Buscar

Direito de Família - Casamento

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Casamento
Direito Civil V – Direito de Família
Slide ‹nº› de 84
Slide ‹nº› de 86
O Casamento na História
A noção de família é muito anterior ao instituto do casamento, pois a formação de núcleos familiares na Antiguidade não pressupunha uma ritualização, uma formalidade social ou religiosa.
O casamento como instituição, por sua vez, deriva efetivamente de um sistema organizado socialmente, com o estabelecimento de regras formais, de fundo espiritual ou laico.
Referências ao Direito Romano e ao Sistema Canônico.
Em Roma, o casamento era destinado aos homens livres, consistindo em um ato privado, que todavia, produzia efeitos jurídicos.
Slide ‹nº› de 86
O Casamento na História
Quanto aos efeitos do casamento romano, nas lições de Camilo de Lelis Colani Barbosa:
“Os efeitos do casamento romano estavam vinculados, seguramente, aos aspectos materiais do dote, ao nascimento de filhos livres e cidadãos legitimados à sucessão e, naturalmente, ao sentimento de cumprimento de dever, expresso pelos historiadores como normas morais (...)”
A utilização do matrimônio como fato jurídico lato sensu para a produção de efeitos foi continuamente observada na história da humanidade.
No campo religioso, o casamento fora reconhecido como o único mecanismo legítimo de criação da família, entendido como o fundamento da sociedade.
Tomando o casamento como um sacramento, respaldava-se a visão de sua indissolubilidade para a igreja, o que influenciou, durante muitos séculos, a normatização jurídica paralela ao Sistema Canônico.
Slide ‹nº› de 86
O Casamento na História
As transformações que sofreu a sociedade ocidental, com a incorporação de novos valores, afetaram sobremaneira a família e, em especial, esse modelo único institucionalizado do casamento, que passou a ser questionado.
Desta forma, paralelo ao casamento religioso, emergiu um casamento estritamente civil, destinado a todos os cidadãos, independentemente de credo, consistente em um especial negócio jurídico.
Slide ‹nº› de 86
O CASAMENTO EM ÓTICA CIVIL-CONSTITUCIONAL
O casamento precisa ser visto numa perspectiva da Constituição. Até 1988, toda e qualquer família era necessariamente composta pelo casamento. Sem casamento não havia família. 
Com a CF/88, notoriamente no art. 226, tem-se consagrada a pluralidade de núcleos familiares. Regime múltiplo de família. 
O casamento deixou de ser a única forma de constituição de família, passando a ser uma das formas de constituição de família. Com essa nova visão, passa-se a ter uma noção de casamento diferenciada. 
Slide ‹nº› de 86
O CASAMENTO EM ÓTICA CIVIL-CONSTITUCIONAL
O CASAMENTO É A UNIÃO FORMAL, SOLENE, ENTRE PESSOAS HUMANAS, CONSTITUINDO UM NÚCLEO FAMILIAR.
STJ, REsp 1.183.378/RS. O STJ admitiu o casamento homoafetivo. Não necessariamente o casamento de pessoas de sexo diferente (STF, ADIN 4277/DF), reconhecendo seu caráter familiar.
O CASAMENTO É ENTIDADE FAMILIAR PROTEGIDA CONSTITUCIONALMENTE, SEJA DE PESSOAS DO MESMO SEXO, SEJA DE PESSOAS DE SEXO DIFERENTE. O estado sexual das pessoas envolvidas não auxilia a definição de casamento.
Slide ‹nº› de 86
O CASAMENTO EM ÓTICA CIVIL-CONSTITUCIONAL
Dizer que é uma entidade FORMAL E SOLENE, significa que o casamento produz efeitos erga omnes e pode atingir terceiros. 
A grande diferença entre o casamento e a união estável reside nisto. O primeiro é formal e solene, podendo produz efeitos para terceiros, por conta do registo. E a união estável não é formal e não é solene, produzindo efeitos somente as partes, intra partes. 
O casamento e a união estável são instituições familiares protegidas constitucionalmente.
Slide ‹nº› de 86
Conceito de Casamento
Casamento é uma verdadeira comunhão de vida.
O casamento não mais se prende ao elemento reprodutivo. Não é forma de reprodução humana. Para ter filho não precisa casar. E casando não precisa ter filho.
Não se prende ao elemento de diversidade de sexo.
CASAMENTO É COMUNHÃO PLENA DE VIDA.
Stolze e Pamplona Filho: casamento é um contrato especial de Direito de Família, por meio do qual os cônjuges formam uma comunidade de afeto e existência, mediante a instituição de direitos e deveres, recíprocos e em face dos filhos, permitindo, assim, a realização dos seus projetos de vida.
O casamento não é o fim em si mesmo, mas, tão somente, o locus de realização e busca da felicidade dos seus integrantes.
Slide ‹nº› de 86
Conceito de Casamento
Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges.
Art. 1513, CC – defeso interferir na comunhão de vida. Direito de Família mínimo ou intervenção mínima do Estado na relação de família. FUNÇÃO SOCIAL DA FAMÍLIA. É a garantia que ninguém interferirá na comunhão de vida de uma família. Não pode ser atingida ou violada.
O dever de fidelidade é inter partes e não para terceiro, STJ, REsp 922.462/SP, e o art. 1.513, CC, não se opõe a ou o amante. Se alguém tiver que ser responsabilizado é o cônjuge por violar o dever de fidelidade.
Slide ‹nº› de 86
Natureza Jurídica do Casamento
TRÊS CORRENTES:
Natureza Jurídica: Posição topológica ou enquadramento dentro da ciência.
Contratual. Casamento é contrato especial de Direito de Família, não submetido às normas obrigacionais. 
Institucionalista. O casamento não seria um contrato, seria uma instituição jurídica e social. 
Mista/Eclética. Casamento é contrato na sua formação e instituição na projeção dos seus efeitos.
Para compreender esta matéria é necessária uma evolução histórica.
Slide ‹nº› de 86
Natureza Jurídica do Casamento
No Código Civil de 1916, o casamento era indissolúvel. 
E isto fazia com que os efeitos do casamento estivessem indisponíveis a vontade das partes. 
Neste momento o casamento era uma instituição jurídica e social. Era institucional, pois naquele momento só interessava a eficácia social do casamento. 
A VONTADE DAS PARTES ERA IRRELEVANTE. 
Slide ‹nº› de 86
Natureza Jurídica do Casamento
No segundo momento, em 1977, o Brasil passou a admitir o divórcio, mas apenas em caráter excepcional, desde que depois de 05 anos de separação e que não violasse os direitos dos filhos. 
Tanto que o Juiz poderia indeferir o pedido de divórcio consensual, art. 34, §2º, da Lei do Divórcio. 
Neste momento o país abandona o caráter institucionalista do casamento e passa adotar o sistema misto. O casamento passou a ser um pouco contrato e um pouco instituição.
Slide ‹nº› de 86
Natureza Jurídica do Casamento
Tudo isso resulta em dois momentos cruciais. 
