Buscar

Direito Família - Regime de Bens

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Direito Família
Regime de Bens
Slide ‹nº› de 70
1. Os efeitos patrimoniais do casamento (o regime de bens)
O casamento produz diferentes efeitos entre os cônjuges. Estes são pessoais, sociais e patrimoniais. No casamento há uma diferente gama eficacial.
EFEITOS PESSOAIS DO CASAMENTO
Entreos cônjuges
Fidelidade, coabitação(efeitos exclusivos do casamento, não incidem na união estável), assistência recíproca, lealdade, consideração, guarda, sustento e educação da prole (CC, 1.566); possibilidade de acréscimo do sobrenome (CC, 1.565); fixação do domicílio conjugal.
Slide ‹nº› de 70
1. Os efeitos patrimoniais do casamento (o regime de bens)
EFEITOS SOCIAIS DO CASAMENTO
Doscônjuges para com terceiros.
Emancipação;estabelecimento do parentesco por afinidade(pelo CCsomenteeste se aplica à união estável); mudança do estado civil;presunção de paternidade dos filhos nascidos na constância do casamento(jurisprudência do STJ, também seaplicaà união estável).
Slide ‹nº› de 70
1. Os efeitos patrimoniais do casamento (o regime de bens)
Trilogia nos efeitos do casamento.
Todo casamento produz efeitos patrimoniais/econômicos, em qualquer regime de bens.
EFEITOS PATRIMONIAIS DO CASAMENTO
Efeitoseconômicos
Regime de bens do casamento
Slide ‹nº› de 70
2. O regime de bens como a eficácia econômica de um casamento
O regime de bens é a eficácia econômica de um casamento. É a regulamentação da eficácia econômica de um casamento.
O professor LUIZ EDSON FACHIN, em uma visão simbólica, construiu uma analogia. Ele compara ao casamento e seus efeitos patrimoniais com o voo de uma aeronave: toda aeronave decola. A decolagem é a celebração. Depois da celebração, o casamento será regido pelos efeitos, estes se comparando com a cabine do avião (regime de bens). Assim, como todo voo da aeronave, o casamento de extingue, seja pelo divórcio (turbulência para o pouso), pela morte (circunstâncias esperadas).
Slide ‹nº› de 70
2. O regime de bens como a eficácia econômica de um casamento
Ordinariamente, o regime de bens cessa com a dissolução de um casamento (morte, declaração de ausência e divórcio – art. 1.571, CC). 
Para o STJ, o regime de bens também cessa com a separação de fato, independentemente de prazo, pela proibição do enriquecimento sem causa (STJ, REsp. 556.771/SP). 
O Código Civil no art. 1.642, inciso V, CC, prevê que cessa o regime de bens, se o casal estiver separado de fato a mais de 05 anos. 
Conclusão: Se a simples separação de fato já caracteriza a união estável (art. 1.723, §1º, CC), e se esta tem regime de bens (comunhão parcial de bens), não há fundamento a permanência deste vinculo de 05 anos após a separação de fato.
Slide ‹nº› de 70
2. O regime de bens como a eficácia econômica de um casamento
Haverá sub-rogação no caso da venda de um bem, constituído na constância da união, para aquisição de outro, mesmo que este seja de valor superior. O valor do primeiro bem se sub-roga. 
Por exemplo: na constância do casamento havia um carro, após a separação o marido vende o carro e adquire um apartamento. O valor do carro se sub-roga, tendo a esposa a metade do valor correspondente ao carro.
Slide ‹nº› de 70
2.1 Outorga do cônjuge ou vênia conjugal
Outro ponto é a necessidade de outorga do cônjuge (vênia conjugal). 
Uxória - esposa e marital – marido: necessidade de consentimento do consorte para a prática de atos de disposição patrimonial, fiança e aval. Para que a pessoa casada pratique alguns atos necessita da autorização do outro cônjuge.
A autorização tem natureza jurídica de legitimação, esta é um requisito específico, exigido de pessoas capazes, para a prática de atos específicos.
Slide ‹nº› de 70
2.1 Outorga do cônjuge ou vênia conjugal
Rol consta de dois tipos de atos jurídicos que não podem ser praticados sem consentimento do cônjuge: a) negócio jurídico substancial (incisos I, III e IV); b) atos processuais (inciso II).
No casos dos negócios substanciais, poderá o cônjuge preterido ingressar com ação anulatória do negócio.
Na hipótese de atos processuais, poderá o cônjuge que não foi ouvido adotar outras providências: a) ingressar no processo e pleitear a anulação dos atos praticados; b) ajuizar ação rescisória (CPC, art. 485, V), se a demanda (ajuizada pelo outro cônjuge, sem o seu consentimento) já transitou em julgado; c) ajuizar uma ação declaratória de inexistência do processo (apelidada por alguns de Querella Nullitatis), se não tiver sido citado em ação real imobiliária proposta contra o cônjuge. 
Slide ‹nº› de 70
2.1 Outorga do cônjuge ou vênia conjugal
 PORTANTO, NECESSITAM A VÊNIA CONJUGAL:
A alienação (vender ou doar) de bens imóveis. Recai, ainda, sobre os imóveis pertencente a um dos cônjuges, bem particular, pois em alguns regimes de bens, como a comunhão parcial, os frutos e rendimentos do bem particular pertencem a ambos os cônjuges (art. 1.669, CC);
A oneração de bens imóveis (dar em garantia – hipoteca, alienação fiduciária, anticrese):
 A fiança e aval;
Litisconsórcio passivo (necessário) (art. 10, §1º, CPC) nas causas relacionadas a direitos reais imobiliários, na coisa própria ou na alheia. Se for autor da ação necessita de autorização do outro cônjuge. STJ Súmula nº 134, Embora intimado da penhora em imóvel do casal, o cônjuge do executado pode opor embargos de terceiro para defesa de sua meação.
Slide ‹nº› de 70
2.1 Outorga do cônjuge ou vênia conjugal
Fazer doação de bens comuns (móveis ou imóveis) ou que possam futuramente ser meados (regime da participação final dos aquestos). 
Contrato de locação de imóvel por período superior a dez anos (Lei nº 8.245/91, art. 3º).
Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da Penha), autoriza o Juiz, dentre as medidas protetivas de urgência (art. 24, II), a proibir, temporariamente, a celebração de contratos de compra e venda e locação em bens de propriedade comum. O pedido pode ser formulado pela vítima diretamente ao magistrado ou à autoridade policial, que encaminhará o pedido para a deliberação judicial.
Slide ‹nº› de 70
2.1 Outorga do cônjuge ou vênia conjugal
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III - prestar fiança ou aval;
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada.
Prova do Consentimento por meio de escritura pública como na essência do ato, por inteligência do art. 220, CC. Porém, nada obsta ser por instrumento autônomo. 
Art. 220. A anuência ou a autorização de outrem, necessária à validade de um ato, provar-se-á do mesmo modo que este, e constará, sempre que se possa, do próprio instrumento.
Slide ‹nº› de 70
2.1 Outorga do cônjuge ou vênia conjugal
Como também as ações judiciais relativas a estas circunstâncias precisam de ter o consentimento do outro cônjuge (litisconsórcio passivo necessário – art. 10, CPC).
Art. 10. O cônjuge somente necessitará do consentimento do outro para propor ações que versem sobre direitos reais imobiliários. 
§ 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para as ações: 
I - reais imobiliárias; 
I - que versem sobre direitos reais imobiliários; 
II - resultantes de fatos que digam respeito a ambos os cônjuges ou de atos praticados por eles; 
III - fundadas em dívidas contraídas pelo marido a bem da família, mas cuja execução tenha de recair sobre o produto do trabalho da mulher ou os seus bens reservados; 
IV - que tenham por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóveis de um ou de ambos os cônjuges.
§ 2o Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nos casos de composse ou de ato por ambos praticados.
Slide ‹nº› de 70
2.1 Outorga do cônjuge ou vênia
conjugal
Inaplicabilidade da exigência de outorga da outra parte à união estável (art. 1.647).
Duas correntes:
Aplica-se a exigências, pois, embora, a referência expressa seja aos cônjuges, seria exigível em todos os casos de incidência da comunhão de bens, salvo existindo um contrato escrito, estabelecendo a separação absoluta.
Não se aplica a exigência da outorga. Como não se exige registro público de uma união estável, não há como o terceiro estar protegido de eventuais prejuízos. Resolve-se o problema entre os companheiros, através da responsabilidade civil. Acionando o terceiro se tiver ciência da união e mesmo assim realizar o negócio fraudulento, propiciando a anulabilidade. Para evitar deve-se registrar os imóveis em nome dos dois companheiros.
Slide ‹nº› de 70
2.1 Outorga do cônjuge ou vênia conjugal
A recusa imotivada ou não razoável pelo cônjuge permite o suprimento judicial (procedimento de jurisdição voluntária – vara de Família), para evitar abuso de direito. 
CC, Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la.
Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal.
Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por instrumento público, ou particular, autenticado.
Art. 1.650. A decretação de invalidade dos atos praticados sem outorga, sem consentimento, ou sem suprimento do juiz, só poderá ser demandada pelo cônjuge a quem cabia concedê-la, ou por seus herdeiros.
CPC, Art. 11. A autorização do marido e a outorga da mulher podem suprir-se judicialmente, quando um cônjuge a recuse ao outro sem justo motivo, ou lhe seja impossível dá-la.
Parágrafo único. A falta, não suprida pelo juiz, da autorização ou da outorga, quando necessária, invalida o processo.
Slide ‹nº› de 70
2.1 Outorga do cônjuge ou vênia conjugal
Anulabilidade do ato praticado: sem o consentimento do outro ou sem o suprimento judicial, no prazo decadência de 02 anos, contados do término do casamento – art. 1.649, CC. 
Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal.
Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por instrumento público, ou particular, autenticado.
Para Cristiano Chaves, melhor seria se o prazo iniciasse a partir do ato ou do conhecimento – teoria da actio nata. 
Não é nulidade, pois o cônjuge interessado pode ratificar/confirmar, produzindo todos os efeitos até a decisão anulatória (desconstitutiva).
Slide ‹nº› de 70
2.1 Outorga do cônjuge ou vênia conjugal
Em se tratando de ato anulável, implica em consequências que precisam ser destacadas:
Restringe a legitimidade de sua arguição ao cônjuge preterido, a quem cabia conceder a vênia ou, se morto, aos seus herdeiros (CC, art. 1.650);
Permite a ratificação (convalidação do ato) pelo consorte preterido (CC, art. 1.648, parágrafo único);
Impede que o magistrado conheça ex officio a falta de suprimento, bem como que o Ministério Público venha a suscitá-la. 
Slide ‹nº› de 70
2.1 Outorga do cônjuge ou vênia conjugal
A concessão de fiança ou aval, sem a necessária vênia conjugal, diz mais respeito a ineficácia relativa
A Súmula 332, STJ “a fiança prestada sem a autorização dos cônjuges implica a ineficácia total da garantia”, portanto, no que tange a fiança o código deu solução distinta, a consequência será a ineficácia total.
