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teoria geral da execução

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TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO
NOÇÕES GERAIS:
Ao Estado cabe a prerrogativa de “dizer o direito”, também de fazer valer as sanções jurídicas aplicadas à determinada parte.
A execução visa entregar ao credor, o bem jurídico atribuído em sentença, ou previsto em título extrajudicial com força executiva.
Esse bem jurídico pode ser uma soma em dinheiro, um bem móvel qualquer, ou uma obrigação assumida por uma das partes, etc.
Na execução não se admite, a princípio, a discussão da existência ou não da dívida ou do dever de fazer ou entregar alguma coisa.
O ponto de partida da execução é a premissa de que a obrigação existe e deverá ser cumprida.
Discutir o mérito, sobre a existência ou não do direito cuja satisfação se pretende, só poderá ocorrer em processo incidental de Embargos à Execução.
CONCEITO DE EXECUÇÃO:
Execução é a ferramenta colocada à disposição do Poder Judiciário para fazer valer o direito de um titular (credor) contra quem deve, mas não cumpre voluntariamente a obrigação.
O termo “execução” sempre significa satisfação do direito. Alguns doutrinadores o usam como sinônimo. Portanto São os meios materiais que o juiz tem a sua disposição para gerar esta satisfação do direito.
Há diferentes formas de praticar esses meios materiais.
MEIOS DE EXECUÇÃO:
Dispõe o Estado das formas executivas:
Processo autônomo de execução.
Execução por mera fase procedimental.
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Destaque-se que o CPC está estruturado levando em conta a autonomia das ações:
Para obter uma tutela de conhecimento eu preciso de um processo de conhecimento.
Para obter uma tutela executiva eu preciso de um processo executivo. Para obter uma tutela cautelar eu preciso de um processo cautelar.
Há diferentes naturezas de atividades no processo:
No processo de conhecimento há atividades cognitivas – medidas de pesquisa e descoberta do direito.
No processo de execução há atos materiais voltados à satisfação do direito – não existe pesquisa, faz-se valer o ato.
Há também diferentes objetivos no processo:
Processo de conhecimento – o objetivo é declarar, constituir ou condenar. Processo de Execução – o objetivo é satisfazer o direito.
Se há diferentes objetivos o que seria ideal no processo?
Surge então nova ideia, denominada “sincretismo processual”.
Sincretismo processual - é a permissão, para que no mesmo processo eu possa desenvolver atividades cognitivas, satisfativas e também acautelatórias (diferentes objetivos em um só processo).
“Processo sincrético” ou “ação sincrética” – sincretismo é gênero, do qual são espécies (duas fases procedimentais sucessíveis), a 1ª fase é de conhecimento e a 2ª fase de satisfação (executiva).
O legislador no art. 475-I, CPC, chama a fase de satisfação (depois do conhecimento) no processo sincrético de CUMPRIMENTO DE SENTENÇA.
Art. 475-I. O cumprimento da sentença far-se-á conforme os arts. 461 e 461-A desta Lei ou, tratando-se de obrigação por quantia certa, por execução, nos termos dos demais artigos deste Capítulo. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
§ 1o É definitiva a execução da sentença transitada em julgado e provisória quando se tratar de sentença impugnada mediante recurso ao qual não foi atribuído efeito suspensivo. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
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2o Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor
lícito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
Pergunta-se: Hoje somos sincretistas ou estamos na autonomia das ações? Necessário se faz uma breve retrospectiva.
Antes de 1990:
A regra era o processo autônomo de execução.
Havia como exceção o processo sincrético.
Ex.: Uma ação sincrética é o despejo (não há processo autônomo de despejo). Outro exemplo são as ações possessórias.
Após 1990 surge o art. 84, CDC:
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.
1° A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.
2° A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (art. 287, do Código de Processo Civil).
3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado o réu.
4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.
5° Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz determinar as medidas necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas, desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de requisição de força policial.
Nota-se que o dispositivo acima trata da tutela coletiva, não exclusivamente do consumidor e se refere às obrigações de FAZER e NÃO FAZER.
Assim, todo o processo nesses casos passa a ser sincrético.
OBS.: Foi a 1ª vez que de forma ampla um processo se tornou sincrético.
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Em 1994 – surgem dois artigos art. 461 e 273 CPC:
O art. 461, CPC, segue a mesma regra do art. 84, CDC; na tutela individual as obrigações de fazer e não fazer (processos) viram processos sincréticos.
Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
Art. 273, CPC - Este artigo inaugura a tutela antecipada no nosso ordenamento jurídico.
Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e: (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
(...)
§ 3o A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e conforme sua natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 4o e 5o, e 461-A. (Redação dada pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002)
O § 3º, do art. 273, CPC, refere-se ao termo “efetivação” da tutela antecipada. Efetivação significa: “execução”.
Ano de 1995:
Surge a lei 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais), aduzindo que qualquer obrigação
(fazer ou não fazer, entregar, pagar quantia) origina um processo sincrético.
Assim, seria processo autônomo de execução no Juizado, somente de título executivo extrajudicial. Se o processo for judicial sempre segue a regra do cumprimento de sentença.
Ano de 2002 (Art. 461-A, CPC):
Art. 461-A. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação. (Incluído pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002)
§ 1o Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e quantidade, o credor a individualizará na petição inicial, se lhe couber a escolha; cabendo ao devedor escolher, este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz. (Incluído pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002)
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2o Não cumprida a obrigação no prazo estabelecido, expedir-se-á em favor do credor mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel. (Incluído pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002)
3o Aplica-se à ação prevista neste artigo o disposto nos §§ 1o a 6o do art. 461.(Incluído pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002)
Observe-seque para todo processo com objeto de obrigação de entregar coisa passa a ser um processo sincrético.
Portanto, trata-se de norma geral que dispensa a execução, quando estiver diante de uma sentença.
Desse modo, o ciclo se encerra em 2005, com o advento da lei 11.232/05 (lei de cumprimento de sentença).
O legislador transformou os processos de obrigação de pagar quantia em processos sincréticos.
Conclusão: Com a evolução, o que era regra virou exceção, pois hoje vigora o processo sincrético, eis que a exceção é o processo autônomo de execução.
Cuidado: Se eu tenho um título executivo extrajudicial, continua sendo processo autônomo de execução.
Quando um título executivo judicial gera um processo autônomo de execução?
Execução contra a fazenda pública. Execução contra devedor insolvente. Execução de alimentos.
O art. 475-N, parágrafo único do CPC, prevê os títulos executivos judiciais:
Art. 475-N. São títulos executivos judiciais: (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
I – a sentença proferida no processo civil que reconheça a existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
II – a sentença penal condenatória transitada em julgado; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
III – a sentença homologatória de conciliação ou de transação, ainda que inclua matéria não posta em juízo; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
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IV – a sentença arbitral; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
V – o acordo extrajudicial, de qualquer natureza, homologado judicialmente; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
VI – a sentença estrangeira, homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
VII – o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
Parágrafo único. Nos casos dos incisos II, IV e VI, o mandado inicial (art. 475-J) incluirá a ordem de citação do devedor, no juízo cível, para liquidação ou execução, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
Na execução desses títulos (sentença penal condenatória, sentença arbitral e a homologação de sentença estrangeira), necessariamente ocorrerá à citação do executado.
Conclusão:
Estruturalmente haverá um processo autônomo de execução. (petição inicial + citação executado).
Procedimentalmente têm-se um cumprimento de sentença, porém após a citação, aplica-se a regra da execução prevista no art. 475-J CPC.
Art. 475-J. Caso o devedor, condenado ao pagamento de quantia certa ou já fixada em liquidação, não o efetue no prazo de quinze dias, o montante da condenação será acrescido de multa no percentual de dez por cento e, a requerimento do credor e observado o disposto no art. 614, inciso II, desta Lei, expedir-se-á mandado de penhora e avaliação. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
O que é execução imprópria?
É a Prática de atos jurídicos visando documentar decisões ou dar publicidade e eficácia.
Ex.: Sentença de Usucapião, anulação de casamento ou divórcio.
CLASSIFICAÇÃO DA EXECUÇÃO:
Execução comum (regra geral – por quantia certa).
Execução especial (decorrente de alimentos – fiscal).
