RELATORIO DE OBSERVACAO SNIFFY

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FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS DE CACOAL - FACIMED
CURSO DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA
PSICOLOGIA EXPERIMENTAL I
Gleyciane Maria de Souza
RELATÓRIO DE OBSERVAÇÃO EXPERIMENTAL: 
Prática em Laboratório Sniffy e Técnicas de Adestramento. 
Cacoal – RO
2015
RESUMO
A análise do comportamento, proposta por B. F. Skinner foi à base teórica para esta discussão a respeito do experimento realizado. A partir de observações de um rato albino simulado por um programa de computador, Sniffy, obteve-se dados a respeito do comportamento operante. Houve a proposta de introduzir ao repertório do roedor o comportamento de “pressionar a barra”, e, foram feitas observações sobre seu repertório comportamental quando exposto a modelagem para aquisição do comportamento em questão. A particularidade do experimento trouxe aos resultados obtidos, uma curiosa ilustração de quão complexa é a história comportamental de um organismo. E, quão importante é analisá-la minuciosamente, para que seja possível prever e controlar comportamentos de um sujeito. O experimento com ratos virtuais se torna fácil a observação, alem do manejo mais fácil e o custo da manutenção (hospedagem, alimentação e trato) o que se torna tudo acessível. O presente trabalho teve como objetivo demonstrar como um indivíduo “opera” sobre o meio, basicamente na relação entre estímulo do ambiente onde o sujeito está inserido e a resposta emitida por ele, através da análise do comportamento animal, e do condicionamento operante. As experiências no laboratório virtual através do Sniffy Virtual tiveram uma excelente contribuição para o aprendizado, pois através da experiência com o rato virtual concluí-se que todo nosso passado interfere no modo como os comportamos hoje, e o passado de todos os organismos é diferente. Por esse motivo duas pessoas em uma mesma situação se comportam de forma diferente. 
Palavras-chave: Behaviorismo; Rato Virtual; Condicionamento Operante; Modelagem.
SUMÁRIO
		
