Buscar

comentarios-a-medida-provisoria-664-2014

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
COMENTÁRIOS À MEDIDA PROVISÓRIA Nº 664/2014 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A Medida Provisória nº 664, publicada em 30 de dezembro de 
2014, trouxe diversas modificações em regras de concessão de benefícios 
do Regime Geral de Previdência Social (Lei nº 8.213/1991) – RGPS, 
gerido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) –, e do Regime 
Próprio de Previdência Social dos servidores públicos federais (Lei nº 
8.112/1990) – RPPS. 
Já havia expectativa pelo advento de alterações em dispositivos de 
natureza legal, para as quais não seria necessária aprovação de Proposta de 
Emenda Constitucional. De fato, ambos os regimes necessitavam de ajustes 
que os tornassem mais modernos sob o ponto de vista comparativo com os 
similares na Europa1 e que reduzissem o aumento do déficit apresentado 
nos últimos anos.2
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) vinha 
publicando trabalhos em que apontava a necessidade de reforma 
paramétrica nos critérios de concessão de benefícios,
 
3
A Medida Provisória nº 664/2014 dá atenção específica a dois 
benefícios, a pensão por morte (com reflexos no auxílio-reclusão) e o 
auxílio-doença (com alguns reflexos na aposentadoria por invalidez). As 
alterações na pensão por morte foram mais profundas, nos dois Regimes 
Previdenciários. 
 em especial no que 
se refere à pensão por morte e às aposentadorias por idade e por tempo de 
contribuição. Em relação às duas últimas prestações, entretanto, como a 
previsão dos critérios de concessão consta na Constituição da República, 
não seria possível aprovar as modificações por meio de legislação 
ordinária. 
Quanto ao RGPS, a pensão teve sua fórmula de cálculo alterada, 
passou a exigir prazo de carência, tornou-se prestação temporária a 
depender da expectativa de vida do beneficiário cônjuge e companheiro e 
impôs o limite de dois anos de casamento ou de união estável como 
 
1O Relatório Mundial de Proteção Social 2014/2015 da Organização Internacional do Trabalho compara 
critérios de proteção previdenciária utilizados por diversos países. Disponível em: 
<http://ilo.org/wcmsp5/groups/public/---dgreports/---dcomm/documents/publication/wcms_245201.pdf>. 
Acesso em: 31 dez. 2014. 
2 O Ministério da Previdência Social apresenta balanço da situação do Fundo de Previdência e analisa os 
gastos com os benefícios mantidos pelo INSS. Disponível em <http://www.previdencia.gov.br/wp-
content/uploads/2014/08/Informe_abril_2014.pdf>. Acesso em: 31 dez. 2014. 
3Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/politicas_ sociais/140930 _bps22 
.pdf>. Acesso em: 31 dez. 2014. 
As principais alterações estruturais em ambos os sistemas ocorreram com a aprovação das 
Emendas Constitucionais nº 20/1998 e nº 41/2003. 
2 
 
requisito para concessão em favor dos referidos pensionistas. As 
modificações estendem-se ao auxílio-reclusão.4
A análise da evolução histórica da legislação do Regime Geral 
demonstra que algumas alterações não são propriamente novidades, pois 
constavam da legislação anterior à Lei nº 8.213/1991, na Lei nº 3.807/1960, 
como, por exemplo, o cálculo proporcional do valor da pensão em relação 
ao número de dependentes e a exigência de carência para a concessão do 
benefício. 
 
Quanto ao auxílio-doença e à aposentadoria por invalidez, a medida 
provisória aumentou o encargo da empresa em relação ao empregado e 
reduziu o tempo de cobertura a ser feito pelo INSS. 
As modificações realizadas no Regime Próprio de Previdência 
Social dos servidores públicos federais foram centralizadas na pensão por 
morte, aproximando a estrutura do benefício daquela constante no Regime 
Geral. Não houve alteração na fórmula de cálculo da pensão, pois as 
normas sobre o assunto estão previstas na Constituição; mas foram 
reestruturados os critérios de divisão das quotas de pensão. 
Os comentários que seguem foram organizados a partir da 
comparação dos dispositivos legais na redação anterior e na atual e estão 
dispostos por assunto. 
 
 
ALTERAÇÃO NA CARÊNCIA (RGPS) 
 
REDAÇÃO ANTERIOR NOVA REDAÇÃO 
Art. 25. A concessão das prestações 
pecuniárias do Regime Geral de 
Previdência Social depende dos 
seguintes períodos de carência, 
ressalvado o disposto no art. 26: 
(...) 
 
 
 
 
Art. 25. A concessão das prestações 
pecuniárias do Regime Geral de 
Previdência Social depende dos 
seguintes períodos de carência, 
ressalvado o disposto no art. 26: 
(...) 
IV – pensão por morte: vinte e 
quatro contribuições mensais, salvo 
nos casos em que o segurado esteja 
em gozo de auxílio-doença ou de 
aposentadoria por invalidez. 
 
 
 
4 O art. 80 da Lei n° 8.213/1991, prevê que o auxílio-reclusão seja devido sob as mesmas condições que a 
pensão por morte. 
3 
 
Art. 26. Independe de carência a 
concessão das seguintes prestações: 
I – pensão por morte, auxílio-
reclusão, salário-família e auxílio-
acidente; 
II – auxílio-doença e aposentadoria 
por invalidez nos casos de acidente 
de qualquer natureza ou causa e de 
doença profissional ou do trabalho, 
bem como nos casos de segurado 
que, após filiar-se ao Regime Geral 
de Previdência Social, for 
acometido de alguma das doenças e 
afecções especificadas em lista 
elaborada pelos Ministérios da 
Saúde e do Trabalho e da 
Previdência Social a cada três anos, 
de acordo com os critérios de 
estigma, deformação, mutilação, 
deficiência, ou outro fator que lhe 
confira especificidade e gravidade 
que mereçam tratamento 
particularizado; 
(...) 
 