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Relevância – cumulação de execuções (art. 292, § 1º, III, CPC – compatibilidade de procedimentos).
Seria possível cumular uma execução direta de título comum com execução especial de outro título?
Não é possível, porque a cumulação depende da compatibilidade de procedimentos (art. 573 CPC).
Art. 573. É lícito ao credor, sendo o mesmo o devedor, cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, desde que para todas elas seja competente o juiz e idêntica a forma do processo.
Diferença entre execução fundada em título Judicial e Execução fundada de título Extrajudicial:
Antes: Não havia diferença entre os títulos.
O réu era citado para em 24 horas, pagar ou nomear bens a penhora. Feita penhora, o réu intimado para apresentar embargos.
Suspendia-se a execução.
Hoje: Varia o procedimento, a depender do título.
Se título judicial – cumprimento de sentença (art. 475-J a 475-R, CPC). Se título extrajudicial – segue a regra do livro II (art. 652, CPC).
Se título judicial – competência (art. 475-P, CPC).
Se título extrajudicial – competência (art. 576 e 578, CPC).
Diferença entre execução definitiva e execução provisória:
Execução Definitiva – é a execução completa, sem exigência de adicionais para o credor exequente.
Execução provisória (fundada em título provisório) – pode ir ao final, mas exige requisitos a serem observados pelo “exequente”.
Diferença entre execução por sub-rogação (direta) e execução indireta:
Obs.: Ambas são espécies de execução forçada.
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Execução por sub-rogação (tradicional) – o Estado juiz substitui a vontade do devedor pela vontade da lei.
Ex1.: Penhora expropriação (você me deve 5 mil reais a vontade da lei é que você me pague; você quer resistir, então eu vou invadir o seu patrimônio (oficial de justiça), com ou sem a sua colaboração, pego o bem vendo e entrego ao credor).
Execução indireta – trabalha com a ideia de pressão psicológica – convencer o devedor a cumprir a obrigação.
Obs.: Na execução indireta, preciso da colaboração do devedor. O devedor cumpre com a obrigação. Para funcionar no caso concreto tem que gerar uma satisfação voluntária do direito.
Ex.: Você estava com o meu Código (emprestado) e não queria entregar; com a execução indireta, resolve entregar o Código voluntariamente.
Atenção: Não é entrega espontânea.
Como será exercida essa pressão psicológica?
Ameaçando piorar a situação do devedor (executado).
Ex.: Astreintes (multa). A cada dia que não entrega há uma multa de 100 reais.
Oferecendo uma melhora na situação do devedor (executado).
Ex.: Art. 652-A, parágrafo único CPC – citado na execução de pagar quantia certa, se pagar nos três dias haverá redução de 50% nos honorários advocatícios.
	Trata-se da “Sanção premial”.
OBSERVAÇÕES ACERCA DAS EXECUÇÕES POR SUB-ROGAÇÃO E INDIRETA:
EXECUÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA:
Dá-se por sub-rogação - binômio penhora/expropriação.
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 Ex. Execução de alimentos (desconto em folha de pagamento).
Ocorre também por execução indireta. Veja:
No processo autônomo aplica-se o art. 652-A, CPC.
O réu é citado para pagar em três dias (execução indireta).
Na execução de alimentos quando o credor se vale da prisão civil (pressionar psicologicamente o alimentante).
No cumprimento de sentença (art. 457-J, CPC), se o réu não pagar a quantia no prazo de 15 dias vai sofrer uma multa de 10% (dez por cento) sobre o valor da execução.
Obs.: O STJ/Marinoni/Shimura afirmam que essa multa tem natureza jurídica de “sanção processual”, porque se trata de um valor fixado em lei, que não pode ser aumentado pelo juiz.
OBRIGAÇÃO DE ENTREGAR COISA:
execução por sub-rogação (se bem móvel – mandado de busca e apreensão; se bem imóvel – mandado de imissão na posse).
Na hipótese pode-se também se valer da execução indireta (astreintes), com aplicação, por parte do magistrado, de multa pelo descumprimento da obrigação.
Obs1: Não há ordem de preferência entre as execuções, depende do caso (mandado de busca e apreensão ou multa).
Obs2: Pode o juiz aplicar ao mesmo tempo as duas formas de execução, ou seja, se apreender cessa a multa, se houver multa e convenceu, recolhe o mandado.
OBRIGAÇÃO DE FAZER OU NÃO FAZER:
Há necessidade de fazer uma distinção:
a) Obrigação de fazer ou não fazer fungíveis:
	Podem ser cumpridas por outra pessoa além do devedor.
�
Ex.: Contrato pintor para a pintura de uma sala (pode ser feito por um ou por outro pintor). Uso a execução por sub-rogação (art. 634e seg. do CPC), por meio da contratação judicial de terceiro, à custa do devedor.
	Vale-se também da execução indireta, aplicando as astreintes.
b) Obrigação de fazer ou não fazer infungíveis:
Trata-se de obrigações personalíssimas, em que o único sujeito capaz de cumprir é o devedor.
Ex.: Contratei um pintor famoso para a pintura de uma tela.
Nesse caso ou o devedor cumpre a obrigação ou a ele se aplica a astreintes (multa).
Importante: Não cabe execução por sub-rogação nas obrigações infungíveis, porque o Estado não pode substituir a vontade do devedor pela vontade da lei.
COGNIÇÃO, MÉRITO E COISA JULGADA NA EXECUÇÃO:
Haverá cognição processo de execução?
Sim, tanto no processo autônomo de execução como em fase de um mesmo processo.
Há que se verificar se a execução preenche as condições da ação e os pressupostos processuais.
Necessário se faz que o juiz conheça questões de mérito (pagamento, compensação e prescrição).
Frustrada execução (entrega de coisa, obrigação de fazer ou não fazer), pode se optar por perdas e danos.
Obs.: Questões referentes à efetivação da obrigação.
Da admissibilidade e do mérito na execução:
Admissibilidade: validade do procedimento.
Ex. Existência de título executivo, a competência, o pagamento de custas etc.
Mérito: acolhimento ou não da pretensão (regra).
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Ele é atendido antes da sentença, porque satisfeito o crédito, o juiz extingue a execução por sentença.
Obs.: Declara que o mérito foi atendido e extingue a obrigação.
O pedido na execução pode não ser acolhido se presente a prescrição, compensação etc.
Da coisa julga na execução:
Extingue a obrigação se presente hipóteses do art. 794, CPC (extinção normal – satisfação do crédito).
Extingue sem a extinção da dívida se relacionado ao art. 267, CPC (extinção anormal – resultado não alcançado).
Havendo pagamento ou extinção da relação jurídica material haverá a extinção da execução por sentença, operando-se a coisa julgada material.
PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO:
A execução forçada está subordinada aos mesmos princípios do processo de conhecimento e outros:
Obs.: Não há unanimidade quanto aos princípios aplicáveis ao processo executivo.
A) PRINCÍPIO DO NULLA EXECUTIO SINE TITULO:
Sem título não há execução - isso é condição sine qua non para qualquer execução.
Liebman dizia: “a execução é o trem; o bilhete o título”.
Por que a execução depende de título executivo? Por que não posso executar sem título?
Resposta: O executado é colocado em situação de desvantagem processual e material.
Obs.: A execução é o processo do credor. O executado não busca tutela jurisdicional na execução.
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Processual - o executado atua somente para evitar exageros (usa art. 620, CPC - menor onerosidade na execução).
Material - É na execução que se permite constrição de bens e restrição de direito.
Justificativa da desvantagem: grande é a probabilidade de o direito exequendo existir. A probabilidade é encontrada no título executivo, que será objeto da execução.
B) PRINCÍPIO DO NULLA TITULOS SINE LEGE:
Só a lei pode criar títulos executivos. O que não tiver previsto em lei como titulo não o é.
Obs.: Não pode a doutrina criar títulos; não pode a jurisprudência, nem tampouco as partes.
Decisão interlocutória que antecipa a tutela é título executivo? Obs.: Não existe previsão em lei.
1ª corrente – Araken de Assis, Min. Zavaski –, aonde o art. 475-N, I, CPC, fala
„sentença‟, deve ser interpretado pronunciamento decisório. Nesse caso a
“decisão interlocutória” é titulo.
