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Resumo de Direito Civil I av2

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OS BENS E SUA CLASSIFICAÇÃO
Bens são coisas materiais, concretas, úteis aos homens e de expressão econômica suscetíveis de apropriação bem como as de existência imaterial economicamente apreciáveis.
“O ser humano possui necessidade de acordo com a realidade vivida por cada ser. São elas satisfeitas com utensílios que podem decorrer da racionalidade e criação humana, ou da própria natureza. Podem ainda ser perceptíveis ou não aos órgãos do sentido. Mas o que importa para o mundo jurídico é que tal utensílio tenha uma raridade e uma utilidade que a torne objeto de apreciação econômica. Ao preencher tais requisitos, a lei lhes atribui a qualidade de bens e passa a classificá-los.”
Sentido Filosófico: Tudo que satisfaz uma necessidade humana.
Sentido Jurídico: Utilidade física material ou imaterial apta a servir como objeto numa relação jurídica.
Sentido Econômico: é a utilidade dotada de valor pecuniário.
Classificações
Bens considerados em si mesmos
Corpóreos – São os que têm existência física, material, e podem ser tangidos pelo homem.
Incorpóreos – São os que têm existência abstrata, mas com valoração econômica – como, por exemplo, o direito autoral, crédito, sucessão aberta.
Imóveis – As coisas que não podem ser removidas de um lugar para outro sem destruição. Podem ser por sua natureza (o solo e tudo quanto se lhe incorporar naturalmente, compreendendo as árvores e os frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo), por acessão física, industrial ou artificial (inclui tudo o que o homem incorpora definitivamente ao solo, como a semente, os edifícios, construções, de modo que não possam ser retirados sem destruição ou modificação em sua estrutura) e por acessão intelectual ou por destinação ( são as coisas móveis que o titular mantêm no  imóvel para a exploração de atividade econômica ou industrial ou para sua comodidade – tratores oi máquinas agrícolas, equipamentos e ornamentos) e por disposição legal.
Móveis – Podem ser transportados, suscetíveis de movimentação própria ou de locomoção por força alheia. Podem ser: por natureza ( são os removíveis sem danos), por determinação legal ( as energias que tenham valor econômico, os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes e os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações) e por antecipação (são os incorporados ao solo mas com a intenção de separá-los oportunamente e convertê-los em móvel).
Bens Fungíveis – São aqueles que podem ser substituídos por outro de mesmo gênero-espécie, quantidade e qualidade, sendo certo que tal classificação é típica de bens moveis como, por exemplo, o café, a soja, o dinheiro.
Bens infungíveis – São aqueles não passíveis de substituição, encarados segundo suas qualidades individuais, vistos como de natureza insubstituíveis, v. g. , uma obra de arte, o manuscrito original de um consagrado autor.
Bens Consumíveis – Sãos os bens cujo uso importa a destruição instantânea da própria substância. De modo geral, são os que se destroem tão logo usados, bem como aqueles destinados à alienação. Subdividem-se em consumíveis de fato, como os alimentos, e consumíveis de direito, como o dinheiro.
Bens Inconsumíveis – São os que permitem uso contínuo, sem prejuízo do seu perecimento ou destruição progressiva e natural de modo a permitir o aproveitamento de suas utilidades sem violação à sua integridade como um carro, por exemplo. A diferenciação entre bens consumíveis e inconsumíveis tem como norte a sua durabilidade.
Bens Divisíveis – São os passiveis de divisão em frações homogêneas e distintas que guardam a qualidade de não se alterarem nem desvalorizarem a essência do todo. Segundo Maria Helena Diniz, “Deve cada parte ser autônoma, tendo a mesma qualidade e prestando as mesmas utilidades e serviços do todo. Por exemplo, se repartir um pacote de açúcar, cada metade conservará as qualidades do produto”.
Bens Indivisíveis – São os desprovidos de caráter fracionário.
A.      Da própria natureza do bem, v. g., animal vivo;
B.      De determinação legal, v. g., a hipoteca, como direito real sobre coisa alheia;
C.      Convencional ou voluntário, devido à manifestação da vontade das partes interessadas –art. 259 e parágrafo único.
D.      Econômica, posto que um eventual fracionamento  do bem, muito embora mantenha a sua substancia, acarretará em considerável diminuição do valor da coisa, por exemplo, uma pedra preciosa.
Orlando Gomes assevera:
“A distinção entre bens divisíveis e indivisíveis aplica-se às obrigações e aos direitos. A regra dominante para as obrigações é que mesmo quando a prestação é divisível o credor não pode ser compelido a receber por partes se assim não se convencional. Se a prestação for indivisível e houver pluralidade de devedores cada qual será obrigado pela divida total”.
BENS SINGULARES X BENS COLETIVOS
Bens singulares são aqueles avaliados em sua individualidade, representados por uma unidade autônoma e por isso distinta de quaisquer outras (um lápis, um livro, uma árvore). Os bens singulares podem ser divididos em simples e compostos, estes são os que têm suas partes ligadas artificialmente pelo homem, enquanto que aqueles são os que compõem um todo homogêneo, cujas partes unidas pela natureza ou pelo engenho humano, nenhuma determinação especial reclamam da lei pois podem ser materiais (um cavalo, uma planta) ou imateriais (como um crédito).
Os bens coletivos ou universalidades são aqueles que, sendo compostos de vários bens singulares, acabam por formar um todo homogêneo como, por exemplo, o rebanho ou uma biblioteca. Ademais, podem ser divididos em bens coletivos de fato e coletivos de direito. Os de fato são o conjunto de bens singulares (simples ou compostos) AGRUPADOS PELA VONTADE DA PESSOA, tendo destinação comum e permitindo a sua desconstituição pela mesma manifestação de vontade. Os coletivos de direito, entendidos como um complexo de direitos e obrigações, são dotados de valor econômico e reconhecidos pela lei como bens que têm caráter UNITÁRIO.
Bens reciprocamente considerados
Principal – é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente (A árvore em relação ao fruto).
Acessório – é  bem cuja existência depende da principal (fruto em relação à árvore).
Frutos – São as utilidades que uma coisa periodicamente produz, ou seja, nascem e renascem da coisa sem acarretar-lhe destruição no todo ou em parte.
Frutos
Quanto à sua natureza
Naturais – São oriundos do bem principal de modo que essa geração não resulta de intervenção humana. São os que se desenvolvem e se renovam periodicamente pela própria força orgânica da coisa¹.
Industriais – Advém da atividade industrial humana. São os decorrentes do engenho humano, como, por exemplo, a produção de uma fábrica².
Civis – Rendimentos periódicos oriundos da utilização de coisa frutífera por outrem que não o proprietário, como as rendas, aluguéis, juros, dividendos e foros ³.
Quanto à ligação com a coisa principal
Colhidos ou percebidos – São os frutos já separados da coisa que o produziu.
Pendentes – Aqueles ligados à coisa que o produziu.
Percipiendos - Os que deviam ser, mas não foram, percebidos, apesar de terem todas as condições para sua separação da coisa frugífera.
Estantes – São os armazenados em depósito para expedição ou venda.
Consumidos – Os que não mais existem, porque foram utilizados, perdidos, transformados, gastos ou vendidos.
Produtos
Utilidades não sujeita à renovação posto que a percepção diminui a substância da coisa principal, como, por exemplo, o metal precioso de uma mina.
Rendimentos
Fruto civil como aluguel, renda percebida pela aplicação do capital, juro, foro etc.
Pertenças
Coisa acessória destinada a conservar ou facilitar o uso do bem principal , sem ser parte integrante. É o bem que se destina de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. Apesar de acessório, mantém sua individualidade e autonomia, tendo apenas com o principal uma subordinaçãoeconômico-jurídica, pois, sem haver qualquer incorporação, vincula-se à principal para que esta atinja suas finalidades. São pertenças todos os bens móveis ajudantes que o proprietário, intencionalmente, empregar na exploração industrial de um imóvel, no seu aformoseamento ou na sua comodidade. Por serem acessórios, acompanham a sorte do principal. Excepcionalmente nada obsta a que se ligue, pertinencialmente, um imóvel a outro, para servi-lo na consecução de seus fins.
Benfeitorias
Obras ou despesas feitas em bem móvel ou imóvel para conservá-lo (necessária), melhorá-lo (útil) ou embelezá-lo (voluptuária). São qualidades que se acrescentam à coisa em virtude de obra humana.
Benfeitorias necessárias – Obras ou despesas feitas na coisa para conservá-la ou evitar que se deteriore, por exemplo, reforço das fundações de um prédio, desinfecção de um pomar atacado de praga etc.
Benfeitorias úteis – Obras ou despesas que visam aumentar ou facilitar o uso da coisa, por exemplo, instalação de aparelhos hidráulicos modernos, construção de uma garagem.
Benfeitorias voluptuárias – Obras ou despesas de mero deleite ou recreio, não tendo por fim aumentar o uso habitual do bem ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor, por exemplo, revestimento em mármore de piso de cerâmica em bom estado, construção de piscina numa residência etc.
Partes Integrantes
Bem que, ligado à coisa principal, passa a integrá-la de modo que sua separação prejudicará a fruição do todo, ou seja, a utilização do bem jurídico principal. Bem acessório que, unido ao principal, forma com ele um todo, sendo desprovido de existência material própria, embora mantenha sua identidade. Por exemplo, a lâmpada de um lustre.
Bem público 
– É o que tem por titular do seu domínio uma pessoa jurídica de direito público interno, podendo ser federal, se pertencente à União, estadual, se do Estado, ou municipal, se do Município. ¹
Bem público “de uso comum do povo” – Aquele que, embora pertencente a pessoa de direito público interno, pode ser utilizado, sem restrição, gratuita ou onerosamente, por todos, sem necessidade de qualquer permissão legal. Por exemplo, rua, praça, estrada, jardim, praia, golfo, enseada, mar etc. ² O uso de tais bens podem estar condicionadas às condições impostas por regulamentos. Nada impede que o poder público suspenda seu uso por razões de segurança nacional ou do próprio usuário. (CC, Art. 99, I)
Bem público “de uso especial” – É o utilizado pelo próprio Poder Público, constituindo imóvel aplicado a serviço ou estabelecimento federais, estaduais ou municipais, como, por exemplo, prédio onde funciona tribunal, escola pública, secretaria, ministério, quartel etc. É o que tem, portanto, uma destinação especial. ³ (CC, Art. 99, II)
Bem dominical – É o que compõe não só o patrimônio da União, dos Estados ou dos Municípios, bem como das pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado a estrutura de direito privado, como objeto do direito pessoal ou real dessas pessoas de direito público interno. Pode abranger coisas móveis ou imóveis, como: título de divida pública, estrada de ferro, terra devoluta, terreno de marinha, mar territorial, oficina e fazenda do Estado, queda d´água, jazida e minério, arsenal das Forças Armadas etc. 4 São bens passiveis de alienação, desde que por determinação legal, de conversão em bens de uso comum ou especial.