O primeiro momento é a Lei nº 11.441/2007 que autorizou o divórcio consensual em cartório. Ora, a partir desta Lei as pessoas poderiam se divorciar da mesma forma em que poderiam ser casar, diretamente no cartório, cumprindo um importante papel que foi acentuar a vontade das partes, quando todos os envolvidos são capazes e que não houvesse conflito entre eles. 
O Segundo momento foi a EC/66 que estabeleceu que o divórcio não tem mais prazo (a pessoa pode casar em um dia e divorciar em outro) e não discute a causa da dissolução. Portanto, o divórcio submete-se a vontade. 
Slide ‹nº› de 86
Natureza Jurídica do Casamento
SE O CASAMENTO NÃO É CONTRATO, SEGURAMENTE ELE ESTÁ UM CONTRATO, pelo motivo simples que a EC/66 conferiu ao divórcio um caráter de Direito Potestativo da Pessoa Casada. Significa que o divórcio submete-se a vontade das partes.
Slide ‹nº› de 86
Prova do Casamento
Casamento é um negócio jurídico, um contrato formal e solene, produzindo efeitos para terceiros. 
E evidentemente há um interesse jurídico em prova-lo em face da relevância, frente aos próprios cônjuges e em relação a terceiros.
Assim, a importância jurídica da prova, pois o casamento muda o estado civil, emancipa.
Slide ‹nº› de 86
Prova do Casamento
Sistema de prova do casamento no Código Civil:
PROVA DIRETA: ordinária. Registro em Cartório. Art. 1.543, CC. E SE PERDER A CERTIDÃO? Tira a segunda via. Por algum motivo pode ocorrer o extravio do registro
(inundação, incêndio, pane no sistema de informática). Surgindo a prova indireta.
PROVA INDIRETA (supletória): se dá mediante a Ação de Justificação de Casamento (jurisdição voluntária – o juiz não está adstrito ao princípio da legalidade, decidindo por equidade, art. 1109, CPC) pendente de produção de provas que o casamento existiu: provas documentais (fotos, filmagem), provas testemunhais (autoridade que celebrou). Qualquer meio de prova possível e lícito. Art. 1547, CC. Regra do in dubio pro casamento, havendo dúvida entre as provas, julga-se pelo casamento. 
Slide ‹nº› de 86
Prova do Casamento
Entre as provas o Código Civil admite a posse de estado de casado – art. 1.545, CC. Nome, tratamento e fama são os elementos para provar esta posse.
A Ação de Justificação de Casamento se submete-se ao princípio do in dubio pro casamento, desde que exista um estado de perplexidade de provas. Se não há nenhuma prova o pedido será julgado improcedente. 
A sentença proferida produzirá efeitos ex tunc, retroativos desde a data de sua celebração. 
A ação de justificação de casamento não pode ser proposta por pessoas que efetivamente não casaram, será proposta por quem efetivamente casou-se e não tem prova direta. Por exemplo: pessoas que vivem em união estável poderá pedir conversão de união estável em casamento.
Slide ‹nº› de 86
Prova do Casamento
CASAMENTO CELEBRADO NO ESTRANGEIRO
Regra do Direito Internacional Privado autoriza casamento no estrangeiro.
Exemplo: Brasileira que se apaixonou por francês e se casaram em Paris. Este casamento é válido? Produz efeitos no Brasil?
Art. 1.544. O casamento de brasileiro, celebrado no estrangeiro, perante as respectivas autoridades ou os cônsules brasileiros, deverá ser registrado em cento e oitenta dias, a contar da volta de um ou de ambos os cônjuges ao Brasil, no cartório do respectivo domicílio, ou, em sua falta, no 1o Ofício da Capital do Estado em que passarem a residir.
Slide ‹nº› de 86
Prova do Casamento
CASAMENTO CELEBRADO NO ESTRANGEIRO
Neste caso, o casamento registrado no Brasil, no prazo máximo de 180 dias contados da data que voltarem a ter residência no país, produzirá efeitos regulares. Podendo ser divorciar, segundo as Leis Brasileiras, pois está registrado.
É preciso observar que este art. 1.544, CC, que exige o registro do casamento de brasileiro realizado no exterior, não está se referindo nem a eficácia, nem a validade. Ele será válido e eficaz no Brasil, independente de registro, pois este artigo precisa ser interpretado em harmonia com o art. 7º, da Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro.
Estabelece que o Estado Civil submete-se a Lei do seu domicílio. Se um brasileiro estiver domiciliado na França, e lá tenha casado, mesmo sem registro no Brasil, o seu estado civil é de casado. STJ REsp 280.197/RJ.
Todavia, a importância deste registro no Brasil é a possibilidade do divórcio no território brasileiro. Se apenas registrado no exterior, deverá seguir as regras do país da realização.
Slide ‹nº› de 86
Prova do Casamento
CASAMENTO CONSULAR
Art. 18 - Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o Casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascidos no pais da sede do Consulado.
Trata-se de uma figura diferente. Não é o casamento celebrado no estrangeiro, este é um casamento de um brasileiro com um estrangeiro, celebrando fora do país. 
O casamento consular é aquele de duas pessoas de mesma nacionalidade que casam no estrangeiro mediante a sua autoridade consular. Neste caso, temos um casamento de acordo com as Leis do próprio país da nacionalidade respectiva. 
Slide ‹nº› de 86
Prova do Casamento
CASAMENTO CONSULAR
Os brasileiros casados perante a autoridade consular no estrangeiro deverá registrar no cartório no prazo de 180 dias, contados do retorno com residência, para o país.
Se eles não registrarem neste prazo, o casamento produzirá efeitos, mas somente poderá ocorrer o divórcio perante o Consulado respectivo.
É uma condição de efeitos específicos no território brasileiro.
Observe que o casamento consular é uma modalidade especial, mas submetido a norma brasileira, apenas do registro para cumprir a sua condição de eficácia. 
Tipo especifico de prova do casamento.
Slide ‹nº› de 86
Esponsais ou promessas de casamento ou promessa esponsalícia ou noivado
Os ESPONSAIS OU NOIVADO é a promessa séria e idônea de casar.
O conceito jurídico de noivado é diferente do conceito comum, daquilo que se faz no cotidiano.
No nosso dia-a-dia, o noivado significa que a pessoa quer casar.
O noivado para o direito é a assunção de obrigações para o casamento. Somente se pode chamar de noivado aquela relação que duas pessoas assumem obrigações para casar. 
Slide ‹nº› de 86
Esponsais ou promessas de casamento ou promessa esponsalícia ou noivado
São obrigações jurídicas, como a entrada dos papeis para habilitação para o casamento, assumindo despesas. 
Para o sistema jurídico noivado não estabelece efeitos familiares. Noivos não são enquadrados no Direito de Família. Os noivos não tem parentesco por afinidade, não tem dever matrimonial, assistencial, fidelidade. Os institutos do Direito de Família e do Direito de Sucessões não incidem no noivado.