2ª corrente – Marinoni - na tutela antecipada tem uma permissão de execução sem título.
A decisão interlocutória que antecipa a tutela cumpre a função do título executivo. (desvantagem do executado - possibilidade de o direito existir).
Desse modo, somente haverá necessidade de se preencher a prova inequívoca e verossimilhança da alegação (art. 273 caput, CPC).
Conclusão: Quando se tem a prova inequívoca eu não preciso do título, porque a desvantagem é manifesta.
C) PRINCÍPIO DA PATRIMONIALIDADE:
Por este princípio, responde pela satisfação da obrigação sempre o patrimônio, nunca corpo do devedor ou responsável.
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A prisão civil do devedor satisfaz a obrigação?
Prisão civil, não há satisfação da obrigação. Não é prisão penal (débito com a sociedade).
Nem	sempre	foi	assim,	é	assim	hoje,	por	causa	da	HUMANIZAÇÃO	DA
EXECUÇÃO.
Histórico: No início de tudo a execução era pessoal, era o corpo o devedor quem devia:
Morte - Na lei das 12 tábuas tinha a morte. (se houvesse mais de um credor, o devedor era esquartejado).
Escravidão perpétua – tornava-se o devedor escravo do credor, pois mesmo na guerra inimigos não paravam o comércio.
Escravidão temporária – correspondia em trabalhos ao credor até o pagamento do valor da dívida.
Patrimonial – na execução patrimonial surge:
O devedor perdia todo o patrimônio (devia cem perdia mil) nessa época havia vingança na execução.
Correspondência com o valor da dívida (Se deve cem perde cem).
Obs.: Patrimônio mínimo (características da dignidade da pessoa humana) a ideia é de que o devedor tenha a manutenção de um patrimônio mínimo que permita a sobrevivência digna do devedor. (estamos aqui hoje).
Isso é um ciclo de humanização da execução.
Para chegar ao patrimônio mínimo eu crio os bens impenhoráveis:
Bens absolutamente impenhoráveis (Art.649 CPC). Mesmo sendo o único bem não haverá penhora.
Art. 649. São absolutamente impenhoráveis:
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
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II - os móveis, pertences e utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida;
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor;
IV - os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, observado o disposto no § 3o deste artigo;
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício de qualquer profissão;
VI - o seguro de vida;
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas;
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família;
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social;
X - até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, a quantia depositada em caderneta de poupança.
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos, nos termos da lei, por partido político.
Ex.: Só tem o carro que usa como táxi, não pode penhorar.
Bens relativamente impenhoráveis (art. 650, CPC). Bens que só são impenhoráveis se não existirem outros que possam ser penhorados.
Art. 650. Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos e rendimentos dos bens inalienáveis, salvo se destinados à satisfação de prestação alimentícia. (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
Parágrafo único. (VETADO) �� HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11382.htm#art2" (Incluído pela Lei nº 11.382, de 2006).
Ex.: Objetos de natureza religiosos (crucifixo de ouro) se tiverem outro bem não levo, mas se tiver só aquele eu o levo.
 Bem de família – O Imóvel e os móveis que guarnece a residência.
Se aplicar o art. 3º, da lei 8.009/90, excepcionalmenteo bem de família pode ser penhorado.
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Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:
I - em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e das respectivas contribuições previdenciárias;
II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato;
III - pelo credor de pensão alimentícia;
IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar;
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar;
VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.
VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação.
(Incluído pela Lei nº 8.245, de 1991)
Na dívida de alimentos (penhoram-se os salários, a aposentadorias, honorários).
D) PRINCÍPIO DO DESFECHO ÚNICO:
Processo e fase de conhecimento:
Fim normal – tutela para autor ou réu (art. 269, I, CPC).
Fim anômalo – extinção sem resolução do mérito.
Processo ou na fase de execução:
Fim normal – satisfação do credor (só para o autor). Por isso é fim único, desfecho único. Isso é incontroverso, porque ao executado cabe entrar com outra ação, embargos a execução.
Fim anômalo – extinção terminativa (art. 267, CPC), sem resolução do mérito.
O princípio do desfecho único é absoluto?
Não, pelos seguintes motivos:
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Se acolhida a exceção de pré-executividade há sentença de mérito – rejeição ao pedido do autor (art. 269, inciso I, CPC – faz coisa julgada material). Isso é uma exceção ao princípio do desfecho único, porque houve um fim normal, mas em favor do réu (STJ).
Se a impugnação ao cumprimento de sentença tiver matéria de mérito executivo acolhida, haverá sentença de mérito (269, I CPC) que rejeita o pedido do exequente (assim há tutela jurisdicional).
PRINCÍPIO DA DISPONIBILIDADE DA EXECUÇÃO
O exequente pode desistir a qualquer tempo da execução (independe da anuência do executado). Pode também desistir de determinados meios executivos (quem pode o mais pode o menos).
Ex.: Eu não quero usar as astreintes (multa coercitiva) nesse caso, pelo princípio dispositivo, quem manda é o exequente.
Obs.: O MP na tutela coletiva atua no princípio da indisponibilidade (ao contrário), porque ele tem o dever funcional de executar a sentença coletiva.
Embargos à execução pendente de julgamento. Qual é o destino desses embargos? Há afetação?
Afeta, mas depende das matérias alegadas nos embargos (art. 569, parágrafo único, CPC).
Art. 569. O credor tem a faculdade de desistir de toda a execução ou de apenas algumas medidas executivas.
Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte: (Incluído pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994)
a) serão extintos os embargos que versarem apenas sobre questões processuais, pagando o credor as custas e os honorários advocatícios; (Incluído pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994)
b) nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do embargante. (Incluído pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994)
Matérias exclusivamente processuais (vícios formais no procedimento de execução – extinção dos embargos por perda superveniente do objeto).
Matérias de mérito executivo – Intima-se o embargante. Se concordar haverá a extinção dos embargos (pode desistir também dos embargos).
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Obs.: Pode, porém, o embargante querer continuar com a ação, porque ele quer sentença de mérito.
F) PRINCÍPIO DA BOA FÉ E LEALDADE PROCESSUAL (Art. 600 e 601 CPC – ato atentatório a dignidade da justiça).
Art. 600. Considera-se atentatório à dignidade da Justiça o ato do executado que: (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
I - frauda a execução; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
III - resiste injustificadamente às ordens judiciais; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
IV - intimado, não indica ao juiz, em 5 (cinco) dias, quais são e onde se encontram os bens sujeitos à penhora e seus respectivos valores. (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
Art. 601. Nos casos previstos no artigo anterior, o devedor incidirá em multa fixada pelo juiz, em montante não superior a 20% (vinte por cento) do valor atualizado do débito em execução, sem prejuízo de outras sanções de natureza processual ou material, multa essa que reverterá em proveito do credor, exigível na própria execução.(Redação dada pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994)
Uma espécie de ato que só pode ser praticado pelo executado (não pode pelo exequente), tanto na execução quanto nos embargos a execução.
Art. 600 CPC, I - ato que fraudar a execução.
1ª corrente - Araken de Assis, diz que o termo fraude tem sentido técnico (fraudar é um dos atos do art. 593 do CPC).
2ª corrente - Dinamarco diz foi no sentido leigo, pois fraudar é gerar indevidamente a sua frustração.
Obs.: Essa discussão se esvazia na medida, que:
O inciso II diz: “se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos”;
Inciso III – Resistência injustificada às ordens do juiz.
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Se praticar há ato atentatório a dignidade da justiça e multa no valor de até 20% do crédito;
Ao mesmo tempo há também ato atentatório a jurisdição (art. 14, V, parágrafo único CPC), gerando outra multa no valor de até 20% do valor da execução.
Art. 14. São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do processo: (Redação dada pela Lei nº 10.358, de 27.12.2001)
V - cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não criar embaraços à efetivação de provimentos judiciais, de natureza antecipatória ou final.(Incluído pela Lei nº 10.358, de 27.12.2001)
Parágrafo único. Ressalvados os advogados que se sujeitam exclusivamente aos estatutos da OAB, a violação do disposto no inciso V deste artigo constitui ato atentatório ao exercício da jurisdição, podendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa em montante a ser fixado de acordo com a gravidade da conduta e não superior a vinte por cento do valor da causa; não sendo paga no prazo estabelecido, contado do trânsito em julgado da decisão final da causa, a multa será inscrita sempre como dívida ativa da União ou do Estado. (Incluído pela Lei nº 10.358, de 27.12.2001)
A aplicação das multas caracteriza bis in idem?
