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Estado e Religião

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RELIGIÃO E ESTADO, QUAL SUA LIGAÇÃO? 
 
 Entre os Direitos e Garantias Fundamentais previstos no artigo 5º, encontra-se a 
liberdade de consciência, crença e culto. Entretanto, a realidade do País ainda renega o 
que prega o texto Constitucional. O Direito e a Política vêm sofrendo fortes influências 
das religiões. O esclarecimento sobre esta questão é de suma importância, haja vista as 
notícias diárias envolvendo o tema. 
 Voltando um pouco ao período Imperial no Brasil, temos a Religião Católica 
Apostólica Romana como a Religião oficial do Império. Neste período, não se existia 
liberdade religiosa, pois as demais religiões eram apenas toleradas e suas manifestações 
repletas de restrições. Apenas com o advento da República é que se existe uma 
separação entre Estado e Igreja. Ou seja, o Estado se torna laico, não tendo ligação com 
nenhuma religião e, admitindo e respeitando todas as vocações religiosas. 
 Com o Estado laico (que não significa ateu, diga-se de passagem), é admitida a 
prática das mais variadas manifestações religiosas, assim como a proteção dos locais de 
suas práticas. Interessante ressalva faz José Afonso da Silva ao afirmar que além da 
liberdade de aderir e mudar de religião, também se assegura a liberdade de não escolher 
nenhuma religião. A liberdade de crença também admite a liberdade de descrença ou de 
ser ateu, por exemplo. O entendimento é bastante claro, cada cidadão tem a liberdade de 
escolher se acredita em Deus, Maomé, criacionismo ou big bang, por exemplo. Vale 
ressaltar que o artigo 19 inciso I da Constituição Federal de 1988 veda a União, Estados 
ao Distrito Federal e Municípios prática como a adoção de cultos religiosos ou igrejas, 
embaraçar funcionamento, manter relacionamento de dependência ou aliança. 
 Apesar de a própria Constituição assegurar tais direitos, o que se percebe no 
cenário brasileiro é um claro desrespeito a tal norma constitucional. Não é difícil notar 
em repartições públicas crucifixos, adoção de feriados ligados a religião Católica, entre 
outros. Se não bastasse, é rotineiro no Congresso Nacional a bancada evangélica usar 
dos princípios religiosos nas matérias legislativas. A ideia que alguns Deputados e 
Senadores têm é que estamos em um País que adota religião, que seus princípios 
particulares são de todos os brasileiros. Até mesmo operadores do Direito têm usado a 
religião quando da aplicação das leis. 
Todo esse cenário é altamente crítico e preocupante, pois qual é o futuro de um 
País que elege representantes que desrespeitam a Carta Magna? Não é absurdo levar em 
consideração que se os princípios religiosos continuarem a interferir diretamente na 
Política e no Direito estaremos voltando a ditadura. A observância das normas 
constitucionais é fundamental para que gozemos de um regime Democrático. Desta 
maneira, o Estado deve garantir a proteção da prática de todas as crenças religiosas sem 
adotar qualquer delas, nem mesmo o ateísmo. 
 
Autor: Carlos Henrique de Lima Andrade é natural de Ribeirópolis, interior de 
Sergipe. Atualmente é graduando em Direito Pela Faculdade Pio Décimo, como 
Bolsista Integral do Programa Universidade para Todos (PROUNI), mas já foi aluno do 
curso de História pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Já fora aprovado em 
diversos cursos em distintas Universidades Federais do País, é concursado público 
municipal na Prefeitura de Pinhão-SE. Também é pesquisador em Filosofia e 
Fundamentos Sócio-Antropológicos aplicados ao Direito na PIO X. 
 Email: carloshenrique_lima16@hotmail.com

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