sócrates, então, declara que não aceita, visto 
que contrariaria a Verdade. 
 
Pois bem, Sócrates foi mestre de Platão, e este, professor de Aristóteles. Daí por que as preocupações éticas foram sendo progressivamente 
estudadas. 
 
O Antigo Testamento apresenta extenso repertório de leis e mandamentos (inclusive o Livro das Leis e os 
Dez Mandamentos registrados por Moisés). 
Os ensinamentos cristãos, estes baseados na vida de Jesus, moldaram eticamente, em especial, a Europa 
e as Américas. 
 
 
 
 
 
 
 
Sócrates é o primeiro dos três a aplicar a razão para chegar às questões 
éticas, tais como: existe algo que pode ser considerado Bem e o seu contrário, 
chamado de Mal? Podemos discernir no mundo e nas atitudes aquilo que é 
Justiça daquilo que é Injustiça? Podemos chamar de Belo aquilo cuja essência 
ética e equilíbrio nos encanta, comove e ilumina, e considerar Feio o inverso? 
E o principal: somos capazes de, efetivamente, agir dentro dos princípios de 
Verdade, Beleza e Justiça? 
 
 
 
 
Observe a imagem à direita. 
Ela reproduz parte do famoso quadro 
“Escola de Atenas”, de Rafael Sanzio. 
Na obra, vemos ao centro os 
filósofos Platão (com manto 
vermelho) e Aristóteles (manto 
azul). 
Como veremos a seguir, o quadro 
apresenta algumas importantes 
referências que nos levam ao tema 
deste curso: a Ética. 
 
 
Verdade, justiça, bondade e honestidade foram temas recorrentes e aprofundados pelos gregos clássicos. 
Portanto, embora não sejam os primeiros a tratar de Ética, seguramente os três filósofos contribuíram para seu estudo, importância e aplicação à 
vida individual e em sociedade. 
 
A seguir veremos como esses conceitos evoluíram. 
 
 
 
 
Conceitos formais e informais
 
 
 
Conceitos formais e informais 
 
Existem inúmeros conceitos para Ética, de acordo com abordagens mais ou menos acadêmicas. 
Vamos ver alguns? 
 
Existem os de tipo erudito: 
 
Outros, um tanto simples e engraçados: 
 
 
Agora, veja um detalhe da cena anterior. 
Você consegue perceber que, com a mão esquerda, Platão segura um 
livro? 
O filósofo traz o Timeu, um dos seus famosos diálogos, cujo tema 
central é a Justiça. 
Com a mão direita, ele aponta para cima, indicando que essa justiça, e 
portanto a Ética, pode ser encontrada em estado puro somente no 
mundo das ideias. 
Platão defendia que o homem alcançava a excelência, quando 
permanentemente buscava o belo, o nobre, o justo. 
As implicações éticas são, portanto, bastante claras. 
 
 
 
 
Em contrapartida, Aristóteles (à direita), com a mão esticada 
horizontalmente, representa a visão mais focada no mundo físico 
e no humano. 
Daí por que ele - é possível ver no detalhe - segura um de seus 
escritos, a Ética. Ele é considerado o fundador da disciplina Ética 
como um dos ramos da Filosofia. 
 “O todo da Ética é integrado pela Deontologia [deveres] e pela Diceologia [direitos].” 
 
 (Paulo L. Netto Lobo) 
 
 “Por que o indivíduo seria honesto no escuro?” 
 (Niklas Luhmann) 
 
Ainda há os que vão à raiz do termo: 
 
 
E, claro, os dicionarizados. Examinemos os verbetes dos dois mais difundidos dicionários brasileiros: 
 
 
 
 
 
 
Que tal conhecermos também a definição sob a ótica de um cientista político renomado? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Vamos propor uma síntese dos conceitos apresentados. 
. 
Simplificando, poderíamos dizer que Ética é o estudo da conduta humana, ou a busca da conduta humana voltada para o bem e para o correto. 
 “Ética é termos a coragem de sermos o que realmente somos." 
 
(Victor D. Sallis) 
 
 
 
 
 
Conceito de ética, Dicionário Aurélio – Século XXI 
[Do lat. ethica < gr. ethiké.] 
 
Estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta 
humana suscetível de qualificação do ponto de vista do 
bem e do mal, seja relativamente a determinada 
sociedade, seja de modo absoluto. 
 
 
 
 
Conceito de ética, Dicionário Houaiss 
 
1 parte da filosofia responsável pela investigação dos 
princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou 
orientam o comportamento humano, refletindo esp. a 
respeito da essência das normas, valores, prescrições e 
exortações presentes em qualquer realidade social 
 
2 conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e 
moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma 
sociedade 
 
 
 
 
Para Norberto Bobbio, Ética é “a atribuição [subjetiva] de valor ou 
importância a pessoas, condições e comportamentos e, sob tal dimensão, 
é estabelecida uma noção específica de Bem a ser alcançado em 
determinadas realidades concretas, sejam as institucionais ou sejam as 
históricas”. 
 
 
 
 
E, mais que o estudo simplesmente, a incorporação dos valores éticos decorrentes desse estudo, que deverão passar a integrar a conduta do 
indivíduo e, por extensão, das sociedades. 
 
Mas o conceito e a prática do bem e do correto não diferem de uma pessoa para outra? De uma nação para outra? De um momento histórico para 
outro? 
 
Sim. Por isso, há que se estabelecer uma distinção entre Ética e Moral. 
 
É o que faremos a seguir. Mas antes, leia o box abaixo. 
 
 
 
 
Unidade 2 - Ética x Moral
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diferenciando Ética e Moral
 
 
 
Diferenciando Ética e Moral 
 
Muito se discute sobre o que difere Ética e Moral. 
 
 
É verdade?! 
 
 
 
 
 
Diógenes de Abdera, o cínico, era um filósofo-
mendigo que viveu na Grécia antiga por volta do 
século IV a.C. Diz-se que, ao invés de casa, morava 
num barril e contestava com ironia omodus vivendi e 
a pretensa sabedoria dos cidadãos atenienses, bem 
como a corrupção da época. 
Conta-se, como uma de suas peripécias, que ele 
costumava sair com uma lanterna em pleno dia, com 
ar muito sério e investigativo. Aos passantes que lhe 
perguntavam o que procurava, ele respondia com 
gravidade: 
– Um homem honesto. Procuro por um homem 
honesto. 
E seguia resoluto, olhando pelos cantos e também 
iluminando bem de perto o rosto dos cidadãos 
gregos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
... Unidade 2 – Ética x Moral 
 
 Nesta unidade, vamos estabelecer a distinção entre os dois conceitos, de forma a prosseguir nossos 
estudos com maior segurança quanto ao uso dessas expressões. 
De certa forma, a palavra Ética tem sido usada com frequência em lugar de Moral, uma vez que esta última adquiriu para muitos um sentido 
pejorativo, ligado a “moralidade” e “moralismo”. 
 
Respeitadas as opiniões divergentes, podemos estabelecer, numa síntese razoável e simples, as principais diferenças entre elas. 
 
 
 
 
O quadro acima demonstra que existem diferenças entre ambas, mas que também há interdependência. 
 
Pode-se, por exemplo, colocar a Ética em prática pela via da Moral. 
 
Quer um exemplo? 
 
Temos toda uma legislação para prevenir e punir crimes contra a vida – ou seja, a legislação (de ordem moral) está reforçando e colocando em 
prática um princípio ético (a vida é o maior valor humano). 
 
 
Vamos fazer uma pausa na leitura e assistir ao vídeo seguinte? 
 
 
 
ÉTICA MORAL 
Princípios Costumes 
Adquirida pela reflexão Adquirida no meio em que se vive 
Imutável (ou mais resistente à 
mudança) 
Mutável (ou mais aberta à mudança) 
Valores Práticas 
Imposta pelo indivíduo a si mesmo Imposta pela sociedade 
Mais abrangente que a moral Decorrente da Ética 
Universal Cultural 
 
 
Vídeo 
 
 
Ética e Moral 
 
Com sua linguagem acessível e divertida, exemplos instigantes e a inconfundível voz de barítono, o filósofo 
Mário Sérgio Cortella nos conceitua e diferencia Ética e Moral. 
 
 
 
 
 
Na sequência, continuaremos a analisar a Ética, contextualizando-a em segmentos específicos de interação social. 
 
 
 
 
 
 
Módulo II - Ética em contexto
 
 
 
MÓDULO II – ÉTICA EM CONTEXTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade 1 - A Ética, eu e o outro
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A Ética, eu e o outro 
 
O que podemos compreender dos conceitos e informações apresentadas é que o ser humano é dotado de razão e por isso pode, sim, tomar a 
iniciativa de seus atos com vista a buscar o bom e o justo ou, por outro lado, a maldade e a injustiça. 
Claro, esses conceitos – bom, mau, justo e injusto – não chegam a ser universais, diferindo de acordo com a cultura, a época, o grupo social e 
 
 
 
 
 
Objetivos 
 
 
Ao final deste Módulo II, você será capaz de compreender o papel e a importância da Ética em relação a 
outros sujeitos sociais. 
 
 
 Conteúdo do Módulo 
 Unidade 1 – A Ética, eu e o outro 
 Unidade 2 – Ética, imprensa e novas mídias 
 Unidade 3 – Ética e lei 
 Unidade 4 – Ética e Estado 
 Unidade 5 – Ética, vida e natureza 
 
 
 
 
Unidade 1 - A Ética, eu e o outro 
 
 Nesta unidade vamos tratar dos princípios éticos de um indivíduo em relação a si próprio e em relação 
a seu semelhante. 
 
 
muitas outras variáveis. 
Porém, há dois valores dos quais se pode afirmar que são universais: a vida humana e, decorrente desta, a importância do outro. 
Este princípio, o da alteridade (alter, em latim, significa “outro”), implica dizer que o ser humano, por ser gregário, necessita viver em grupo, tem 
no seu semelhante um igual, com os mesmos direitos básicos que ele próprio. 
 
Existem algumas máximas populares e religiosas que ecoam essa verdade: 
 
Temos também aquelas que contrariam o preceito: 
 
Para o bem ou para o mal é pelo contato com o outro e pela visão do outro que me reconheço como integrante dessa categoria chamada 
humanidade. 
Para referendar o que acabamos de ver, o imaginário popular e a indústria cultural criaram personagens esplêndidos para ilustrar o que acontece 
com uma pessoa criada longe de qualquer ser humano. Alguns deles: 
 
 
 
 
 
“Não faz ao outro o que não queres que façam a ti.” 
 
“Ama ao próximo como a ti mesmo.” 
 
 
“O inferno são os outros." (Jean-Paul Sartre) 
 
 
 
 
 
 
Rômulo e Remo: Os irmãos gêmeos mitológicos teriam sido 
amamentados e criados por uma loba e posteriormente sido 
os responsáveis pela fundação de Roma na Antiguidade. 
 
 
 
 
Tarzan: O filho das selvas, personagem do escritor Edgar Rice Burroughs, 
que aparece pela primeira vez em 1912, no livro Tarzan of the Apes. O 
garoto europeu, perdido na África e criado por macacos de uma espécie 
fictícia denominada mangani, protagonizou dezenas de livros, histórias em 
quadrinhos, animações e filmes. (Na foto, um dos muitos Tarzans do 
cinema, com sua inseparável amiga Cheetah – em português, Chita.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mogli: Criado originalmente pelo escritor indo-britânico Rudyard 
Kipling num conto chamado O livro da selva, foi imortalizado 
por Walt Disney em uma de suas memoráveis animações. 
Narra também a história de um garoto criado na selva, cujos 
melhores amigos são um urso e uma pantera, tendo por 
inimigos uma serpente e um violento tigre. 
 
 
 
 
 
 
 
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Unidade 2 - Ética e sociedade
 
 
 
 
 
 
Nell: Neste filme estrelado pela atriz Jodie Foster, uma garota cresce na floresta sem a presença de 
humanos, após a morte do pai. Não desenvolve a capacidade de comunicação linguística humana e sofre 
muito na tentativa de socializar-se, após ser retirada do isolamento selvagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vídeo 
 
 
 
O vídeo abaixo, conduzido por Viviane Mosé, mostra-nos a condição de alheamento em relação ao outro, 
sem dúvida um dos piores males da sociedade moderna. (Duração: 9min25) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Unidade 2 - Ética e sociedade 
 
 
Se a Ética está intrinsecamente ligada ao outro, então ela se aplica igualmente à sociedade como um todo, visto ser esta composta de muitos 
“outros” a relacionar-se com um determinado indivíduo. 
Dessa forma, temos que, ainda aqui, existem princípios éticos a serem respeitados, sob pena de o grupo humano fragmentar-se sob ideias e 
atividades danosas aos indivíduos e, portanto, ao próprio grupo. 
 
Exemplo disso pode ser encontrado na prática do trabalho escravo. 
 
Há pouco mais de dois séculos, ou menos ainda, era comum o trabalho de escravos ou o trabalho em troca de comida pura e simplesmente. Mesmo 
crianças de até 5 anos de idade eram empregadas nas fábricas inglesas, em plena Revolução Industrial. 
 
Na Ouro Preto do Ciclo do Ouro, no século XVIII, crianças também eram amarradas a cordas e descidas por buracos escuros, para trazerem de lá o 
minério. 
 
Já no século XX, era frequente no Brasil a ação dos "gatos", aliciadores de pessoas para trabalhar em regiões pouco habitadas ou latifúndios, cujo
salário aviltado deveria ser trocado por comida, o que acabava convertendo-se em dívida e escravidão. 
 
Submeter o ser humano a condições degradantes de trabalho é hoje crime reconhecido em todo o planeta, embora ainda praticado em diversos 
países. 
 
Porém, é fora de dúvida a razão ética primordial que condena tais atos: valorizar o indivíduo em sua condição humana. 
 
 
 Unidade 2 - Ética e sociedade 
 Unidade 2 - Ética e sociedade 
 
 Nesta unidadeveremos a Ética quando aplicada não mais ao indivíduo, mas entre os diversos 
integrantes de um grupo humano. 
 
 
 
 
 
 
 
Vídeo 
 
 
Exercitando a Ética 
 
Este vídeo contrasta, em linguagem simples e poética, os maiores erros e os melhores princípios éticos. 
Vale a pena acompanhá-lo. (Duração: 2min10) 
 
 
 
 
 
 
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Alguém, contudo, poderia afirmar: 
 
– Ora, mas então a Ética evolui? Ela se transforma ao sabor das culturas, povos e civilizações? No passado, o trabalho escravo e infantil era 
corriqueiro; hoje é condenado. 
 
Tal afirmação, apesar de merecer reflexão de nossa parte, desconsidera que hoje ou há milênios, a vida humana era e é uma dádiva a ser 
preservada. Ocorre que o conhecimento e o processo civilizatório evoluíram, sim – a despeito do que dizem os pessimistas de ontem e sempre. 
Nesse sentido, seria como se a Ética mais profunda e duradoura estivesse progressivamente sendo "descoberta" pela humanidade, quando esta, ao 
olhar para trás, vê claramente os erros cometidos e, mediante reflexão, considera que pode adotar universalmente novas práticas, voltadas ao bem 
comum e em todos os tempos. 
 
O cuidado, de novo, é não se confundir Ética e Moral. 
 
Compare o tema do trabalho escravo com o caso a seguir. 
 
 
 
O exemplo acima não nos deve confundir. Trata-se não de questão ética, mas sim moral. 
 
A moral pode ser relativizada pelos costumes e frequentemente muda de país para país, de um momento histórico para outro. Muda mesmo, como 
no caso acima, de uma praia para outra. 
 
Já a Ética possui alicerces bem mais firmes e se pretende mesmo válida para todos os indivíduos, em qualquer região e em qualquer época. 
 
 
 
 
Unidade 3 - Ética, imprensa e novas mídias
 
 
 
 
 
 
Andar nu, em público, é considerado ilegal e 
inadmissível. 
 
Mas essa proibição não é um valor aplicável a 
várias tribos indígenas. 
 
E em Tambaba, uma praia na Paraíba, onde se 
pratica o naturismo, a situação pode até se 
inverter. Existe um espaço específico em que é 
proibido entrar com roupas. O nu é a regra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ética, imprensa e novas mídias 
 
O pensador da comunicação Marshall McLuhan, na década de 60 do século XX, já apontava que o mundo se tornaria uma imensa "aldeia global", ou 
seja, com o incremento da tecnologia de informação e comunicação, haveria maior, mais eficiente e mais rápida integração entre indivíduos, grupos 
sociais e nações. 
Mais recentemente, na década de 90 passada, o jornalista norte-americano Thomas Friedman lança o livro "O Mundo é Plano", em que demonstra 
indubitavelmente que a previsão de McLuhan se confirmara: o mundo se tornara não apenas unificado, mas ideias, criações, serviços e mercadorias 
eram criados ou prestados por grupos de pessoas e empresas que frequentemente não estavam num mesmo espaço físico e nem no mesmo país, e 
tais artigos circulavam pelo planeta com velocidade antes nunca vista e crescente. 
 
Num mundo sabidamente integrado em tempo real, a questão ética vem à tona com relevância ainda maior. 
 
Sim, pois, se antes história e reputações eram criadas ou destruídas ao longo de décadas, anos, meses ou dias, na era da comunicação em que 
vivemos isso ocorre no curto período de horas ou minutos. 
 
O papel das mídias convencionais e virtuais aparece maximizado, pois as informações e opiniões veiculadas atingem milhões, às vezes bilhões de 
pessoas. 
 
Nesse contexto, o rigor na apuração das informações e a responsabilidade na veiculação da notícia aparecem como destaque para a prática ética do 
jornalismo e da prestação de serviços via mídia. 
 
Uma das formas de fazê-lo é quando da emissão de juízos de valor por parte de um veículo de comunicação. Tanto a posição pró ou contra 
determinado tema poderá ser considerada ética, se ficar explícito ao ouvinte, telespectador, leitor ou internauta que aquela é a opinião daquele
veículo de mídia, ou seja, é a verdade "para ele". 
 
Outra modalidade que, expressando ponto de vista, coloca o destinatário da informação à vontade para criar seu próprio entendimento é a prática 
da imprensa de, após artigo assinado, apor a expressão: 
 
 
"O artigo não expressa necessariamente a opinião deste periódico." 
 
 
 
Assim, a revista ou jornal mantém postura de transparência sobre a opinião do articulista (autor do artigo). 
 
Em geral, os periódicos se utilizam de uma coluna denominada Editorial, cujo conteúdo expressa o pensamento daquele veículo de comunicação. 
 
 
 
 
... 
 
 Unidade 3 - Ética, imprensa e novas mídias 
 Nesta unidade vamos estabelecer a distinção entre os dois conceitos, de forma a prosseguir nossos estudos com 
maior segurança quanto ao uso dessas expressões, bem como elencar os desafios éticos que se apresentam às 
mídias convencional e digital. 
 
 
 
Fórum - Conflitos éticos: você decide 
 
 
 
PRESIDENTE HÚNGARO RENUNCIA POR PLÁGIO EM TESE 
 
 
"O presidente da Hungria, Pal Schmitt, renunciou nesta segunda-feira após ser acusado de plágio em 
sua tese de doutorado, escrita há 20 anos. Diante do Parlamento, Schmitt disse que o escândalo está 
dividindo o país. 
 
'Nessa situação em que um problema pessoal divide minha querida nação ao invés de uni-la, sinto-me 
obrigado a encerrar meus serviços e renunciar à presidência', afirmou, sendo aplaudido pela oposição." 
 
 
 
 
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Unidade 4 - Ética e lei
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ética e lei 
 
A lei é, geralmente, preceito de ordem moral e, portanto, costuma se modificar bastante de acordo com o povo que a cria e para a qual ela é orientada. Assim, é da 
(Fonte: IG. Saiba mais clicando aqui.) 
 
 
E então, você percebe uma questão de "ética e não ética"? 
 
 
 
 Discuta essa questão no respectivo Fórum com seus colegas. 
 
 
 
 
É verdade?! 
 
 
WIKILEAKS 
 
O site Wikileaks conseguiu com um informante documentos contendo conversas ocorridas no âmbito 
do governo norte-americano e também de outros, causando mal-estar diplomático e acusações de 
que o site cometera ilegalidade ao divulgá-las. 
 
Ora, o sigilo de fonte de jornalistas é garantido, por isso o site veiculou os documentos, inclusive em 
parceria com grandes periódicos da Inglaterra e da Alemanha. Por outro lado, os documentos 
pertencem ao governo dos EUA, que os guardava sob o status de segredo de estado, com vista a 
garantir a segurança do país. Por isso, ele resolveu retaliar o site e seu fundador. 
 
Quer relembrar ou saber um pouco mais sobre o caso? Clique aqui. 
 
E então, quem está sendo mais e quem está sendo menos ético? 
 
 
 
 
 
 
 Unidade 4 - Ética e lei 
 
 Nesta unidade vamos compreender as justaposições, intersecções e limites entre Ética e lei. 
 
natureza das leis que procurem refletir a Ética, mas elas não são a "Ética em si". 
 
Vejamos os seguintes exemplos: 
 
 
 
 
 
. 
 
 
. 
Como vimos, existem situações na experiência humana que nos podem colocar em dilema: qual é a conduta ética a praticar numa ou noutra 
situação?
 
 
 
 
 
Unidade 5 - Ética e Estado
 
 
 
 
 
 
 
 
Há poucas décadas, era comum os pais fumarem, ansiosos, na sala 
de espera da maternidade, esperando o nascimento do filho. 
Na época, era legal e admissível; hoje, ilegal e antiético. 
 
Valor ético: Devemos preservar tanto a nossa saúde física quanto a 
dos outros, em especial daqueles que não podem se defender (as 
parturientes e os bebês da maternidade). 
 
 
 
 
 
 
Em boa parte dos países islâmicos, emespecial nos estados 
teocráticos, a esposa, oficial e declaradamente, é subordinada ao 
marido. 
 
Lá, é legal e admissível; aqui, ilegal e antiético. 
Valor ético: Os seres humanos não podem ser considerados 
superiores uns aos outros e devem ter os mesmos direitos de 
cidadania. 
 
 
 
 
 
 
Existem pessoas que, consternadas pela situação do outro, dão esmola a 
mendigos nas ruas e a pedintes nos semáforos; mas também existem as 
que se negam a dar esmolas, por considerar que esse ato alimenta a 
preguiça, a exploração infantil e mesmo o tráfico e consumo de drogas. 
 
Para uns, a doação é legal e admissível; para outros, deveria ser ilegal e 
é antiética. 
 
Valor ético: Os seres humanos não podem ser abandonados à condição 
de fome e mendicância. 
 
 
 
 
 
 
 
... Unidade 5 – Ética e Estado 
 
 Nesta unidade vamos adentrar a relação entre a Ética e o Estado constituído, de maneira a compreendermos a 
importância desse relacionamento. Esta parte servirá também para fundamentar, na sequência, o papel da Ética na 
Administração Pública. 
 
 
 
 
 
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Ética e Estado 
 
O Estado é um organismo criado e mantido pela sociedade. Assim, em geral ocorre que suas leis, aperfeiçoadas e atualizadas ao longo do tempo, 
reflitam a preocupação ética. 
No caso do Brasil, temos o primeiro grande exemplo em nossa própria Constituição Federal, a lei maior do País. 
Observe o art. 1º de nossa Carta Magna, que estipula os fundamentos da nação-Brasil e no qual colorimos alguns trechos: 
 
 
 
Note que os itens em verde têm inegável fundamentação ética. Em outras palavras, os pilares legais do Estado brasileiro são marcadamente éticos. 
 
Por favor, releia-os e lembre-se: toda a legislação brasileira deve se pautar pela Constituição, e todo o texto constitucional está, em tese, de acordo 
com os princípios acima. 
 
 
 
 
Unidade 6 - Ética, vida e natureza
 
 
 
 
 
 
TÍTULO I 
Dos Princípios Fundamentais 
 
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do 
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
 
 
 
I - a soberania; 
II - a cidadania; 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
 
 
 
 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou 
diretamente, nos termos desta Constituição. 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário. 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras 
formas de discriminação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ética, vida e natureza 
 
 
 
Uma das mais recentes preocupações éticas da humanidade é a questão ambiental. 
Há cerca de 30, 40 anos, o ser humano pouco se importava com a emissão de poluentes, também
pouquíssimo conhecimento tinha do aquecimento global, dos buracos na camada de ozônio causados por CFC 
(clorofluorcarbonos) e da extinção de diversas espécies terrestres, aéreas ou aquáticas. 
Também se considerava que recursos como a água doce e os minérios, incluindo aí os hidrocarbonetos (dentre os quais 
destaca-se o petróleo), eram quase infinitos e que, portanto, sua exploração poderia ocorrer de forma indiscriminada, no 
ritmo mais forte possível, buscando o máximo de eficiência em sua retirada. Não havia, ou eram escamoteados, dados 
científicos e governamentais alertando para a gravidade da situação que se aproximava. 
 
Apenas na década de 80 do século XX, os partidos verdes europeus começaram a conquistar número significativo de 
votos a serem respeitados, desfazendo, assim, junto à sociedade, a sua imagem de "novos hippies" ou de "um bando de 
vegetarianos" querendo fazer política partidária. 
 
 
 
Daí que as questões ambientais alcançaram outro nível de debates. 
 
Os cientistas que já se dedicavam ao estudo do planeta em suas variações climáticas começaram a ser procurados pelos governos, para se manifestarem sobre os 
problemas ambientais. 
 
Organizações não governamentais, as ONGs, surgiram ou se fortaleceram nos mais diversos países, em todos os continentes. Também houve a internacionalização 
de algumas dessas instituições, como o Greenpeace e a WWF, e a criação no Brasil de importantes organizações desse chamado Terceiro Setor e voltadas à 
ecologia, como a SOS Mata Atlântica. 
 
O que há em comum entre essas ações e associações é a preocupação com a vida na face da Terra. 
 
Proteger os animais, as florestas, os mares, a qualidade da água e do ar, entre outros itens da pauta ambiental, harmoniza-se, portanto, com a questão ética maior, 
que é a da preservação da vida. 
 
 
 
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Daí nos deparamos com um conceito, que é um verdadeiro novo ramo de estudos: é a chamada Bioética. 
 
A Bioética surgiu para que a humanidade reflita sobre as fronteiras de sua atuação no que concerne à vida. 
 
Assim, pertencem ao campo de estudos da Bioética temas como o aborto, a eutanásia, as experiências genéticas, a pena de morte e vários outros assuntos que têm 
a vida como centro da discussão e da decisão sobre como se deve e como não se deve agir. 
 
 
 
 
 
...Unidade 6 – Ética, vida e natureza 
 
 Nesta unidade abordaremos um dos mais comentados temas da atualidade, mas que constitui um debate ainda 
novo em termos históricos: os princípios éticos baseados na vida e na natureza. 
 
 
Vídeo 
 
 
Mais um pouco de Ética... 
 
Entrevistado, Mário Sérgio Cortella explora um pouco mais as questões éticas, trazendo, inclusive, uma 
proposta polêmica: erotizar a natureza. 
 
 
 
 
 
 
Módulo III - Ética na Administração Pública
 
 
 
 
MÓDULO III – ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Objetivos 
 
 
Após o estudo deste Módulo III, você será capaz de, quanto à Administração Pública: 
 
� conceituá-la e reconhecer seus agentes; 
� conhecer os princípios que a regem; 
� identificar as principais instâncias de controle interno e externo; 
� reconhecer a questão ética implícita em cada um dos itens acima; 
� refletir sobre a ética no Poder Legislativo. 
 
 
Conteúdo deste módulo 
 
 
Unidade 1 – Administração Pública 
- Conceito 
- Agentes Públicos 
 
Unidade 2 – Ética e administração pública 
- Princípios 
- Práticas éticas 
- Instâncias internas de controle 
- Instâncias externas de controle (ONGs, sites e outros) 
- Códigos de Ética 
 
Unidade 3 – Ética no Legislativo 
- Origem e estado atual 
- Mitos 
- Dilemas 
- Os novos caminhos 
- Os novos caminhos do Senado Federal 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade 1 - Administração Pública
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conceitos
 
 
 
Conceitos 
 
 
De saída é importante diferenciarmos dois conceitos que muitas vezes são confundidos: Governo e Administração Pública. 
 
Por governo devemos entender o conjunto dos poderes e instituições públicas, considerado sobretudo pelo "comando" destes. O Governo é quem 
conduz os negócios públicos, estabelecendo linhas-mestras de atuação. 
 
Já a Administração Pública caracteriza-se pelas funções próprias do Estado e a prática necessária parao cumprimento dessas funções. Assim, é a 
Administração Pública a executora das atividades visando ao bem comum. 
 
Dessa forma, não cabe à Administração Pública a prática de atos de governo, mas sim de atos administrativos próprios do Estado. Ela é responsável 
pela execução desses atos, daí por que seus agentes devem primar pela Ética, pois estão agindo em nome de todos em prol da coletividade. 
 
Por isso é também importante conceituarmos "serviço público", nas palavras do mestre Hely Lopes Meirelles: 
 
 
Quando o conceito se refere a "delegados", está tratando daqueles que, mesmo não sendo servidores públicos, recebem da Administração Pública a 
tarefa de agir em nome dela. 
 
É comum as empresas públicas de energia elétrica ou de água e saneamento terceirizarem algumas de suas atividades, como a ligação ou religação 
do fornecimento. Por isso, no Distrito Federal, por exemplo, vemos veículos identificados como "A serviço da CEB" (a Companhia Energética de 
Brasília). Essa prática acontece em todas as unidades da Federação. Assim, também é importante que conceituemos quem são os agentes públicos, 
ou seja, aqueles que compõem a Administração Pública ou que para ela prestam serviços. É o que veremos a seguir. 
 
 
 
Agentes públicos
 
 
 
 
 
 
 Unidade 1 – Administração Pública 
 
� Conceito 
� Agentes Públicos 
 
 
 
 "Serviço público é todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, 
sob normas e controles estatais, 
para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade 
ou simples conveniência do Estado." 
 
 
 Agentes públicos: servidores e empregados públicos 
 
 A denominação mais abrangente para aqueles que prestam serviços em nome do Estado é a de agentes públicos, cuja característica principal é a 
de serem pessoas físicas prestando serviços ao Estado. Estes, porém, podem ser subdivididos em quatro categorias: 
 
� agentes administrativos: servidores públicos num sentido mais amplo. 
� agentes delegados: são os particulares incumbidos pelo Estado de prestarem serviços ou executar atividades; 
� agentes honoríficos: razoavelmente raros na Administração Pública, a eles são incumbidas atribuições por sua honorabilidade ou profundo conhecimento 
num dado ramo do saber (é o caso de membros de júri e mesários eleitorais); 
� agentes políticos: aqueles em função de maior poder decisório ou do primeiro escalão (ministros, congressistas, magistrados, presidentes de estatais, entre 
outros). 
 
Vamos nos deter um pouco mais sobre os agentes administrativos, que compõem a grande maioria da Administração Pública brasileira. 
 
Os agentes administrativos dividem-se em: 
 
� agentes temporários: contratados por período limitado de tempo; 
� empregados públicos: contratados pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT); 
� militares: os pertencentes aos quadros das Forças Armadas; 
� servidores públicos: contratados pelo regime estatutário, ocupam cargos públicos pertencentes à Administração direta, às autarquias ou às fundações 
públicas. 
 
 
 
Unidade 2 - Ética e Administração Pública
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Princípios da Administração Pública
 
 
 
Princípios da Administração Pública 
 
� Legalidade 
 
Este princípio assegura que a Administração Pública só pode agir em nome e respaldada pela lei. 
 
Caso esse princípio não seja obedecido, a atividade pública será ilícita e, portanto, deverá ser punida. 
 
� Impessoalidade 
 
Aqui se assegura que os atos administrativos são responsabilidade da Administração Pública e não de um servidor público específico. 
 
Por outro lado, é também esse princípio que proíbe a promoção pessoal de ocupantes de cargos públicos. Exemplo clássico era o de se 
batizarem viadutos e pontes com o nome do governador ou do prefeito. Atualmente, isso só pode ocorrer em homenagem a pessoas ilustres 
já falecidas, evitando justamente a autopromoção por meio da Administração Pública e seus recursos. 
 
 
� Moralidade 
 
Este princípio, em síntese, alerta que “nem tudo que é legal é honesto”. Há casos em que, apesar da permissão da lei, em certas 
 
 
 Unidade 2 – Ética e administração pública 
 
� Princípios da Administração Pública 
� Práticas éticas 
� Instâncias internas de controle 
� Instâncias externas de controle (ONGs, sites e outros) 
� Códigos de Ética 
 
circunstâncias, uma ou outra ação administrativa pode caracterizar-se como não moral ou não ética. 
 
Veja o que diz o inciso LXXIII do art. 5º de nossa Constituição: “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular 
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio 
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência”. 
 
Em outros termos, é o seguinte: 
 
Imaginemos que um cidadão presencie a utilização de carros oficiais (portanto, pertencentes à Administração Pública) para fins particulares. 
Ele poderá coletar provas e propor ação na Justiça para cessar o ato e reparar o dano. Como está agindo em nome da cidadania (se o fizer de 
boa-fé), não precisará custear nada na Justiça, nem mesmo se vier a perder a causa. A conclusão é de que era um cidadão interessado em 
preservar a moralidade da Administração Pública. 
 
 
 
 
 
 
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� Publicidade 
 
Este princípio, também mandamento constitucional, é hoje mais popularmente conhecido como transparência. Esse termo veio à tona, na 
história recente, com a derrocada da URSS, em que se exigia a glasnost (= transparência). 
 
Em suma, significa que aos atos administrativos, pelo seu caráter público, deve ser dada ampla divulgação, de modo que os cidadãos possam 
acompanhar e avaliar tais atividades. 
 
Há um outro sentido para o termo, muito bem explicitado pela Constituição Federal, quando, em seu art. 5º, inciso XXXIII, afirma que “todos 
têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no 
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”. 
 
� Eficiência 
 
De todos os princípios que devem ser seguidos pela Administração Pública, este é o mais recente e já observa a modernidade exigida por 
qualquer instituição, pública ou privada. 
 
Ele estipula que não basta os atos públicos serem legais, impessoais, de acordo com a moral e amplamente divulgados: eles devem também 
buscar a eficiência, o atendimento real dos objetivos a que se propõem, sempre em nome da sociedade, da população, que os financia. 
 
 
 
O servidor público e as práticas éticas
 
 
 
 
O servidor público e as práticas éticas 
 
 
Se a Administração Pública se rege por princípios, os agentes públicos são os responsáveis por colocá-los em prática. 
No caso específico dos servidores públicos, estes têm normas para atuação. 
Do mesmo modo que um trabalhador na iniciativa privada deve prestar contas de suas atividades, produção e atitudes ao seu empregador, também 
o servidor público deve fazê-lo. 
Neste caso, a Administração Pública, em seus diversos níveis e nas várias instituições de que é formada, possui uma hierarquia própria. Há deveres 
e direitos daqueles que nela trabalham, bem como também dos usuários de seus produtos e serviços. 
Mas como o servidor público pode se conscientizar do que constituem os seus direitos e deveres? 
 
Em primeiro lugar, basta dar uma boa lida na Constituição Federal, particularmente no Título III (Da Organização do Estado), Capítulo VII (DaAdministração Pública), Seção II (Dos Servidores Públicos) 
 
Por ser a Lei Maior do País, é recomendável que se comece por aí: nenhuma outra lei irá contrariá-la; portanto, no que ela se referir aos direitos e 
deveres do servidor e à amplitude e limites de sua atuação, ali certamente estarão envolvidas questões éticas e estabelecidos princípios e práticas 
de atuação. 
Em segundo lugar, o servidor público deve ter sempre por perto, para consulta, o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das
autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais. 
Em terceiro lugar, ele deve procurar saber se existe um Código de Ética próprio, de sua categoria funcional ou da própria instituição. Tais códigos 
costumam explicitar com maior minúcia o que é ético no comportamento profissional do servidor e o que ele deve evitar, sob pena de transgressão. 
Então, veja que temos no Brasil três níveis básicos a serem “checados” quanto à Ética Profissional do servidor público: 
 
 
 
1) Constituição Federal (e Constituições estaduais e Lei Orgânica do Distrito Federal); 
2) Regime dos Servidores Públicos (federal, estaduais/distrital e municipais); 
3) Código de Ética (se houver). 
 
 
 
 
Note-se que esses três níveis vêm sob uma forma legal, ou seja, expressos por legislação própria, por uma norma que é a todos imposta e deve ser 
por todos respeitada. 
 
 
 
 
 
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Deveres e proibições do servidor público na Lei nº 8.112/90 
 
Você viu na tela anterior o link e a referência ao regime jurídico dos servidores. Muita gente conhece ou ao menos já ouviu falar da “8112”. 
É assim que, informalmente, servidores públicos, advogados e concurseiros se referem à Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, que trata do 
regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. 
Para não nos alongarmos muito na lei em si, que pode ser consultada na íntegra no link acima, optamos por apresentar aqui um quadro sinótico dos 
deveres e das proibições do servidor público estatutário, ou seja, daquele servidor que é regido pela Lei nº 8.112/90. 
Repare que cada atividade traz em si, explícita ou implicitamente, um dos princípios da Administração Pública, vale dizer, um item ético. 
 
 
Fonte: Lei nº 8.112/90 – Título IV, Capítulo I, art. 116. 
 
 
 
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DEVERES 
Atividade Princípio a cumprir 
exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo MORALIDADE 
ser leal às instituições a que servir MORALIDADE 
observar as normas legais e regulamentares LEGALIDADE 
cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente 
ilegais 
 LEGALIDADE 
atender com presteza: ao público em geral, prestando as 
informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; 
à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou 
esclarecimento de situações de interesse pessoal; às 
requisições para a defesa da Fazenda Pública 
 EFICIÊNCIA 
levar ao conhecimento da autoridade superior as 
irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo 
 LEGALIDADE 
zelar pela economia do material e a conservação do 
patrimônio público 
 ECONOMICIDADE 
guardar sigilo sobre assunto da repartição MORALIDADE 
manter conduta compatível com a moralidade administrativa MORALIDADE 
ser assíduo e pontual ao serviço EFICIÊNCIA 
tratar com urbanidade as pessoas MORALIDADE 
representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder LEGALIDADE 
PROIBIÇÕES 
Atividade Princípio violado 
ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia LEGALIDADE 
 
Fonte: Lei nº 8.112/90 – Título IV, Capítulo II, art. 117. 
 
 
 
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Dicas para reafirmar a prática ética do servidor público 
 
 
� Como é aparentemente fácil não ser ético 
Cobramos sempre ética do outro, mas nos esquecemos de que o primeiro lugar a implantá-la é dentro de nós mesmos. 
Exemplo: é muito comum falarmos dos políticos em geral - são gananciosos, corruptos, não pensam na população. Mas quem de nós já não ficou 
tentado ao se defrontar com uma situação de “levar vantagem”? 
 
Veja abaixo: já lhe aconteceu algum desses episódios? 
 
autorização do chefe imediato MORALIDADE 
retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, 
qualquer documento ou objeto da repartição 
 LEGALIDADE 
 MORALIDADE 
recusar fé a documentos públicos LEGALIDADE 
opor resistência injustificada ao andamento de documento e 
processo ou execução de serviço 
 EFICIÊNCIA 
promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da 
repartição 
 MORALIDADE 
cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos 
previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua 
responsabilidade ou de seu subordinado 
 LEGALIDADE 
coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a 
associação profissional ou sindical, ou a partido político 
 IMPESSOALIDADE 
manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de 
confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo 
grau civil 
 IMPESSOALIDADE 
valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, 
em detrimento da dignidade da função pública 
 IMPESSOALIDADE 
participar de gerência ou administração de sociedade privada, 
personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na 
qualidade de acionista, cotista ou comanditário 
 LEGALIDADE 
 MORALIDADE 
atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições 
públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários 
ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge 
ou companheiro 
 LEGALIDADE 
 IMPESSOALIDADE 
 MORALIDADE 
receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer 
espécie, em razão de suas atribuições 
 LEGALIDADE 
 IMPESSOALIDADE 
aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro LEGALIDADE 
 IMPESSOALIDADE 
 MORALIDADE 
praticar usura sob qualquer de suas formas LEGALIDADE 
 MORALIDADE 
proceder de forma desidiosa EFICIÊNCIA 
utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em 
serviços ou atividades particulares 
 IMPESSOALIDADE 
 ECONOMICIDADE 
cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que 
ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias 
 LEGALIDADE 
exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o 
exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho 
 IMPESSOALIDADE 
recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado LEGALIDADE 
 
Utilizar a carteirinha de estudante de um colega para um show caro, ou mesmo obter uma sem ser 
propriamente estudante? 
 
Comemorar um troco a mais, errado, que o caixa da padaria entregou? 
 
Constatar, feliz, que o funcionário público não nos cobrou a multa que era obrigatória num dado caso? 
 
Se essas situações já lhe ocorreram e você sequer ficou tentado, parabéns! Está com o seu eticômetro funcionando bem e sempre. 
 
Mas muitos de nós, nesses casos, podemos ser levados a pensar: 
 
 
 Enfim, em geral buscamos uma justificação racional para nossos atos que contrariam a moral ou a Ética. 
 
 
 
 
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Atitudes éticas: modo de usar 
 
 
Portanto, como acabamos de ver, um recurso para driblar a Ética é relativizar a verdade. Mas pense bem: é pequeno o número de vezes que, 
se pararmos e refletirmos um pouco, teremos dúvida real sobre se uma atitude é ética ou não. Por isso, devemos sempre nos lembrar de que a
Verdade é um princípio tão ético que se inscreve como pilar da religião e da filosofia. 
Ética é quase sinônimo de postura correta, de conduta verdadeira tanto nas menoresquanto nas maiores ações. Uma das noções de Ética é 
consciência pessoal em relação a seus atos, à justeza deles e ao cuidado com sua repercussão sobre o outro. 
 
Mas ser ético é ser perfeito? Longe disso. Ainda cometeremos deslizes e atitudes incorretas. Porém, a diferença é que eles tenderão a ser 
cada vez mais excepcionais e/ou inconscientes. 
 
Vamos, então, a uma pequena lista, apenas ilustrativa, de ações éticas que podemos praticar em nosso dia a dia? 
 
 
Existem aqueles que são éticos no atacado, mas antiéticos no varejo, ou seja, praticam grandes e vistosos atos éticos, mas, no cotidiano, cometem 
uma série de "pecadilhos éticos". Durante um longo período histórico considerava-se que esse "jeitinho" para burlar a ética era um traço de caráter 
do brasileiro. 
 
O Brasil, contudo, tem mudado em sua cultura e nas práticas. Isso vem avançando a ponto de que temos hoje indivíduos e grupos sociais, no Brasil, 
preocupados e vigilantes com as questões éticas. E esse número só cresce, com a percepção de que o agir bem traz benefícios a todos e a cada um. 
 
Por isso, agir de maneira correta deve ser um exercício diário e consciente. 
 
 
Pagar suborno ao mau policial que nos parou na blitz? 
 
 
 
- Ora, se meu carro for apreendido, vou pagar dez vezes mais para retirá-lo do depósito. 
 
Ou: - Ora, estou deixando de levar uma multa, quando existe toda a roubalheira do dinheiro público. E 
na verdade essa multa nem é lá muito justa... 
 
Ou: - Ora, o caixa da padaria deve enganar vários fregueses todos os dias, fica sempre no lucro. Além 
do mais, que padaria careira... 
 
Ou: - Ora, por que só estudantes podem pagar meia entrada? Eu sou professor (ou arquiteto, ou 
advogado etc.) e tenho a mesma necessidade de lazer e cultura. 
 
 
 
Dê o crédito a seus colegas e subordinados, quando tiverem boas ideias e ações. Não se aproprie do 
mérito deles. 
 
Não aceite presentes cuja causa esteja em sua função, seu trabalho. 
Seja honesto consigo mesmo e com os outros. 
Aja de acordo com a lei. 
(Para isso, consulte a legislação, de modo a assegurar-se da correção de seus atos. Lembre-se de que a 
ninguém é dado alegar desconhecimento da lei.) 
 
Considere os recursos públicos como se denominam: públicos, de todos e para todos. 
 
Seja ético também quando ninguém o estiver observando. 
 
 
 
Repetimos: Ética equivale a conduta verdadeira tanto nas menores quanto nas maiores ações. 
 
 
 
Página 06
 
 
 
 
Instituições são mais ou menos éticas de acordo com as pessoas que nelas atuam. Assim, devemos ter cuidado com expressões como “o 
parlamento não é ético”. Estamos falando de todos os integrantes desse parlamento ou de alguns de seus representantes? O que devemos 
considerar é que a ética está ou não nas pessoas - mais ainda, está em suas atitudes. 
Dessa forma, a preocupação ética dos membros de uma instituição reflete-se diretamente na impressão que a população em geral tem daquela 
instituição. As pessoas fazem a instituição e não o contrário. A decisão final é de cada um, de acordo com seus princípios e consciência individual. 
Isso ainda mais se aplica a instituições governamentais, em que estão em questão a forma e os objetivos para os quais são gerados os recursos
públicos. 
 
Dessa forma, há duas maneiras de se encarar uma questão relativa à lei: 
 
1) o "jeitinho", ou dura lex, sed latex ("a lei é dura mas estica", conforme a anedota); 
2) dura lex, sed lex (a lei é dura mas é lei). 
 
A postura ética se coaduna apenas com a opção de número 2, porém pode nos surgir a seguinte pergunta: 
 
- Ora, e se uma lei for injusta, devo seguir a legalidade ou a justiça? 
 
A questão já foi e continua a ser motivo de debate e controvérsia ao longo dos séculos. Basta lermos o clássico "Antígona" (clique aqui para baixá-lo 
na íntegra), monumental peça teatral de Sófocles, representada pela primeira vez em 422 a.C., e veremos que essa preocupação é bem antiga 
para cidadãos e governantes. 
 
A resposta, porém, hoje nos parece mais segura: caso se considere a lei injusta, siga-se ainda assim a lei. Porém, busque-se a justiça por meio do 
Judiciário para reparar uma legislação danosa e busque-se a mudança dessa norma por meio do Legislativo, o responsável pela criação e também 
supressão das leis. 
 
Com a evolução e democratização dos processos legislativos, e ainda com a maior transparência e rapidez nos procedimentos, resultado das novas 
tecnologias de informação e comunicação, hoje podemos ser mais conscientes de nossas escolhas e mais ágeis em nossa atuação cidadã. 
 
 
 
 
 
 
Códigos de Ética
 
 
 
 
Códigos de Ética 
 
 
Os chamados Códigos de Ética são documentos criados por instituições ou categorias profissionais específicas, para regular a atuação desses 
agentes. 
 
Selecionamos, abaixo, alguns dos importantes códigos brasileiros. Trata-se de uma seleção, dentre tantas outras possíveis, que incluiriam outros ou 
excluiriam alguns destes. 
 
A despeito disso, parece-nos ao menos uma lista representativa. Portanto, é interessante que você clique nos links e procure ler, no todo ou em 
parte, esses Códigos de Ética. 
 
Sem querer pautar sua leitura, recomendamos, apenas a título de sugestão, duas abordagens críticas: 
 
1) procure lê-las comparativamente, notando o que possuem em comum e em que se diferenciam pela natureza específica de sua atuação; e/ou 
 
 
 
Para refletir: Antígona 
 
Leia o artigo Ser ético, ser herói, do filósofo Renato Janine Ribeiro, em que revitaliza a 
questão ética, também utilizando como ponte para reflexão a história de Antígona. 
2) leia-as considerando se se trata realmente de Códigos de Ética (mais universais) ou Códigos Morais (relativos a posturas de uma dada época, 
região ou cultura). 
 
 
Boa leitura! 
 
 
 
 
 
 
 
Instâncias internas de controle
 
 
 
 
Instâncias internas de controle 
 
Essas unidades administrativas são comumente denominadas no serviço público de "Controle Interno". Daí por que se encontram nos organogramas das 
instituições públicas nomes como "Secretaria de Controle Interno", "Coordenação de Controle Interno" e seus sinônimos. 
 
Alguns órgãos da Administração Pública, seguindo o exemplo do Governo Federal, preferem utilizar "Controladoria", termo enxuto, que mantém 
inalterada a significação e, por conseguinte, seu espectro de atuação. 
 
Uma instância interna de controle (ou Controle Interno, ou Controladoria) é o setor responsável por fiscalizar os atos da própria instituição. Com esse 
objetivo, ela pode também estabelecer mecanismos educacionais ou normativos para garantir boas práticas, antecipando-se mesmo à ação fiscalizatória. 
 
 
 
CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR - SENADO 
 
Este é o Código a que estão submetidos todos os parlamentares de nossa Câmara Alta, ou seja, o 
Senado Federal. 
 
 
 
CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR - CÂMARA DOS DEPUTADOS 
 
Também a Câmara dos Deputados possui seu Código de Ética. Leia-o e compare-o com o do 
Senado e de outras categorias de servidores públicos e profissionais. 
 
 
 
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER EXECUTIVO 
FEDERAL 
 
Aplica-se ao servidor público civil do Poder Executivo, mas, pela abrangência, muitos de seus 
fundamentos são aplicáveis a outros níveis da Administração Pública. 
 
 
 
CÓDIGO DE ÉTICA DA MAGISTRATURA 
 
O Judiciário brasileiro possui Código de Ética próprio, com seus princípios e também os seus 
limites de atuação. Conheça-os. 
 
 
 
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA 
 
De autoria do Conselho Federal de Medicina (CFM), foi atualizado e passou a vigorar, em sua nova 
versão, a partir de 13 de abril de 2010. 
 
Por ser um documento da área médica, que tem por missão maior a preservaçãoda vida, vale a 
pena dar uma olhada. 
 
 
 
CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DOS ADVOGADOS 
 
Este é um documento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e estabelece os princípios e 
limites para a ação dos advogados em todo o Brasil. 
 
Neste caso, por ser uma função que visa a garantir o direito das pessoas, também é um bom 
referencial para a análise da conduta ética. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fórum - Conflitos éticos: você decide 
 
 
 
FAIRPLAY OU REGRA? 
 
Analise os dois casos abaixo, ilustrados pelos respectivos vídeos. 
 
 
O jogador do Ajax, da Holanda, ao devolver gentilmente a bola ao adversário, numa atitude de 
fairplay (jogo limpo), sem querer marca um gol no outro time, que, parado, apenas aguardava a 
devolução. 
 
Veja o que segue. A atitude seguinte do Ajax provoca aplausos efusivos dos torcedores no estádio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mas observe este outro lance, ocorrido aqui mesmo no Brasil. O jogador do Palmeiras a rigor não 
desrespeita a regra, mas, mesmo assim, provoca reclamações veementes do time adversário e vaias 
da torcida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Instâncias externas de controle
 
 
 
Instâncias externas de controle 
 
 
No setor público, atuam no controle externo alguns órgãos ou instituições específicas. Seguem alguns exemplos: 
 
. Tribunal de Contas da União (TCU) e os Tribunais de Contas dos Estados e do DF 
 
. Controladoria-Geral da República 
 
. Ministério Público Federal 
 
. Ouvidorias públicas 
 
 
Note-se que, com o surgimento e universalização da internet, o controle externo vem sendo realizado também por organizações não governamentais e 
mesmo grupos de cidadãos, valendo-se das informações veiculadas pelos sites da Presidência da República, do Senado Federal, da Câmara dos 
Deputados, do Supremo Tribunal Federal, apenas para ficarmos na instância maior dos respectivos poderes. 
 
O Senado, por exemplo, mantém o Portal da Transparência, com informações relevantes sobre seus trabalhos, gastos, remuneração e diversos outros 
temas de importância para o eleitor e o cidadão. 
 
Além disso, a imprensa, num país democrático, atua também no papel de controle externo, no sentido de que investiga, denuncia e cobra posicionamento 
das autoridades contra atos lesivos ao Estado e à sociedade. 
 
Abaixo, mais alguns links para instâncias ou ações externas de controle, nessa acepção mais abrangente. 
 
 
Contas Abertas 
 
Transparência Brasil 
 
Portal da Transparência 
 
Instituto Ethos 
 
 
 
 
 
Unidade 3 - Ética no Legislativo
 
 
 
 
 Unidade 3 – Ética no Legislativo 
 
� Por que uma "Ética no Legislativo"? 
� Mitos e duras verdades 
� Os códigos de Ética do Legislativo federal 
� Os Conselhos de Ética 
� Dilemas e novos caminhos 
 
 
 
E então, quem está sendo mais e quem está sendo menos ético? 
 
 
 Discuta essa questão no Fórum com seus colegas. 
 
 
 
 
 
 
 
Por que uma "Ética no Legislativo"?
 
 
 
Por que uma "Ética no Legislativo"? 
 
Após tudo o que viu neste curso, você pode estar se perguntando: 
 
 
 
 
Da mesma forma que analisamos a Ética sob o ponto de vista da mídia ou do ponto de vista sob o qual a coloca um ou outro grupo social, existem 
princípios específicos, que podemos também chamar de éticos, para categorias específicas de pessoas. 
Uma dessas categorias é a da profissão. 
De início, é fundamental lembrarmos: o Poder Legislativo, tal como concebido no Brasil, tem uma função REPRESENTATIVA. 
Nesse sentido, os imperativos éticos estão presentes desde o nascimento da atividade do parlamentar. Ora, como posso ser o representante de 
milhares ou milhões de pessoas sem considerar suas opiniões e pensamento em cada atividade rotineira que exerço? 
Para ficarmos apenas no Legislativo, isso vale para senador, deputado federal, estadual e distrital e também para vereador em todo o território
brasileiro. 
 
 
 
Mitos e duras verdades
 
 
 
Mitos e duras verdades 
 
Apresentamos, a seguir, uma listagem das críticas comumente dirigidas aos parlamentares e servidores do Poder Legislativo, contrapondo o que é 
um mito (ou exagero, ou informação distorcida) ao que é uma dura verdade (erros que podem e devem ser corrigidos). 
Concordando ou não, apresentamos essa listagem, para que você reflita e ajude a formar seu próprio juízo de valor. 
 
 
 
 
Ética é algo universal. Por que, então, falar em uma "Ética no Legislativo"? 
 
 
 
. Mito nº 1: Os parlamentares trabalham pouco 
 
Talvez seja esse o mito mais fácil de ser desfeito. Uma visita presencial ou virtual às Casas legislativas 
demonstra que, em geral, lá se trabalha, e muito. Isso porque o trabalho legislativo não se resume à 
presença e aos discursos inflamados em plenário, mas também, e talvez principalmente, nas reuniões 
políticas e com os diversos setores da sociedade, nas comissões permanentes e temporárias e em 
eventos dos quais precisa participar em função de sua representatividade. 
 
 
 
Dura verdade nº 1: Alguns parlamentares faltam a sessões plenárias 
 
Alguns parlamentares, é fato, faltam às sessões plenárias. Porém, esse número vem progressivamente 
diminuindo, mesmo porque o poder do parlamentar é decorrente de sua participação efetiva; inclusive o 
seu próprio partido tende a cobrar sua atuação e seus votos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. Mito nº 2: Os parlamentares desfrutam de inúmeros privilégios 
 
Considerando-se o alto nível de responsabilidade do representante legislativo, e também os gastos 
decorrentes da atividade do mandato (releia o item anterior), não se pode efetivamente falar de forma 
genérica em "privilégios". Em verdade, ajustes têm sido feitos com relação ao tema, nos três níveis do 
Poder Legislativo, o que é salutar para o próprio desempenho do mandato eletivo. 
 
 
 
 
Dura verdade nº 2: Alguns parlamentares fazem malversação dos recursos do mandato 
 
Sim, ainda se reportam casos de nepotismo clássico e cruzado, de "caixinha" de servidores em comissão 
repassada ao parlamentar ou ao partido, e aberrações similares. A legislação vem se aprimorando para 
coibir essas e outras transgressões, da mesma forma que a imprensa e outras instâncias de controle vêm 
atuando para denunciar tais atos. 
 
 
 
 
 
. Mito nº 3: Os parlamentares só legislam em causa própria ou de seus financiadores 
Se essa afirmação fosse verdadeira, as minorias na sociedade ainda estariam em regime de escravidão e 
não contariam com benefícios como o 13º salário, a licença-maternidade e outras conquistas no campo 
trabalhista e social. Mais uma vez, aqui a generalização não condiz com a verdade. Se determinados 
parlamentares, de fato, priorizam seus próprios interesses em detrimento de quem o elegeu, cabe ao 
eleitorado dar-lhe a lição definitiva na eleição seguinte: essa é a regra de ouro do sistema democrático. E 
se o parlamentar houver infringido a lei, cabe ao Judiciário tomar as medidas cabíveis, sempre com a 
vigilância e o apoio - por que não? - da pressão popular. 
 
 
 
 
Dura verdade nº 3: Alguns parlamentares atuam com interesses próprios ou escusos 
 
Sabe-se que essas práticas existem: há parlamentares que colocam seus próprios interesses financeiros 
ou projetos de poder acima das atribuições e deveres para com o mandato que lhes foi conferido pelos 
cidadãos. Com o cuidado de não generalizar, cabem as denúncias contra os arrivistas travestidos de 
parlamentares, até porque maculam a atuação correta e diuturna dos que honram seus mandatos. (Veja 
neste curso os diversos links para ouvidorias e instâncias de controle externo, que podem auxiliar na 
checagem da Éticana atuação parlamentar.) 
 
 
 
 
 
. Mito nº 4: Os servidores do Legislativo trabalham pouco e ganham muito 
De fato, se tomarmos como base o salário médio dos brasileiros, os servidores do Legislativo, do 
Judiciário e de determinadas carreiras do Executivo são bem remunerados. Isso não implica dizer que 
trabalhem pouco. Mais uma vez, há que se reconhecer aqui uma injustiça, onde "os justos pagam pelos 
pecadores". É frequente os servidores do Legislativo permanecerem no trabalho noite adentro e até de 
madrugada, notadamente nas sessões de comissões, em votações de alto impacto social no plenário e 
mesmo no trabalho nos gabinetes. Infelizmente, essas particularidades não têm tanto destaque na mídia, 
mas um maior conhecimento da prática legislativa indicará que existem sim, e em bom número, esses 
verdadeiros servidores públicos. 
 
 
 
 
Dura verdade nº 4: Alguns servidores do Legislativo não cumprem responsabilidades 
Num universo tão amplo de servidores, sem dúvida existem os que não cumprem a jornada de trabalho 
prevista e, ainda pior, não se desincumbem de suas tarefas. Esses casos têm sido tratados cada vez com 
maior rigor tanto pela lei quanto pelas normas internas das Casas Legislativas. Exemplos como o do 
Senado, com o programa PRORESULTADOS, que visa a profissionalizar ainda mais os processos e fluxos 
de trabalho, e a retomada da capacitação dos servidores, são importantes para essa mudança de cultura. 
 
 
 
 
 
 
 
Os Códigos de Ética no Legislativo federal
 
 
 
 
Os Códigos de Ética do Legislativo federal 
 
Como estamos em um curso no âmbito legislativo, cabe agora uma pausa para que você leia o Código de Ética e Decoro Parlamentar das duas 
Casas Legislativas federais: o Senado e a Câmara dos Deputados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
. Mito nº 5: No Legislativo a maioria dos servidores entra "pela janela" 
Desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, o concurso público é o caminho legal, natural e 
culturalmente já aceito como porta de entrada para as carreiras na Administração Pública, o que vale 
também para o Poder Legislativo. 
 
 
 
 
Dura verdade nº 5: Existem algumas exceções para contratação temporária sem concurso 
 
Nos três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), existe um número restrito de cargos em comissão a 
serem preenchidos sem concurso público. Também houve nos últimos anos um incremento da 
terceirização de algumas atribuições, o que implica contratação sem concurso. No entanto, no caso dos 
comissionados, estes podem ser demissíveis ad nutum (ou seja, a qualquer momento e mesmo sem 
justificação); e os terceirizados não são propriamente servidores públicos, mas sim prestadores de 
serviço que também não terão vínculos permanentes com a Administração Pública. 
 
 
 
 
 
 
 
Código de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal 
Instituído pela Resolução do Senado nº 20, de 1993 
 
 
Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados 
 
Instituído pela Resolução da Câmara nº 25, de 2001 
 
 
 
 
Fórum - Conflitos éticos: você decide 
 
 
 
 CÓDIGOS DE ÉTICA 
 
 
Várias categorias profissionais criaram seu Código de Ética, ou seja, as condutas que devem ser 
seguidas para o bom cumprimento da profissão. 
 
Mas, se ele estabelece condutas específicas, não seria melhor chamado de Código de Moral? 
 
 
 
 
Os Conselhos de Ética
 
 
 
 Os Conselhos de Ética 
 
Senado Federal e Câmara dos Deputados mantêm Conselhos de Ética e Decoro Parlamentar para analisar casos de supostas transgressões de 
parlamentares federais. Esses órgãos funcionam como mecanismos internos de controle à atividade parlamentar, buscando garantir as melhores 
práticas, conduzindo à punição de parlamentares infratores dos princípios éticos estabelecidos nos respectivos Códigos de Ética e, por via de 
consequência, transgressões à lei. 
A seguir, os links para os Conselhos. 
 
 
 
 
 
 
Os novos caminhos do Senado
 
 
 
Os novos caminhos do Senado 
 
O Senado Federal vem progressivamente aperfeiçoando tanto seus mecanismos de controle quanto os meios para ouvir o que os cidadãos têm a 
sugerir ou reclamar. 
 
Abaixo, listamos algumas dessas ações e os links de acesso às informações e vias para contato. 
 
 
 
 
 
 Discuta essa questão no Fórum com seus colegas.
 
 
Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal 
 
 
Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados 
 
 
 
 Portal da Transparência 
 
Tem por finalidade veicular dados e informações detalhados sobre a gestão administrativa e a execução 
orçamentária e financeira do Senado Federal. 
 
 
 Siga Brasil 
 
É um sistema de informações sobre orçamento público, que permite acesso amplo e facilitado ao SIAFI e 
a outras bases de dados sobre planos e orçamentos públicos, por meio de uma única ferramenta de 
consulta. 
 
 
 Manual de Obtenção de Recursos Federais para Municípios 
 
Criado pelo ILB e disponível em sua página, possibilita que prefeitos e gestores municipais busquem 
recursos federais diretamente, facilitando os procedimentos e economizando recursos gastos com 
intermediação. 
 
 
Agenda de trabalho do Senado Federal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para finalizar... recomeçando
 
 
 
 
Para finalizar... recomeçando 
 
 
O ser humano é gregário, relacional, expressa-se e realiza-se em sociedade. Nos países democráticos, 
o Poder Legislativo representa a sociedade em seus anseios por mais oportunidades, melhor qualidade 
de vida e justiça social. 
Após a virada do milênio, e notadamente com o incrível aumento de abrangência das novas 
tecnologias de informação e comunicação, representar a sociedade não é mais tarefa que fica restrita a 
decisões de gabinete, apertos de mão ou vaias públicas. O cidadão-eleitor tem agora mecanismos de 
consulta de informações e de análise desses dados para formar sua própria opinião. 
 
Se considerarmos que, em princípios do século XX, o número de periódicos e de livros era, pode-se 
afirmar, escasso, hoje as informações nos saltam aos olhos pelos periódicos, sim, mas também por 
rádio, TV, celulares, notebooks e os demais dispositivos móveis ou não que nos permitem acessar a 
rede mundial de computadores, nossa conhecida web ou internet. 
 
O conceito de teia (web, em inglês) nos dá a perfeita analogia: a sociedade, e com ela a Administração Pública, é um todo indissociável, e essa 
união de destinos torna-se cada vez mais clara à medida que se avança em descobertas, invenções e apreensão ou desenvolvimento do saber. 
 
Mas o saber em si, como a internet, como qualquer ferramenta, pode ser usado com bons ou maus propósitos. 
 
Daí a importância da Ética. 
 
 
Como já tratado neste curso, os princípios éticos podem ser seguidos por todos e nas mais prosaicas 
e banais atividades cotidianas e também nas decisões estratégicas nacionais e mundiais. 
No Brasil dos últimos anos, tem havido incontestáveis avanços nas leis e na penalização de atos 
contra a vida e o bem público. As manchetes de jornais e os protestos em grupo ou individuais
contra essas transgressões e esses transgressores demonstram que a cultura brasileira, um dia já 
considerada tão somente cordial e conciliadora, tem a capacidade de se indignar e de exigir seus 
Aqui você pode consultar diariamente os trabalhos que serão realizados pelos senadores. 
 
 
 Ouvidoria do Senado 
 
Canal para reclamações e críticas à instituição Senado, seus servidores e parlamentares. 
 
 
 Alô, Senado 
 
De qualquer lugar do Brasil ligue 0800 612211 ou por outros meios disponíveis no portal, tire dúvidas,

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