Resposta: Não, porque a 1ª multa o credor é o exequente; a 2ª multa, o credor é o Estado. Essa diferença de credores afasta o bis in idem.
Inciso IV – novidade da lei 11.382. A não indicação de bens sujeitos a execução.
Intima-se para indicar bem no prazo de 5 dias - não há preclusão temporal (qualquer tempo), nem consumativa (pode intimar mais de uma vez).
Indicam-se bens correspondentes ao valor da execução (sigilo patrimonial).
Se o devedor tem somente bens impenhoráveis, continua existindo o dever de informação?
Sim, pois é o juiz que diz se o bem é impenhorável.
G) PRINCÍPIO DA MENOR ONEROSIDADE:
Consagrado no art. 620 CPC:
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Art. 620. Quando por vários meios o credor puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o devedor.
Aplica-se na execução de titulo judicial e extrajudicial, de qualquer espécie. Visa impedir o abuso de direito pelo exequente e é aplicado ex officio.
Haverá preclusão se não intervier o devedor na primeira oportunidade.
LEGITIMIDADE NA EXECUÇÃO
PARTES NA EXECUÇÃO:
LEGITIMAÇÃOATIVA: (ARTS. 566 e 567 CPC)
Art. 566. Podem promover a execução forçada:
I - o credor a quem a lei confere título executivo;
- o Ministério Público, nos casos prescritos em lei.
Legitimação ordinária (inciso I) – titular de um direito a uma prestação real ou pessoal.
Legitimação Extraordinária (inciso II) – Ministério Público.
OBS.: Não é o “credor” que pode promover a execução, mas aquele que se afirma credor.
Há credores que o nome não aparece no título, mas não impede a execução. Ex1.: Execução de honorários de advogado.
Ex2.: Vítima de crime é legitimada para executar sentença penal, demandada pelo Ministério Público.
Ex3.: Execução de sentença coletiva promovida por qualquer dos legitimados.
Art. 567. Podem também promover a execução, ou nela prosseguir:
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I - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, Ihes for transmitido o direito resultante do título executivo; (sucessor causa mortis).
II - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo Ihe foi transferido por ato entre vivos; (cessão de crédito inter vivos).
III - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional. (art. 346 e 347 CC).
Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:
I - do credor que paga a dívida do devedor comum;
II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel;
III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.
Art. 347. A sub-rogação é convencional:
I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos;
II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.
OBS.: Em todos os casos, é preciso comprovar o fato legitimante: contrato de cessão, fatos que autorização a sub-rogação, formal de partilha etc.
LEGITIMAÇÃO PASSIVA (Art. 568 CPC)
Art. 568. São sujeitos passivos na execução
I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo;
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;
III - o novo devedor, que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo;
IV - o fiador judicial;
V - o responsável tributário, assim definido na legislação própria.
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A) Todo aquele a quem se puder imputar o cumprimento de uma prestação pode ser Sujeito Passivo.
Ex.: Devedor principal ou responsável, sócio, cônjuge do executado.
B) Legitimidade Passiva derivada (espólio e sucessores do devedor), inciso II.
Fiador judicial (inciso IV) – aquele que presta fiança em juízo, por termos nos autos – não é o fiador convencional.
Responsável tributário (inciso V) – 3º legalmente escolhido para pagar o tributo, sem que tenha realizado o Fato Gerador (espólio).
LITISCONSÓRCIO NA EXECUÇÃO:
possível a formação de litisconsórcio na execução:
Ativo – mais de um exeqüente.
Passivo – mais de um executado.
Misto – mais de um exeqüente e mais de um executado.
OBS.: Todos implicam cumulação de demandas, por isso, observam-se as regras do art. 573 CPC.
Art. 573. É lícito ao credor, sendo o mesmo o devedor, cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, desde que para todas elas seja competente o juiz e idêntica a forma do processo.
Identidade de partes, credores ou devedores vinculados as partes contrárias (mesma relação).
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS NA EXECUÇÃO:
(Assistência, oposição, denunciação da lide, chamamento ao processo e recurso de terceiro).
OBS.: Somente é possível a ASSISTÊNCIA e o RECURSO DE TERCEIRO.
Nas demais espécies pressupõem discussão de direito a uma prestação (processo de condenação).
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Ex.: Terceiro atingido pela sentença, assistindo o executado na invalidade do título, em razão da falta de citação (art. 475-L, I, CPC).
Art. 475-L. A impugnação somente poderá versar sobre: (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
I – falta ou nulidade da citação, se o processo correu à revelia;
(...)
Adquirente de coisa penhorada assistindo o executado.
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
O Cumprimento de sentença e um tema fundamental no Código de Processo Civil e foi regulado pela Lei 11.232/2005.
ASPECTOS GERAIS:
Conforme já asseverado a liquidação de sentença e a execução de título judicial deixaram de serem processos autônomos e se transformaram em fases/etapas/procedimentos posteriores a sentença.
Atualmente, doutrinadores que defende que poderá haver até 3 fases no mesmo processo:
1ª) Fase de reconhecimento do direito (procedimento de conhecimento).
2ª) Fase de quantificação de direito (procedimento de liquidação de sentença).
3ª) Fase de Satisfação do direito (era o antigo processo de execução de titulo judicial).
OBS.: O fato de a execução não ser processo autônomo não retirar o caráter de procedimento autônomo.
O legislador se preocupou com isso e chamou de cumprimento de sentença o que era execução de titulo judicial (art. 475-I, CPC).
Além disso, sabe-se que nem todo título judicial é sentença, então o correto seria execução de titulo judicial.
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As normas de execução estavam no livro II do CPC, processo de execução e foram revogadas.
Passaram todas para o livro I, que é o processo de conhecimento, ou seja, o legislador pegou o art. 475, CPC e acresceu a ele as letras do alfabeto.
Nota-se que o legislador queria mostrar que o processo de execução era mera fase do processo de conhecimento.
Apesar de não ser processo autônomo, é um procedimento autônomo, pelos seguintes aspectos:
A) DA PRESCRIÇÃO NO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA:
Existe prescrição de cumprimento de sentença?
Há a Súmula 150 STF, que é anterior a reforma do Código de Processo Civil, com o seguinte enunciado:
“Prescreve a execução no mesmo prazo de prescrição da ação”.
Pergunta-se: Essa Súmula ainda se aplica?
Resposta: Sim ainda existe prescrição no cumprimento de sentença. Isso é o que se extrai da interpretação do art. 475-L, VI, CPC, que trata da impugnação do cumprimento de sentença, referindo-se expressamente a prescrição.
Art. 475-L. A impugnação somente poderá versar sobre: (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
I – falta ou nulidade da citação, se o processo correu à revelia;
(...)
VI – qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que superveniente à sentença. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
B) DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA:
Acerca desse tema, pergunta-se: Será que há condenação em honorários no cumprimento de sentença?
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Resposta: Sim, prevalece que ainda existe a condenação em honorários no cumprimento de sentença. (art. 20, § 4º, CPC).
Art. 20. A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou e os honorários advocatícios. Esta verba honorária será devida, também, nos casos em que o advogado funcionar em causa própria. (Redação dada pela Lei nº 6.355, de 1976)
(...)
§ 4o Nas causas de pequeno valor, nas de valor inestimável, naquelas em que não houver condenação ou for vencida a Fazenda Pública, e nas execuções, embargadas ou não, os honorários serão fixados consoante apreciação eqüitativa do juiz, atendidas as normas das alíneas a, b e c do parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
Isso decorre da combinação do dispositivo com o art. 475-I, CPC, que estabelece:
Art. 475-I. O cumprimento da sentença far-se-á conforme os arts. 461 e 461-A desta Lei ou, tratando-se de obrigaçãopor quantia certa, por execução, nos termos dos demais artigos deste Capítulo. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
A despeito disso, o Superior Tribunal de Justiça no Recurso Especial nº 978.545–MG, de Relatoria da Ministra NANCY ANDRIGHI, julgado em 10/03/2008, que definiu a condenação em honorários no cumprimento de sentença. Senão Vejamos:
PROCESSO CIVIL. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. NOVA SISTEMÁTICA IMPOSTA PELA LEI Nº 11.232/05. CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS.