Slide ‹nº› de 86
Esponsais ou promessas de casamento ou promessa esponsalícia ou noivado
Se o noivado não gera interesse do Direito de Família, nem do Direito das Sucessões, ele pode gerar algum efeito jurídico?
Sim. Fora do Direito de Família. No campo da responsabilidade civil, por conta de uma ruptura de noivado ou de quebra dos esponsais. É possível falar em responsabilidade civil, se a ruptura do noivado gerar danos. Visivelmente, verifica-se o dano material, compra dos móveis, casa, convites, alugueis para a festa. Um pouco mais difícil, mas não impossível, é a verificação do dano moral, como no caso do noivo abandonar a noiva no altar. 
A SIMPLES RUPTURA DO NOIVADO POR SIM SÓ, NÃO GERA DANO MORAL. POIS A RUPTURA DE UM NOIVADO É O EXERCÍCIO DO DIREITO DA PERSONALIDADE. DIREITO DE LIBERDADE.
TJ/DFT Rec. 2007.06.1.003339-3
Slide ‹nº› de 86
Esponsais ou promessas de casamento ou promessa esponsalícia ou noivado
NÃO há espaço para a teoria de perda de uma chance, pois é um direito de personalidade, de liberdade de cada ser humano.
Slide ‹nº› de 86
Modalidades de Casamento
Temos duas modalidades básicas de casamento: Civil e Religioso com efeitos civis, havendo formas especiais de celebração.
NATUREZA CIVIL.
“Casamento civil”: para designar aquele ato apenas celebrado perante a autoridade oficial do Estado (Juiz de Direito ou juiz de paz).
“Casamento religioso com efeitos civis”: para identificar o matrimônio celebrado por autoridade de qualquer religião brasileira.
Casamento “apenas religioso”: traduz uma união informal sob o ponto de vista estritamente jurídico, não sendo oficialmente reconhecido. Nada impede, no entanto, que esse enlace possa configurar uma união estável.
Slide ‹nº› de 86
Modalidades de Casamento
MODALIDADES (PELO MUNDO)
Civil: em alguns países somente se admite o casamento civil. Ex.: Chile, Argentina.
Civil ou religioso: com o mesmo efeito. Ex.: EUA, Inglaterra.
Religioso: exclusivamente. Ex.: Líbano.
Preferencialmente Religioso para a religião oficial, para as outras religiões seria civil. EX.: Espanha.
No Brasil, o casamento é exclusivamente civil. E civis são seus efeitos. É dizer que a cerimônia feita somente na igreja não tem natureza de casamento, chamada de eclesiástica.
Slide ‹nº› de 86
Modalidades de Casamento
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 1º - O casamento é civil e gratuita a celebração.
CÓDIGO CIVIL
Art. 1.512. O casamento é civil e gratuita a sua celebração.
Parágrafo único. A habilitação para o casamento, o registro e a primeira certidão serão isentos de selos,
emolumentos e custas, para as pessoas cuja pobreza for declarada, sob as penas da lei.
Slide ‹nº› de 86
Modalidades de Casamento
A celebração do casamento pode ser civil ou religiosa. Se religiosa, o Padre, Pastor, Médio, quem estiver realizando deverá ler a forma do Código Civil, pegar o consentimento, e os noivos, anteriormente, deverão se habilitar. Se eles não foram ao cartório e se habilitarão, a cerimônia será meramente religiosa. O estado civil das pessoas continua como antes.
Diferente dos EUA, os casamentos realizados em “Las Vegas” são verdadeiros.
No Brasil, exige prévia habilitação em cartório e a cerimonia poderá ser presidida pelo líder religioso. 
Slide ‹nº› de 86
Modalidades de Casamento
É gratuita a celebração do casamento civil, feita pelo Juiz de Direito ou em alguns Estados pelo Juiz de Paz. 
A habilitação, o registro e a primeira certidão são gratuitos na forma da lei.
Pobre na forma da Lei é quem prova que é pobre ou quem diz que é podre? STJ, REsp. 463.231/RS, pobre é quem afirma e terá direito da gratuidade. Pela simples declaração.
A celebração religiosa poderá ser atribuída valor, a depender de cada religião. E ela poderá ser feita em qualquer religião, em qualquer crença. Há jurisprudência permitindo a cerimônia em Candomblé, Umbanda e até mesmo Espirita, já que esta é (era) uma crença e não uma religião.
Para os Brasileiros a manifestação de crença em um ser superior é muito importante. Realiza-se, se incorpora no nosso dia-a-dia. O direito procura respeitar a religiosidade do povo do Brasil.
Slide ‹nº› de 86
Modalidades de Casamento
Art. 1.515. O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, produzindo efeitos a partir da data de sua celebração.
Art. 1.516. O registro do casamento religioso submete-se aos mesmos requisitos exigidos para o casamento civil.
§ 1o O registro civil do casamento religioso deverá ser promovido dentro de noventa dias de sua realização, mediante comunicação do celebrante ao ofício competente, ou por iniciativa de qualquer interessado, desde que haja sido homologada previamente a habilitação regulada neste Código. Após o referido prazo, o registro dependerá de nova habilitação.
§ 2o O casamento religioso, celebrado sem as formalidades exigidas neste Código, terá efeitos civis se, a requerimento do casal, for registrado, a qualquer tempo, no registro civil, mediante prévia habilitação perante a autoridade competente e observado o prazo do art. 1.532.
§ 3o Será NULO o registro civil do casamento religioso se, antes dele, qualquer dos consorciados houver contraído com outrem casamento civil.
Slide ‹nº› de 86
Modalidades de Casamento
Os arts. 1.515 e 1.516, CC, admitem uma situação jurídica de grande importância. Reconhecem a eficácia civil posterior para um casamento religioso. 
Para aquelas pessoas que casaram exclusivamente no religioso, sem habilitação civil, o estado civil destas pessoas continuam igual ao anterior, não são casadas. Mas estes artigos permitem as essas pessoas que requeiram ao juiz que venham a casar agora com a dispensa de uma nova cerimônia, provando com a certidão religiosa, e além disso, a eficácia civil retroativa ao casamento religioso. 
O Juiz pode emprestar retroação e dar ao casamento civil posterior eficácia retroativa. Fazendo com que estivessem casados desde a data do casamento religioso. É o casamento religioso com eficácia civil posterior ou casamento civil posterior com eficácia retroativa, dependendo da inexistência de impedimentos matrimoniais.
Slide ‹nº› de 86
Modalidades de Casamento
A Lei de Registros Públicos, Lei nº 6.015 de 1973, disciplina o casamento religioso com efeitos civis, em seus arts. 71 a 75.
Art. 71. Os nubentes habilitados para o casamento poderão pedir ao oficial que lhe forneça a respectiva certidão, para se casarem perante autoridade ou ministro religioso, nela mencionando o prazo legal de validade da habilitação. 
Art. 72. O termo ou assento do casamento religioso, subscrito pela autoridade ou ministro que o celebrar, pelos nubentes e por duas testemunhas, conterá os requisitos do artigo 71, exceto o 5°.
Parágrafo único. Será colhida, à margem do termo, a impressão digital do contraente que não souber assinar o nome e serão quatro, nesse caso, as testemunhas do ato. 
Art. 73. No prazo de trinta dias a contar da realização, o celebrante ou qualquer interessado poderá, apresentando o assento ou termo do casamento religioso, requerer-lhe o registro ao oficial do cartório que expediu a certidão. 
§ 1º O assento ou termo conterá a data da celebração, o lugar, o culto religioso, o nome do celebrante, sua qualidade, o cartório que expediu a habilitação, sua data, os nomes, profissões, residências, nacionalidades das testemunhas que o assinarem e os nomes dos contraentes. 
§ 2º Anotada a entrada do requerimento o oficial fará o registro no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. 
§ 3º A autoridade ou ministro celebrante arquivará a certidão de habilitação que lhe foi apresentada, devendo, nela, anotar a data da celebração do casamento.
Slide ‹nº› de 86
Modalidades de Casamento
A Lei de Registros Públicos, Lei nº 6.015 de 1973.
Art. 74. O casamento religioso, celebrado sem a prévia habilitação, perante o oficial de registro público, poderá ser registrado desde que apresentados pelos nubentes, com o requerimento de registro, a prova do ato religioso e os documentos exigidos pelo Código Civil, suprindo eles eventual falta de requisitos nos termos da celebração. 
Parágrafo único. Processada a habilitação com a publicação dos editais e certificada a inexistência de impedimentos, o oficial fará o registro do casamento religioso, de acordo com a prova do ato e os dados constantes do processo, observado o disposto no artigo 70.
Art. 75. O registro produzirá efeitos jurídicos a contar da celebração do casamento. 
Slide ‹nº› de 86
Modalidades de Casamento
Comparando os dois diplomas (art. 1.516, §1º, CC e o art. 73, LRP), observa-se que o CC dilatou o prazo para 90 dias para registro, ficando o art. 73 da Lei de Registros Públicos revogado.
MARIA HELENA DINIZ conclui que o casamento religioso terá duas espécies: casamento religioso precedido de habilitação civil e casamento religioso não precedido de habilitação civil.
Para STOLZE E PAMPLONA FILHO, trata-se da mesma hipótese, sendo apenas uma ordem cronológica do registro.
Slide ‹nº› de 86
Impedimentos Matrimoniais
O QUE SÃO IMPEDIMENTOS E QUAIS SÃO OS SEUS EFEITOS?
Os impedimentos são proibições para o casamento. Interdições do direito de casar.
Ordinariamente as pessoas são livres para casar, contudo, algumas pessoas são proibidas de casar com outras. 
Não se confunde impedimento matrimonial que são proibições de casamento entre certas pessoas, com incapacidade. Impedimento não é incapacidade. Até porque uma pessoa incapaz pode não ser impedida de casar. 
Imagine uma pessoa entre 16 e 18 anos de idade, é relativamente incapaz, mas pode casar. Da mesma forma, uma pessoa plenamente capaz pode ser impedida de casar com outra. Basta pensar em uma pessoa com mais de 18 anos que é impedida de casar com sua irmã. 
Slide ‹nº› de 86
Impedimentos Matrimoniais
QUAL O FUNDAMENTO DESTE IMPEDIMENTO? É a proteção do núcleo familiar pelo prisma biológico, moral ou social. 
É preciso observar que os impedimentos buscam uma efetiva proteção do núcleo familiar diante de certas circunstâncias, por esse motivo eles SÃO DE INTERESSE PÚBLICO E CONSEQUENTEMENTE A VIOLAÇÃO GERA NULIDADE E NÃO ANULABILIDADE DESTE CASAMENTO. 
Os impedimentos matrimoniais podem ser conhecidos pelo Oficial do Cartório, Ministério Público, Juiz, autoridade Religiosa que presidir o casamento ou por qualquer interessado. Há interesse público e qualquer pessoa pode conhecer o impedimento.
Slide ‹nº› de 86
Impedimentos Matrimoniais
Qual o momento para o reconhecimento dos impedimentos?
Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos,
até o momento da celebração do casamento, por qualquer pessoa capaz.
Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum impedimento, será obrigado a declará-lo.
Até o momento da celebração do casamento, mas este artigo precisa ser interpretado de forma sistémica, junto com o art. 1.538, CC. Desta forma, os impedimentos podem ser opostos até a celebração do casamento para impedi-la, ela não se realizará. Mas se uma celebração de casamento já começou, a oposição de impedimento (durante) pode gerar a sua SUSPENSÃO. E se a cerimonia já se realizou o impedimento não admite convalidação, podendo ser arguindo mesmo depois através de uma Ação Declaratória de Nulidade, a qual é imprescritível. 
Slide ‹nº› de 86
Impedimentos Matrimoniais
Como há interesse público esta ação pode ser proposta pelo Ministério Público ou por qualquer outro interessado. Competência da Vara de Família. 
Art. 1.723, CC – determina a aplicação dos impedimentos matrimonias inclusive na união estável. De modo que só pode ser união estável aquela que pode ser convertida em casamento. 
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.
§ 1o A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente.
Slide ‹nº› de 86
Impedimentos Matrimoniais
QUAIS SÃO OS IMPEDIMENTOS?
Os impedimentos são de INTERESSE PÚBLICO E OBSTAM A PRODUÇÃO DE EFEITOS DO CASAMENTO. E estes impedimentos podem ser discutidos a qualquer momento. 
Art. 1.521. Não podem casar:
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II - os afins em linha reta;
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V - o adotado com o filho do adotante;
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
Slide ‹nº› de 86
Impedimentos Matrimoniais
IMPEDIMENTOSMATRIMONIAS
Os ascendentes com os descendentes, qualquer que seja o tipo de parentesco (civil, natural, afinidade, adoção). Trêsprimeiros incisos
Os colaterais, até o 3º grau (irmãos, tio-sobrinho), qualquer que seja o tipo de parentesco – excetuado o exame pré-nupcial de compatibilidade sanguínea – DL 3.200/41 (3º grau – autorizado pelo juiz – casamento avuncular – tio e sobrinho).
Primos são colaterais de 4º grau e podem casar.
As pessoas já casadas (proibição de bigamia).
Único artigo que fala sobre a monogamia. É regra e não princípio.
O sobrevivente com quem foi condenado por homicídio ou tentativa contra o falecido cônjuge.
Slide ‹nº› de 86
Impedimentos Matrimoniais
Parentes até o 3º grau
Slide ‹nº› de 86
Causas suspensivas
APESAR DO NOME AS CAUSAS SUSPENSIVAS NÃO SUSPENDEM NADA. 
São recomendações para que certas pessoas EVITEM um novo casamento com a finalidade de não prejudicar patrimonialmente terceiros. 
NÃO SÃO DE INTERESSE PÚBLICO, não gerando nulidade e nem anulabilidade. O casamento realizado com violação de causa suspensiva é válido.
Slide ‹nº› de 86
Causas suspensivas
Como são de interesse particular, o Juiz, o MP e o Oficial não podem conhecê-las de ofício. 
As causas suspensivas só podem ser conhecidas por provocação do interessado. Não proibições, as pessoas não estão impedidas de casar, elas devem evitar o casamento. 
Se casarem, não causa nulidade ou anulabilidade, será imposto o regime da separação obrigatória de bens, mesmo que o casal tenha escolhido outro regime, para preservar os interesses de terceiros.
As causas suspensivas não incidem sobre a união estável, somente sobre o casamento, pois ressalvam interesses de terceiros. Na união estável não produz efeitos em relação a interesse de terceiros.
Slide ‹nº› de 86
Causas suspensivas
Art. 1.523. NÃO DEVEM CASAR:
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.
Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser argüidas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consangüíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam também consangüíneos ou afins.
Slide ‹nº› de 86
Causas suspensivas
CAUSAS SUSPENSIVAS DO CASAMENTO – CC, ART. 1523
O(a) viúvo(a), que tem filhos do falecido(a), enquanto não fizer a partilha dos bens deixados (a questão da hipoteca legal – CC, 1.489,II).
Para evitar a confusão do patrimônio. Se o viúvo se casar sem realizar a partilha, os bens deste fica sob hipoteca legal em favor dos filhos.
A mulher cujo casamento se desfez nos 10 meses subsequentes ao término (turbatiosanguinis– confusão sanguínea).
O filho que ela virá a ter nos 10 meses subsequentes, presumidamente será do ex-marido.
O(a) divorciado(a), enquanto não fizer a partilha de bens (STJ, Súmula 197 e CC 1.581 – divórcio sem partilha de bens - permissão)
O tutor/curador e seus parentes com tutelado/curatelado enquanto perdurar a tutela/curatela
Slide ‹nº› de 86
Causas suspensivas
O parágrafo único do art. 1.523, permite que o juiz venha a isentar a causa suspensiva e autoriza a escolha do regime de bens, quando perceber que não haverá prejuízo para o terceiro. Ex.: a mulher cujo casamento se desfez pode não estar gestante. A viúva que tenha filhos com o falecido pode provar que este não deixou bens. 
Em todos esses casos de causas suspensivas, a qual conduz ao regime de separação obrigatória de bens, será possível aos cônjuges, posteriormente, requerer ao Juiz a mudança do regime de bens, provando que cessou a causa que lhe originou.
Slide ‹nº› de 86
Habilitação para o casamento
É um procedimento administrativo que tramita perante o cartório de registro civil do domicílio dos nubentes. Se tiverem domicílios distintos, o procedimento tramitará em um dos domicílios. Porém, os editais de proclamas serão publicados em ambos.
A finalidade é a verificação sobre eventuais impedimentos matrimoniais. Descobrir se os noivos estão aptos ou não para casar.
O casamento é personalíssimo, mas tanto a habilitação para o casamento, como a cerimônia podem se materializar por meio de procuração pública com poderes especiais e prazo máximo de validade de noventa dias.
Slide ‹nº› de 86
Habilitação para o casamento
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DE HABILITAÇÃO PARA O CASAMENTO –CC 1.525
Fase 1.REQUERIMENTOformulado pelos noivos, pessoalmente ou por procurador, com a apresentação dos documentos exigidos.
 
Fase 2.PUBLICAÇÃOdos proclamas na Imprensa Oficial, onde houver, e no cartório, e audição do Ministério Público (eventual deliberação judicial, quando houver impugnação).
 
Fase 3.REGISTRO E EXPEDIÇÃO DE CERTIDÃO DE HABILITAÇÃOpara casamento (validade de 90 dias, sob pena de caducidade).
 
Slide ‹nº› de 86
Habilitação para o casamento
Fase 1. Requerimento formulado pelos noivos, pessoalmente ou por procurador, com a apresentação dos documentos exigidos.
Não há a necessidade de Advogado, muito menos pagamento de honorários. Pagamento apenas das custas cartorárias.
DOCUMENTAÇÃO:
Prova da Idade núbil 
- certidão de nascimento: idade núbil. Noivos precisam provar a idade para o casamento. A idade para o casamento é de 16 anos. 
Slide ‹nº› de 86
Habilitação para o casamento
Fase 1
DOCUMENTAÇÃO:
Prova da Idade núbil 
- se os noivos têm entre 16 e 18 anos de idade, eles necessitaram de autorização dos pais ou representantes ou suprimento de consentimento (Juiz - divergência entre os pais; se os pais não autorizarem). A AÇÃO DE SUPRIMENTO DE CONSENTIMENTO é de jurisdição voluntária e de competência da Vara de Família. A decisão judicial deverá ser prudente, pois estará permitindo o casamento e consequente a emancipação do menor. Art. 1.518, CC – até a celebração a autorização poderá ser revogada. Com isso, ocorrerá o suprimento do consentimento – art. 1.519, CC.
Slide ‹nº› de 86
Habilitação para o casamento
Fase 1
DOCUMENTAÇÃO:
Prova da Idade núbil 
- Na hipótese do menor de 16 anos, não poderá casar, com exceção da previsão do art. 1.520, CC. AÇÃO DE SUPRIMENTO DE IDADE e Juiz autoriza em caso de gravidez ou para evitar pena criminal (art. 107, CP sofreu modificação e extinguiu a parte que tratava da extinção da punibilidade pelo casamento do agente com a vítima, diante disso a possibilidade está esvaziada – poderá servir como atenuante). A ação é de jurisdição voluntária e a competência é da Vara de Família. A ação será proposta pelos pais se quiserem assisti-lo, caso não, será possível a AÇÃO DE SUPRIMENTO DE IDADE C/C SUPRIMENTO DE CONSENTIMENTO. O menor precisa está representado ou assistido (art. 8º, CPC), o art. 9º, CPC, porém se houver conflito de interesses entre o incapaz e o seu representante ou assistente o Juiz nomeará curador especial para representá-lo.
Slide ‹nº› de 86
Habilitação para o casamento
Fase 1. 
DOCUMENTAÇÃO:
DECLARAÇÃO DE DUAS TESTEMUNHAS MAIORES, parentes ou não, para atestar que não há impedimentos que os iniba de casar.
DECLARAÇÃO DE ESTADO CIVIL, DO DOMICILIO E RESIDÊNCIA.
CERTIDÃO DE ÓBITO do cônjuge falecido (viúvo) ou SENTENÇA DECLARATÓRIA DE NULIDADE OU ANULAÇÃO do casamento, transitada em julgado ou SENTENÇA DE DIVÓRCIO. 
Slide ‹nº› de 86
Habilitação para o casamento
Fase 2. Publicação dos proclamas na Imprensa Oficial, onde houver, e no cartório, e audição do Ministério Público (eventual deliberação judicial, quando houver impugnação).
Prazo mínimo de 15 dias e findo, com ou sem impugnação, os autos da habilitação serão encaminhados para o Ministério Público. Art. 1.526, CC.
Havendo impugnação de algum interessado ou do Ministério Público, o Juiz decidirá. Note-se que o Juiz somente precisará decidir na hipótese de impugnação.
O MP devolve os autos ao Oficial e o procedimento de encerra. Não havendo impugnação, o procedimento se encerra perante o Oficial.
Slide ‹nº› de 86
Habilitação para o casamento
Fase 2. Observação: Recomendação do Conselho Nacional do Ministério Público – caráter não vinculativo.
RECOMENDAÇÃO n° 16 , de 28 de abril de 2010.
RESOLVE, respeitada a independência funcional dos membros da Instituição, expedir a seguinte RECOMENDAÇÃO, sem caráter vinculativo:
Art. 1º. Em matéria cível, intimado como órgão interveniente, poderá o membro do Ministério Público, ao verificar não se tratar de causa que justifique a intervenção, limitar-se a consignar concisamente a sua conclusão, apresentando, neste caso, os respectivos fundamentos.
(...)
Art. 5º. Perfeitamente identificado o objeto da causa e respeitado o princípio da independência funcional, é desnecessária a intervenção ministerial nas seguintes demandas e hipóteses:
I - Intervenção do Ministério Público nos procedimentos especiais de jurisdição voluntária;
II - Habilitação de casamento, dispensa de proclamas, registro de casamento in articulo mortis – nuncupativo, justificações que devam produzir efeitos nas habilitações de casamento, dúvidas no Registro Civil;
III – Ação de divórcio ou separação, onde não houver cumulação de ações que envolvam interesse de menor ou incapaz;
IV - Ação declaratória de união estável, onde não houver cumulação de ações que envolva interesse de menor ou incapaz;
V - Ação ordinária de partilha de bens;
VI - Ação de alimentos, revisional de alimentos e execução de alimentos fundada no artigo 732 do Código de Processo Civil, entre partes capazes;
VII - Ação relativa às disposições de última vontade, sem interesse de incapazes, excetuada a aprovação, cumprimento e registro de testamento, ou que envolver reconhecimento de paternidade ou legado de alimentos;
(...)
Slide ‹nº› de 86
Habilitação para o casamento
Fase 3. Registro e expedição de certidão de habilitação para casamento (validade de 90 dias, sob pena de caducidade).
Expedida a certidão os noivos têm 90 dias para casar, assim, devem procurar a autoridade para marcar a data e o local. Art. 1.532, CC
Slide ‹nº› de 86
Habilitação para o casamento
Durante o procedimento de habilitação, os noivos podem, querendo, declarar a vontade de acrescer o sobrenome do outro. Art. 1.565, §1º, CC.
O STJ vem reconhecendo que este acréscimo é facultativo e, também, a possibilidade da supressão de algum nome para o acréscimo (STJ, REsp. 662.799/MG).
Nas duas hipóteses de suprimento judicial (idade e consentimento), O MENOR EMANCIPADO PELO CASAMENTO NÃO PERDE A PROTEÇÃO LEGAL DO ECA, POIS ADOTA O CRITÉRIO ETÁRIO.
Slide ‹nº› de 86
Celebração do Casamento
Se o casamento é formal e solene, nada mais que se esperar que ela tenha uma celebração solene e formal.
É o momento em que os noivos já habilitados submetem-se a uma cerimonia para declarar o casamento. 
A cerimônia ocorre no prazo de 90 dias, contados da expedição da certidão de habilitação, sob pena de perda de eficácia, caso em que terão que recomeçar todo o procedimento.
Slide ‹nº› de 86
Celebração do Casamento
De posse da certidão de habilitação, os noivos procurarão a autoridade competente que designará dia, hora e local. 
A autoridade competente poderá ser o Padre ou Pastor em uma cerimônia religiosa. 
Ou o Juiz de Direito em caso de cerimônia civil, em alguns Estados da Federação ainda mantém a figura do Juiz de Paz. 
Slide ‹nº› de 86
Celebração do Casamento
Em que dia? Em que hora? Em que lugar?
“Qualquer dia
Qualquer hora
A gente se encontra
Seja a onde for
Prá falar de amor...	(Amantes)
O dia poderá ser qualquer dia da semana, em qualquer horário, e em qualquer lugar. Art. 1.534, CC. 
Se for em prédio particular, precisa estar de portas abertas e dobra o número de testemunhas.
Como também dobrará se um dos noivos não souber ou não puder escrever.
Slide ‹nº› de 86
Celebração do Casamento
RITO DA CELEBRAÇÃO
Slide ‹nº› de 86
Celebração do Casamento
RITO DA CELEBRAÇÃO
Pessoas necessárias: 2 contraentes + 2 testemunhas + 1 oficial do registro + 1 presidente do ato = 6 pessoas 
Se o casamento for com cerimônia religiosa, dispensa-se o oficial do cartório. Neste caso, os nubentes terão o prazo de 90 dias após a cerimônia para registrar a ata do casamento, sob pena de caducidade.
Slide ‹nº› de 86
Celebração do Casamento
RITO DA CELEBRAÇÃO
Não é necessária a palavra sim, mas qualquer expressão afirmativa. Em caso de gracejo ou dúvida de um dos noivos, a autoridade deverá suspender a cerimônia que só deverá ser retomada 24 horas depois.
Leitura da forma sacramental – art. 1.535, CC. "De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados”. 
Em que momento o casamento efetivamente existe?
1.514, CC – “e o Juiz os declara casados” – Leitura da forma sacramental.
Slide ‹nº› de 86
Flexibilização da Celebração do Casamento 
O Código não esqueceu que a celebração do casamento poderá sofrer flexibilizações. E estas serão duas, respectivamente
nos art. 1.539 e 1.540, CC. A primeira mínima, a segunda mais profunda.
Casamento moléstia grave – art. 1.539, CC. Flexibilização mínima. Autorizando a sua realização quando um dos noivos estiver em risco de morte. Prévia realização da habilitação para o casamento. A autoridade irá onde ela estiver, com duas testemunhas, e será feito registro posterior no prazo de 5 dias (§2º).
Slide ‹nº› de 86
Flexibilização da Celebração do Casamento 
Casamento Nuncupativo (Iminente risco de morte ou in extremis vitae) – art. 1.540, CC – excepcionalidade. Flexibilização máxima, com habilitação posterior e necessidade de homologação judicial, ouvido do MP. Presença de 06 testemunhas, não podendo ser parentes dos nubentes. As testemunhas declaram a situação de risco de morte e vontade dos noivos. As testemunhas disporão do prazo impróprio (prazo de preclusão fraca – a perda do prazo não gera nenhuma consequência jurídica) de 10 dias para requererem a homologação. Se não fizerem, qualquer interessado (noivos, familiares) poderá fazê-lo. O Juiz mandará processar a habilitação para o casamento, para verificar se há impedimentos. Após será ouvido as testemunhas. E o Juiz homologará ou não o casamento. Caso homologue terá eficácia retroativa, ex tunc, na data da celebração. Este casamento estará sob o regime de separação obrigatória de bens. Se os cônjuges sobreviverem poderão posterior requerer a mudança do regime de bens. 
Slide ‹nº› de 86
Planos Jurídicos (dimensões) do casamento
Escada Ponteana – três dimensões
Existência 
Validade 
Eficácia
Não se admite o controle de eficácia, sob termo (até tal data), condição (que não fique chata) ou encargo.
Afasta-se o controle dos efeitos, razão pela qual, no casamento se estuda a existência e a validade.
Slide ‹nº› de 86
Plano da Existência do Casamento
No plano da existência o que vai se verificar é que o casamento precisa obedecer alguns pressupostos. 
Sem estes o ato se quer se forma, não há existência. Será um nada jurídico. 
Portanto, já podemos perceber que o plano da existência do casamento é prejudicial, no sentido se ele não existe é um irrelevante jurídico. Não terá nenhuma importância para o direito, na falta de existência.
Slide ‹nº› de 86
Plano da Existência do Casamento
TEORIA DA EXISTÊNCIA JURÍDICA
Criada na França para tentar justificar o vício que pesava sobre um casamento de pessoa do mesmo sexo. Neste país, ocorreu o casamento de pessoas do mesmo sexo há muitos anos, surgindo uma dúvida: este casamento era nulo? 
O Ministério Público Frances ajuizou uma ação, entretanto, surgiu uma discursão por causa do princípio “Pas de nullité sans texte” (não há nulidade sem texto legal). Se não há previsão legal, também não há nulidade. Assim, descobriu-se que o casamento de pessoas do mesmo sexo não seria nulo. 
Se ele não é nulo, surgiram os doutrinadores franceses com a teoria da inexistência. Este casamento não seria nulo, se quer terá a discursão sobre a sua validade, pois não existiu. Não existe para o ordenamento jurídico.
A DOUTRINA BRASILEIRA, HISTORICAMENTE, ADOTOU AS ORIENTAÇÕES FRANCESAS, COM ISSO FORAM ENTABULADOS OS PRESSUPOSTOS EXISTENCIAIS DO MATRIMONIO.
Slide ‹nº› de 86
Plano da Existência do Casamento
PRESSUPOSTOS: (suposições prévias) Sine qua non - sem a/o qual não pode ser
DECLARAÇÃO DE VONTADE: por si ou por seu procurador com poderes especiais (público - validade de 90 dias). O casamento é ato personalíssimo, mas a habilitação e a celebração podem ser realizadas por procurador;
CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO;
DIVERSIDADE DE SEXOS: historicamente havia esta necessidade, até o julgamento do STF, na ADIN 4277/DF, em que entendeu que a união de pessoas do mesmo sexo pode caracterizar uma família, admitindo a união homoafetiva. O STJ, no REsp. 1.183.378/RS, admitiu o casamento homoafetivo. Portanto, podemos dizer que a diversidade de sexos não mais é pressuposto do casamento. A união homoafetiva pode se concretizar como união estável ou pelo casamento. 
Slide ‹nº› de 86
Plano da Validade do Casamento
O plano da validade depende da Lei. Está parametrizado pela Lei. É a norma legal que irá indicar a nulidade e anulabilidade.
Nulidade e anulabilidade são espécies do gênero Invalidade, esta significa a violação da Lei.
Primeiro, necessita-se chamar atenção para o traço distintivo das nulidades e das anulabilidades do casamento.
Slide ‹nº› de 86
Plano da Validade do Casamento
DISTINÇÃO ENTRE CASAMENTO NULO E CASAMENTO ANULÁVEL
CasamentoNulo -Art. 1.548, CC
CasamentoAnulável -art. 1.550, CC
Fundamenta-se em razões de ORDEM PÚBLICA.
Fundamenta-se em razões deORDEM PRIVADA.
Pode serDECLARADA DE OFÍCIO peloJuiz, a requerimento do MP, pelo oficial do cartório, ou por qualquer interessado.
Somente poderá ser invocada por aquele a quem aproveite,NÃO PODENDO SER RECONHECIDA DE OFÍCIO.
NÃO É SUSCETÍVEL DE CONFIRMAÇÃO/ratificação/convalidação.
ÉSUSCETÍVEL DE CONFIRMAÇÃO.
Não convalesce pelo passar do tempo.
Submete-se a prazos decadenciais.
NÃO PRODUZ EFEITOS.
PRODUZ EFEITOS,enquanto não for anulado.
Reconhecido através deAÇÃO MERAMENTE DECLARATÓRIA.Imprescritível.
Reconhecido através deAÇÃO DESCONSTITUTIVA (negativa), sujeita a prazo decadencial.
AdmiteCONVERSÃO SUBSTANCIAL.Art. 170. Quando ele pode ser alterado e modificado em outra categoria. Esta que poderia ser convertido, em união estável.
ADMITE SANAÇÃO pelaspróprias partes.
Slide ‹nº› de 86
Plano da Validade do Casamento
O MP tem legitimidade para ajuizar Ação Declaratória de Nulidade de Casamento, mas não tem para Ação Anulatória de Casamento, pois há interesse privado.
 
Causas de Nulidade e Anulabilidade
Nulidade – art. 1.548, CC
Anulável – art. 1.550, CC
Slide ‹nº› de 86
Plano da Validade do Casamento
Hipóteses de nulidade de casamento
Hipóteses de anulabilidade do casamento
Impedimentos matrimoniais (CC, art. 1.521).
Defeito de idade (falta de idade núbil), exceção doart. 1.551,CC (gravidez).
Incapacidade do agente, por causa psicológica (mental).
Sea incapacidade for por causa da idade já não é causa de nulidade, e sim de anulabilidade.
Falta de consentimento dos responsáveis.
 
Erro essencial ou coação (vício de consentimento).
 
Incapacidade relativa por causa psicológica. Ex.: pródigo, embriagues, toxicomania.
 
Revogação do mandato ou quando cessou o prazo de 90 dias.
Seo casal passou a viver sob o mesmo teto, o casamento não será anulado.
 
Incompetência da autoridade celebrante.
 
Slide ‹nº› de 86
Plano da Validade do Casamento
HIPÓTESES CARACTERIZADORAS DO ERRO SOBRE A PESSOA DO CÔNJUGE, TORNANDO O CASAMENTO ANULÁVEL(CC, 1.557)
Erro sobre a identidade do cônjuge (física ou civil).
 
Ex.: casar com o gêmeo errado ou com um transexual que tenha feito a cirurgia sem comunicação ao outro cônjuge.
Ignorância de crimeanterior ao casamento, tornando insuportável a vida conjugal.
Ignorância de defeito físico irremediável (manutenção de relações sexuais) ou moléstia grave e transmissível,anterior ao casamento.
Ignorância de doença mental grave que torna o casamento insuportável, existenteantes do casamento.
Slide ‹nº› de 86
Plano da Validade do Casamento
Estes quatro casos não comportam interpretação ampliativa. Será, portanto, restritiva. 
ELAS DEVEM EXISTIR ANTES DO CASAMENTO E DESCOBERTA APÓS O CASAMENTO, TORNANDO A VIDA CONJUGAL INSUPORTÁVEL.
Há uma sistemática própria para o erro, não incidindo as regras do erro como no vício de vontade nos demais negócios jurídicos. Somente erro sobre a pessoa do cônjuge.
Slide ‹nº› de 86
Plano da Validade do Casamento
INCOMPETÊNCIA DA AUTORIDADE CELEBRANTE.
Falta de poderes deferidos pela legislação. Ou seja, é aquele Juiz que poderia celebrar, mas não tem poderes. É o Juiz da Vara Crime, da Vara de Falência. As Leis de organização Judiciaria de cada Estado dirão quem é o Juiz competente. A maioria dos Estados é o Juiz da Vara de Família. Os demais Juízes de Direito serão incompetentes.
Se for Juiz Federal ou do Trabalho (delegado, advogado, MP), neste
caso não será incompetente, faltou autoridade. É um casamento inexistente e não anulável. 
Competente é autoridade celebrante, ou seja, autoridade religiosa e o Juiz de Direito (estadual – em alguns Estados o Juiz de Paz).
Slide ‹nº› de 86
Plano da Validade do Casamento
PRAZOS DECADENCIAIS para a anulação do casamento - Art. 1560,CC.
Para cada uma das hipóteses de casamento anulável o Código estabeleceu um prazo diferente.
Slide ‹nº› de 86
Plano da Validade do Casamento
HIPÓTESE DE ANULAÇÃO DO CASAMENTO
PRAZO DECADENCIAL
CC, 1.560
Defeito de idade (inciso I)
180 dias
Obs.: contados para o menor do dia em que perfez a idade de 16 anos.
Falta de consentimento (inciso II)
180 dias
Obs.: contados da data do casamento para seus representantes legais ou ascendentes.
Erro essencial (inciso III)
3 anos
Coação (inciso III)
4 anos
Obs.: contados da celebração do casamento
Incapacidade relativa por causa psíquica (inciso IV)
180 dias
Obs.: contados da data que recuperar a capacidade
Revogação de mandato (inciso V)
180 dias
 Obs.: Contados a partir da data em que o mandante tiver conhecimento da celebração
Incompetência da autoridade celebrante (inciso VI)
2 anos
Slide ‹nº› de 86
Plano da Validade do Casamento
CASAMENTO PUTATIVO
O casamento putativo é aquele celebrado de boa-fé, por um ou ambos os nubentes, que eventualmente é nulo ou anulável.
Exemplo: casou-se com a irmã sem saber que assim o era. Boa-fé, mas nem por isso o casamento deixa de ser nulo ou anulável.
Slide ‹nº› de 86
Plano da Validade do Casamento
CASAMENTO PUTATIVO
Para o reconhecimento da putatividade, haverá uma mitigação do art. 3º, da LINDB, este artigo proibi a alegação de erro de direito. 
O casamento pode ser putativo alegando-se erro de direito. A BOA-FÉ É A CHAVE DO SEGREDO DA PUTATIVIDADE. Estando ele de boa-fé, pouco interessa se é erro de fato (não sabia que era irmã) ou de direito (sabia que era irmão, mas não sabia que era proibido).
Slide ‹nº› de 86
Plano da Validade do Casamento
CASAMENTO PUTATIVO
Portanto, tratando-se de casamento nulo ou anulável, celebrado de boa-fé, mesmo com erro de direito, no casamento putativo, o Juiz poderá emprestar efeitos jurídicos a este casamento. 
O Juiz dirá quais são esses efeitos (se mantém o uso do sobrenome, se faz a partilha de bens com presunção absoluta, etc.) que se manterão com a nulidade ou anulabilidade por conta da boa-fé. Mantendo os efeitos para um ou para ambos os nubentes, dependendo da boa-fé de cada. 
Slide ‹nº› de 86
Plano da Validade do Casamento
CASAMENTO PUTATIVO
O CASAMENTO SERÁ DECRETADO NULO OU ANULÁVEL, E OS EFEITOS SE MANTERÃO PARA OS NUBENTES QUE ESTIVER DE BOA-FÉ.
A putatividade pode ser reconhecida de ofício pelo Juiz, ou a requerimento do MP ou do interessado.
A putatividade pode ser reconhecida na própria decisão judicial que declara nulo ou anula o casamento. Ou em decisão posterior (julgamento de embargos de declaração ou ação autônoma de reconhecimento de putatividade).
Slide ‹nº› de 86
Efeitos jurídicos do casamento
O casamento produz diferentes efeitos jurídicos, em relação aos próprios cônjuges (efeitos pessoais), e em relação a terceiros (efeitos sociais).
Slide ‹nº› de 86
Efeitos jurídicos do casamento
EFEITOS PESSOAIS DO CASAMENTO
Estabelecimento de uma comunhão de vida (CC, 1.511).
Fixação do domicílio conjugal (CC, 1.569).
Ex.: marido e mulher trabalham em locais diferentes.
Contribuição proporcional para a manutenção do lar conjugal, independentemente do regime de bens (CC, 1568).
Exercício conjunto de direção da sociedade conjugal (em caso de divergência, deliberação judicial). (art. 1.567, CC)
Possibilidade de acréscimo de sobrenome (facultatividade). (CC, 1.565)
Possibilidade de supressão admitida pelo STJ,REsp.662.799/MG.
O STJ vem reconhecendo a possibilidade de alteração do registro no caso de divórcio com retorno do nome anterior. (STJ,REsp.1.041.751/DF)
Imposição de deveres recíprocos (fidelidade, coabitação, assistência recíproca, guarda, sustento e educação da prole, respeito e consideração). (art. 1566, CC). Osdois primeiros (fidelidade – espécie de respeito e consideração - e vida em comum –STF, Súmula 382) não se aplicam a união estável.
Slide ‹nº› de 86
Efeitos jurídicos do casamento
EFEITOS SOCIAIS DO CASAMENTO
Constituição de uma entidade familiar.
Emancipação do cônjuge incapaz (sem retorno ao status quo ante, no caso de dissolução do casamento).
Presunção de paternidade dos filhos nascidos na constância do casamento (presunção parteisest –CC 1.597). relativa.
STJ, REsp.23/PR– aplicação da presunção de paternidade na união estável.
Mudança do estado civil (sem retorno ao status quo ante)
 Uniãoestável não muda o estado civil.
Estabelecimento do parentesco por afinidade entre cada cônjuge e os parentes do outro (CC, 1.595).
Esteefeito alcança a união estável. Gerando um único efeito: impedimento matrimonial.
 Obs.: estes efeito na linha reta (sogro, sogra, enteado, enteada) não se dissolve nunca. Na linha colateral se dissolve.
Slide ‹nº› de 86
Referências
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: Direito de família. 14 ed. São Paulo: Atlas, 2014.  
GAGLIANO, Pablo Stolze, PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil: Direito de família: as famílias em perspectiva constitucional. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2014. v.6.
FARIAS, Cristiano Chaves de, ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: Famílias. 6 ed. Salvador: JusPodivm, 2014, v. 6.
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 8 ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011.
Slide ‹nº› de 86

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais