Buscar

DPC1_T9_Procedimento sumario

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR - UCSAL
FACULDADE DE DIREITO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I 
 Tema 09: 	Do procedimento sumário. No CPC e na Lei 9.099/95. Rito simplificado. Concentração. Crítica. Juizados Especiais Cíveis e Criminais.
DO PROCEDIMENTO SUMÁRIO
As hipóteses em que cabe e o rito do procedimento sumário, estão disciplinadas pelos arts. 275 a 281 do CPC.
Consoante já ministramos, “O procedimento sumário surgiu da necessidade de proporcionar, às partes com interesses conflitantes, u’a maior celeridade do judiciário, na prestação jurisdicional, além de maior economia, e de maior comodidade, buscando-se atender ao interesse geral. Quis-se simplificar o procedimento das ações de menor valor econômico, como também daquelas que aparentam não ter maior relevância jurídica. A prática, todavia, pode demonstrar o contrário. ”
A regra geral é a de que se aplica o procedimento sumário nas causas cujo valor não exceder 60 vezes o valor do salário mínimo vigente no país (art. 275, I). Vale ressaltar que o valor a ser considerado é o do momento da propositura da ação, não sopesando-se as alterações subsequentes.
Esse procedimento, contudo, não será aplicado quando a matéria versar sobre a capacidade e ao estado das pessoas, ainda que sejam de pequeno valor: “Estado são as ações de investigação de paternidade, ou de maternidade, separação judicial, divórcio, filiação, busca e apreensão de menores, perda do pátrio poder, anulação ou nulidade de casamento, etc., que por sua relevância não são processadas através do procedimento sumário .”
Convivendo paralelamente com essa regra geral, há também a hipótese de ser observado o procedimento sumário em questões que versam sobre variados assuntos, de conformidade com a natureza da causa.
Seguem, assim, pelo procedimento sumário, qualquer que seja o seu valor (art. 275, II), as causas:
a)	De arrendamento rural e de parceria agrícola : são contratos de direito agrário regulados pela Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964 (Estatuto da Terra) e Lei nº 4.947, de 6 de abril de 1966;
b)	De cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio : esta é a ação do condomínio contra o condômino que deixou de pagar as chamadas despesas de condomínio. A ação do locador que, por contrato escrito, deve receber acessórios do aluguel, do locatário ou fiador, é a execução, nos termos do art. 585, IV;
c)	De ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico : é ação de indenização por dano de natureza patrimonial. A ação, também para compelir o vizinho a fazer ou deixar de fazer alguma coisa em virtude de uso nocivo da propriedade, dependendo do caso, é a da letra g, vide ação de nunciação de obra nova (art. 934);
d)	De ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre: esta é certamente a causa mais comum de procedimento sumário. Aplica-se tanto a danos patrimoniais como a pessoais e, também, segundo entendimento jurisprudencial, aplica-se também, para a cobrança do seguro obrigatório de responsabilidade civil, disciplinado pelo Decreto-Lei nº 814/69;
e)	De cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de veículo, ressalvados os casos de processo de execução; trata-se de seguro facultativo.
f)	De cobrança dos honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto em legislação especial : o profissional pode ter título executivo e, portanto, propor diretamente a execução, conforme, alias, prevê, por exemplo, o Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei nº 8.906, de 04.07.94, arts. 23 e 24.
g) Que versem sobre revogação de doação;
h) Nos demais casos previstos em lei.
Vale registrar que, segundo o Parágrafo Único do art. 275, “Este procedimento não será observado nas ações relativas ao estado e a capacidade das pessoas.”
Leis especiais também prevêem ações em procedimento sumário:
-	a adjudicação compulsória de imóveis vendidos a prestação (Dec-Lei nº 58, de 10.12.1937, art. 16, com a redação dada pela 6.014, de 27.12.1973);
-	ações de acidente do trabalho (Lei nº 6.367, de 19.10.1976, art. 19, II);
-	ações discriminatórias de terras devolutas da União (Lei 6.383, de 07.12.1976, art. 20);
-	ação de cobrança de seguro obrigatório de responsabilidade civil (Lei nº 6.194, de 19.19.1974, art. 10);
-	ação de retificação de erro de grafia ao registro civil de pessoais naturais (lei nº 6.015, de 31.12.1973, art. 110, parágrafo 4º);
-	e a ação de usucapião especial (Lei nº 6.969, de 10.12.1981, art. 5º). Usucapião “pró-labore”.
Obs.:	comentários extraídos da obra citada de Vicente Greco Filho - pags. 87/89 - naquilo que coube, em razão da alteração do CPC, art. 275, inciso II.	
R I T O S I M P L I F I C A D O
O rito do procedimento sumário é realmente bastante simplificado, nisto diferindo do rito ordinário. Assim, entendemos oportuno transcrever para exame em sala de aula, o rito desse procedimento, disciplinado pelos art. 276 a 281 do CPC:
“Art. 276 - Na petição inicial, o autor apresentará o rol de testemunhas e, se requerer perícia, formulará quesitos, podendo indicar assistente técnico;
	Art. 277 - O juiz designará a audiência de conciliação a ser realizada no prazo de 30 dias, citando-se o réu com a antecedência mínima de 10 dias e sob a advertência prevista no §2º deste artigo, determinando o comparecimento das partes. Sendo ré a Fazenda Pública, os prazos contar-se-ão em dobro.
	§ 1º - A conciliação será reduzida a termo e homologada por sentença, podendo o juiz ser auxiliado por conciliador.
	§ 2º - Deixando injustificadamente o réu de comparecer à audiência, reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados na petição inicial (art. 319), salvo se o contrário resultar da prova dos autos, proferindo o juiz, desde logo, a sentença.
	§ 3º - As partes comparecerão pessoalmente à audiência, podendo fazer-se representar por preposto com poderes para transigir.
	§ 4º - O juiz, na audiência, decidirá de plano a impugnação ao valor da causa ou a controvérsia sobre a natureza da demanda, determinando, se for o caso, a conversão do procedimento sumário em ordinário.
	§ 5º - A conversão também ocorrerá quando houver necessidade de prova técnica de maior complexidade.
	Art. 278 - Não obtida a conciliação, oferecerá o réu, na própria audiência, resposta escrita ou oral, acompanhada de documentos e rol de testemunhas e, se requerer perícia, formulará seus quesitos desde logo, podendo indicar assistente técnico.
	§ 1º - É lícito ao réu, na contestação, formular pedido em seu favor, desde que fundado nos mesmos fatos referidos na inicial.
	§ 2º - Havendo necessidade de produção de prova oral e não ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 329 e 330, I a II., será designada audiência de instrução e julgamento para data próxima, não excedente de 30 (trinta) dias, salvo se houver determinação de perícia.
	Art. 279 - Os atos probatórios realizados em audiência poderão ser documentados mediante taquigrafia, estenotipia ou outro método hábil de documentação, fazendo-se a respectiva transcrição se a determinar o juiz.
	Parágrafo único - Nas comarcas ou varas em que não for possível a taquigrafia, a estenotipia ou outro método de documentação, os depoimentos serão reduzidos a termo, do qual constará apenas o essencial.
	
 Art. 280 - No procedimento sumário não são admissíveis a ação declaratória incidental e a intervenção de terceiro, salvo a assistência, o recurso de terceiro prejudicado e a intervenção fundada em contrato de seguro.;
	Art. 281 - Findos a instrução e os debates orais, o juiz proferirá sentença na própria audiência ou no prazo de 10 (dez) dias”.
C O N C E N T R A Ç Ã O. C R Í T I C A.
A concentração se alia aos princípios da oralidade e da identidade física do juiz. Enquanto a oralidade traduz maior fidelidade das provas em relação aos fatos jurídicos eao direito articulado na lide, a identidade física do juiz ressalta a sua capacitação para o seu melhor convencimento, de modo a permitir um justo julgamento, com maior eficiência da jurisdição.
Sobre o assunto, tomemos o discurso de Frederico Marques:
“Da concentração procedimental 
O professor Francisco Morato conceituou a concentração procedimental como o ‘ apertar o feito em um período breve, reduzindo-o a uma só audiência ou a poucas audiências a curtos intervalos’, pois quanto ‘mais próximos da decisão do juiz são os movimentos processuais, tanto menor é o perigo do desaparecimento das impressões pessoais e dos fatos que a memória registra’.
A concentração é fundamental para a oralidade, caracterizando-se mesmo como sua conditio sine qua non.
No processo civil pátrio, vem expresso no art. 455, do Código de Processo Civil o princípio da concentração, tudo in verbis: ‘A audiência é una e contínua. Não sendo possível concluir, num só dia, a instrução, o debate e o julgamento, o juiz marcará o seu prosseguimento para dia próximo’.
Em virtude da concentração, realizam-se na audiência a instrução da causa (art. 452), os debates orais (art. 454) e o julgamento (art. 456). Excepcionalmente, o debate oral ‘poderá ser substituído por memoriais’ escritos (art. 454, parágrafo 3º), como também a sentença poderá ser proferida por escrito (arts. 454, parágrafo 3º, e 456).
No procedimento sumaríssimo, a concentração processual é mais intensa (arts. 278 a 280)” .
 
									 (obr. cit. pág. 399)
Crítica é feita ao procedimento sumário que, via de regra, não alcança o objetivo almejado pelo legislador, porquanto o CPC na parte relativa ao procedimento ordinário, como no que concerne às oportunidades da prova, é aplicado subsidiariamente, dada à imperfeição de como foi concebido o rito sumário.
No particular, vejamos o que diz Vicente Greco Filho:
“Nem sempre é alcançada essa concentração como acima prevista, dilatando-se o procedimento se surgirem incidentes, como, por exemplo, a necessidade de prova pericial ou a audiência de testemunhas por precatória. Nesses casos, inevitável é o adiamento da audiência, que se interrompe para prosseguir em outro dia”.
											(obr. cit. pág. 90)
JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS
O juizado especial é preconizado na Constituição Federal, “verbis” :
“Art. 98 - A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
I -	juizados especiais, providos por juizes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juizes de primeiro grau;
II - ............................................................................................................................................................
Parágrafo único. A Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal. ”
Mesmo antes da promulgação da C.F. de 1988, a lei especial criou e disciplinou o funcionamento do Juizado de Pequenas Causas. Trata-se da Lei nº 7.244, de 07 de novembro de 1984, hoje revogada e substituída pela Lei nº 9.099, de 26.09.95, que dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências.
O rito procedimental desses juizados, convive harmoniosamente como o rito do procedimento sumário. Todavia, entendemos oportuno transcrever o primeiro e segundo capítulos, Seção I, dessa lei especial para melhor esclarecer sobre as regras gerais:
“CAPÍTULO I
Disposições Gerais
	Art. 1º - Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos da Justiça Ordinária, serão criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para conciliação, processo, julgamento e execução, nas causas de sua competência.
	Art. 2º - O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação.
CAPÍTULO II.
DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS
Seção I
Da Competência
	Art. 3º - O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas: 
I. 	as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;
II. 	as enumeradas no art. 275, inciso II., do Código de Processo Civil;
III. 	a ação de despejo para uso próprio;
IV. 	as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado no inciso I deste artigo;
§ 1º - Compete ao Juizado Especial promover execução: 
I. 	dos seus julgados;
II. dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até quarenta vezes o salário mínimo, observando o disposto no § 1º do art. 8º desta Lei;
§ 2º - Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as causas de natureza alimentar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho patrimonial;
§ 3º - A opção pelo procedimento previsto nesta lei importará em renúncia ao crédito excedente ao limite estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de conciliação;
Art. 4º - É competente, para as causas previstas nesta Lei, o Juizado do foro:
I. 	do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele excerça atividades profissionais ou econômicas ou mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório;
II. 	do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;
III. 	do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação de dano de qualquer natureza.
Parágrafo Único - Em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta no foro previsto no inciso I deste artigo.” 
​​​​​​​​​​_______________________________________________________________
APOSTILA DE RESPONSABILIDADE DO PROFº LUIZ SOUZA CUNHA.
AUTORES CITADOS E CONSULTADOS
- Moacyr Amaral Santos 	Direito Processual Civil Brasileiro
 	1º Volume - 15ª Edição 
 
- José Frederico Marques 	Manual de Direito Processual Civil
 	1º Volume - 13ª Edição - 1990
- Vicente Greco Filho		Direito Processual Civil Brasileiro
		2º Volume - 9ª Edição - 1995
Atenção:	A apostila é, tão somente, um resumo da matéria que pode ser aprendida pelo aluno. Ela deve servir de guia do ensino-aprendizado, sob orientação pedagógica.
	
	Esta apostila se destina, pois, exclusivamente ao estudo e discussão do texto em sala de aula, como diretriz do assunto, podendo substituir os apontamentos de sala de aula, a critério do aluno.
 	
	Consulte a bibliografia anteriormente indicada além de outros autores.
Atualizada em junho/2011
�PAGE �1�
DPCI_T9_procedimento sumario

Outros materiais