POSSIBILIDADE. -
O fato de se ter alterado a natureza da execução de sentença, que deixou de ser tratada como processo autônomo e passou a ser mera fase complementar do mesmo processo em que o provimento é assegurado, não traz nenhuma modificação no que tange aos honorários advocatícios.
A própria interpretação literal do art. 20, § 4º, do CPC não deixa margem para dúvidas. Consoante expressa dicção do referido dispositivo legal, os honorários são devidos "nas execuções, embargadas ou não".
O art. 475-I, do CPC, é expresso em afirmar que o cumprimento da sentença, nos casos de obrigação pecuniária, se faz por execução. Ora, se haverá arbitramento de honorários na execução (art. 20, § 4º, do CPC) e se o cumprimento da sentença se faz por execução (art. 475, I, do CPC), outra conclusão não é possível, senão a de que haverá a fixação de verba honorária na fase de cumprimento da sentença.
Ademais, a verba honorária fixada na fase de cognição leva em consideração apenas o trabalho realizado pelo advogado até então.
Por derradeiro, também na fase de cumprimento de sentença, há de se considerar o próprio espírito condutor das alterações pretendidas com a Lei nº 11.232/05, em especial a multa de 10% prevista no art. 475-J do CPC. De nada adiantaria a criação de uma multa de 10% sobre o valor da condenação para o devedor que não cumpre voluntariamente a sentença se, de outro lado, fosse eliminada a fixação de verba honorária, arbitrada no percentual de 10% a 20%, também sobre o valor da condenação. Recurso especial conhecido e provido.
Portanto, pergunta-se: Como aparecem os honorários no processo de execução de título judicial?
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Regra: O réu tem 15 dias para cumprir espontaneamente a sentença. Caso não cumpra no prazo, inicia-se a execução.
Todavia, se cumprir a obrigação de forma voluntária não há pagamento de honorários. Assim, só haverá os honorários da fase de conhecimento.
Conclui-se que o pagamento em 15 dias não caracteriza a execução; somente se passado esse prazo.
Aliás, essa é uma prova de que a execução é um procedimento autônomo.
C) MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA (art. 267 § 3º e 301 § 4º CPC)
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005)
(...)
IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
V - quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada;
Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;
(...)
§ 3o O juiz conhecerá de ofício, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não proferida a sentença de mérito, da matéria constante dos ns. IV, V e Vl; todavia, o réu que a não alegar, na primeira oportunidade em que Ihe caiba falar nos autos, responderá pelas custas de retardamento.
Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
(...)
§ 4o Com exceção do compromisso arbitral, o juiz conhecerá de ofício da matéria enumerada neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
Se existe matéria de ordem pública da fase de conhecimento, poderia o juiz conhecer na fase de execução?
Resposta: A regra é que não pode conhecer de ofício na fase executiva, pois há o trânsito em julgado, razão pela qual cabe discutir em ação rescisória.
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A exceção está no art. 475-L, I CPC (vício transrescisório), eis que se houver falta ou nulidade da citação; se o processo correu a revelia; ou seja, se isso ocorreu na fase de conhecimento poderá ser impugnada a sentença.
Art. 475-L. A impugnação somente poderá versar sobre: (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
I – falta ou nulidade da citação, se o processo correu à revelia;
OBS.: As três observações destacadas acima demonstram a autonomia no procedimento da execução, sendo que o maior avanço nesse sistema foi à abolição da citação, vez que antigamente era muito comum o réu desaparecer para não ser citado no processo de execução.
Aspecto geral importante é o conceito de sentença:
Antes da reforma sentença era o ato que extingue o processo e põe termo ao processo. Atualmente sentença tem como conteúdo uma das hipóteses do art. 267 ou 269 CPC (§ 1º do art. 162 CPC). Por quê?
Art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
1o Sentença é o ato pelo qual o juiz põe termo ao processo, decidindo ou não o mérito da causa.
1o Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei. (Redação dada pelo Lei nº 11.232, de 2005)
A execução de titulo judicial era processo autônomo, por isso se extinguia o processo de conhecimento para iniciar o processo de execução.
Agora como há nova fase continua a execução, logo a sentença não extingue o processo.
2. ASPECTOS ESPECIAIS:
TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL
Conceito: Título executivo judicial é a representação documental típica de um crédito certo, líquido e exigível.
Para caracterizar título executivo judicial, não é apenas o documento ou o crédito - tem que unir os dois: documento + crédito.
Típica – é o que a lei diz que é título.
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Características – certo, líquido e exigível.
OBS.: Não são características do título, mas sim integram o crédito/obrigação (art. 580 e 586 , CPC):
Art. 580. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível, consubstanciada em título executivo. (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
(...)
Art. 586. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível. (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
CARACTERÍSTICAS DO CRÉDITO OU DA OBRIGAÇÃO (art. 586, CPC)
1º) Certeza – significa que não deve haver dúvidas quanto a existência do crédito ou da obrigação.
Ex.: Nota promissória rasurada (há dúvida em relação ao crédito).
2º) Liquidez – que não deve haver dúvidas quanto ao objeto do crédito ou obrigação. O valor é o quantum devido, eis que pode ter um título de obrigação de fazer ou entrega de coisa. Todavia, se for execução de quantia certa o objeto é sempre valor devido.
3º) Exigibilidade – que não deve haver dúvidas quanto a atualidade do crédito ou da obrigação. (atualidade é crédito sem termo e sem condição cumprir).
Termo – é uma clausula acessória que subordina a eficácia do ato a um evento futuro e certo (data de vencimento – vai acontecer).
Condição – é clausula acessória que subordina a eficácia do ato a um evento futuro e incerto. (se passar o vestibular dar-te-ei um carro).
Conclusão: Não pode ter termo nem condição na execução.
3. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA:
Se os créditos na sentença não estão líquidos, necessário se faz liquidar o crédito ou obrigação antes de executar.
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NATUREZA JURÍDICA DA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA:
Alterações ocorridas em relação à liquidação de sentença:
Ocorrerá a citação em três casos:
Sentença penal condenatória. Sentença arbitral.
Sentença estrangeira homologada pelo STJ.
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Por que haverá a citação?
Resposta: Simplesmente, porque cível, o processo que originou o estrangeiro ou no juízo arbitral.
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não teve fase anterior de conhecimento no juízo título executivo judicial,ocorreu no criminal, no
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Importante reforma ocorrida no Código de Processo Penal que influenciou no Código de Processo Civil (Lei 11.719/2008 - art. 63, parágrafo único e 387, IV, CPP). Senão Vejamos:
Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros.
Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá ser efetuada pelo valor fixado nos termos do inciso IV do caput do art. 387 deste Código sem prejuízo da liquidação para a apuração do dano efetivamente sofrido. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: (Vide Lei nº 11.719, de 2008)
(...)
IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido; (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
O juiz criminal poderá fixar em sentença um valor mínimo de reparação, sem prejuízo de liquidação de sentença no juízo cível.
Ex.: Juiz fixa um valor na sentença e a parte já poderá executar no cível esse valor, não havendo necessidade de liquidar.
Caso entenda que o valor fixado é pequeno – poderá o exeqüente pegar a sentença penal e requerer sua liquidação no cível.
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Note-se que o Código de Processo Penal diz que esse valor é mínimo, se apurar valor maior não há problema.
Se apurar valor menor como fica? Vai prevalecer a sentença penal ou o que se apurou no juízo cível?
Resposta: A doutrina majoritária entende que, no momento em que o credor fez a opção pela liquidação ele se responsabilizou, ou seja, abriu mão do valor mínimo, pois isso se apurar valor menor prevalece o valor apurado em liquidação no cível, mesmo que for inferior ao fixado na sentença penal.
Destaque-se ainda que o Código de Processo Penal não se preocupa com acontece na liquidação no cível.
ESPÉCIES DE LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA:
No CPC de 1973 havia três espécies:
Liquidação por cálculo do contador Liquidação por arbitramento
Liquidação por artigos
A liquidação por cálculo de contador deixou de existir como espécie autônoma.
Como era antes? Elaborava-se um cálculo; as partes eram ouvidas – o juiz proferia uma sentença homologando o cálculo ou não – da decisão cabia apelação.
Atualmente continuou a existir a liquidação por ARBITRAMENTO e por ARTIGOS, da seguinte forma (art. 475-B, CPC).
O credor vai requerer a execução (cumprimento de sentença 475-J, CPC); apresentará o cálculo (valor, especificando como chegou ao cálculo discriminado na planilha).
Se o executado não concorda; cabe então impugnar o cumprimento discordando e apresentando o seu cálculo.
Esse é o sistema do CPC, que inclusive vale também para o título executivo extrajudicial, qual seja apresentação da inicial com o cálculo.
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PROBLEMAS SURGIDOS NO NOVO SISTEMA:
Dados para os cálculos em poder do devedor ou terceiro:
Solução (§ § 1º e 2º, Art. 475-B, CPC):
Art. 475-B. Quando a determinação do valor da condenação depender apenas de cálculo aritmético, o credor requererá o cumprimento da sentença, na forma do art. 475-J desta Lei, instruindo o pedido com a memória discriminada e atualizada do cálculo. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
1o Quando a elaboração da memória do cálculo depender de dados existentes em poder do devedor ou de terceiro, o juiz, a requerimento do credor, poderá requisitá-los, fixando prazo de até trinta dias para o cumprimento da diligência. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
2o Se os dados não forem, injustificadamente, apresentados pelo devedor, reputar-se-ão corretos os cálculos apresentados pelo credor, e, se não o forem pelo terceiro, configurar-se-á a situação prevista no art. 362. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
O devedor apresenta os dados (exibição de documentos) em 30 dias, para o credor realizar os seus atos.
Se os dados não forem apresentados injustificadamente?
Resposta: Se não entregar e nem justificar reputar-se-ão corretos os cálculos apresentados pelo credor e se for terceiro configura situação do art. 362, CPC:
Art. 362. Se o terceiro, sem justo motivo, se recusar a efetuar a exibição, o juiz lhe ordenará que proceda ao respectivo depósito em cartório ou noutro lugar designado, no prazo de 5 (cinco) dias, impondo ao requerente que o embolse das despesas que tiver; se o terceiro descumprir a ordem, o juiz expedirá mandado de apreensão, requisitando, se necessário, força policial, tudo sem prejuízo da responsabilidade por crime de desobediência.
Isso é incoerente, porque quais cálculos foram apresentados? Reputar-se-ão corretos mera estimativa de cálculo do credor.
O professor Rodrigo Cunha, entende que o juiz pode complementar com dispositivos:
 Impondo multa coercitiva (art. 461, § 4º, CPC).
Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
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(...)
3o Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou mediante justificação prévia, citado o réu. A medida liminar poderá ser revogada ou modificada, a qualquer tempo, em decisão fundamentada. (Incluído pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
4o O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando-lhe prazo razoável para o cumprimento do preceito. (Incluído pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
Aplicar a multa do art. 14, inciso V e § único, CPC:
Art. 14. São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do processo: (Redação dada pela Lei nº 10.358, de 27.12.2001)
V - cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não criar embaraços à efetivação de provimentos judiciais, de natureza antecipatória ou final.(Incluído pela Lei nº 10.358, de 27.12.2001)
Parágrafo único. Ressalvados os advogados que se sujeitam exclusivamente aos estatutos da OAB, a violação do disposto no inciso V deste artigo constitui ato atentatório ao exercício da jurisdição, podendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa em montante a ser fixado de acordo com a gravidade da conduta e não superior a vinte por cento do valor da causa; não sendo paga no prazo estabelecido, contado do trânsito em julgado da decisão final da causa, a multa será inscrita sempre como dívida ativa da União ou do Estado. (Incluído pela Lei nº 10.358, de 27.12.2001)
	Pode aplicar ao caso o disposto no art. 461-A, § 2º, CPC (entrega de coisa):
Art. 461-A. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação. (Incluído pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002)
Conclusão: O juiz não precisa se limitar ao argumento de que está correto o cálculo do credor.
Na hipótese do terceiro não entregar os dados?
Não pune o devedor aplica-se o art. 362, CPC (não é ação de exibição, mas sim de incidente de exibição).
Aplica ao terceiro também a multa do art. 14, V e parágrafo único do CPC.
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Não se aplica ao terceiro as astreintes (art. 461, § 4º, CPC), porque ele não é parte.
O que ocorre quando o credor apresenta cálculo excessivo ou ele é beneficiário da justiça gratuita? Imagine que o credor apresente um cálculo excessivo. Para impugnar tem que ter penhora. Se o valor é R$ 10.000,00 e o credor apresentou cálculo de R$ 100.000,00. Para impugnar tem que penhorar este ou aquele valor?
Credorbeneficiário da assistência judiciária não tem dinheiro para contratar o contador para fazer o cálculo. Como apresentar o cálculo?
Resposta: Nas duas hipóteses o juiz aplica os §§ 3º e 4º do art. 475-B, CPC:
Art. 475-B. Quando a determinação do valor da condenação depender apenas de cálculo aritmético, o credor requererá o cumprimento da sentença, na forma do art. 475-J desta Lei, instruindo o pedido com a memória discriminada e atualizada do cálculo. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
(...)
3o Poderá o juiz valer-se do contador do juízo, quando a memória apresentada pelo credor aparentemente exceder os limites da decisão exeqüenda e, ainda, nos casos de assistência judiciária. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
4o Se o credor não concordar com os cálculos feitos nos termos do § 3o deste artigo, far-se-á a execução pelo valor originariamente pretendido, mas a penhora terá por base o valor encontrado pelo contador. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
A execução continua pelo mesmo valor do credor, mas a penhora pelo valor do contador judicial.
O juiz não pode diminuir o valor do exeqüente; por outro lado é injusta penhora elevada.
Ex.: Apresentou R$ 100.000,00 e o contador encontrou R$ 20.000,00 continua a execução pelo valor do credor, mas a penhora é de R$ 20.000,00.
Se ao final do procedimento encontrar que era R$ 100.000,00 o juiz manda fazer o reforço de penhora.
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ESPÉCIES AUTONOMAS DE LIQUIDAÇÃO
LIQUIDAÇÃO POR ARBITRAMENTO:
Ocorre quando a determinação do valor depender de conhecimento técnico específico (perícia) art. 475-C, CPC:
Art. 475-C. Far-se-á a liquidação por arbitramento quando: (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
I – determinado pela sentença ou convencionado pelas partes; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
II – o exigir a natureza do objeto da liquidação. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
Ex. Para atribuir valor a um bem deteriorado, tem que ouvir um perito daquela área.
Procedimento: Previsto no art. 475-D, CPC.
Art. 475-D. Requerida a liquidação por arbitramento, o juiz nomeará o perito e fixará o prazo para a entrega do laudo. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
Parágrafo único. Apresentado o laudo, sobre o qual poderão as partes manifestar-se no prazo de dez dias, o juiz proferirá decisão ou designará, se necessário, audiência. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
Duas observações importantes no procedimento:
Em razão do contraditório requerida à liquidação o devedor deverá ser intimado para se manifestar.
Aplicam-se também subsidiariamente os arts. 420 a 439 do CPC (produção da prova pericial).
LIQUIDAÇÃO POR ARTIGOS (art. 475-E, CPC)
Art. 475-E. Far-se-á a liquidação por artigos, quando, para determinar o valor da condenação, houver necessidade de alegar e provar fato novo. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
Ocorre quando houver necessidade de alegar e provar fato novo.
Fato novo é aquele que não foi objeto de cognição na sentença.
Ex. Ação de reintegração de posse cumulada com perdas e danos
É aplicada em pedido genérico (art. 286, II, CPC):
Art. 286. O pedido deve ser certo ou determinado. É lícito, porém, formular pedido genérico: (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
I - nas ações universais, se não puder o autor individuar na petição os bens demandados; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
II - quando não for possível determinar, de modo definitivo, as conseqüências do ato ou do fato ilícito; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
III - quando a determinação do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
OBS.: A Sentença penal condenatória quando necessário será liquidada por artigo, mesmo se houver necessidade de perito, por causa do fato novo.
Procedimento: Art. 475-F CPC
Art. 475-F. Na liquidação por artigos, observar-se-á, no que couber, o procedimento comum (art. 272). (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
Será procedimento comum ordinário, mas não se aplica ao procedimento Sumário. Importância da Súmula 344 STJ:
“A liquidação por forma diversa da estabelecida na sentença não ofende a coisa julgada”
Importante sobre a liquidação de sentença:
Há liquidação provisória de sentença?
Resposta: Sim, art. 475-A, § 2º e art. 475-O, CPC
Art. 475-A. Quando a sentença não determinar o valor devido, procede-se à sua liquidação. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
1o Do requerimento de liquidação de sentença será a parte intimada, na pessoa de seu advogado. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
2o A liquidação poderá ser requerida na pendência de recurso, processando-se em autos apartados, no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido
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com cópias das peças processuais pertinentes. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
§ 3o Nos processos sob procedimento comum sumário, referidos no art. 275, inciso II, alíneas „d‟ e „e‟ desta Lei, é defesa a sentença ilíquida, cumprindo ao juiz, se for o caso, fixar de plano, a seu prudente critério, o valor devido. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
Art. 475-O. A execução provisória da sentença far-se-á, no que couber, do mesmo modo que a definitiva, observadas as seguintes normas: (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
I – corre por iniciativa, conta e responsabilidade do exeqüente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
II – fica sem efeito, sobrevindo acórdão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidados eventuais prejuízos nos mesmos autos, por arbitramento; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
III – o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem alienação de propriedade ou dos quais possa resultar grave dano ao executado dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
1o No caso do inciso II do caput deste artigo, se a sentença provisória for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
2o A caução a que se refere o inciso III do caput deste artigo poderá ser dispensada: (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
I – quando, nos casos de crédito de natureza alimentar ou decorrente de ato ilícito, até o limite de sessenta vezes o valor do salário-mínimo, o exeqüente demonstrar situação de necessidade; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
II – nos casos de execução provisória em que penda agravo de instrumento junto ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça (art. 544), salvo quando da dispensa possa manifestamente resultar risco de grave dano, de difícil ou incerta reparação. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
(...)
Como vou requerer a liquidação provisória?
Resposta: Extraem-se documentos dos auto para instruir a execução (art. 475-O § 3º CPC).
Art. 475-O. A execução provisória da sentença far-se-á, no que couber, do mesmo modo que a definitiva, observadas as seguintes normas: (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
(...)
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§ 3o Ao requerer a execução provisória, o exeqüente instruirá a petição com cópias autenticadas das seguintes peças do processo, podendo o advogado valer-se do disposto na parte final do art. 544, § 1o: (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
I – sentença ou acórdão exeqüendo; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
II – certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
III – procurações outorgadas pelas partes; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
IV – decisão de habilitação, se for o caso; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
V –facultativamente, outras peças processuais que o exeqüente considere necessárias. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
A liquidação só pode ocorrer quanto houver efeito devolutivo? Ou poderá diante de efeitos suspensivo e devolutivo?
Pode ter qualquer efeito que posso requerer a liquidação provisória.
Se tiver somente efeito devolutivo requer a liquidação provisória e a execução provisória.
Se tiver efeito devolutivo e suspensivo eu vou requerer somente a liquidação.
Importante com a reforma: Proibição de sentença ilíquida art. 475-A § 3º CPC.
Art. 475-A. Quando a sentença não determinar o valor devido, procede-se à sua liquidação. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
§ 1o Do requerimento de liquidação de sentença será a parte intimada, na pessoa de seu advogado. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
(...)
§ 3o Nos processos sob procedimento comum sumário, referidos no art. 275, inciso II, alíneas „d‟ e „e‟ desta Lei, é defesa a sentença ilíquida, cumprindo ao juiz, se for o caso, fixar de plano, a seu prudente critério, o valor devido. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
Já existia a proibição diante de pedido certo e determinado.
Nos juizados proíbe-se a sentença ilíquida. Tem que ser líquida.
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Acrescentou-se ao CPC dois casos:
Ressarcimento de danos e,
cobrança de seguros nos acidentes de veículos, no rito Sumário.
Existe liquidação de título extrajudicial?
Excepcionalmente pode ocorrer a liquidação.
Nas obrigações de fazer ou não fazer ou de entrega de coisa, quando se converte em perdas e danos. Assim apura-se, tem que fazer a liquidação.
O que é liquidação como “dano zero” (sem resultado positivo)?
É aquela em que se conclui que o liquidante não sofreu dano algum (o quantum debeatur é zero).
Ex.: Prova pericial na liquidação por arbitramento, conclui que o liquidante não sofreu dano algum.
Ex.: Autor alega que benefício previdenciário deve ser de acordo com um índice.
O que faz o juiz que preside essa liquidação, haja vista a regra contida no art. 475-�� HYPERLINK "../Downloads/Art.%20475-G.docx" �G?
Zavascki, Dinamarco e Wambier: deve o juiz julgar improcedente o pedido de liquidação.
Art. 475-G. É defeso, na liquidação, discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
Há também liquidação com dano zero:
Sentenças que extingue execução provisória ou fazem cessar a eficácia da medida cautelar.
Acórdão que julga procedente revisão criminal.
Quando a existência do dano (an debeatur) já tenha sido abstratamente definida (ações coletivas)
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TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS:
O Art. 475-N CPC possui rol taxativo ou exemplificativo?
É apenas exemplificativo, porque há títulos executivos judiciais que não estão previsto no artigo em comento.
Ex.: decisão da tutela antecipada; astreintes, titulo executivo da monitória.
Art. 475-N. São títulos executivos judiciais: (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
I – a sentença proferida no processo civil que reconheça a existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
II – a sentença penal condenatória transitada em julgado; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
III – a sentença homologatória de conciliação ou de transação, ainda que inclua matéria não posta em juízo; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
IV – a sentença arbitral; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
V – o acordo extrajudicial, de qualquer natureza, homologado judicialmente; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
VI – a sentença estrangeira, homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
VII – o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
Parágrafo único. Nos casos dos incisos II, IV e VI, o mandado inicial (art. 475-J) incluirá a ordem de citação do devedor, no juízo cível, para liquidação ou execução, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
O art. 475-N é repetição do revogado art. 584, CPC, com duas diferenças, nos incisos I e V:
Consequências dessas diferenças:
Necessário se faz atentar para as tutelas jurisdicionais.
INCISO I - O que trouxe de novo ou diferente?
I – a sentença proferida no processo civil que reconheça a existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia.
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Não diz sentença condenatória, não diz o tipo de sentença, apenas o tipo de obrigação.
Antes da reforma trazia sentença condenatória no processo civil. Não se referia as obrigações acima.
Substituiu o art. 584, inciso I (antigo), dizia sentença condenatória proferida no processo civil.
O atual inciso I – diz sentença que reconheça a existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia.
1º) O inciso I incluiu as tutelas: mandamental e executiva lato-senso, porque agora há obrigação de fazer e não fazer e entrega de coisa.
2º) Incluiu também as tutelas: declaratórias e constitutiva – as sentenças em questão podem ser executadas, quando houver direito de prestação.
O direito de prestação surgirá como efeito anexo ou decorrência lógica da sentença.
O CPC fala sentença que reconheça:
Ex1.: Sentença declara o direito a compensação. Feita a compensação eu tenho crédito a receber.
Eu preciso de outra ação para pedir o pagamento do crédito ou posso pegar a sentença declaratória e executar?
Resposta: O STJ tem reconhecido o direito de executar a sentença declaratória. (evita-se perda de tempo).
Ex.2.: Sentença anulatória de compra e venda de imóvel (constitutiva) - o juiz anulou desconstituiu.
Para reaver o imóvel eu preciso de uma ação específica para a entrega do imóvel?
Resposta: Não eu pego a sentença que anulou e executo na forma do art. 461-A. (efeito anexo é a devolução do imóvel).
Se for o contrário – quero o dinheiro de volta usarei o art. 475-J.
Ex.3: Acórdão de rescisória que desconstitui sentença já executada (constitutiva).
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A sentença foi executada, o credor já recebeu o dinheiro. A conseqüência é a devolução do dinheiro.
Para obter a devolução do dinheiro preciso ajuizar outra ação?
Resposta: Não - pega o acórdão e executa na forma do art. 475-J (devolução é efeito anexo, decorrência lógica).
Autores que aceitam a execução de sentença declaratória e constitutiva: Teori Zavascki (Min. do STJ), Fredie Didier, Medina, Paulo Herinque Lucon, Marcelo Abelha, Hernani Fidelis, Carmona, Athos Gusmão Carneiro.
Autores que se rejeitam (os contra): Ada Pelegrini, Araken de Assis, Alexandre Câmara (só se executa sentença condenatória – declaratória e constitutiva jamais).
Esse dispositivo tem vício (foi alterado no Senado e não voltou na Câmara).
Inciso II - A sentença penal condenatória transitada em julgado.
Necessário se faz o trânsito em julgado (princípio da inocência, que impede a execução provisória).
Deve o credor liquidar no cível.
Não precisa liquidar se há previsão de restituição do produto do crime (coisa certa e determinada).
É título executivo o acórdão em revisão criminal, que condenou o Estado por danos ao condenado.
Inciso III – Decisão que homologar autocomposição judicial.
A sentença que homologa transação ou conciliação é de mérito (art. 269, III, CPC) – coisa julgada material.
Pode versar sobre matéria estranha ao objeto do processo, desde que o juiz seja competente.
É possível que a autocomposição ocorra após a coisa julgada.
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Se disponível o direito pode ser objeto de desistência ou renúncia, alteração. Isso é novação.
Inciso IV – Sentença arbitral.
Deve o executado ser citado para cumprir adecisão.
Não pode o juiz rever o conteúdo do que foi decidido pelo arbitro.
Se a sentença for ilíquida instaura o incidente.
Inciso V – Acordo extrajudicial homologado.
Qualquer acordo inclusive trabalhista, de família.
Instaura-se procedimento de jurisdição voluntária. (1.103 e 1.111):
Art. 1.103. Quando este Código não estabelecer procedimento especial, regem a jurisdição voluntária as disposições constantes deste Capítulo.
Art. 1.111. A sentença poderá ser modificada, sem prejuízo dos efeitos já produzidos, se ocorrerem circunstâncias supervenientes.
O legislador inspirou-se na regra do art. 57 Juizados Especiais:
Art. 57. O acordo extrajudicial, de qualquer natureza ou valor, poderá ser homologado, no juízo competente, independentemente de termo, valendo a sentença como título executivo judicial.
Parágrafo único. Valerá como título extrajudicial o acordo celebrado pelas partes, por instrumento escrito, referendado pelo órgão competente do Ministério Público.
Inciso VI - Decisão estrangeira homologada pelo STJ.
Inclui também a sentença arbitral homologada.
Enquanto não homologada não produz efeitos no território brasileiro, não sendo título executivo.
Execução de sentenças proferidas por autoridades dos países do MERCOSUL basta carta rogatória.
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Título executivo extrajudicial elaborado no estrangeiro não há de ser homologado.
Inciso VII – Formal de partilha.
Composto por peças que compuseram o processo de inventário ou arrolamento (art. 1.027 CPC).
Art. 1.027. Passada em julgado a sentença mencionada no artigo antecedente, receberá o herdeiro os bens que Ihe tocarem e um formal de partilha, do qual constarão as seguintes peças:
I - termo de inventariante e título de herdeiros;
II - avaliação dos bens que constituíram o quinhão do herdeiro;
III - pagamento do quinhão hereditário;
IV - quitação dos impostos;
V - sentença.
Documenta a decisão estatal que atribui o quinhão sucessório ao herdeiro.
A força executiva será em face do inventariante, dos outros herdeiros e dos sucessores a título singular ou universal.
Abrange ainda partilha intervivos (separação judicial e dissolução de sociedade empresária).
COMPETÊNCIA PARA CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
Está previsto no art. 475-P, CPC:
Art. 475-P. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
I – os tribunais, nas causas de sua competência originária; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
II – o juízo que processou a causa no primeiro grau de jurisdição; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
III – o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral ou de sentença estrangeira. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
Parágrafo único. No caso do inciso II do caput deste artigo, o exeqüente poderá optar pelo juízo do local onde se encontram bens sujeitos à expropriação ou pelo do atual domicílio do executado, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
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Inciso I – Os tribunais, nas causas de sua competência originária.
Se a ação teve origem no tribunal o cumprimento da decisão final será no tribunal. Se for derivada em razão de recurso a execução far-se-á na 1ª instância.
Execução no próprio Tribunal - seria possível imaginar um Desembargador ou Ministro mandando penhorar bens do devedor?
Geralmente os Tribunais delegam a prática de atos executivos (art. 102, inciso I, “m” CF/88 - previsão só STF).
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais;
Conclusão: A execução será na própria Comarca.
Inciso II – O juízo que processou a causa no primeiro grau de jurisdição.
Se a ação foi proposta inicialmente no cível e há pendência de recurso (Apelação, Recurso Especial e Recurso Extraordinário). Com a decisão final dos recursos a execução do acórdão será realizada no Cível.
Esse inciso II tem conexão com o parágrafo único do mesmo dispositivo legal:
O exequente pode optar pelo local onde tenha bens penhoráveis ou atual domicílio do executado.
Há concorrência de foros: isso só na execução por pagar quantia.
Juízo da causa no 1º grau;
Foro onde há bens; (evita a demora)
Atual domicílio do executado (Processo tramitou em Colatina e hoje o réu reside em Pinheiros)
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Inciso III – O juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral ou de sentença estrangeira.
Não se aplica a regra do inciso II, aplicam-se as regras de competência da ação de conhecimento (arts. 88 a 100 CPC).
OBS.: A execução da sentença estrangeira homologada pelo STJ se dará na justiça federal (art. 109, inciso X, CF/88), que é a competência funcional.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
(...)
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
QUESTÕES POLÊMICAS SOBRE COMPETÊNCIA:
Recusa da remessa - Pode o juiz recusar a remessa se o credor exeqüente a requerer?
Resposta: Não, isso É DIREITO do credor, EXCETO se não estiverem presentes os requisitos da lei.
Ex.: No foro indicado não há bens ou o Executado não tem endereço no foro.
OBS1.: Isso não é ato discricionário do magistrado.
OBS2.: Igualmente o executado não pode querer rejeitar a remessa.
Momento da remessa – Será que iniciada a execução, frustrada a localização de bens penhoráveis, pode-se requerer a remessa? Ou somente antes de tentar encontrar bens?
Resposta: Não há previsão legal, mas Cássio Scarpinella Bueno diz que é possível requerer a remessa mesmo depois de iniciada à execução.
Se não foi encontrado bens, posso requer (isso é a idéia da norma) a remessa dos autos para outro foro.
OBS.: A estabilização da competência se dá com a propositura da ação. Todavia essa fase não é de propositura da ação, por isso posso requerer a remessa mesmo depois de iniciada a execução.
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Será que o parágrafo único do art. 475-P se aplica a execução dos títulos extrajudiciais? Ou só se aplica a execução de título judicial?
Art. 475-P. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
(...)
II – o juízo que processou a causa no primeiro grau de jurisdição; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
(...)
Parágrafo único. No caso do inciso II do caput deste artigo, o exeqüente poderá optar pelo juízo do local onde se encontram bens sujeitos à expropriação ou pelo do atual domicílio do executado, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
Pela comunicação/diálogo das fonte (recíprocas influências), aplica-se o parágrafo único do dispositivo em comento também na execução de título extrajudicial.
Imagine a seguinte situação: Foi proposta uma ação em face da União e de um particular (litisconsórcio); a competência é da Justiça Federal. Apenas o particular foi condenado (não houve condenação da União).
Se só o particular foi condenado, onde se dará a execução? Na justiça federal ou Justiça Estadual?
Resposta: Prevalece o entendimento que a execução se dará na justiça Estadual (não é a regra do CPC).
A competência da Justiça Federal está no art. 109 CF/88, razão pela qual deve prevalecer sobre o CPC; aliás, a Justiça Federal não é competente para execução em face do particular.
EXECUÇÃO PROVISÓRIA
Essa expressão

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