 Para Cristiano Chaves a ineficácia deveria ser parcial, cabendo apenas eficácia quanto à meação de quem concedeu a fiança sem a outorga. A meação de quem não outorgou ficaria livre. Tal pensamento é referente a expectativa que o terceiro adquiriu, acreditando que a fiança era perfeita, em razão da boa-fé objetiva.
Slide ‹nº› de 70
2.1.1 Exceções ao regime de bens e a necessidade de outorga
O Código Civil recepciona a necessidade de outorga de um dos cônjuges, porém, a excepciona:
Pessoas casadas no regime de separação convencional/absoluta (art. 1.647 – CC); 
A separação obrigatória (maior de 70 anos), não é absoluta pela Súmula 377, do STF - No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento.
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
Previsão de dispensa no pacto antenupcial no regime de participação final dos aquestos – art. 1.656, CC.
Art. 1.656. No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos aqüestos, poder-se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que particulares.
Slide ‹nº› de 70
2.1.1 Exceções ao regime de bens e a necessidade de outorga
Atos que independe de consentimento:
Art. 1.642. Qualquer que seja o regime de bens, tanto o marido quanto a mulher podem livremente:
I - praticar todos os atos de disposição e de administração necessários ao desempenho de sua profissão, com as limitações estabelecida no inciso I do art. 1.647;
II - administrar os bens próprios;
III - desobrigar ou reivindicar os imóveis que tenham sido gravados ou alienados sem o seu consentimento ou sem suprimento judicial;
IV - demandar a rescisão dos contratos de fiança e doação, ou a invalidação do aval, realizados pelo outro cônjuge com infração do disposto nos incisos III e IV do art. 1.647;
V - reivindicar os bens comuns, móveis ou imóveis, doados ou transferidos pelo outro cônjuge ao concubino, desde que provado que os bens não foram adquiridos pelo esforço comum destes, se o casal estiver separado de fato por mais de cinco anos;
VI - praticar todos os atos que não lhes forem vedados expressamente.
Obs.: Inciso V – prazo de 05 anos. A Jurisprudência e O CC dispõem que a simples separação de fato cessa a comunhão de bens, cessando a ajuda mútua e solidariedade recíproca, independente de qualquer prazo (CC, arts. 1723 e 1725 – STJ Resp. 32.218/SP). Como também implicaria a violação da boa-fé objetiva e permitiria enriquecimento sem causa (CC, art. 884). 
Slide ‹nº› de 70
2.1.1 Exceções ao regime de bens e a necessidade de outorga
Atos que independe de consentimento:
Art. 1.643. Podem os cônjuges, independentemente de autorização um do outro:
I - comprar, ainda a crédito, as coisas necessárias à economia doméstica;
II - obter, por empréstimo, as quantias que a aquisição dessas coisas possa exigir.
Art. 1.644. As dívidas contraídas para os fins do artigo antecedente obrigam solidariamente ambos os cônjuges. (SOLIDARIEDADE LEGAL – litisconsórcio passivo – art. 10, III, CPC)
Art. 1.645. As ações fundadas nos incisos III, IV e V do art. 1.642 competem ao cônjuge prejudicado e a seus herdeiros.
Art. 1.646. No caso dos incisos III e IV do art. 1.642, o terceiro, prejudicado com a sentença favorável ao autor, terá direito regressivo contra o cônjuge, que realizou o negócio jurídico, ou seus herdeiros.
Obs.: art. 1.646, CC. A proteção dos terceiros de boa-fé. Garante-se ao terceiro de boa-fé direito de regresso contra o cônjuge (ou seus herdeiros, que terão o benefício de inventário, somente respondendo no limite das forças da herança) que praticou o ato sem autorização. Nessa hipótese, são os bens particulares do cônjuge que responderão pelo prejuízo. Este direito regressivo poderá ser exercitado através de denunciação da lide, como permite o art. 70 do CPC, ou mesmo através de ação autônoma, promovida pelo prejudicado.
Slide ‹nº› de 70
2.1.2 Impossibilidade de gestão patrimonial por um dos consortes
É possível conferir ao consorte a gestão e administração dos bens comuns e dos particulares, além do poder de dispor dos bens móveis comuns, independendo de autorização do juiz, e de bens imóveis comuns, mediante autorização
judicial.
Impossibilidade temporária ou definitiva do consorte.
Art. 1.651. Quando um dos cônjuges não puder exercer a administração dos bens que lhe incumbe, segundo o regime de bens, caberá ao outro:
I - gerir os bens comuns e os do consorte;
II - alienar os bens móveis comuns;
III - alienar os imóveis comuns e os móveis ou imóveis do consorte, mediante autorização judicial.
Slide ‹nº› de 70
3. Pacto Antenupcial
Optando os nubentes pela escolha de um regime de bens distinto do regime legal supletivo (que é a comunhão parcial), utilizando da liberdade de escolha, exige-se a lavratura de pacto antenupcial (convenção antenupcial ou contrato nupcial).
Pacto antenupcial é o negócio jurídico pelo qual se regulamenta o regime econômico do matrimônio, definindo, pois, o seu regime de bens, apartando-se do regime legal supletivo.
Natureza jurídica, nitidamente, contratual. Negócio jurídico especial do Direito de Família. FACULTATIVO.
Slide ‹nº› de 70
3. Pacto Antenupcial
Caráter acessório, sendo que a nulidade e anulabilidade do casamento compromete o pacto antenupcial. Como também, será ineficaz se não lhe seguir o casamento. 
Antes da celebração do casamento, embora o pacto exista e seja válido, não produzirá qualquer efeito. É um contrato realizado causa matrimonii – o que significa que sua eficácia submete-se à celebração (válida) do matrimônio.
Não há prazo para ser celebrado o casamento, não se aplicando o prazo de 90 dias a partir da certidão de habilitação. Podem as partes indicar o prazo para ser realizado, sob pena de perda de eficácia. Como também será possível requerer a resilição pelo decurso do tempo.
Slide ‹nº› de 70
3. Pacto Antenupcial
Possibilidade de estabelecer uma união estável. Se os nubentes não casam, mas passam a conviver em união estável, o pacto antenupcial será admitido como contrato de convivência entre eles, respeitando a autonomia privada (art. 170, CC, ApCív. 70016647547 TJ/RS).
Além de disciplinar o regime de bens, poderá conter doações entre os cônjuges ou deles para terceiros (filhos), compra e venda, promessa de contrato, permuta, cessão de direitos... Enfim, podem disciplinar coisas diversas, desde que não afrontem os direitos e garantias fundamentais de cada pessoa humana.
Slide ‹nº› de 70
3. Pacto Antenupcial
A doutrina prevê a possibilidade dos nubentes inserirem clausulas de dispensa de deveres conjugais. Desde que não afronte a dignidade de qualquer dos noivos, como a mútua assistência ou a renúncia ao direito de pleitear a dissolução do casamento.
Como serão nulas as cláusulas que afrontem as disposições absolutas da Lei (CC, 1.655) – ex.: direito à herança.
Possibilidade de estipular indenização a ser paga por um dos consortes ao outro, na hipótese de dissolução nupcial: Cristiano Chaves não vê óbice legal, tendo em vista a autonomia privada.
Art. 184, CC – redução parcial do negócio jurídico – eventual mácula que incide sobre uma cláusula do pacto antenupcial não contamina a convenção como um todo, devem ser aproveitado as demais cláusulas.
Slide ‹nº› de 70
3. Pacto Antenupcial
Pacto antenupcial celebrado por nubentes menores de idade
Os menores entre dezesseis e dezoito anos de idade, precisam do consentimento dos pais para casar e da assistência deles para celebrar um pacto antenupcial válido.
Não prevalece quando se tratar de casamento submetido ao regime de separação obrigatória, nos casos em que o menor necessita de autorização judicial para casar (menor de 16 anos e os entre 16 e 18 em que os pais eram mortos ou ausentes ou não anuíram o matrimônio). 
Slide ‹nº› de 70
3. Pacto Antenupcial
Permissivo de dispensa de outorga do cônjuge no regime de participação final dos aquestos
Art. 1.656, CC, autorizou que se estabeleça no pacto a dispensa de outorga do cônjuge para alienação ou oneração de bens imóveis particulares.
Slide ‹nº› de 70
3. Pacto Antenupcial
Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se não lhe seguir o casamento.
Art. 1.654. A eficácia do pacto antenupcial, realizado por menor, fica condicionada à aprovação de seu representante legal, salvo as hipóteses de regime obrigatório de separação de bens.
Art. 1.655. É nula a convenção ou cláusula dela que contravenha disposição absoluta de lei.
Art. 1.656. No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos aqüestos, poder-se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que particulares.
Art. 1.657. As convenções antenupciais não terão efeito perante terceiros senão depois de registradas, em livro especial, pelo oficial do Registro de Imóveis do domicílio dos cônjuges.
Slide ‹nº› de 70
3. Pacto Antenupcial
O PACTO ANTENUPCIAL é o negócio jurídico acessório e formal, pelo qual os noivos escolhe um regime de bens diverso da Comunhão Parcial, elegem os efeitos patrimoniais do seu casamento. 
Acessório: por ficar submetido ao casamento (negócio jurídico principal). 
Formal: efeito por escritura pública, sob pena de nulidade, registrada no cartório de imóveis do domicílio dos noivos mesmo que neles não haja bens, sob pena de ineficácia em relação a terceiros (art. 1.653 e 1.654, 1.657, CC).
Slide ‹nº› de 70
3. Pacto Antenupcial
Empresário
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.
Enunciado 204 da Jornada de Direito Civil: a proibição de sociedade entre pessoas casadas sob o regime da comunhão universal ou da separação obrigatória só atinge as sociedades constituídas após a vigência do Código Civil de 2002.
Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.
Art. 979. Além de no Registro Civil, serão arquivados e averbados, no Registro Público de Empresas Mercantis, os pactos e declarações antenupciais do empresário, o título de doação, herança, ou legado, de bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade.
Slide ‹nº› de 70
4. Princípios norteadores do regime de bens
4.1 Princípio da liberdade de escolha do regime de bens
Prolongamento da autonomia privada sob o casamento.
Permite aos noivos (antes do casamento) a possibilidade de escolha do regime de bens, ao qual acreditem ser o melhor. Art. 1639, CC.
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver.
§ 1o O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento.
§ 2o É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.
Slide ‹nº› de 70
4. Princípios norteadores do regime de bens
4.1 Princípio da liberdade de escolha do regime de bens
No Estado Democrático de Direito não existem direitos absolutos. O que hoje é de um jeito, amanhã poderá ser de outro. O direito de liberdade de escolha do regime de bens, também, não é absoluta.
Portanto, o sistema estabelece restrições legais a escolha do regime de bens impondo o regime de separação obrigatória de bens (CC, 1.641) para algumas pessoas.
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento;
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; 
III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
Slide ‹nº› de 70
4. Princípios norteadores do regime de bens
4.1 Princípio da liberdade de escolha do regime de bens
Regime de separação obrigatória de bens (CC, 1.641)
Violação das causas suspensivas – CC, 1.523(o viúvo ou viúva, que tinha filhos do falecido, enquanto não fizer a partilha dos bens; a mulher cujo casamento se desfez nos 10 meses seguintes (presunção
de paternidade do casamento); o divorciado enquanto não fizer a partilha de bens (súmula 197, STJ); o tutor/curador com o tutelado/curatelado enquanto durar a tutela/curatela).
Pessoas com mais de 70 anos de idade (TJ/SP suscitando a inconstitucionalidade).
Aquele que precisa de autorização judicial para casamento(menor de 16 anos de idade; menor entre 16 e 18 anos de idade, que não tiver anuência dos pais; casamento nuncupativo).
Slide ‹nº› de 70
4. Princípios norteadores do regime de bens
4.1 Princípio da liberdade de escolha do regime de bens
Estas pessoas podem requerer a mudança do regime de bens quando cessada a causa que lhe originou, o maior de 70 anos sempre ficará impedido de troca.
Na união estável não se aplica a obrigatoriedade do regime de separação obrigatório de bens, com base no art. 1.723, §2º, CC, o qual estabelece que as causas suspensivas não incidem sob esta união e não precisa de autorização judicial para casar. 
Entretanto, o STJ prevê que, por analogia ao casamento, na hipótese do maior de 70 anos de idade, a união estável também estaria submetida ao regime de separação obrigatória de bens (REsp. 646.259/RS). 
Slide ‹nº› de 70
4. Princípios norteadores do regime de bens
4.1 Princípio da liberdade de escolha do regime de bens
Importante lembrar que o regime de separação obrigatória de bens (CC, 1.641) será mitigado pela súmula 377, STF (apelido – súmula dos aquestos) “no regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento”. Adquiridos onerosamente. 
Esta súmula aproximou o regime de separação obrigatória ao regime parcial de bens. Prevendo a proibição de enriquecimento sem causa. Não se aplica a súmula no regime de separação convencional.
Por fim, aquele que casou-se no regime da separação obrigatória de bens não terá direito a herança na concorrência com os descendentes (art. 1.829, I, CC).
Slide ‹nº› de 70
4.2 Princípio da Variedade do regime de bens
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver.
§ 1o O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento.
§ 2o É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.
Possibilidade de estabelecimento do regime de bens pelos nubentes com liberdade, optando entre um dos regimes previstos no sistema, inclusive, estabelecendo novos regimes.
Slide ‹nº› de 70
4.2 Princípio da Variedade do regime de bens
Regime de bens:
Comunhão Universal;
Comunhão Parcial;
Separação Convencional (Separação Obrigatória/Total – imposto, não há liberdade);
Participação Final nos Aquestos. 
Slide ‹nº› de 70
4.2 Princípio da Variedade do regime de bens
O Código Civil permite, não apenas a escolha de um dos regimes de bens previstos, mas autoriza, também, a possibilidade de fazer novos modelos que não estão expressamente escritos. 
Por exemplo: casal em que um tem salário muito maior que o outro, pode estipular que todos os bens serão 70% para o com maior salário e 30% para o outro. 
Outro exemplo, estabelecer que os imóveis sejam comuns e os móveis pertençam a cada um. Também há a admissibilidade de estabelecimento do regime dotal (dote – bem ficava afetado, caso o casamento terminasse, retornaria para o pai), no qual se oferece um bem pelo casamento.
Slide ‹nº› de 70
4.2 Princípio da Variedade do regime de bens
Se as partes não se pronunciarem, será estabelecido o regime supletivo de vontade: a comunhão parcial, art. 1.640, CC. 
Art. 1.640. Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens entre os cônjuges, o regime da comunhão parcial.
Parágrafo único. Poderão os nubentes, no processo de habilitação, optar por qualquer dos regimes que este código regula. Quanto à forma, reduzir-se-á a termo a opção pela comunhão parcial, fazendo-se o pacto antenupcial por escritura pública, nas demais escolhas.
Portanto, para a escolha de qualquer outro regime, precisa de manifestação de vontade expressa, chamada de pacto antenupcial. Até 1977, o regime supletivo de vontade era a comunhão universal.
Slide ‹nº› de 70
4.3 Princípio da mutualidade motivada do regime de bens
É novidade no Código Civil de 2002 (recomendação histórica de ORLANDO GOMES). Para o Código Civil de 1916 não era permitido a mudança do regime de bens.
A mudança do regime de bens é limitada/restritiva, art. 1.639, §2º, CC.
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver.
§ 2o É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.
Slide ‹nº› de 70
4.3 Princípio da mutualidade motivada do regime de bens
Requisitos para a mudança do regime de bens
Pedidoexpressode ambas as partes, dirigido ao Juiz da Vara de Família, em procedimento de jurisdição voluntária.
Indicação do motivo da mudança.
Inexistência de prejuízo a terceiros.
Slide ‹nº› de 70
4.3 Princípio da mutualidade motivada do regime de bens
Eficácia ex nunc (não retroativa) dos efeitos da decisão judicial que determina a mudança do regime de bens, significa que as relações patrimoniais já existentes não serão atingidas, sendo ineficaz em relação aos credores anteriores do casal, sob pena de fraude contra credores.
Obs.: possibilidade de mudança do regime de bens para os que foram obrigados a casar no Regime da Separação Obrigatória, quando cessada a causa que lhe originou, não permitido para o maior de 70 anos.
Slide ‹nº› de 70
4.3 Princípio da mutualidade motivada do regime de bens
Obs.: possibilidade de mudança do regime para quem já era casado na vigência do CC/16? 
Art. 2.039, CC – o regime é o por ele estabelecido (somente Maria Helena Diniz pela literalidade). Interpretação com o art. 2.035, CC, existência e validade regidas pelo CC anterior, mas a eficácia ficará sob a vigência do novo CC. Isto vale para as relações de trato sucessivo (iniciaram no Código anterior e se mantém). Existência e validade (forma). Eficácia (manutenção). Posição uníssona do STJ (STJ, REsp, 730.546/MG – leading case).
Slide ‹nº› de 70
4.3 Princípio da mutualidade motivada do regime de bens
Art. 2.035. A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da entrada em vigor deste Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os seus efeitos, produzidos após a vigência deste Código, aos preceitos dele se subordinam, salvo se houver sido prevista pelas partes determinada forma de execução.
Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos.
Art. 2.039. O regime de bens nos casamentos celebrados na vigência do Código Civil anterior, Lei no 3.071, de 1o de janeiro de 1916, é o por ele estabelecido.
Slide ‹nº› de 70
5. OS DIFERENTES REGIMES DE BENS PREVISTOS NO CÓDIGO CIVIL
5.1 REGIME DA COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS
Estabelecimento de uma massa patrimonial única de direitos e deveres. 
Comunhão de direitos e de obrigações para o pretérito e para o futuro (comunhão plena). 
Todos os bens serão comuns, sem exceção.
Porém, existem exceções previstas em Lei (caráter personalíssimo de algumas situações), nestes casos os bens serão particulares, art. 1.668, CC.
Art. 1.667. O regime de comunhão universal importa a comunicação de todos os bens presentes e futuros dos cônjuges e suas dívidas passivas, com as exceções do artigo seguinte.
Slide ‹nº› de 70
5. OS DIFERENTES REGIMES DE BENS PREVISTOS NO CÓDIGO CIVIL
5.1 REGIME DA COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS
Art. 1.668. São excluídos da comunhão:
I - os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar;
II - os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva;
III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum;
IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade;
V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659.
Inciso II - Fideicomisso: transmissão de uma herança para alguém, com condição suspensiva. Faz doação para o filho de alguém, enquanto este não for concebido, a herança será transmitida para outra pessoa, o fideicomissário, o qual depois deverá transmitir para a criança.
Slide ‹nº› de 70
5. OS DIFERENTES REGIMES DE BENS PREVISTOS NO CÓDIGO CIVIL
5.1 REGIME DA COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS
A administração e os frutos de todos os bens na comunhão universal serão do casal. 
Comunicabilidade dos frutos decorrentes dos bens excepcionalmente incomunicáveis e a administração comum do casal. Por exemplo: um terreno recebido por doação com cláusula de incomunicabilidade, não entra como bem comum, mas os seus frutos (aluguel) e a administração pertencem aos dois.
No Regime da Comunhão Universal não haverá direito sucessório para o cônjuge sobrevivente quando concorrer com o descendente.
Slide ‹nº› de 70
5. OS DIFERENTES REGIMES DE BENS PREVISTOS NO CÓDIGO CIVIL
5.1 REGIME DA COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS
Art. 1.669. A incomunicabilidade dos bens enumerados no artigo antecedente não se estende aos frutos, quando se percebam ou vençam durante o casamento.
Art. 1.670. Aplica-se ao regime da comunhão universal o disposto no Capítulo antecedente, quanto à administração dos bens.
Art. 1.671. Extinta a comunhão, e efetuada a divisão do ativo e do passivo, cessará a responsabilidade de cada um dos cônjuges para com os credores do outro.
Slide ‹nº› de 70
5.2 REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL DE BENS
Regime supletivo de vontade. Aplicável à união estável com presunção absoluta de colaboração recíproca para aquisição dos bens.
Estabelecimento de três diferentes massas patrimoniais: 
Os bens particulares de um dos cônjuges; 
Os bens particulares do outro cônjuge; e 
Os bens comuns do casal.
Slide ‹nº› de 70
5.2 REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL DE BENS
Bens comuns do casal: bens adquiridos a título oneroso (compra e venda) ou eventual (aleatório – prêmio da loteria, prêmio do concurso) na constância do casamento, bem como das benfeitorias e dos frutos dos bens particulares de cada cônjuge.
Slide ‹nº› de 70
5.2 REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL DE BENS
Os bens adquiridos a título gratuito (herança ou doação - liberalidade) e os antes do casamento a qualquer título, não entram na comunhão, portanto, são bens particulares de cada cônjuge. 
Quanto a administração e os frutos destes bens, serão comuns aos dois. 
Para a venda deles, há a necessidade de autorização do outro cônjuge, pois mesmo que sejam particulares, a administração é comum, se houver recusa abusiva poderá ocorrer o suprimento judicial.
Slide ‹nº› de 70
5.2 REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL DE BENS
Assim, excluem da comunhão, mesmo para alguns adquiridos na constância, além dos gratuitos (art. 1.659, CC):
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:
I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;
II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares;
III - as obrigações anteriores ao casamento;
IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal;
V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;
VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.
Slide ‹nº› de 70
5.2 REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL DE BENS
Verbas decorrentes de FGTS e de indenizações trabalhistas
STJ: é no sentido de reconhecer a comunhão destas verbas quando a causa aquisitiva perdurou durante a constância do matrimônio
Slide ‹nº› de 70
5.2 REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL DE BENS
RECURSO ESPECIAL. CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. REGIME DE BENS DOCASAMENTO. COMUNHÃO PARCIAL. BENS ADQUIRIDOS COM VALORES ORIUNDOS DOFGTS. COMUNICABILIDADE. ART. 271 DO CÓDIGO CIVIL DE 1916.INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA DOS ARTS. 269, IV, E 263, XIII, DO CC DE1916. INCOMUNICABILIDADE APENAS DO DIREITO E NÃO DOS PROVENTOS.POSSIBILIDADE DE PARTILHA. 1. Os valores oriundos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço configuram frutos civis do trabalho, integrando, nos casamentos realizados sob o regime da comunhão parcial sob a égide do Código Civil de 1916, patrimônio comum e, consequentemente, devendo serem considerados na partilha quando do divórcio. Inteligência do art. 271 do CC/16.2. Interpretação restritiva dos enunciados dos arts. 269, IV, e 263,XIII, do Código Civil de 1916, entendendo-se que a incomunicabilidade abrange apenas o direito aos frutos civis do trabalho, não se estendendo aos valores recebidos por um dos cônjuges, sob pena de se malferir a própria natureza do regime da comunhão parcial.3. Precedentes específicos desta Corte.4. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO.
(STJ , Relator: Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, Data de Julgamento: 03/05/2011, T3 - TERCEIRA TURMA)
Slide ‹nº› de 70
5.2 REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL DE BENS
Bens adquiridos pelo sistema financeiro (financiado)
O valor pago pelo titular antes de casar, será considerado somente seu (bem particular). Todavia, o montante pago durante o casamento tem de ser partilhado, por decorrer de esforço comum, ingressando na comunhão, mesmo considerando que o imóvel tenha sido, originariamente, adquirido por um dos cônjuges sozinho.
Slide ‹nº› de 70
5.2 REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL DE BENS
Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes.
Art. 1.660. Entram na comunhão:
I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges;
II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior;
III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges;
IV - as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;
V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão.
Art. 1.661. São incomunicáveis os bens cuja aquisição tiver por título uma causa anterior ao casamento.
Slide ‹nº› de 70
5.2 REGIME DA COMUNHÃO PARCIAL DE BENS
Art. 1.662. No regime da comunhão parcial, presumem-se adquiridos na constância do casamento os bens móveis, quando não se provar que o foram em data anterior.
Art. 1.663. A administração do patrimônio comum compete a qualquer dos cônjuges.
§ 1o As dívidas contraídas no exercício da administração obrigam os bens comuns e particulares do cônjuge que os administra, e os do outro na razão do proveito que houver auferido.
§ 2o A anuência de ambos os cônjuges é necessária para os atos, a título gratuito, que impliquem cessão do uso ou gozo dos bens comuns.
§ 3o Em caso de malversação dos bens, o juiz poderá atribuir a administração a apenas um dos cônjuges.
Art. 1.664. Os bens da comunhão respondem pelas obrigações contraídas pelo marido ou pela mulher para atender aos encargos da família, às despesas de administração e às decorrentes de imposição legal.
Art. 1.665. A administração e a disposição dos bens constitutivos do patrimônio particular competem ao cônjuge proprietário, salvo convenção diversa em pacto antenupcial.
Art. 1.666. As dívidas, contraídas por qualquer dos cônjuges na administração de seus bens particulares e em benefício destes, não obrigam os bens comuns.
Slide ‹nº› de 70
5.3 REGIME DA SEPARAÇÃO CONVENCIONAL DE BENS (SEPARAÇÃO ABSOLUTA)
Declaração expressa dos interessados, pacto
antenupcial.
“O que é meu é meu, o que é seu é seu e só o amor é nosso”.
Estabelecimento de duas diferentes massas patrimoniais:
Os bens particulares de um cônjuge;
Os bens particulares do outro cônjuge.
Slide ‹nº› de 70
5.3 REGIME DA SEPARAÇÃO CONVENCIONAL DE BENS (SEPARAÇÃO ABSOLUTA)
Inexistência de qualquer ponto de interseção patrimonial entre os consortes, de modo que o que é de um não pertence ao outro. 
TODOS OS BENS, A ADMINISTRAÇÃO E OS FRUTOS SÃO PARTICULARES, dispensando a anuência do outro cônjuge quando da alienação ou oneração – art. 1.647, CC. 
Inaplicabilidade das regras da Súmula 377, STF, não havendo a comunhão dos aquestos, pois a vontade das partes afastam a incidência.
Slide ‹nº› de 70
5.3 REGIME DA SEPARAÇÃO CONVENCIONAL DE BENS (SEPARAÇÃO ABSOLUTA)
A única hipótese de obrigação conjunta é das despesas do casal proporcionalmente, art. 1.688, CC.
Art. 1.687. Estipulada a separação de bens, estes permanecerão sob a administração exclusiva de cada um dos cônjuges, que os poderá livremente alienar ou gravar de ônus real.
Art. 1.688. Ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal na proporção dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulação em contrário no pacto antenupcial.
Quanto a herança, art. 1.829, STJ, REsp, 992.749/MS – afasta o direito à herança.
Slide ‹nº› de 70
5.3 REGIME DA SEPARAÇÃO CONVENCIONAL DE BENS (SEPARAÇÃO ABSOLUTA)
Característica fundamentais da separação convencional de bens:
A administração particular dos bens por cada consorte;
A liberdade de disposição patrimonial;
A responsabilidade patrimonial individual pelas dívidas e obrigações assumidas.
Slide ‹nº› de 70
5.3 REGIME DA SEPARAÇÃO CONVENCIONAL DE BENS (SEPARAÇÃO ABSOLUTA)
Art. 1.687. Estipulada a separação de bens, estes permanecerão sob a administração exclusiva de cada um dos cônjuges, que os poderá livremente alienar ou gravar de ônus real.
Art. 1.688. Ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal na proporção dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulação em contrário no pacto antenupcial.
Slide ‹nº› de 70
5.4 REGIME DA PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS
Mix entre o regime de separação convencional de bens e a comunhão parcial de bens.
Durante a relação casamentaria, incidem as regras da separação convencional (cada um administra o seu) e no momento da dissolução do casamento (em vida ou por morte) incidem as regras da comunhão parcial. 
Haverá uma divisão de todos os bens adquiridos na constância, reconstituição retroativa do patrimônio.
Slide ‹nº› de 70
5.4 REGIME DA PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS
Exemplificando:
Se o marido tem um patrimônio originário de 1.000.000 e um patrimônio final de 1.700.000, enquanto a sua esposa tem patrimônio inicial de 500.000 e final de 800.000, considerando que todos os bens foram adquiridos onerosamente (por compra e venda, por exemplo) durante a convivência do casal, percebe-se que ela terá direito a 350.000 em relação ao patrimônio dele (porque foram adquiridos 700.000 na constância da conjugalidade) e ele fará jus a 150.000 em relação aos bens dela (porque ela acresceu 300.000 durante o casamento). Assim, compensando-se os aquestos (um valor com o outro), obtém-se um resultado de 200.00 em favor da esposa.
Slide ‹nº› de 70
5.4 REGIME DA PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS
Cada cônjuge tem o direito de requerer Ação de Prestação de Contas do outro.
Quanto a outorga, art. 1.656, CC, há a necessidade se o pacto antenupcial não excluir.
Slide ‹nº› de 70
5.4 REGIME DA PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS
Art. 1.672. No regime de participação final nos aqüestos, cada cônjuge possui patrimônio próprio, consoante disposto no artigo seguinte, e lhe cabe, à época da dissolução da sociedade conjugal, direito à metade dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento.
Art. 1.673. Integram o patrimônio próprio os bens que cada cônjuge possuía ao casar e os por ele adquiridos, a qualquer título, na constância do casamento.
Parágrafo único. A administração desses bens é exclusiva de cada cônjuge, que os poderá livremente alienar, se forem móveis.
Art. 1.674. Sobrevindo a dissolução da sociedade conjugal, apurar-se-á o montante dos aqüestos, excluindo-se da soma dos patrimônios próprios:
I - os bens anteriores ao casamento e os que em seu lugar se sub-rogaram;
II - os que sobrevieram a cada cônjuge por sucessão ou liberalidade;
III - as dívidas relativas a esses bens.
Parágrafo único. Salvo prova em contrário, presumem-se adquiridos durante o casamento os bens móveis.
Art. 1.675. Ao determinar-se o montante dos aqüestos, computar-se-á o valor das doações feitas por um dos cônjuges, sem a necessária autorização do outro; nesse caso, o bem poderá ser reivindicado pelo cônjuge prejudicado ou por seus herdeiros, ou declarado no monte partilhável, por valor equivalente ao da época da dissolução.
Slide ‹nº› de 70
5.4 REGIME DA PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS
Art. 1.676. Incorpora-se ao monte o valor dos bens alienados em detrimento da meação, se não houver preferência do cônjuge lesado, ou de seus herdeiros, de os reivindicar.
Art. 1.677. Pelas dívidas posteriores ao casamento, contraídas por um dos cônjuges, somente este responderá, salvo prova de terem revertido, parcial ou totalmente, em benefício do outro.
Art. 1.678. Se um dos cônjuges solveu uma dívida do outro com bens do seu patrimônio, o valor do pagamento deve ser atualizado e imputado, na data da dissolução, à meação do outro cônjuge.
Art. 1.679. No caso de bens adquiridos pelo trabalho conjunto, terá cada um dos cônjuges uma quota igual no condomínio ou no crédito por aquele modo estabelecido.
Art. 1.680. As coisas móveis, em face de terceiros, presumem-se do domínio do cônjuge devedor, salvo se o bem for de uso pessoal do outro.
Art. 1.681. Os bens imóveis são de propriedade do cônjuge cujo nome constar no registro.
Parágrafo único. Impugnada a titularidade, caberá ao cônjuge proprietário provar a aquisição regular dos bens.
Art. 1.682. O direito à meação não é renunciável, cessível ou penhorável na vigência do regime matrimonial.
Slide ‹nº› de 70
5.4 REGIME DA PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS
Art. 1.682. O direito à meação não é renunciável, cessível ou penhorável na vigência do regime matrimonial.
Art. 1.683. Na dissolução do regime de bens por separação judicial ou por divórcio, verificar-se-á o montante dos aqüestos à data em que cessou a convivência.
Art. 1.684. Se não for possível nem conveniente a divisão de todos os bens em natureza, calcular-se-á o valor de alguns ou de todos para reposição em dinheiro ao cônjuge não-proprietário.
Parágrafo único. Não se podendo realizar a reposição em dinheiro, serão avaliados e, mediante autorização judicial, alienados tantos bens quantos bastarem.
Art. 1.685. Na dissolução da sociedade conjugal por morte, verificar-se-á a meação do cônjuge sobrevivente de conformidade com os artigos antecedentes, deferindo-se a herança aos herdeiros na forma estabelecida neste Código.
Art. 1.686. As dívidas de um dos cônjuges, quando superiores à sua meação, não obrigam ao outro, ou a seus herdeiros.
Slide ‹nº› de 70
Referências
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: Direito de família. 14 ed. São Paulo: Atlas, 2014.  
GAGLIANO, Pablo Stolze, PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil: Direito de família: as famílias em perspectiva constitucional. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2014. v.6.
FARIAS, Cristiano Chaves de, ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: Famílias. 6 ed. Salvador: JusPodivm, 2014, v. 6.
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 8 ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011.
Slide ‹nº› de 70

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes