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DPC1_T3_Processo de conhecimento

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR - UCSAL
FACULDADE DE DIREITO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I
Tema 03: 	Do processo como ritual. Princípios Informativos do Procedimento. Do processo de conhecimento. Procedimento ordinário e sumário.
DO PROCEDIMENTO COMO RITUAL
Consoante já explicitado, em temas de TGP, o procedimento encerra a prática de atos processuais, segundo o rito do processo. Vale dizer que o procedimento, “que revela o processo e lhe dá realidade formal”, tanto pode conduzir o processo comum, como o especial e também várias espécies de execução. O importante é que estejam presentes na prática dos atos processuais, os princípios concernentes ao procedimento :
 - simplicidade	
	a) - princípio do impulso oficial 	- brevidade 
	- economia 
				 
Princípios informativos do
 procedimento 	b) - princípio da publicidade dos atos processuais
	 - princípio da concentração
	c) – principio da oralidade - princípio da imediação (imediatidade)
	 - princípio da identidade física do juiz.
O princípio do impulso oficial, já examinado anteriormente, consiste na prática de atos processuais, pelo juiz, mesmo “ex-ofício”, para conduzir o processo, no seu rito procedimental, de modo a que tenha ele o curso normal, observados, dentre outros, os princípios da simplicidade, brevidade e economia.
O princípio da publicidade, também já referido, consiste em que, com ressalva dos processos que correm em segredo de justiça, todos os atos procedimentais são públicos e principalmente os seus atos decisórios só produzem efeitos depois de publicados.
O princípio da oralidade compreende um conjunto de princípios interligados, que resulta no sistema procedimental da oralidade, quais sejam :
- Princípio da concentração;
- Princípio da imediação (ou imediatidade);
- Princípio da identidade física do juiz.
Princípio da concentração é o que conduz a conclusão do feito a um período breve, consoante preleciona o professor Francisco Morato, citado por Frederico Marques : “ apertar o feito em um período breve, reduzindo-o a uma só audiência ou a poucas audiências a curtos intervalos”, pois quanto “mais próximos da decisão do juiz são os movimentos processuais, tanto menor é o perigo de desaparecimento das impressões pessoais dos fatos que a memória registra”. (obr. cit., pág. 399)
Assim, a concentração, como se pode inferir, é condição importantíssima para a oralidade. Esse princípio está centradamente disposto no art. 455 do CPC: 
“	A audiência é una e continua. Não sendo possível concluir, num só dia, a instrução, o debate e o julgamento, o juiz marcará o seu prosseguimento para dia próximo.”
Obs : 	Deve o aluno examinar os arts. 452, 454 e 456 do CPC, que disciplinam o princípio da concentração, lembrando que, no procedimento sumário a concentração processual é muito mais intensa (arts. 278 e 280 do CPC).
Os princípios da imediatidade e da identidade física do juiz estão intimamente ligados, conforme disposto no art. 132 do CPC., verbis :
“O juiz, titular ou substituto, que concluir a audiência julgará a lide, salvo se estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo, promovido ou aposentado, casos em que passará os autos ao seu sucessor.
	Parágrafo Único - Em qualquer hipótese, o juiz que proferir a sentença, se entender necessário, poderá mandar repetir as provas já produzidas.”
No dizer do Ministro Francisco Campos, citado por Frederico Marques (idem, pág. 400) :
“O princípio que deve reger a situação do juiz em relação à prova e o de concentração dos atos do processo postulam, necessariamente, o princípio da identidade física do juiz. O juiz que dirige a instrução do processo há de ser o juiz que decide o litígio. Nem de outra maneira poderia ser, pois o processo visando à investigação da verdade, somente o juiz que tomou as provas está realmente habilitado a apreciá-las do ponto de vista do seu valor ou da sua eficácia em relação aos pontos debatidos”.
PROCEDIMENTO COMUM E ESPECIAL
Quando a lei não prever rito especial para determinada lide, o procedimento a ser praticado, no processo, é o ordinário ou sumário, ou seja o procedimento comum. Assim, os procedimentos especiais somente são aplicados a lides específicas e previamente mencionadas no texto legal. (vide art. 271 e 272 e Parágrafo Único).
O procedimento comum é chamado procedimento-regra, enquanto o procedimento especial é o procedimento-exceção.
Ao estudarmos o procedimento comum, não podemos esquecer que este pode ser ordinário ou sumário e que ambos são processos de conhecimento, eis que comportam a fase cognitiva.
Já no processo de execução, podemos também encontrar várias espécies de procedimentos comuns, relativos a :
- 	execução para entrega de coisa, que pode ser certa e incerta;
- 	execução das obrigações de fazer e de não fazer;
- 	execução das obrigações de pagar quantia certa, contra devedor solvente e insolvente; e
- 	liquidação e cumprimento da sentença condenatória 
 (vide arts. 583, 584, 585, 588, 603, 745, 796 a 812 do CPC).
Além de outros casos que a lei processual expressa.
Os procedimentos especiais são : os de jurisdição contenciosa, que a lei os prevê e os de jurisdição voluntária, que estão regulados no CPC, Liv. IV, títulos I e II (vide arts. 890. e 1.103, e seguintes).
Há, ainda, procedimentos especiais para execução contra a Fazenda Pública (arts. 730/731) e de prestação alimentícia (arts. 732 a 735).
PROCEDIMENTO ORDINÁRIO E SUMÁRIO
O procedimento ordinário, como o sumário, contêm rito que funciona com fase cognitiva, ou seja como processo de conhecimento do direito material objeto do litígio.
No particular, vale a lição de Frederico Marques (idem, Vol. 2º, págs. 24/25) :
“	Procedimento ordinário é aquele em que o juiz decide a lide através de cognição completa, e em que as partes discutem o litígio amplamente. Nele, o devido processo legal encontra a mais dilatada de suas formas procedimentais, e aquela que melhor propicia a reconstituição completa dos fatos, bem como os debates em torno das várias facetas do litígio.
O atual procedimento ordinário constitui reminiscência do antigo processo ordinário, que ‘ era aquele em que se guardava a ordem solene do juizo-ordo solemnis iudiciarius’.
Embora, com a oralidade, haja concentração procedimental, com os atos instrutórios amalgamados à decisão, - o certo é que, no procedimento ordinário, as fases exigidas para o processo de conhecimento têm configuração bem nítida e precisa, numa sucessão linear que as proteja com perfeita individualização.
Além disso, sem parcimônia, prevê a lei a prática de atos processuais em cada fase procedimental - , e tudo isso para que a lide se discuta e se esclareça nas suas diversas faces, ângulos e contornos, e para que as partes tenham oportunidade de defender seus direitos com absoluta segurança.
As fases em que se desdobra, numa sucessão contínua, o procedimento ordinário, são os seguintes : a) fase postulatória; b) fase intermediária de ordenamento do processo; c) fase instrutória; d) sentença. ”
Assim, no procedimento ordinário, há oportunidade de ampla discussão, aprofundadamente, sobre o direito articulado na lide. As várias fases do processo de conhecimento, no rito ordinário, serão examinadas ao longo do curso.
O procedimento sumário surgiu da necessidade de proporcionar, às partes com interesses conflitantes, u’maior celeridade do judiciário, na prestação jurisdicional, além de mais econômica e de maior comodidade, e concentração, buscando-seatender ao interesse geral. Quis-se simplificar o procedimento de ações de menor valor econômico como também daqueles que aparentam não ter maior relevância jurídica, em termos de complexidade. A prática, todavia, pode demonstrar o contrário.
Regra geral, aplica-se o procedimento sumário em todas as causas com valor econômico não excedente a 60 vezes o valor do salário mínimo (art. 275, I). Nada impede, contudo, que a parte faça opção pelo rito ordinário. Ressalva-se também as causas que, mesmo com esse valor, a lei determine o rito especial.
Observe-se também que pode ocorrer a conversão do rito sumário em ordinário (vide art. 277, §§ 4º e 5º)..
Em face da relevância e da complexidade são objeto de rito sumário entre outras, as causas, qualquer que seja o valor que, dentre outras, versem sobre :
DO ARRENDAMENTO RURAL E DE PARCERIA AGRÍCOLA
(art. 275, II , “a”, do CPC)
DA COBRANÇA DE QUALQUER QUANTIA DEVIDA AO CONDOMÍNIO PELO CONDÔMINO 
(art. 275, II, “b”, do CPC)
DO RESSARCIMENTO POR DANOS EM PRÉDIOS URBANOS E RÚSTICOS 
(art. 275, II, “c”, do CPC)
DOS DANOS CAUSADOS POR ACIDENTES DE VEÍCULOS DE VIA TERRESTRE
(art. 275, II, “d”, do CPC)
DE COBRANÇA DE SEGUROS, RELATIVAMENTE AOS DANOS CAUSADOS EM ACIDENTE DE VEÍCULO, RESSALVADOS OS CASOS DE PROCESSO DE EXECUÇÃO 
(art. 275. II, “e”, do CPC)
DE COBRANÇA DE HONORÁRIOS DOS PROFISSIONAIS LIBERAIS, RESSALVADO O DISPOSTO EM LEGISLAÇÃO ESPECIAL.
(art. 275, II, “f”, do CPC)
NOS DEMAIS CASOS PREVISTOS EM LEI
(art. 275, II, “g”, do CPC) .
Para ilustrar, informamos um exemplo de diferença entre ambos os ritos em estudo :
No procedimento ordinário o prazo para contestar (apresentar defesa) é de 15 dias da citação; o juiz abre vista ao autor para falar sobre a contestação, suas preliminares e seus documentos (podendo haver réplica) para depois marcar a audiência de instrução.
No procedimento sumário, a defesa (contestação) é apresentada no dia da audiência, que é marcada com prazo não inferior a 10 dias da notificação e o juiz manda que a outra parte fale sobre a defesa e documentos na mesma audiência, iniciando-se a instrução imediatamente.
O procedimento sumário prescinde das fases que se verificam no procedimento ordinário, quais sejam: postulatória; de ordenamento do processo (saneadora); instrutória ou probatória; e decisória. Além da fase recursal.
_________________________________________________________
APOSTILA DE RESPONSABILIDADE DO PROFESSOR LUIZ SOUZA CUNHA.
AUTORES CITADOS E CONSULTADOS
José Frederico Marques	Manual de Direito Processual Civil
	1º Vol. - 13ª Edição
Moacyr Amaral Santos	Direito Processual Civil Brasileiro
	1º Vol. - 15ª Edição
Antonio Carlos Araújo Cintra	Teoria Geral do Processo
Ada Pellegrini Grinover	Volume Único - 9ª Edição
Cândido R. Dinamarco
Atenção: 	A apostila é, tão somente, um resumo da matéria que pode ser aprendida pelo aluno. Ela deve servir de guia do ensino-aprendizado, sob orientação pedagógica.
	
	Esta apostila se destina, pois, exclusivamente ao estudo e discussão do texto em sala de aula, como diretriz do assunto, podendo substituir os apontamentos de sala de aula, a critério do aluno.
 	
	Consulte a bibliografia anteriormente indicada além de outros autores.
Atualizada em março/2010
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DPCI_T3_processo de conhecimento

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