(CC, 99, III – CF, Art.  20, I a IV, 176, 26, I a IV – CC, 99, parágrafo único)
DOS DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
Do Erro ou Ignorância – CC, 138 a 144
Do Dolo – CC, 145 a 150
Da Coação – CC, 151 a 155
Do Estado de Perigo – CC, 156
Da Lesão – CC, 157
Da Fraude Contra Credores – CC 158 a 165
Da simulação – CC, §1º, 167
INTRODUÇÃO AOS DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
Analisamos anteriormente que a declaração de vontade é elemento estrutural ou requisito de existência do Negócio Jurídico.  Verificamos também que para ser válido é necessário que a vontade seja manifestada livre e espontaneamente. Entretanto, veremos que poderá ocorrer algum defeito na formação ou na declaração do Negócio Jurídico, em prejuízo do próprio declarante, de terceiro ou da ordem pública. São os chamados vícios de consentimento, porque provocam uma manifestação de vontade não correspondente com o íntimo e verdadeiro querer do agente (criam uma divergência, um conflito entre a vontade manifestada e a real intenção exteriorizada). Há também os vício sociais, que são exteriorizados com a intenção de prejudicar terceiros (fraude contra credores e simulação) ou violar a lei (simulação).
DO ERRO OU IGNORÂNCIA
O ERRO CONSISTE EM UMA FALSA REPRESENTAÇÃO DA REALIDADE (O AGENTE ENGANA-SE SOZINHO); TORNA-SE DIFÍCIL PENETRAR NO ÍNTIMO DO AUTOR PARA DESCOBRIR O QUE SE PASSOU EM SUA MENTE NO MOMENTO DA CELEBRAÇÃO DO NJ (SÃO POUCAS AS AÇÕES ANULATÓRIAS AJUIZADAS); A DOUTRINA (MHD) DIZ QUE “EMBORA A IGNORÂNCIA SEJA A AUSÊNCIA COMPLETA DE CONHECIMENTO SOBRE ALGO E O ERRO, A FALSA NOÇÃO SOBRE ALGUM OBJETO, O LEGISLADOR OS EQUIPAROU NOS SEUS EFEITOS JURÍDICOS. ASSIM SENDO, DESDE QUE O ATO NEGOCIAL SEJA VICIADO POR ERRO OU IGNORÂNCIA, SERÁ PASSÍVEL DE ANULAÇÃO POR EXISTIR DETURPAÇÃO DA MANIFESTAÇÃO DA VONTADE”.
ESPÉCIES
ERRO SUBSTANCIAL (OU ESSENCIAL): É O QUE RECAI SOBRE CIRCUNSTÂNCIAS E ASPECTOS RELEVANTES DO NJ (SE CONHECIDA A REALIDADE O NJ NÃO SERIA CELEBRADO).
ERRO SOBRE A NATUREZA DO NEGÓCIO (ERROR IN NEGOTIO) : 
SERÁ AQUELE EM QUE UMA DAS PARTES MANIFESTA A SUA VONTADE PRETENDENDO E SUPONDO CELEBRAR DETERMINADO NJ E, NA VERDADE, REALIZA OUTRO DIFERENTE (QUER ALUGAR E ESCREVE VENDER) “PRETENDE O AGENTE PRATICAR UM ATO E PRATICA OUTRO”.
EX.: PESSOA QUE EMPRESTA UMA COISA E A OUTRA ENTENDE QUE HOUVE DOAÇÃO… CV = DOAÇAO …. LOCAÇÃO = VENDA A PRAZO.
ERRO SOBRE O OBJETO PRINCIPAL DA DECLARAÇÃO (ERROR IN CORPORE) 
É O QUE INCIDE SOBRE A IDENTIDADE DO OBJETO (SEU DESEJO RECAI SOBRE OBJETO DIVERSO DAQUELE QUE TINHA EM MENTE).
EX.: ACREDITO QUE O TERRENO QUE COMPREI É VALORIZADO, POIS ENCONTRA-SE EM RUA IMPORTANTE, MAS QUE, NA VERDADE, TEM POUCO VALOR, PORQUE LOCALIZADO EM RUA DO MESMO NOME, PORÉM DE UM BAIRRO PERIFÉRICO;
ERRO SOBRE ALGUMA DAS QUALIDADES ESSENCIAIS DO OBJETO PRINCIPAL (ERROR IN SUBSTANTIVA OU ERROR IN QUALITATE)
OCORRERÁ QUANDO O MOTIVO DETERMINANTE DO NJ É A SUPOSIÇÃO DE QUE O OBJETO POSSUI DETERMINADA QUALIDADE E, POSTERIORMENTE, SE VERIFICA INEXISTIR (NÃO TEM AS QUALIDADES QUE PENSAVA ESSENCIAIS E QUE INFLUÍRIAM EM SUA DECISÃO DE REALIZAR O NJ).
EX.: PESSOA QUE ADQUIRE UM QUADRO POR ALTO PREÇO, PENSANDO SER O ORIGINAL QUANDO NÃO PASSA DE CÓPIA; COMPRAR UM RELÓGIO DOURADO COMO SE FOSSE OURO MACIÇO.
ERRO QUANTO À IDENTIDADE OU À QUALIDADE DA PESSOA A QUEM SE REFERE A DECLARAÇÃO DE VONTADE (ERROR IN PERSONA)
PODE-SE REFERIR TANTO À IDENTIDADE QUANTO À QUALIDADE DA PESSOA, SEJA ELA DESTINATÁRIA DA MANIFESTAÇÃO DE VONTADE COMO TAMBÉM AO BENEFICIÁRIO.
EX. CASAMENTO DE UMA JOVEM DE BOA FORMAÇÃO COM INDIVÍDUO QUE VEM A SABER DEPOIS SER UM DESCLASSIFICADO;
ERRO DE DIREITO (ERROR JURIS)
É O FALSO CONHECIMENTO, IGNORÂNCIA OU INTERPRETAÇÃO ERRÔNEA DA NORMA JURÍDICA APLICÁVEL À SITUAÇÃO CONCRETA.
EX.: CONTRATEI A IMPORTAÇÃO DE UM PRODUTO IGNORANDO EXISTIR LEI PROIBINDO. COMO A MINHA IGNORÂNCIA FOI A CAUSA DETERMINANTE DO ATO, PODERÁ SER ALEGADA PARA ANULAR O CONTRATO, SEM COM ISSO SE PRETENDER QUE A LEI SEJA DESCUMPRIDA
ERRO ACIDENTAL: É O ERRO QUE SE OPÕE AO SUBSTANCIAL, PORQUE SE REFERE A CIRCUNSTÂNCIAS DE SOMENOS IMPORTÂNCIA QUE, SEM ELE, O ATO NÃO SE REALIZARIA
SE O AGENTE CONHECESSE A VERDADE, MESMO ASSIM REALIZARIA O NJ
EX.: ERRO QUANTO À INDENTIDADE OU À QUALIDADE DA PESSOA
NÃO SE EXIGE QUE TENHA INFLUÍDO NA DECLARAÇÃO DE VONTADE “DE MODO RELEVANTE”
DOAÇAO PARA O SOBRINHO QUE NA VERDADE É AFILHADo
ERRO ESCUSÁVEL: (ART. 138) 
É O ERRO JUSTIFICÁVEL, EXATAMENTE O CONTRÁRIO DE ERRO GROSSEIRO OU INESCUSÁVEL, DE ERRO DECORRENTE DO NÃO-EMPREGO DA DILIGÊNCIA ORDINÁRIA.
ADOTOU-SE O PADRÃO ABSTRATOPARA AFERIR A ESCUSABILIDADE, QUAL SEJA, DO HOMEM MÉDIO (HOMO MEDIUS)
A JURISPRUDÊNCIA CONTINUA APLICANDO O CRITÉRIO OBJETIVO, QUE PERMITE AO JUIZ FAZER JUSTIÇA NO CASO CONTRETO
ERRO REAL
É AQUELE CAUSADOR DE PREJUÍZO CONCRETO PARA O INTERESSADO. É TANGÍVEL E PALPÁVEL.
EX. ADQUIRO UM VEÍCULO 2000 EM VEZ DE 2006
EM SE TRATANDO SOMENTE DE SUA COR, SERIA ACIDENTAL, PORQUE IRRELEVANTE PARA A DEFINIÇÃO DO PREÇO, NÃO TORNANDO O NJ ANULÁVEL.
ERRO OBSTATIVO OU IMPRÓPRIO: É O DE RELEVÂNCIA EXARCEBADA (INTENSA), QUE APRESENTA UMA PROFUNDA DIVERGÊNCIA ENTRE AS PARTES, IMPEDINDO QUE O NJ VENHA A SE FORMAR.
É O QUE OBSTA A SUA FORMAÇÃO E, DIANTE DISTO, INVIABILIZA A SUA EXISTÊNCIA.
DA FRAUDE CONTRA CREDORES
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
§ 1° Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.
§ 2° Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles.
A fraude contra credores constitui a prática maliciosa, pelo devedor, de atos que desfalcam seu patrimônio, com o fim de colocá-lo a salvo de uma execução por dívidas em detrimento dos direitos creditórios alheios.
Pratica fraude contra credores o devedor insolvente, ou na iminência de o ser, que desfalca seu patrimônio, onerando ou alienando bens, subtraindo-os à garantia comum dos credores com o fim de salvá-los de uma provável execução por dívidas.
ELEMENTOS
objetivo (eventus damni), que é todo ato prejudicial ao credor, por tornar o devedor insolvente ou por ter sido realizado em estado de insolvência, ainda quando o ignore ou ante o fato de a garantia tornar-se insuficiente depois de executada; e o subjetivo (consilium fraudis), que é a má-fé, a intenção de prejudicar do devedor ou do devedor aliado a terceiro, ilidindo os efeitos da cobrança.
ESTADO DE INSOLVÊNCIA
Sempre que os débitos forem superiores à importância dos bens do devedor (CPC, 748).
O ato de disposição e oneração de bens, créditos e direitos, a título gratuito ou oneroso, que acarrete ao devedor a redução de seu patrimônio
em prejuízo de credor preexistente.A prova da insolvência far-se-á, em regra, com a execução da dívida.
ATOS FRAUDULENTOS
Não apenas nas transmissões onerosas (art. 159) pode ocorrer fraude contra credores, mas também em outras três hipóteses: transmissão gratuita de bens ou remissão de dívidas (art. 158 c/c 386); pagamento antecipado de dívida (art. 162); concessão fraudulenta de garantias (art. 163)
REQUISITOS
a existência de crédito anterior ao ato que se diz fraudulento;
que do ato tenha resultado prejuízo;
que tenha intenção de fraudar; se bem que alguns autores entendem dispensável a intenção de fraudar ou prejudicar, bastando o conhecimento de que se diminui a garantia dos credores;
prova da insolvência;
FRAUDE CONTRA CREDORES E FRAUDE DE EXECUÇÃO
Quando a alienação de bens lesar os credores; Os atos praticados em fraude, por serem anuláveis, requerem uma ação para o seu conhecimento;
F.E.:
Quando se der a alienação de bens do devedor, já comprometidos por obrigação sua, desde que esteja em curso alguma ação movida contra ele e desde que a execução recaia futuramente sobre esses bens.
DA SIMULAÇÃO
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. §1° Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. §2° Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado.
DEFINIÇÃO
É a declaração falsa, enganosa, da vontade, visando produzir efeito diverso do ostensivamente indicado, com o fim de criar uma aparência de direito, para iludir terceiros ou burlar a lei. É produto de um conluio entre os contratantes, visando obter efeito diverso daquele que o NJ aparenta conferir. É vício social.
CARACTERÍSTICAS
a) falsa declaração bilateral de vontade;
b) a exteriorização do ato não reflete a intenção real das partes;
c) estará sempre a iludir ou prejudicar terceiro.
É geralmente um ato bilateral, em que duas ou mais pessoas fingem a prática de um ato jurídico, como por exemplo a doação de homem casado à concubina, através de uma compra e venda simulada
ESPÉCIES DE SIMULAÇÃO
Absoluta: Ter-se-á esta simulação quando a declaração enganosa da vontade exprime um NJ bilateral ou unilateral, não havendo intenção de realizar ato negocial algum. Ex: é o caso da emissão de títulos de crédito, que não representam qualquer NJ, feita pelo marido antes da separação judicial para lesar a mulher na partilha de bens.
Relativa: Esta é a que resulta no intencional desacordo entre a vontade interna e a declarada. Ocorrerá sempre que alguém, sob a aparência de um NJ fictício, realizar outro que é o verdadeiro, diverso, no todo ou em parte, do primeiro, com o escopo de prejudicar terceiro. Apresentam-se dois contratos: um real e outro aparente. Os contraentes visam ocultar de terceiros o contrato real, que é o querido por eles.
MODALIDADES DE SIMULAÇÃO RELATIVA
a) subjetiva, se a parte contratante não tira proveito do NJ, por ser o sujeito aparente. O NJ não é efetuado pelas próprias partes, mas por pessoa interposta ficticiamente (CC, 167, §1). Ex.: é o que sucede na venda realizada a um terceiro para que ele transmita a coisa a um descendente do alienante, a quem se tem a intenção de transferi-la desde o início, burlando-se o disposto no art. 496 do CC, mas tal simulação só se efetivará quando se completar com a transmissão dos bens ao real adquirente (STF, Súm. 152 e 494);
b) objetiva, se respeitar à natureza do NJ pretendido, ao objeto ou a um de seus elementos contratuais; se o NJ contiver declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira (CC, 167, §1, II) — é o que se dá, p. ex., com a hipótese em que as partes na escritura de compra e venda declaram preço inferior ao convencionado com a intenção de burlar o fisco, pagando menos imposto; se as partes colocarem, no instrumento particular, a antedata ou a pós-data, constante no documento, não aquela em que o mesmo foi assinado, pois a falsa data indica intenção discordante da verdade (CC, 167, § 1, III).
EFEITOS DA SIMULAÇÃO
O negócio é nulo, não podendo ser confirmado, nem convalescido pelo decurso do tempo. 
Mas, em caso de simulação relativa, o NJ dissimulado poderá subsistir se for válido na substância e na forma.
DO DOLO
CONCEITO: “É O ARTIFÍCIO OU EXPEDIENTE ASTUCIOSO, EMPREGADO PARA INDUZIR ALGUÉM À PRÁTICA DE UM ATO QUE O PREJUDICA, E APROVEITA AO AUTOR DO DOLO OU A TERCEIRO”
O DOLO DIFERE DO ERRO PORQUE ESTE É ESPONTÂNEO (A VÍTIMA SE ENGADA SOZINHA) ENQUANTO QUE AQUELE É PROVOCADO PELA OUTRA OUTRA PARTE OU POR TERCEIRO, FAZENDO COM QUE A VÍTIMA SE EQUIVOQUE.
O DOLO CIVIL NÃO SE CONFUNDE COM O DOLO CRIMINAL (É A INTENÇÃO DE PRATICAR UM ATO QUE SE SABE CONTRÁRIO À LEI – ART. 18, I DO CP) E PROCESSUAL (DECORRE DA CONTUDA PROCESSUAL REPROVÁVEL, CONTRÁRIA À BOA-FÉ – ARTS. 16 A 18 DO CPC)
CARACTERÍSTICAS
TEM ÍNTIMA LIGAÇÃO COM O ERRO, PORQUE EM AMBOS OS CASOS A VÍTIMA É ILUDIDA;
PODE LEVAR O SEU AUTOR A INDENIZAR OS PREJUÍZOS QUE PORVENTURA TIVER CAUSADO;
DISTINGUE-SE DA SIMULAÇÃO, POIS A VÍTIMA PARTICIPA DO NJ, MAS SOMENTE A OUTRA CONHECE A MAQUINAÇÃO E AGE DE MÁ-FÉ;
NÃO SE CONFUNDE COM A FRAUDE, EMBORA AMBOS OS VÍCIOS ENVOLVAM O EMPREGO DE MANOBRAS DESLEAIS;
O MESMO OCORRE EM RELAÇÃO A COAÇÃO, POSTO QUE O SEU AUTOR ATUARÁ EXCLUSIVAMENTE SOBRE A SUA INTELIGÊNCIA.
ESPÉCIES DE DOLO
DOLO PRINCIPAL = ART. 145 CONFIGURA-SE QUANDO O NJ É REALIZADO SOMENTE PORQUEHOUVE INDUZIMENTO MALICIOSO DE UMA DAS PARTES. NÃO FOSSE O CONVENCIMENTO ASTUCIOSO E A MANOBRA INSIDIOSA, A AVENÇA NÃO SE TERIA CONCRETIZADO.
DOLO ACIDENTAL = ART. 146 DIZ RESPEITO AS CONDIÇÕES DO NJ, O QUAL SERIA REALIZADO INDEPENDENTEMENTE DA MALÍCIA EMPREGADA PELA OUTRA PARTE OU POR TERCEIRO. NÃO VICIA O NJ.
DOLUS BONUS = É O DOLO TOLERÁVEL, DESTITUÍDO DE GRAVIDADE SUFICIENTE PARA VICIAR A MANIFESTAÇÃO DE VONTADE. É COMUM NO COMÉRCIO EM GERAL.
DOLUS MALUS = É O REVESTIDO DE GRAVIDADE, EXERCIDO COM O PROPÓSITO DE LUDIBRIAR E DE PREJUDICAR (SE DIVIDE EM PRINCIPAL E ACIDENTAL). CONSISTE EM ATOS, PALAVRAS E ATÉ MESMO NO SILÊNCIO MALDOSO.
E) DOLO POSITIVO OU COMISSIVO E DOLO NEGATIVO OU OMISSIVO = ART. 147. O LEGISLADOR EQUIPAROU A OMISSÃO À AÇÃO DOLOSA. TEM COMO BASE O PRINCÍPIO DA BOA-FÉ (EX. ART. 180 E 766)
F) DOLO DE TERCEIRO = ART. 148. INCUMBE A PARTE LESADA PROVAR, NA AÇÃO ANULATÓRIA, QUE A OUTRA PARTE, BENEFICIADO PELO DOLO DE TERCEIRO, DELE TEVE OU DEVERIA TER CONHECIMENTO.
G) DOLO DO REPRESENTANTE = ART. 149. QUANDO ATUA NOS LIMITES DE SEUS PODERES, CONSIDERA-SE O ATO PRATICADO PELO PRÓPRIO REPRESENTADO. SUBDIVIDE-SE EM LEGAL E CONVENCIONAL.
H) DOLO BILATERAL = ART. 150. AMBAS AS PARTES TEM CULPA. NINGUÉM PODE VALER-SE DA PRÓPRIA TORPEZA. NÃO HÁ BOA-FÉ A DEFENDER.
I) DOLO DE APROVEITAMENTO = ART. 157. CONSTITUI ELEMENTO SUBJETIVO DA LESÃO.
DA COAÇÃO
“É TODA AMEAÇA OU PRESSÃO EXERCIDA SOBRE UM INDIVÍDUO PARA FORÇÁ-LO, CONTRA A SUA VONTADE, A PRATICAR UM ATO OU REALIZAR UM NJ.
C.M.S.P: “Qualquer pressão física ou moral exercida sobre a pessoa, os bens ou a honra de um contratante para obrigá-lo ou induzi-lo a efetivar um NJ.
É O VÍCIO MAIS GRAVE E PROFUNDO QUE PODE AFETAR O NJ, MAIS ATÉ QUE O DOLO, POIS IMPEDE A MANIFESTAÇÃO DE VONTADE.
O que a caracteriza é o emprego da violência psicológica para viciar a vontade, ou seja, o temor que ela inspira.
Nosso direito civil ora o chama de coação (171, II), ora de violência (1.814, III)
ESPÉCIES:
ABSOLUTA OU FÍSICA = (vis absoluta)
INOCORRE QUALQUER CONSENTIMENTO OU MANIFESTAÇÃO DE VONTADE, POIS É O CONSTRANGIMENTO CORPORAL QUE RETIRA TODA CAPACIDADE DE QUERER, NÃO SE TRATANDO DE VÍCIO DE VONTADE
Trata-se de hipótese de inexistência do NJ, ou seja, NULO o negócio, por ausência do primeiro e principal requisito de existência, que é a declaração de vontade.
Ex.: 1) a colocação da impressão digital do analfabeto no contrato, agarrando-se à força o seu braço.
2) Se alguém segurar a mão da vítima, apontando-lhe uma arma, para obter a assinatura de um documento.
RELATIVA OU MORAL = (vis compulsiva)
DEIXA-SE UMA OPÇÃO OU ESCOLHA À VÍTIMA: PRATICO O ATO EXIGIDO OU CORRO O RISCO DE SOFRER AS CONSEQUÊNCIAS?
Neste caso não há aniquilação do consentimento.
Ex.: o assaltante que ameaça a vítima dizendo: “a bolsa ou a vida”; esta tem uma alternativa, ou entrega a bolsa ou sobre as consequências da ameaça, que seria a perda da vida.
É modalidade de vício de consentimento, pois permite que o coacto (vítima ou paciente) emita uma vontade, embora maculada, acarretando a anulabilidade do negócio por ele realizado (CC, 171, II e 178, II).
COAÇÃO PRINCIPAL = É ASSIM DENOMINADA A QUE É A CAUSA DETERMINANTE DO NJ. EMBORA O CC NÃO FAÇA A DISTINÇÃO, A DOUTRINA ENTENDE EXISTIR COAÇÃO PRINCIPAL E ACIDENTAL, COMO NO DOLO.
Constitui causa de anulação do NJ
COAÇÃO ACIDENTAL = INFLUI APENAS NAS CONDIÇÕES DA AVENÇA, OU SEJA, SEM ELA O NJ ASSIM MESMO SE REALIZARIA, MAS EM CONDIÇÕES MENOS DESFAVORÁVEIS À VÍTIMA
Somente obriga ao ressarcimento do prejuízo
Requisitos da Coação – CC, 151
deve ser a causa determinante no NJ, pois deve haver um nexo causal entre o meio intimidativo e o ato realizado pela vítima. De modo que, se o temor for ocasionado por força maior, será esta e não a coação que viciará a vontade.
deve incutir à vítima um temor justificado, como morte, cárcere privado, desonra, mutilação, escândalo etc. Entretanto, o magistrado deverá, ao apreciar a ameaça, considerar as circunstâncias que possam influir sobre sua maior ou menor eficácia, porque a lei, ao pressupor que todos nós somos dotados de certa energia ou grau de resistência, não desconhece que sexo, idade, saúde, temperamento podem tornar decisiva a coação que, exercida em certas circunstâncias, pode pressionar e influir mais poderosamente (CC, 152)
c) deve dizer respeito a um dano iminente, suscetível de atingir a pessoa da vítima, sua família ou seus bens. Requer que o dano se mostre razoavelmente próximo, de modo a não ensejar tempo ao coacto de socorrer-se da autoridade pública, ou de não ser eficaz a intervenção desta.
d) deve ser considerável ou grave, podendo ser moral, se a ameaça se dirige contra a vida, liberdade, honra da vítima ou de qualquer pessoa de sua família, ou patrimonial, se a coação disser respeito aos seus bens. Caso seja uma ameaça vaga, indeterminada ou impossível, cujos efeitos são incertos e distantes, tornam-se insuficientes para constituir coação.
e) o dano pode atingir pessoa não pertencente à família da vítima, hipótese em que o magistrado, com base nas circunstâncias, analisando a relação de afetividade ou a emergência da situação fática, decidirá, com equidade, se houve, ou não, vis compulsiva.
Não importa que entre a vítima da extorsão e a vítima da ameaça não exista liame algum, familiar social ou afetivo. A solidariedade humana é suficiente para justificar a sucumbência do coacto às exigências do coator.
Excluem a Coação – CC, 153, 1ª parte
A ameaça do exercício normal de um direito, isto porque a violência deve ser injusta. Se fosse justa, o autor da ameaça teria exercido um direito seu.
Ex.: se Alex, credor de dívida vencida e não paga ameaçar o devedor André de protestar o título e requerer a sua insolvência, não se configura a coação por ser ameaça justa que se prende ao exercício normal de um direito, logo o André não pode reclamar a anulação do protesto.
Se, porém, Alex, ao invés de ameaçar com justo protesto, o faz com a propagação de um escândalo em que André esteja envolvido, há coação, porque houve exercício irregular de um direito.
b) Simples temor reverencial, que é o receio de desgostar pai, mãe ou pessoas a quem se deve obediência e respeito, como, por exemplo, superiores hierárquicos; é incapaz de viciar o negócio, desde que não seja acompanhado de ameaças o violências irresistíveis.
Ex.: não se anula o negócio mediante a “simples” alegação do empregado, do filho ou do soldado no sentido de que foi realizado para não desgostar, respectivamente, o patrão, o pai ou o coronel, quando estes constituem a contraparte ou apenas recomendam a celebração da avença com terceiro, muito embora se reconheça a utilidade desse respeito para o relacionamento social.
COAÇÃO EXERCIDA POR TERCEIRO – CC, 154 e 155
Art. 154: Para apurar-se a responsabilidade da parte beneficiada pela coação é preciso saber se ela tinha ou deveria ter ou não conhecimento. Afirmativa a resposta, responsável, solidariamente com o terceiro, será a parte favorecida.
Art. 155: desconhecida daquele que da coação se aproveita ou dela não devesse ter conhecimento, mantido será o negócio realizado, respondendo por perdas e danos em face do coacto tão-somente o terceiro coator.
SEMPRE VICIA O NJ, INCLUSIVE O UNILATERAL, COMO O TESTAMENTO E A PROMESSA DE RECOMPENSA, UMA VEZ QUE INEXISTEM “PARTES”, MAS SIM AGENTE E TERCEIROS A QUEM SE DIRIGE A DECLARAÇÃO DE VONTADE.
PREVALECE O PRINCÍPIO DA BOA-FÉ, A TUTELA DA CONFIANÇA DA PARTE QUE RECEBE A DECLARAÇÃO DE VONTADE SEM TER, NEM PODENDO TER, CONHECIMENTO DO MENCIONADO VÍCIO DO CONSENTIMENTO.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
PRESCRIÇÃO
Prescrição é a perda da pretensão, ou seja, perda da proteção jurídica relativa ao direito pelo decurso (perda) de prazo. 
A prescrição reprime a inércia (atitude passiva) e incentiva o titular do direito a tomar providências que possibilitem o exercício de seu direito em um período de tempo razoável. 
Por isso a lei estipula prazos a serem observados para o exercício de alguns direitos,sob pena destas proteções jurídicas não poderem mais ser exercidas. 
A prescrição existe para criar tranqüilidade e segurança nas relações sociais, pois não se pode admitir que uma pessoa tenha sobre outra uma pretensão que pode ser reivindicada ou não no decorrer dos tempos, dependendo exclusivamente de um ato de vontade. 
A finalidade da prescrição é, assim, evitar instabilidades nas relações sociais. 
A prescrição atua diretamente sobre a pretesão, fazendo com que a proteção judicial desse direito não possa ser exercida. 
Vale dizer que a prescrição não irá extinguir o direito em si, mas o atingirá indiretamente pois uma vez extinta a sua forma de proteção, o direito propriamente dito normalmente ficará prejudicado. 
Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição.
Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes.
A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita.
Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente.
A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor.
NÃO APLICAÇÃO
Não corre a prescrição:
- entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
- entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
- entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela;
- contra os incapazes 
- contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios;
- contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.
Não corre igualmente a prescrição:
I - pendendo condição suspensiva;
II - não estando vencido o prazo;
III - pendendo ação de evicção.
Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.
Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.
INTERRUPÇÃO
A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;
III - por protesto cambial;
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores;
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.
A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper.
A prescrição pode ser interrompida por qualquer interessado.
A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.
A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros.
A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis.
A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador.
PRAZOS ART 205 E 206 CC
A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.
Prescreve:
- Em um ano:
I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos;
II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo:
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador;
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão;
III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários;
IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da assembleia que aprovar o laudo;
V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de encerramento da liquidação da sociedade.
- Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem.
- Em três anos:
I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;
II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias;
III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela;
IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;
V - a pretensão de reparação civil;
VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição;
VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do estatuto, contado o prazo:
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima;
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou assembleia geral que dela deva tomar conhecimento;
c) para os liquidantes, da primeira assembleia semestral posterior à violação;
VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial;
IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório.
- Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das contas.
- Em cinco anos:
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular;
II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato;
III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo.
DECADÊNCIA
Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição.
Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à decadência, ou não a alegarem oportunamente.
É nula a renúncia à decadência fixada em lei.
Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei.
Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação.
Não corre decadência contra os incapazes .
RESPONSABILIDADE CIVIL
Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. Neste caso, a indenização prevista, que deverá ser equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.
LESÃO POR PERIGO IMINENTE
Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso de deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigoiminente (inciso II do art. 188 do Código Civil), não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram.
Neste caso, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado.
A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o dano (praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido, art. 188, inciso I do Código Civil).
EMPRESAS
Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação.
PAIS, TUTORES, CURADORES E OUTROS RESPONSÁVEIS
São também responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.
As pessoas indicadas nos itens I a V acima, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
DIREITO DE REGRESSÃO
Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.
REGRAS GERAIS
A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.
O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.
O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora dos casos em que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que faltava para o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas em dobro.
DÍVIDA A VENCER OU JÁ PAGA
O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora dos casos em que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que faltava para o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas em dobro.
Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição.
As penas previstas por dívida a vencer ou já paga não se aplicarão quando o autor desistir da ação antes de contestada a lide, salvo ao réu o direito de haver indenização por algum prejuízo que prove ter sofrido.
BENS - GARANTIA - SOLIDARIEDADE
Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação.
São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no subtópico "pais, tutores. curadores e outros" acima.
HERANÇA
O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança.
ATO NULO 
De acordo com o Código Civil, o negócio jurídico é nulo quando celebrado por pessoa absolutamente incapaz; for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; não revestir a forma prescrita em lei; for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; tiver por objetivo fraudar lei imperativa; a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção (art. 166).
ATO ANULAVEL
Por outro lado, será anulável o negócio jurídico, além dos casos expressamente declarados na lei, por incapacidade relativa do agente e por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores (art. 171).
PRAZOS
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico;
III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
CONVALIDAÇÃO
Transformação de ato anulável em ato plenamente válido, ocorrendo pela prescrição, pela correção do vício ou pela ratificação, ou seja, é o ato de tornar válido aquilo que perdeu a validade, restituindo a sua validade.
Exemplo:se determinado ato foi praticado por pessoa não competente, é perfeitamente possível que tal ato venha a ser convalidado por quem efetivamente tenha competência para tal ou, se determinado ato antes não era tido como válido, poderá quem de direito e competência, torná-lo válido.

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