INTRODUÇÃO
A análise do comportamento é uma abordagem psicológica que busca compreender o ser humano a partir de sua interação com seu ambiente (condicionamento pavloviano, contingências de reforço e punição, esquemas de reforçamento, o papel do contexto, entre outros tipos de interação). É importante ressaltar que o conceito de ambiente, para a Análise do comportamento, vai muito além do seu significado comum. O ambiente refere-se ao mundo físico (as coisas materiais) ao mundo social (interação entre com outras pessoas), à nossa história de vida e à nossa interação com nós mesmos; tudo isso é ambiente para a análise do comportamento. (MOREIRA & MEDEIROS, 2007, p.213).
O comportamento operante abrange um leque amplo da atividade humana — dos comportamentos do bebê de balbuciar, de agarrar objetos e de olhar os enfeites do berço aos mais sofisticados, apresentados pelo adulto. Como nos diz Keller, o comportamento operante “inclui todos os movimentos de um organismo dos quais se possa dizer que, em algum momento, têm efeito sobre ou fazem algo ao mundo em redor. O comportamento operante opera sobre o mundo, por assim dizer, quer direta, quer indiretamente”3 . (BOCK, 2001, p.48)
Estudar o comportamento de ratos nos fornece insights sobre o comportamento humano, isto é, surgem idéias interessantes que nos ajudam a compreender melhor o comportamento humano. (MOREIRA & MEDEIROS, 2007, p.166).
“Sniffy Pro - O Rato Virtual é um programa de computador, acompanhado de um anual de laboratório, que tem como proposta servir de recurso didático aplicado ao ensino introdutório de Análise Experimental do Comportamento, em especial às atividades práticas normalmente desenvolvidas em laboratório de condicionamento operante que empregam ratos como sujeitos e caixas de Skinner como equipamento experimental” (ECKERMAN; TOMANARI, 2003, p. 1569). 
O condicionamento pavloviano refere-se ao processo e ao procedimento pelos quais os organismos aprendem novos reflexos. (MOREIRA & MEDEIROS, 2007, p.32).
MÉTODO
Sujeito experimental:
Para o adestramento foi utilizado um cachorro de pequeno porte, mestiço, denominado de Pingo. Já no segundo estudo o sujeito estudado foi um rato albino, encontrado no software Sniffy.
Participantes:
Os participantes foram acadêmicos do curso de Psicologia da FACIMED, cursando o 3° período, tiveram como base as aulas e embasamento teórico passando em sala pela docente Gésica Borges Bergamini. A idade varia entre 18 e 40 anos, alguns sendo bacharel ou técnico em outra área. O número de participantes foi cerca de 20 pessoas. 
Ambientes, materiais e instrumentos:
	Para a observação experimental utilizou-se um rato do programa Sniffy, já o material utilizado, foram: quatro computadores na sala, e nos notebooks pessoais dos alunos nos quais foi instalado o software. O experimento se realizou na sala LEPPAD, localizada na unidade I da FACIMED. Já o adestramento canino ocorreu na quadra poliesportiva localizada na unidade I Facimed. Os materiais foram petiscos e água.
PROCEDIMENTOS
Prática de Adestramento
O adestramento canino ocorreu no dia 17 de outubro de 2015 das 08h00min as 18h00min. Teve como intuito o condicionamento operante, e foram utilizados dois cachorros e petiscos como reforçadores. A turma foi separada em dois grupos, no 1º grupo ficou o macho de pequeno porte, mestiço, denominado de Pingo e nele foram aplicadas três práticas de adestramento: Dar a pata, sentar, e ficar.
1º Procedimento: Para o comportamento de sentar, segurou-se um petisco acima da cabeça do cão, no qual foi permanecido nessa posição até que ele sentar-se. Pingo recebeu este comando várias vezes e em certos momentos sentava.
2º Procedimento: Para andar em círculos, quando o cão andava em círculos na parada recebia recompensa, o intuito era que ele sente, mas tinha que ter persistência, e logo pingo sentava e recebia novamente a recompensa.
3º Procedimento: Foi dado o comando de voz “Fica” e emparelhado com a ação da mão. Ele teve o condicionamento de permanecer parado.
Prática com programa virtual Sniffy
As atividades práticas foram realizadas em dois procedimentos: registro no nível operante e modelagem da resposta de pressão á barra. Aconteceram nos dias 29 de outubro de 2015 com a orientação das Monitoras Luana e Maheilly e no dia 30 de outubro de 2015 com orientação sobre como utilizar software Sniffy, com as mesmas. 
Nos dias 12 de novembro de 2015 houve a realização do questionário a respeito do que é modelagem, o que é modulação e descrição dos procedimentos no laboratório. Já no dia 19 de novembro de 2015 foram respondidas questões sobre que é CRF e novamente descrever os procedimentos no laboratório.
2.1 Nível Operante 
No dia 05 de novembro 2015 as 21h05min iniciou-se a realização do procedimento de registro do nível operante que teve duração de 20 minutos. Foi utilizada uma folha de registro para anotar os comportamentos que o sujeito iria emitir durante esses 20 minutos como: pressionar a barra, tocar a barra, farejar, levantar, limpar-se e outros.
Durante o procedimento houve dois observadores anotando os comportamentos emitidos, um ficou no controle do cronômetro, registrando os comportamentos de um em um minuto, totalizando os 20 minutos no final. O procedimento foi encerrado às 21h25min.
2.2 Modelagem do Comportamento
No dia 20 de novembro 2015 as 19h00min iniciou-se a realização da prática que teve como o objetivo ensinar ao rato um novo comportamento: pressionar a barra que se encontra no interior da caixa de condicionamento operante. Para realizá-lo usamos o reforço (apresentação de água). Neste procedimento foi utilizada uma folha de registro para anotar os comportamentos emitidos próximo a barra como: aproximar-se da barra, farejar a barra, levanta-se. 
No procedimento teve 2 observadores anotando os comportamentos emitidos próximo a barra, enquanto um pressionava a barra durante a aproximação do rato para a emissão do reforço (apresentação de água). Foram feitosvários reforços durante a sessão até que o rato conseguisse pressionar a barra sozinha 10 vezes seqüencial. O rato foi modelado e encerrou-se o procedimento as 20h00min.
RESULTADOS
Nível operante
No nível operante foi observado e registrado a emissão do comportamento de pressão a barra. Foram registrados 6 respostas de pressionar a barra, 2 tocar a barra, 91 farejar, 74 levantar, 119 limpar-se. Com esses dados é possível verificar se ocorreu o condicionamento operante do Sniffy.
Tabela 1 Freqüência de respostas emitidas pelo sujeito na sessão do nível operante:
	Respostas
	Pressionar a barra
	Tocar a
Barra
	Farejar
	Levantar
	Limpar-se
	Outros
	Freqüência de respostas na sessão (20min.)
	06
	02
	91
	74
	119
	00
	Freqüência
De respostas
Por minuto
	0,3
	0,1
	4.5
	3,7
	5,95
	00
A observação do sujeito Sniffy, a nível operante, mostrou que seus comportamentos mais freqüentes foram limpar-se, farejar, levantar, pressionar a barra e por último, tocar a barra.
Gráfico 1 Freqüência de respostas emitidas pelo sujeito experimental no nível operante.
Modelagem do Comportamento.
Na sessão de modelagem foi utilizado um total de 134 reforços, sendo que 40 foram para o reforço de aproximar-se da Barra, 40 farejar a barra e 54 levantar próxima a barra. O rato pressionou a barra 27 vezes, duas vezes em seguida e parava, nos últimos reforços o Sniffy foi modelado apertando a barra 10 vezes seguida.
Tabela 2 Freqüência de respostas e reforços durante a modelagem:
	Respostas
	Aproximar-se da barra
	Farejar a barra
	Levantar próximo a barra
	Quantidade de reforços
	40
	40
	54
A observação do sujeito Sniffy, na modelagem do comportamento, mostrou que seus comportamentos mais freqüentes foram o de levantar próxima a barra, depois aproximar-se da barra e farejar a barra.
Gráfico 2 Freqüência de respostas emitidas pelo sujeito experimental na modelagem.
DISCUSSÃO
O resultado deste estudo evidencia como o comportamento é controlado, e mantido, por suas conseqüências. Com os dados obtidos, verificou-se que a conseqüência (gotas de água) afeta determinado comportamento (pressionar a barra) aumenta sua probabilidade de ocorrência. Sendo este o objetivo da primeira etapa: observar as ações do rato; e na segunda etapa fazer com que o sujeito associasse o som com o botão do reforço para que assim fosse modelado o rato albino, e este pressionasse a barra.
Demonstrando assim a teoria de Skinner no qual um sujeito pode ser modelado, considerando que um comportamento é toda ação e reação que existe entre um sujeito e o ambiente. E observando o comportamento operante sendo uma ação que opera sobre o ambiente gerando um determinado evento, ou seja, uma conseqüência. Portanto, quando o sujeito pressiona a barra e percebesse que ao realizar esta ação teria seu reforço (a gota de água que é um reforço primário) ele continuaria pressionando a barra, deste modo o que controla uma resposta é a sua conseqüência de acordo com o livro Análise Experimental do Comportamento de Ana Paula Basqueira e Walmor de Almeida Nogueira Largura.
 Foi possível também visualizar a modelagem como um método de aprendizagem que utiliza aproximações sucessivas, os comportamentos são exigidos aos poucos. Vendo a importância do reforço diferencial, o reforço é diferente para uma classe de comportamentos e a imediavidade da disponibilização do reforço, o reforço é fornecido no momento em que o comportamento ocorre e não depois de um tempo. Tive dificuldade na modelagem, pois exigimos demais do sujeito, aqueles comportamentos que julgávamos simples eram, para o sujeito, complexos. Logo, concluímos que em um processo de modelagem é necessário ter paciência e sensibilidade para perceber até onde que o sujeito pode ir, características de um bom psicólogo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Anexo
	FOLHA DE REGISTRO 01 (NIVEL OPERANTE)
	
	
	
	
	
	
	
	DATA:
	05/11/2015
	INICIO: 21h05min. 
	SUJEITO:
	 
	Nº CAIXA
	 
	
	
	 FIM: 22h45min. 
	
	
	SKINNER
	
	ALUNO:
	Gleyciane Maria de Souza
	ALUNO:
	 
	
	 
	
	
	
	
	
	
	
	REGISTRO DO NIVEL OPERANTE
	MIN.
	PRESSIONAR 
	TOCAR
	FAREJAR
	LEVANTAR
	LIMPAR-SE
	OUTRO
	
	A BARRA
	A BARRA
	
	
	
	
	1
	 
	 
	III
	III
	IIII
	 
	2
	 
	 
	I
	IIIIIII
	IIII
	 
	3
	 
	 
	I
	IIIIIIIII
	II
	 
	4
	I
	 
	III
	IIIIII
	IIII
	 
	5
	 
	 
	III
	II
	IIIIII
	 
	6
	 
	 
	III
	IIII
	IIIIII
	 
	7
	 
	 
	IIIIII
	IIII
	IIIIIII
	 
	8
	I
	 
	IIII
	III
	IIIIII
	 
	9
	 
	 
	IIIIII
	IIII
	IIIII
	 
	10
	I
	 
	II
	 
	IIII
	 
	11
	 
	 
	IIIIIIII
	IIII
	IIIIIIII
	 
	12
	 
	 
	IIIIIIII
	IIII
	IIIII
	 
	13
	 
	 
	IIIIIIIII
	III
	IIIIIIII
	 
	14
	 
	I
	IIII
	III
	IIIIIII
	 
	15
	I
	I
	IIIIII
	I
	IIIIIII
	 
	16
	I
	 
	IIIIIII
	IIII
	IIIII
	 
	17
	I
	 
	IIIII
	 
	 
	 
	18
	 
	 
	II
	I
	IIIIIIIII
	 
	19
	 
	 
	IIII
	IIIIIIIII
	IIII
	 
	20
	 
	 
	IIIIII
	IIIII
	IIIIII
	 
	TOTAL
	6
	2
	91
	74
	119
	 
	
	
	
	
	
	
	
	ANOTAÇÕES:
	Sniffer estava muito rápido e fazendo repetições seqüenciais
	FOLHA DE REGISTRO 02 (MODELAGEM)
	
	
	
	
	
	
	DATA:
	20/11/2015
	INICIO:17h 00min. 
	SUJEITO:
	Nº CAIXA
	 
	
	
	 FIM: 20h00min. 
	
	SKINNER
	
	ALUNO:
	Gleyciane Maria de souza
	ALUNO:
	 
	
	 
	
	
	
	
	
	
	PASSOS DA MODELAGEM (COMPORTAMENTOS)
	NUMERO REFORÇOS
	
	(GOTAS DE ÁGUA)
	1
	Aproximar-se da Barra 40
	IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII
	2
	Farejar a barra40
	IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII
	3
	Levantar próximo a barra 54
	IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII
	4
	 
	 
	5
	 
	 
	6
	 
	 
	7
	 
	 
	8
	 
	 
	9
	 
	 
	10
	 
	 
	
	
	
	
	
	
	ANOTAÇÕES:
	Sniffer apertou a barra 27 vezes de duas vezes seguidas e parava.
	quase no final da modelagem ele apertou 10x seqüenciais