Art. 26. Independe de carência a 
concessão das seguintes prestações: 
I – salário-família e auxílio-
acidente; 
II – auxílio-doença e aposentadoria 
por invalidez nos casos de acidente 
de qualquer natureza ou causa e de 
doença profissional ou do trabalho, 
bem como nos casos de segurado 
que, após filiar-se ao Regime Geral 
de Previdência Social, for 
acometido de alguma das doenças e 
afecções especificadas em lista 
elaborada pelos Ministérios da 
Saúde e da Previdência Social, de 
acordo com os critérios de estigma, 
deformação, mutilação, deficiência 
ou outro fator que lhe confira 
especificidade e gravidade que 
mereçam tratamento 
particularizado; 
 
(...). 
VII – pensão por morte nos casos de 
acidente do trabalho e doença 
profissional ou do trabalho.” (NR) 
 
 
 
A pensão por morte, que antes não exigia carência para a 
concessão, passou a ter como pressuposto o pagamento de vinte e quatro 
contribuições mensais (não são computadas as contribuições sobre a 
gratificação natalina), exceto nos casos de acidente do trabalho e da 
ocorrência de doença profissional ou do trabalho. 
O auxílio-reclusão também só será concedido se houver 
cumprimento da carência de vinte e quatro meses. 
4 
 
O sistema, portanto, volta a ter o formato previsto pela Lei nº 
3.807/1960, que exigia carência, na época, de 12 meses para a concessão da 
pensão por morte, e se aproxima de outros sistemas básicos de previdência 
na Europa. 
 A Medida Provisória nº 664/2014 fez pequena alteração no inciso 
II do art. 26 da Lei nº 8.213/1991, retirando a referência à periodicidade de 
elaboração da lista de doenças que isentam a carência para o auxílio-doença 
e para a aposentadoria por invalidez, a cargo dos Ministérios da Saúde e da 
Previdência Social. 
A inovação incide sobre os benefícios com data de início (DIB) em 
1º de março de 2015. 
 
 
ALTERAÇÃO NO AUXÍLIO-DOENÇA E NA 
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ (RGPS) 
 
REDAÇÃO ANTERIOR NOVA REDAÇÃO 
Art. 29. O salário-de-benefício 
consiste: 
(...) 
Art. 29. O salário-de-benefício 
consiste: 
(...) 
§ 10. O auxílio-doença não poderá 
exceder a média aritmética simples 
dos últimos doze salários-de-contribuição, inclusive no caso de 
remuneração variável, ou, se não 
alcançado o número de doze, a 
média aritmética simples dos 
salários-de-contribuição existentes.” 
(NR) 
 
 
A Renda Mensal Inicial (RMI) do benefício de auxílio-doença 
consiste na aplicação da alíquota de 91% sobre o salário-de-benefício (SB), 
que nesse caso é a média aritmética simples dos maiores salários-de-
contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o período 
contributivo, sem a aplicação do fator previdenciário. 
Os salários-de-benefício das prestações previdenciárias submetem-
se a um valor de teto, por força do art. 29, § 2°, da lei, que é o limite 
máximo do salário-de-contribuição. 
A Medida Provisória nº 664/2014 introduziu mais um critério de 
limitação: a média aritmética simples dos últimos doze salários-de-
5 
 
contribuição. A redação do dispositivo não foi adequada, pois não fica 
esclarecido se o limite incide sobre o SB ou sobre a RMI do auxílio-
doença, isto é, se o teto é aplicado antes ou depois da aplicação da alíquota 
de 91%. O termo utilizado pela medida provisória foi “o auxílio-doença”, 
sem especificar a que elemento de cálculo se refere. 
A melhor interpretação é a de que o limite da média aritmética 
simples dos últimos doze salários-de-contribuição seja imposto ao salário-
de-beneficio (SB) do auxílio-doença e não à RMI, por dois motivos: (i) o § 
10 foi introduzido no art. 29, que não trata da renda mensal do benefício, 
mas sim do salário-de-benefício; e (ii) se o critério de limitação pela média 
de salários-de-contribuição incidir sobre a renda mensal inicial, será 
agravada a redução do benefício, que já sofre a incidência da alíquota de 
91%. 
A inovação incide sobre os benefícios com data de início (DIB) em 
1º de março de 2015. 
 
 
REDAÇÃO ANTERIOR NOVA REDAÇÃO 
Art. 43. A aposentadoria por 
invalidez será devida a partir do dia 
imediato ao da cessação do auxílio-
doença, ressalvado o disposto nos 
§§ 1º, 2º e 3º deste artigo. 
§ 1º Concluindo a perícia médica 
inicial pela existência de 
incapacidade total e definitiva para 
o trabalho, a aposentadoria por 
invalidez será devida: 
a) ao segurado empregado, a contar 
do décimo sexto dia do afastamento 
da atividade ou a partir da entrada 
do requerimento, se entre o 
afastamento e a entrada do 
requerimento decorrerem mais de 
trinta dias; 
(...) 
§ 2o Durante os primeiros quinze 
dias de afastamento da atividade por 
motivo de invalidez, caberá à 
Art. 43. A aposentadoria por 
invalidez será devida a partir do dia 
imediato ao da cessação do auxílio-
doença, ressalvado o disposto nos 
§§ 1º, 2º e 3º deste artigo. 
§ 1º Concluindo a perícia médica 
inicial pela existência de 
incapacidade total e definitiva para 
o trabalho, a aposentadoria por 
invalidez será devida: 
a) ao segurado empregado, a partir 
do trigésimo primeiro dia do 
afastamento da atividade ou a partir 
da data de entrada do requerimento, 
se entre o afastamento e a data de 
entrada do requerimento decorrerem 
mais de quarenta e cinco dias; 
(...) 
 
§ 2º Durante os primeiros trinta dias 
de afastamento da atividade por 
motivo de invalidez, caberá à 
6 
 
empresa pagar ao segurado 
empregado o salário. 
empresa pagar ao segurado 
empregado o seu salário integral.” 
 
A medida provisória aumentou a obrigação da empresa no custeio 
dos dias de ausência dos empregados em caso de concessão de 
aposentadoria por invalidez, de quinze dias para trinta dias. O benefício, 
que antes era devido pelo INSS em favor dos empregados a contar do 16º 
dia, será agora concedido a partir do 31º dia.5
Se houver demora de mais de quarenta e cinco dias a contar da data 
do afastamento para o empregado requerer o benefício, a aposentadoria 
será devida a partir do requerimento. Esse prazo antes era de trinta dias e 
foi aumentado para quarenta e cinco dias em virtude do acréscimo de 
quinze dias na obrigação de pagamento pelas empresas. 
 
A inovação incide sobre os benefícios com data de início (DIB) em 
1º de março de 2015. 
 
 
REDAÇÃO ANTERIOR REDAÇÃO ATUAL 
Art. 59. O auxílio-doença será 
devido ao segurado que, havendo 
cumprido, quando for o caso, o 
período de carência exigido nesta 
Lei, ficar incapacitado para o seu 
trabalho ou para a sua atividade 
habitual por mais de 15 (quinze) 
dias consecutivos. 
Parágrafo único. Não será devido 
auxílio-doença ao segurado que se 
filiar ao Regime Geral de 
Previdência Social já portador da 
doença ou da lesão invocada como 
causa para o benefício, salvo 
quando a incapacidade sobrevier por 
motivo de progressão ou 
agravamento dessa doença ou lesão. 
Art. 60. O auxílio-doença será 
devido ao segurado empregado a 
Art. 59. (Revogado) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 60. O auxílio-doença será 
devido ao segurado que ficar 
 
5 O Superior Tribunal de Justiça mantém entendimento de que não incide contribuição previdenciária no 
período de pagamento do salário pela empresa no afastamento inicial do empregado. STJ, 1ª Seção, REsp 
1.230.957/RS, Rel. Mauro Campbell. O julgamento refere-se ao auxílio-doença, mas a fundamentação 
deve ser aplicada também à aposentadoria por invalidez concedida sem anterior deferimento do auxílio. 
7 
 
contar do décimo sexto dia do 
afastamento da atividade, e, no caso 
dos demais segurados, a contar da 
data do início da incapacidade e 
enquanto ele permanecer incapaz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
§ 1º Quando requerido por segurado 
afastado da atividade por mais de 30 
(trinta) dias, o auxílio-doença será 
devido a contar da data da entrada 
do requerimento. 
§ 2º (Revogado pela Lei nº 9.032, de 
1995) 
§ 3o Durante os primeiros quinze 
dias consecutivos ao do afastamento 
da atividade por motivo de doença, 
incumbirá à empresa pagar ao 
segurado empregado o seu salário 
integral. 
§ 4º A empresa que dispuser de 
serviço médico, próprio ou em 
convênio, terá a seu cargo o exame 
médico e o abono das faltas 
correspondentes ao período referido 
no § 3º, somente devendo 
encaminhar o segurado à perícia 
incapacitado para seu trabalho ou 
sua atividade habitual, desde que 
cumprido, quando for o caso, o 
período de carência exigido nesta 
Lei: 
I – ao segurado empregado, a partir 
do trigésimo primeiro dia do 
afastamento da atividade ou a partir 
da data de entrada do requerimento, 
se entre o afastamento e a data de 
entrada do requerimento decorrerem 
mais de quarenta e cinco dias; e 
II – aos demais segurados, a partir 
do início da incapacidade ou da data 
de entrada do requerimento, se entre 
essas datas decorrerem mais de 
trinta dias. 
§ 1º (Revogado) 
 
 
 
 
 
§ 2º (Revogado pela Lei nº 9.032, de 
1995) 
§ 3º Durante os primeiros trinta dias 
consecutivos ao do afastamento da 
atividade por motivo de doença ou 
de acidente de trabalho ou de 
qualquer natureza, caberá à empresa 
pagar ao segurado empregado o seu 
salário integral. 
§ 4º A empresa que dispuser de 
serviço médico, próprio ou em 
convênio, terá a seu cargo o exame 
médico e o abono das faltas 
correspondentes ao período referido 
no § 3º e somente deverá 
8 
 
médica da Previdência Social 
quando incapacidade ultrapassar 15 
(quinze) dias. 
encaminhar o segurado à perícia 
médica da Previdência Social 
quando a incapacidade ultrapassar 
trinta dias. 
§ 5º O INSS a seu critério e sob sua 
supervisão, poderá, na forma do 
regulamento, realizar perícias 
médicas: 
I – por convênio ou acordo de 
cooperação técnica com empresas; e 
II – por termo de cooperação técnica 
firmado com órgãos e entidades 
públicos, especialmente onde não 
houver serviço de perícia médica do 
INSS. 
§ 6º Não será devido auxílio-doença 
aosegurado que se filiar ao Regime 
Geral de Previdência Social já 
portador da doença ou da lesão 
invocada como causa para o 
benefício, salvo quando a 
incapacidade sobrevier por motivo 
de progressão ou agravamento dessa 
doença ou lesão.” 
 
A medida provisória aumentou a obrigação da empresa no custeio 
dos dias de ausência dos empregados em caso de concessão de auxílio-
doença, de quinze dias para trinta dias. O benefício, que antes era 
concedido pelo INSS em favor dos empregados a contar do 16º dia, será 
devido a partir do 31º dia.6
Se houver demora de mais de quarenta e cinco dias a contar da data 
do afastamento para o empregado requerer o benefício, o auxílio-doença 
será devido a partir do requerimento. Esse prazo antes era de trinta dias e 
foi aumentado para quarenta e cinco dias em virtude do acréscimo de 
quinze dias na obrigação de pagamento pelas empresas. 
 
A inclusão do § 5º possibilita que o INSS terceirize a realização de 
perícias médicas e o § 6º do art. 60 apenas reproduz a redação do antigo 
parágrafo único do art. 59, que foi revogado pela medida. 
 
6 Ver referência anterior em relação ao auxílio-doença. 
9 
 
A inovação incide sobre os benefícios com data de início (DIB) em 
1º de março de 2015, exceto no que se refere à inclusão dos §§ 5º e 6º, em 
vigor desde 30 de dezembro de 2014. 
 
 
ALTERAÇÃO NA PENSÃO POR MORTE (RGPS) – COM 
REFLEXOS NO AUXÍLIO-RECLUSÃO 
 
REDAÇÃO ANTERIOR NOVA REDAÇÃO 
Art. 74. A pensão por morte será 
devida ao conjunto dos dependentes 
do segurado que falecer, aposentado 
ou não, a contar da data: 
(...) 
 
Art. 74. A pensão por morte será 
devida ao conjunto dos dependentes 
do segurado que falecer, aposentado 
ou não, a contar da data: 
§ 1º Não terá direito à pensão por 
morte o condenado pela prática de 
crime doloso de que tenha resultado 
a morte do segurado. 
§ 2º O cônjuge, companheiro ou 
companheira não terá direito ao 
benefício da pensão por morte se o 
casamento ou o início da união 
estável tiver ocorrido há menos de 
dois anos da data do óbito do 
instituidor do benefício, salvo nos 
casos em que: 
I – o óbito do segurado seja 
decorrente de acidente posterior ao 
casamento ou ao início da união 
estável; ou 
II – o cônjuge, o companheiro ou a 
companheira for considerado 
incapaz e insuscetível de 
reabilitação para o exercício de 
atividade remunerada que lhe 
garanta subsistência, mediante 
exame médico-pericial a cargo do 
INSS, por doença ou acidente 
ocorrido após o casamento ou início 
da união estável e anterior ao 
10 
 
óbito.” 
 
Foram incluídos dois parágrafos no art. 74 da Lei nº 8.213/1991: o 
primeiro veda a percepção da pensão pelo condenado pela prática de crime 
doloso de que tenha resultado a morte do segurado; o segundo introduz a 
exigência de dois anos de casamento ou de união estável como condição 
para recebimento de pensão por cônjuge ou companheiro. 
No que se refere ao §1º, andou bem a Medida Provisória, ao 
explicitar a exclusão da concessão da pensão por morte ao autor de fato do 
qual tenha resultado morte do segurado, desde que aja com dolo. A regra 
reproduz dispositivos previstos em leis de Regimes Próprios7
Deve ser observado que, acertadamente, não há referência restritiva 
ao homicídio, mas sim alusão genérica à prática de crime doloso de que 
tenha resultado a morte do segurado. Assim, o elemento subjetivo do tipo 
não precisa ser necessariamente a morte do instituidor, desde que haja este 
resultado. 
 e decorre do 
princípio geral de Direito de que uma pessoa não possa se beneficiar da 
própria torpeza. Assim, mesmo antes da introdução do dispositivo na Lei nº 
8.213/1991, já seria em tese possível negar o benefício. A vantagem da 
previsão, como destacado, entretanto, é deixar claro o impedimento à 
concessão. 
O dispositivo entrou em vigor em 30 de dezembro de 2014. 
Quanto ao § 2º, pretende a medida provisória excluir do 
recebimento de pensão eventuais cônjuges e companheiros de união 
simulada, estabelecidas somente para dar acesso ao benefício 
previdenciário. Passa-se então a exigir o prazo mínimo de dois anos entre a 
data do casamento ou do início da união estável e o óbito. Existem duas 
exceções previstas: se o óbito for decorrente de acidente ou o cônjuge ou 
companheiro tornar-se incapaz, por doença ou acidente ocorrido após o 
casamento ou a união estável. 
Antes da alteração, não havia prazo fixado para que se considerasse 
como contínua e duradoura, para efeitos previdenciários, a união estável. A 
ausência de previsão legal dificultou a construção de um entendimento 
jurisprudencial objetivo sobre o requisito. As decisões variavam sobre o 
tempo necessário para que se dessem efeitos previdenciários à união e, em 
geral, os julgados sequer faziam referência a prazo específico. 
A partir da medida provisória, a exigência delimita o prazo de dois 
anos de relacionamento não apenas para o companheiro, como também 
para o cônjuge. 
 Não parece haver inconstitucionalidade na medida restritiva, pois 
nada impede que sejam colocados limites razoáveis pela lei à fruição de 
 
7 Por exemplo, art. 220, Lei n° 8.112/1990. 
11 
 
prestações sociais previstas na Constituição, desde que não haja oposição 
normativa. 
De fato, o art. 201, V, da Constituição, dispõe que a pensão por 
morte do homem e da mulher seja devida ao cônjuge ou companheiro. O 
principal objetivo da norma constitucional foi igualar o tratamento de 
gênero e destacar a proteção da união estável, mas isso não impede que a 
lei, ao dar conformação ao dispositivo, introduza prazo razoável para que 
haja efeito na proteção social. 
O dispositivo somente se aplica às pensões cujos óbitos ocorrerem a 
partir de 14 de janeiro de 2015. 
 
 
REDAÇÃO ANTERIOR NOVA REDAÇÃO 
Art. 75. O valor mensal da pensão 
por morte será de cem por cento do 
valor da aposentadoria que o 
segurado recebia ou daquela a que 
teria direito se estivesse aposentado 
por invalidez na data de seu 
falecimento, observado o disposto 
no art. 33 desta lei 
Art. 75. O valor mensal da pensão 
por morte corresponde a cinquenta 
por cento do valor da aposentadoria 
que o segurado recebia ou daquela a 
que teria direito se estivesse 
aposentado por invalidez na data de 
seu falecimento, acrescido de tantas 
cotas individuais de dez por cento 
do valor da mesma aposentadoria, 
quantos forem os dependentes do 
segurado, até o máximo de cinco, 
observado o disposto no art. 33. 
§ 1º A cota individual cessa com a 
perda da qualidade de dependente, 
na forma estabelecida em 
regulamento, observado o disposto 
no art. 77. 
§ 2º O valor mensal da pensão por 
morte será acrescido de parcela 
equivalente a uma única cota 
individual de que trata o caput, 
rateado entre os dependentes, no 
caso de haver filho do segurado ou 
pessoa a ele equiparada, que seja 
órfão de pai e mãe na data da 
concessão da pensão ou durante o 
período de manutenção desta, 
12 
 
observado: 
I – o limite máximo de 100% do 
valor da aposentadoria que o 
segurado recebia ou daquela a que 
teria direito se estivesse aposentado 
por invalidez na data de seu 
falecimento; e 
II – o disposto no inciso II do § 2º 
do art. 77. 
§ 3º O disposto no § 2º não será 
aplicado quando for devida mais de 
uma pensão aos dependentes do 
segurado.” 
 
O principal objetivo da alteração na redação do art. 75 da Lei nº 
8.213/1991 foi acabar com o caráter integral da pensão por morte que havia 
sido introduzido em 1997.8
Pelo novo dispositivo, a alíquota base será de 50%, acrescida de 
tantas quotas de 10% quantos forem os dependentes, até o limite de 100% 
do salário-de-benefício (caso o segurado faleça semestar aposentado) ou 
do valor da aposentadoria (caso o segurado já estivesse aposentado) 
 Sob a vigência da Lei nº 3.807/1960 a pensão 
tinha uma fórmula de cálculo parecida com a introduzida pela medida 
provisória. 
Por exemplo, se um segurado aposentado falecer e deixar viúva e 
dois filhos, a pensão será de 80% (50% mais três cotas de 10%) do valor da 
aposentadoria. Fixado o valor, a pensão será então repartida em parcelas 
iguais entre os dependentes. Com a perda da qualidade de um dependente, 
o benefício continuará a ser pago aos outros dois, mas com a redução da 
quota de 10% daquele que perdeu a condição de pensionista. Assim, a 
pensão que era de 80% da aposentadoria divididos por três, passará a ser de 
70% da aposentadoria, divididos por dois. Com eventual exclusão futura de 
mais um dependente, por exemplo, será paga a pensão ao dependente que 
sobrar no valor de 60% da aposentadoria. 
De qualquer forma, o valor total da pensão não poderá ser inferior a 
um salário-mínimo, nos termos do art. 201, § 2°, da Constituição. 
O art. 75, § 2º, da Lei nº 8.213/1991, inovou também ao prever o 
adicional de uma quota de 10% caso, dentre os dependentes, haja um filho 
ou equiparado a filho do segurado órfão de pai e de mãe, com a ressalva de 
 
8 Lei n° 9.528/1997. Na redação original da Lei n° 8.213/1991, a RMI da pensão era de 80% do salário-
de-benefício. 
13 
 
que não haverá adicional se for devida mais de uma pensão aos 
dependentes do segurado (leia-se, ao filho órfão). A cota extra não será 
paga somente ao órfão, mas será rateada entre os dependentes, o que, em 
princípio, não faz muito sentido. 
A inovação incide nas pensões cujo óbito ocorra a partir de 1º de 
março de 2015. 
 
 
REDAÇÃO 
ANTERIOR 
NOVA REDAÇÃO 
Art. 77. A pensão por 
morte, havendo mais 
de um pensionista, 
será rateada entre 
todos em parte iguais. 
§ 1º Reverterá em 
favor dos demais a 
parte daquele cujo 
direito à pensão 
cessar. 
§ 2º A parte individual 
da pensão extingue-se: 
(...) 
III – para o pensionista 
inválido pela cessação 
da invalidez e para o 
pensionista com 
deficiência intelectual 
ou mental, pelo 
levantamento da 
interdição. 
(...) 
 
Art. 77. A pensão por morte, havendo mais de um 
pensionista, será rateada entre todos em parte 
iguais. 
 
§ 1º Reverterá em favor dos demais a parte 
daquele cujo direito à pensão cessar, mas sem o 
acréscimo da correspondente cota individual de 
dez por cento. 
 
§ 2º A parte individual da pensão extingue-se 
(...) 
 
III – para o pensionista inválido pela cessação da 
invalidez e para o pensionista com deficiência 
mental, pelo levantamento da interdição; e 
 
 
 
IV – pelo decurso do prazo de recebimento de 
pensão pelo cônjuge, companheiro ou 
companheira, nos termos do § 5º. 
(...) 
§ 5º O tempo de duração da pensão por morte 
devida ao cônjuge, companheiro ou companheira, 
14 
 
inclusive na hipótese de que trata o § 2º do art. 76, 
será calculado de acordo com sua expectativa de 
sobrevida no momento do óbito do instituidor 
segurado, conforme tabela abaixo: 
Expectativa de 
sobrevida à idade x do 
cônjuge, companheiro 
ou companheira, em 
anos (E(x)) 
Duração do 
benefício de 
pensão por 
morte (em 
anos) 
55 < E(x) 3 
50 < E(x) ≤ 55 6 
45 < E(x) ≤ 50 9 
40 < E(x) ≤ 45 12 
35 < E(x) ≤ 40 15 
E(x) ≤ 35 vitalícia 
 
§ 6º Para efeito do disposto no § 5o, a expectativa 
de sobrevida será obtida a partir da Tábua 
Completa de Mortalidade – ambos os sexos – 
construída pela Fundação Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística – IBGE, vigente no 
momento do óbito do segurado instituidor. 
 § 7o O cônjuge, o companheiro ou a companheira 
considerado incapaz e insuscetível de reabilitação 
para o exercício de atividade remunerada que lhe 
garanta subsistência, mediante exame médico-
pericial a cargo do INSS, por acidente ou doença 
ocorrido entre o casamento ou início da união 
estável e a cessação do pagamento do benefício, 
terá direito à pensão por morte vitalícia, observado 
o disposto no art. 101.” (NR) 
 
A medida provisória introduziu, no art. 77 da Lei nº 8.213/1991, 
uma de suas principais alterações paramétricas: a possibilidade de 
concessão de pensão temporária ao dependente cônjuge ou companheiro, 
com base na expectativa de sobrevida. 
A pensão para esses dependentes até então era vitalícia, 
independentemente da idade. A partir da medida provisória, somente os 
cônjuges e companheiros que tiverem expectativa de vida igual ou inferior 
a 35 anos, de acordo com a Tábua Completa de Mortalidade do IBGE, para 
ambos os sexos, manterão a prestação de forma vitalícia. Para os que 
15 
 
possuírem expectativa de sobrevida superior a trinta e cinco anos, a pensão 
será temporária, variando de quinze a três anos. 
A alteração normativa não fixou diretamente a idade do pensionista, 
mas sim sua expectativa de sobrevida no momento do óbito do instituidor, 
como critério para estipulação do prazo da pensão. A idade prevista para 
que o pensionista faça jus à prestação de forma vitalícia ou temporária 
variará a cada vez que a Tábua de Mortalidade for atualizada pelo IBGE, 
como acontece hoje com o Fator Previdenciário. 
A pensão temporária pode ser transformada em vitalícia caso o 
cônjuge ou companheiro pensionista seja considerado inválido e 
insuscetível de recuperação pelo INSS por acidente ou doença ocorrido 
entre o casamento ou o início da união estável e a data da cessação da 
pensão. 
A inovação incide nas pensões cujo óbito ocorra a partir de 1º de 
março de 2015. 
 
 
ALTERAÇÃO NA PENSÃO POR MORTE NO RPPS DOS 
SERVIDORES FEDERAIS 
 
REDAÇÃO ANTERIOR NOVA REDAÇÃO 
Art. 215. Por morte do servidor, os 
dependentes fazem jus a uma 
pensão mensal de valor 
correspondente ao da respectiva 
remuneração ou provento, a partir 
da data do óbito, observado o limite 
estabelecido no art. 42. 
Art. 215. Por morte do servidor, os 
dependentes, nas hipóteses legais, 
fazem jus à pensão a partir da data 
do óbito, observado o limite 
estabelecido no inciso XI do caput 
art. 37 da Constituição e no art. 2º 
da Lei nº 10.887, de 18 de junho de 
2004. 
Parágrafo único. A concessão do 
benefício de que trata o caput estará 
sujeita à carência de vinte e quatro 
contribuições mensais, ressalvada a 
morte por acidente do trabalho, 
doença profissional ou do trabalho.” 
 
A modificação apenas esclarece os limites de concessão de pensão 
no Regime Próprio dos Servidores Federais: (i) o subsídio dos Ministros do 
Supremo Tribunal Federal, e (ii) a totalidade da remuneração do servidor 
no cargo efetivo na data anterior à do óbito ou o valor dos proventos caso 
estivesse aposentado, até o limite máximo estabelecido para os benefícios 
16 
 
do Regime Geral de Previdência Social, acrescida de 70% (setenta por 
cento) da parcela excedente a este limite. 
A nova redação do art. 215 da Lei nº 8.112/1990, portanto, não 
trouxe novidade importante, apenas adequou a previsão legal à 
normatização do art. 40 da Constituição da República, com redação dada 
pela EC nº 41/2003 e pela EC nº 47/2005. 
Além disso, da mesma forma que ocorreu no Regime Geral, a 
pensão passou a se sujeitar a um período de carência de vinte e quatro 
contribuições mensais. 
A inovação incide nas pensões cujo óbito ocorra a partir de 1º de 
março de 2015. 
 
 
REDAÇÃO 
ANTERIOR 
NOVA REDAÇÃO 
Art. 217. São 
beneficiários das 
pensões: 
I – vitalícia: 
a) o cônjuge; 
b) a pessoa 
desquitada, 
separada 
judicialmente ou 
divorciada, com 
percepção de 
pensão 
alimentícia; 
c) o companheiro 
ou companheira 
designado que 
comprove união 
estável como 
entidade familiar; 
d) a mãe eo pai 
que comprovem 
dependência 
econômica do 
Art. 217. São beneficiários das pensões 
 
I – o cônjuge; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
servidor; 
e) a pessoa 
designada, maior 
de 60 (sessenta) 
anos e a pessoa 
portadora de 
deficiência, que 
vivam sob a 
dependência 
econômica do 
servidor; 
II – temporária: 
a) os filhos, ou 
enteados, até 21 
(vinte e um) anos 
de idade, ou, se 
inválidos, 
enquanto durar a 
invalidez; 
b) o menor sob 
guarda ou tutela 
até 21 (vinte e um) 
anos de idade; 
c) o irmão órfão, 
até 21 (vinte e um) 
anos, e o inválido, 
enquanto durar a 
invalidez, que 
comprovem 
dependência 
econômica do 
servidor; 
d) a pessoa 
designada que viva 
na dependência 
econômica do 
servidor, até 21 
(vinte e um) anos, 
 
 
 
 
 
 
II – o cônjuge divorciado, separado judicialmente ou 
de fato, com percepção de pensão alimentícia 
estabelecida judicialmente; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
ou, se inválida, 
enquanto durar a 
invalidez. 
 
 
 
 
 
 
 
§ 1º A concessão 
de pensão vitalícia 
aos beneficiários 
de que tratam as 
alíneas "a" e "c" 
do inciso I deste 
artigo exclui desse 
direito os demais 
beneficiários 
referidos nas 
alíneas "d" e "e". 
§ 2º A concessão 
da pensão 
temporária aos 
beneficiários de 
que tratam as 
alíneas "a" e "b" 
do inciso II deste 
artigo exclui desse 
direito os demais 
beneficiários 
referidos nas 
alíneas "c" e "d". 
 
III – o companheiro ou companheira que comprove 
união estável como entidade familiar; 
IV – os filhos até vinte e um anos de idade, ou, se 
inválidos, enquanto durar a invalidez; 
V – a mãe e o pai que comprovem dependência 
econômica do servidor; e 
VI – o irmão, até vinte e um anos de idade, ou o 
inválido ou que tenha deficiência intelectual ou 
mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, 
enquanto durar a invalidez ou a deficiência que 
estabeleça a dependência econômica do servidor; 
§ 1º A concessão de pensão aos beneficiários de que 
tratam os incisos I a IV do caput exclui os 
beneficiários referidos nos incisos V e VI. 
 
 
 
 
§ 2º A concessão de pensão aos beneficiários de que 
trata o inciso V do caput exclui os beneficiários 
referidos no inciso VI. 
 
 
 
 
 
§ 3º Nas hipóteses dos incisos I a III do caput: 
I – o tempo de duração da pensão por morte será 
calculado de acordo com a expectativa de sobrevida 
do beneficiário na data do óbito do servidor ou 
19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
aposentado, conforme tabela abaixo: 
Expectativa de 
sobrevida à idade x do 
cônjuge, companheiro 
ou companheira, em 
anos (E(x)) 
Duração do benefício 
pensão por morte 
(em anos) 
55 < E(x) 3 
50 < E(x) ≤ 55 6 
45 < E(x) ≤ 50 9 
40 < E(x) ≤ 45 12 
35 < E(x) ≤ 40 15 
E(x) ≤ 35 vitalícia 
II – o cônjuge, companheiro ou companheira não terá 
direito ao benefício da pensão por morte se o 
casamento ou o início da união estável tiver ocorrido 
há menos de dois anos da data do óbito do instituidor 
do benefício, salvo nos casos em que: 
a) o óbito do segurado seja decorrente de acidente 
posterior ao casamento ou início da união estável; ou 
b) o cônjuge, o companheiro ou a companheira for 
considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para 
o exercício de atividade remunerada que lhe garanta 
subsistência, mediante exame médico-pericial, por 
doença ou acidente ocorrido após o casamento ou 
início da união estável e anterior ao óbito, observado o 
disposto no parágrafo único do art. 222. 
III – o cônjuge, o companheiro ou a companheira 
quando considerado incapaz e insuscetível de 
reabilitação para o exercício de atividade remunerada 
que lhe garanta subsistência, mediante exame médico-
pericial, por doença ou acidente ocorrido entre o 
casamento ou início da união estável e a cessação do 
pagamento do benefício, terá direito à pensão por 
morte vitalícia, observado o disposto no parágrafo 
único do art. 222. (NR) 
§ 4º Para efeito do disposto no inciso I do § 3º, a 
expectativa de sobrevida será obtida a partir da Tábua 
20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 218. A pensão 
será concedida 
integralmente ao 
titular da pensão 
vitalícia, exceto se 
existirem 
beneficiários da 
pensão temporária. 
§ 1o Ocorrendo 
habilitação de 
vários titulares à 
pensão vitalícia, o 
seu valor será 
distribuído em 
partes iguais entre 
os beneficiários 
habilitados. 
§ 2o Ocorrendo 
habilitação às 
pensões vitalícia e 
temporária, 
metade do valor 
caberá ao titular ou 
titulares da pensão 
vitalícia, sendo a 
outra metade 
Completa de Mortalidade – ambos os sexos – 
construída pela Fundação Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística – IBGE, vigente no momento 
do óbito do servidor ou aposentado. 
 
§ 5º O enteado e o menor tutelado equiparam-se a 
filho mediante declaração do segurado e desde que 
comprovada a dependência econômica na forma 
estabelecida no Regulamento.” (NR) 
Art. 218. Ocorrendo habilitação de vários titulares à 
pensão o seu valor será distribuído em partes iguais 
entre os beneficiários habilitados 
21 
 
rateada em partes 
iguais, entre os 
titulares da pensão 
temporária. 
§ 3o Ocorrendo 
habilitação 
somente à pensão 
temporária, o valor 
integral da pensão 
será rateado, em 
partes iguais, entre 
os que se 
habilitarem. 
 
 
A medida provisória reestruturou as regras de divisão da pensão 
entre os beneficiários do servidor. 
Antes, os pensionistas eram divididos em dois grupos, o dos 
vitalícios e o dos temporários. O rateio ocorria em princípio dentro de cada 
uma dessas classes. Além disso, constavam na relação dependentes que não 
eram previstos em outros sistemas previdenciários, como era o caso da 
pessoa designada, maior de 60 (sessenta) anos que vivesse sob a 
dependência econômica do servidor. 
A inovação trazida pela medida aproximou a regra de rateio daquela 
existente no Regime Geral. A pensão passa a ser dividida em parcelas 
iguais entre os pensionistas, acabando-se com a separação entre classes de 
vitalícios e de temporários. Assim, o cônjuge; o cônjuge divorciado, 
separado judicialmente ou de fato, com percepção de pensão alimentícia 
estabelecida judicialmente; o companheiro ou companheira que comprove 
união estável como entidade familiar; e os filhos até vinte e um anos de 
idade, ou, se inválidos, enquanto durar a invalidez; dividirão a pensão em 
parcelas iguais. É importante observar que se manteve o direito do 
divorciado e do separado judicialmente à cota igualitária de pensão e não à 
quota baseada no percentual fixado para os alimentos. 
Somente não havendo cônjuge, companheiro e filho haverá direito à 
pensão pela mãe ou pelo pai do servidor, desde que comprovem 
dependência econômica. Se não houver mãe ou pai a pensão poderá ser 
recebida pelo irmão do servidor, até vinte e um anos de idade ou em caso 
de invalidez. 
Em resumo: a pensão é dividida em parcelas iguais pelo cônjuge, 
pelo companheiro e pelo filho do instituidor. Não havendo qualquer desses 
22 
 
pensionistas, a prestação será devida ao pai ou à mãe. Não existindo pai ou 
mãe, a pensão será deferida ao irmão do servidor. 
O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante 
declaração do servidor e desde que comprovada a dependência econômica 
na forma estabelecida no Regulamento. Portanto, a equiparação do enteado 
e do menor tutelado não prescinde da demonstração de dependência 
econômica. 
A medida provisória passa a exigir o prazo mínimo de dois anos 
entre a data do casamentoou do início da união estável e o óbito. Existem 
duas exceções previstas: se o óbito for decorrente de acidente ou o cônjuge 
ou companheiro tornar-se incapaz, por doença ou acidente ocorrido após o 
casamento ou a união estável. 
A pensão para os cônjuges e companheiros será vitalícia caso a 
expectativa de vida seja igual ou inferior a 35 anos, de acordo com a Tábua 
Completa de Mortalidade do IBGE, para ambos os sexos. Para os que 
possuírem expectativa de sobrevida superior a trinta e cinco anos a pensão 
será temporária, variando de quinze a três anos. A pensão temporária pode 
ser transformada em vitalícia caso o cônjuge ou companheiro pensionista 
seja considerado inválido e insuscetível de recuperação pelo INSS por 
acidente ou doença ocorrido entre o casamento ou o início da união estável 
e a data da cessação da pensão. 
A nova redação dada ao art. 217 da Lei nº 8.112/1990, deixou de 
fazer referência ao menor sob guarda como equiparado a filho do servidor 
para efeito de pensão. Entretanto, de acordo com jurisprudência do 
Superior Tribunal de Justiça, o menor sob guarda tem os mesmos direitos 
previdenciários que o tutelado.9
 A inovação incide nas pensões cujo óbito ocorra a partir de 1º de 
março de 2015. 
 
 
 
REDAÇÃO ANTERIOR NOVA REDAÇÃO 
Art. 222. Acarreta perda da 
qualidade de beneficiário: 
(...) 
IV – a maioridade de filho, 
irmão órfão ou pessoa 
designada, aos 21 (vinte e um) 
anos de idade; 
Art. 222. Acarreta perda da qualidade de 
beneficiário: 
(...) 
IV – o atingimento da idade de vinte e 
um anos pelo filho ou irmão, observado o 
disposto no § 5º do art. 217; 
 
 
9 STJ, 1ª Seção, RMS 36034 / MT, Rel. Benedito Gonçalves. 
23 
 
(...) 
 
VI – a renúncia expressa. 
 
 
Parágrafo único. A critério da 
Administração, o beneficiário 
de pensão temporária motivada 
por invalidez poderá ser 
convocado a qualquer 
momento para avaliação das 
condições que ensejaram a 
concessão do benefício. 
Art. 223. Por morte ou perda da 
qualidade de beneficiário, a 
respectiva cota reverterá: 
I – da pensão vitalícia para os 
remanescentes desta pensão ou 
para os titulares da pensão 
temporária, se não houver 
pensionista remanescente da 
pensão vitalícia; 
II – da pensão temporária para 
os co-beneficiários ou, na falta 
destes, para o beneficiário da 
pensão vitalícia. 
Art. 225. Ressalvado o direito 
de opção, é vedada a percepção 
cumulativa de mais de duas 
pensões. 
 
(...) 
VI – a renúncia expressa; e 
VII – o decurso do prazo de recebimento 
de pensão dos beneficiários de que tratam 
os incisos I a III do caput do art. 217. 
Parágrafo único. A critério da 
Administração, o beneficiário de pensão 
motivada por invalidez poderá ser 
convocado a qualquer momento para 
avaliação das condições que ensejaram a 
concessão do benefício.” 
 
 
 
“Art. 223. Por morte ou perda da 
qualidade de beneficiário, a respectiva 
cota reverterá para os cobeneficiários 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é 
vedada a percepção cumulativa de pensão 
deixada por mais de um cônjuge, 
companheiro ou companheira, e de mais 
de duas pensões. 
 
No que se refere à cessação das cotas de pensão, a medida 
provisória deu tratamento normativo mais técnico à referência ao filho e ao 
24 
 
irmão que complete vinte e um anos, deixando de se referir à maioridade. 
Além disso, incluiu a hipótese de cessação de cota para o cônjuge e para o 
companheiro que recebam pensão temporária. 
A nova redação do art. 223 da Lei nº 8.112/1990 passou a prever a 
reversão da cota aos demais beneficiários, com a cessação de uma parcela 
de pensão. 
Por fim, o art. 225 trouxe para o Regime dos servidores o 
impedimento de percepção cumulativa de pensão deixada por mais de um 
cônjuge ou companheiro, ressalvado o direito de opção, previsão normativa 
histórica no Regime Geral (art. 124 da Lei nº 8.213/1991). 
Já constava na Lei nº 8.112/1990 a restrição de percepção de mais 
de duas pensões, o que foi mantido na atual redação do dispositivo. Um 
pensionista pode receber até duas pensões porque este é o limite de filiação 
de servidores a Regime Próprio de Previdência Social, no caso de 
acumulação constitucional de cargos públicos. 
Com efeito, se um servidor ocupa cargos acumuláveis, possui duas 
filiações ao mesmo ou a diferentes Regimes Próprios, do que decorre a 
possibilidade de percepção de duas aposentadorias nesses Regimes e, em 
caso de falecimento, de geração de duas pensões para seus dependentes. 
Isso não é incompatível com a nova previsão de que não se pode 
receber cumulativamente pensão deixada por mais de um cônjuge ou 
companheiro. Se uma pessoa vem a ser cônjuge ou companheira de dois 
servidores diferentes, não poderá receber mais de uma pensão, resguardada 
a opção. Daí a opção correta pela nova redação do art. 225 da Lei nº 
8.112/1990, ao vedar a “percepção cumulativa de pensão deixada por mais 
de um cônjuge, companheiro ou companheira”. 
Conclui-se, portanto, que a limitação a uma pensão deixada a 
cônjuge ou companheiro somente incide em caso de instituidores 
diferentes. Em relação a pensões deixadas pelo mesmo instituidor, que em 
tese acumulava regularmente cargos públicos, as prestações poderão ser 
percebidas. 
A inovação deve ser aplicada a pensões cujo óbito ocorrer a partir 
de 1º de março de 2015. 
 
 
CONCLUSÃO 
 
De um lado, é certo que as modificações paramétricas diminuíram 
direitos previdenciários, tanto no Regime Geral quanto no Regime Próprio 
de Previdência Social dos servidores federais. De outro, as alterações eram 
necessárias para modernizar a proteção previdenciária brasileira, trazendo 
maior justiça social e evitando-se gasto público com proteção sem 
justificativa. 
25 
 
Regimes previdenciários baseados em quotização coletivizada e 
fundados em sistema de repartição simples, se não devidamente ajustados, 
conduzem à denominada solidariedade invertida, na qual o déficit acaba 
sendo coberto por ingressos públicos genéricos, em especial impostos 
pagos pela parcela mais pobre da população, onerando indevidamente a 
sociedade. 
Os benefícios cujos fatos geradores ocorrerem antes da vigência dos 
dispositivos da Medida Provisória nº 664/2014 não serão atingidos pelas 
respectivas modificações, em respeito ao direito adquirido. Assim, por 
exemplo, caso o falecimento do segurado do INSS ou de servidor público 
federal ocorra até a véspera da entrada em vigor do dispositivo específico 
da medida provisória, a regra a ser aplicada à referida pensão será a anterior 
à modificação.10
As alterações ocorridas na Lei nº 8.112/1990 não são 
automaticamente aplicáveis aos demais Regimes Próprios dos servidores 
estaduais e municipais.
 
11
 
 
 
 
10 Ambas as Turmas do Supremo Tribunal Federal têm jurisprudência consolidada no sentido de que a 
legislação a ser aplicada à pensão é a que está em vigor no momento do óbito do segurado ou do 
instituidor. Ver, como exemplos: 1ª Turma, ARE 773.690, Rel. Min. Rosa Weber; 2ª Turma, RE 749.558, 
Rel. Min. Teori Zavascki. 
11 A Constituição prevê competência concorrente para a edição de normas em matéria previdenciária (art. 
24, XII). Entretanto, a Lei nº 8.112/1990 não introduz normas gerais sobre o tema, sendo de aplicação 
específica para o RPPS dos servidores federais.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes