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Exemplo de Projeto de Pesquisa PUCMINAS

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Prévia do material em texto

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS 
Faculdade Mineira de Direito 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATENDIMENTO TRANSDISCIPLINAR HUMANIZADO À MULHER VÍTIMA DE 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: 
Estudo comparativo entre o atendimento no Serviço de Assistência Judiciária 
da Faculdade Mineira de Direito e modelos de atendimento transdisciplinar 
 
 
 
 
Pablo Alves de Oliveira 
 
 
 
 
Projeto de Pesquisa 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
2013 
[C1] Comentário: A fonte pode 
ser Arial ou times new Roman, 
tamanho 12. 
[PA2] Comentário: 
Atente para os chamados 
“elementos pré-textuais”: a 
capa, a folha de rosto, a lista 
de siglas e o sumário. Verifique 
os padrões de negrito, itálico, 
espaçamento entre linhas, uso 
de maiúsculas e minúsculas, no 
Manual de Normalização de 
Projetos disponível no ambiente 
virtual de aprendizagem (AVA). 
 
 
 
Pablo Alves de Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATENDIMENTO TRANSDISCIPLINAR HUMANIZADO À MULHER VÍTIMA DE 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: 
Estudo comparativo entre o atendimento no Serviço de Assistência Judiciária 
da Faculdade Mineira de Direito e modelos de atendimento transdisciplinar 
 
 
 
 
Projeto de Pesquisa 
 
 
 
 
Projeto de pesquisa apresentado à disciplina 
de Metodologia da Pesquisa Jurídica da 
Faculdade Mineira de Direito da Pontifícia 
Universidade Católica de Minas Gerais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
2013 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
 
PUC Minas – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. 
 
SAJ – Serviço de Assistência Judiciária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
[PA3] Comentário: Item 
opcional. Use se for usar siglas 
no texto. 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 04 
1.1 Problema ....................................................................................................... 04 
1.2 Hipótese ........................................................................................................ 05 
1.3 Objetivos ....................................................................................................... 05 
1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 05 
1.3.2 Objetivos Específicos .................................................................................. 06 
1.4 Justificativa ................................................................................................... 06 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 09 
 
3 METODOLOGIA ................................................................................................. 11 
 
4 CRONOGRAMA ................................................................................................. 12 
 
REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
O presente projeto de pesquisa é apresentado à disciplina de Metodologia da 
Pesquisa Jurídica da Faculdade Mineira de Direito da Pontifícia Universidade 
Católica de Minas Gerais. 
A pesquisa aqui proposta pretende discutir o modelo de atendimento às 
mulheres vítimas de violência doméstica que procuram as diversas unidades do 
Serviço de Assistência Judiciária da Faculdade Mineira de Direito, tendo em vista 
uma suposta tendência de valorização de abordagens de cunho transdisciplinar, 
envolvendo não apenas profissionais do Direito, bem como da Psicologia, Medicina, 
Assistência Social, dentre outros. 
 
 
1.1 Problema 
 
 
As formas de percepção do problema da violência doméstica contra a mulher 
parecem passar por profundas transformações ao longo dos anos. Problema 
subestimado no passado, visto como restrito às relações privadas íntimas (“em briga 
de marido e mulher não se mete a colher”), aos poucos foi sendo reconhecido 
efetivamente como um problema de cunho social, que passou a demandar uma 
abordagem jurídica ainda que, neste primeiro momento, comum a outras formas de 
violência. 
Em 2006, a Lei 11.340 (Lei Maria da Penha), parece representar o marco de 
uma nova percepção, qual seja, a de que a violência doméstica contra a mulher 
demandaria uma abordagem jurídica diferenciada. 
Seis anos após a entrada em vigor da Lei, parece fortalecer-se uma nova 
percepção, a de que os mecanismos jurídicos, isoladamente, não são capazes de 
garantir às vítimas uma solução eficaz e um atendimento humanizado. Surgem 
propostas de atendimentos transdisciplinares, envolvendo profissionais não apenas 
do Direito, mas da Psicologia, da Assistência Social, da Medicina, da Terapia 
Ocupacional. 
[PA4] Comentário: Nesta seção, 
faça uma contextualização 
rápida a respeito do projeto de 
pesquisa. 
[PA5] Comentário: Note que o 
espaçamento entre linhas, no 
corpo do texto, é de 1,5. Entre 
os itens, salte um espaço de 1,5 
(No editor de textos: Menu 
Formatar – Parágrafo – 
Espaçamento entre linhas). 
Observe que o parágrafo 
utilizado é de 1,25cm. 
[PA6] Comentário: 
Problematize a questão e, em 
seguida, explicite a pergunta 
que melhor expõe o tema-
problema. 
5 
 
 
 
Diante desta nova percepção, a pesquisa investigará como vem se portando o 
Serviço de Assistência Judiciária, em suas diversas unidades de atendimento onde 
estudantes de Direito, sob a orientação de professores advogados, atendem à 
população carente que não dispõe de recursos para custear a assistência de um 
advogado particular. A preocupação maior é com a humanização deste atendimento. 
Neste sentido a pesquisa indagará (tema-problema): As mulheres vítimas de 
violência doméstica, atendidas pelo Serviço de Assistência Judiciária da PUC 
Minas, ficaram satisfeitas com o atendimento prestado? 
 
 
1.2 Hipótese 
 
 
Partindo da premissa (que será mais bem verificada durante a pesquisa) de 
que os modelos de abordagem transdisciplinares são os que melhor atendem aos 
interesses da mulher vítima de violência doméstica e os que humanizam o 
atendimento à vítima, percebe-se, à partir de uma observação incompleta, precária e 
preliminar, que o Serviço de Assistência Judiciária da Faculdade Mineira de 
Direito, por não adotar tais modelos de abordagem, não vem prestando um 
atendimento plenamente satisfatório às mulheres vítimas de violência 
doméstica. 
 
 
1.3 Objetivos 
 
 
1.3.1 Objetivo Geral 
 
 
Verificar se as vítimas de violência doméstica que foram atendidas pelo 
Serviço de Assistência Judiciária da Faculdade Mineira de Direito ficaram satisfeitas 
com o atendimento prestado. 
 
 
[PA7] Comentário: Aqui você 
deverá responder à pergunta 
feita no tema-problema, ainda 
que de forma provisória e 
precária. Só a pesquisa irá 
revelar se a hipótese estava ou 
não correta (o chamado teste 
de verificação). 
[PA8] Comentário: O objetivo 
geral da pesquisa sempre é a 
verificação da hipótese, 
confirmando se estava correta 
ou não (testagem), 
respondendo, assim, à 
pergunta do tema-problema. 
6 
 
 
 
1.3.2 Objetivos Específicos 
 
 
a) Verificar a premissa de que os modelos de abordagem transdisciplinar são 
os que melhor atendem aos interesses da mulher vítima de violência doméstica, 
humanizando seu atendimento, atravésde uma revisão da literatura especializada; 
b) Comparar diferentes modelos de abordagem, no Brasil e no exterior, através 
da literatura especializada e de visitas técnicas; 
c) Analisar o modelo de atendimento prestado pelo Serviço de Assistência 
Judiciária da Faculdade Mineira de Direito através de visitas técnicas e entrevistas; 
d) Elaborar e aplicar um questionário, destinado a usuárias, discentes e 
profissionais do SAJ, visando aferir a satisfação com o atendimento prestado; 
e) Comparar o modelo de atendimento prestado pelo SAJ com modelos de 
abordagem transdisciplinar encontrados; 
f) Se verificada a hipótese, propor melhorias no atendimento. 
 
 
1.4 Justificativa 
 
 
O sistema penal não foi erigido tendo em consideração a figura da vítima, o 
dano material e moral por esta sofrido, seu sofrimento, suas angústias, 
necessidades e anseios. Através da atuação do sistema penal o desviante “presta 
contas” perante a “sociedade” e não perante a vítima. A atuação do sistema penal 
sobre o desviante é voltada para a satisfação da sociedade, não para a satisfação 
da vítima. Tanto é assim que a titularidade da ação penal não pertence - salvo nas 
hipóteses excepcionais de ação privada - ao ofendido, mas sim à sociedade, que a 
exerce através de um órgão, o Ministério Público. 
Além de não ser beneficiada, a vítima sofre, ainda, toda uma série de 
constrangimentos no curso da instrução criminal e no desenrolar do processo. Terá 
de comparecer a uma série de audiências, será interrogada, terá de confrontar o 
criminoso por diversas vezes, sua honestidade e sinceridade tendem a ser 
questionadas pela Defesa, enfim, uma série de constrangimentos que a 
sobrevitimizam, ou seja, fazem-na de vítima por uma segunda vez, vítima do crime e 
[PA9] Comentário: Os objetivos 
específicos, expressos através 
de ações (verbos) a serem 
realizadas, apresentam-se 
como objetivos parciais, de 
cada etapa da pesquisa. À 
medida que forem cumprindo 
os objetivos específicos, você se 
aproximará do término da 
pesquisa, com a verificação da 
hipótese e resposta ao tema-
problema, que é o objetivo 
geral. 
[PA10] Comentário: Neste item, 
defenda a importância da sua 
pesquisa, do ponto de vista 
teórico, prático, social e 
jurídico. 
7 
 
 
 
vítima da reação social institucional ao crime que ela própria sofreu. Tal fenômeno 
explicaria o elevado índice de mulheres que, vítimas de agressões, não procuram os 
órgãos estatais, o que contribui para o acirramento do fenômeno das cifras ocultas 
da criminalidade e coloca em dúvida a confiabilidade das estatísticas criminais. 
Neste sentido, Hulsman (1993, p. 115-116): 
 
Não se pode sustentar que um reforço do sistema penal seria capaz de 
trazer mais ajuda e proteção às pessoas que se consideram vítimas ou que 
se sentem ameaçadas. Ao contrário, um tal reforço só viria agravar sua 
situação, pois, no sistema penal, a vítima não tem nenhum espaço e nem 
poderia tê-lo. 
(...) Se remontarmos às origens do sistema penal e à invenção do conceito 
de “crime”, tais como são entendidos no discurso atual – origens que se 
situam por volta do século XIII – perceberemos que a especificidade do 
penal em relação a outros enfoques “jurídicos” é exatamente o deixar de 
lado as vítimas. Antes desta época, era a vítima que dirigia a orientação do 
enfoque jurídico e dava andamento ao processo. Depois, ela perdeu grande 
parte de sua influência. A introdução da “parte civil” no processo penal não 
traz qualquer mudança importante em tal estado de coisas, pois a vítima 
deve desempenhar seu papel nos interior dos marcos penais e sua sorte 
está subordinada às finalidades das instituições penais. 
 
O sistema penal apropria-se do conflito do qual uma das partes era a vítima e 
a relega para um segundo plano. Plano este que mais do que acessório, é no mais 
das vezes constrangedor e sofrido. Os procedimentos de instrução, interrogatórios, 
acareações, reconstituições, os contra-ataques da Defesa do réu, o tempo, a 
burocracia, a exposição pública, tudo contribui para que a vítima, que sofreu com o 
crime, continue a sofrer com a punição a este. Sua opinião sobre o fato, sobre seu 
autor, sobre a devida sanção, salvo exceções, é de todo desconsiderada. Este 
sofrimento imposto à vítima, em alguns casos, pode ser igual ou superior ao 
sofrimento imposto pelo crime, de modo que muitas vítimas, por esta razão, 
preferem não acionar as agências penais (o que contribui para a acentuação do 
fenômeno das cifras ocultas). Em Hulsman (1993, p. 82): 
 
O sistema penal rouba o conflito das pessoas diretamente envolvidas nele. 
Quando o problema cai no aparelho judicial, deixa de pertencer àqueles que 
o protagonizaram, etiquetados de uma vez por todas como o “delinquente” e 
a “vítima”. 
(...) A vítima não pode mais fazer parar a “ação pública”, uma vez que esta 
“se pôs em movimento”; não lhe é permitido oferecer ou aceitar um 
procedimento de conciliação que poderia lhe assegurar uma reparação 
aceitável, ou – o que, muitas vezes, é mais importante – lhe dar a 
oportunidade de compreender e assimilar o que realmente se passou; ela 
não participa de nenhuma forma da busca da medida que será tomada a 
respeito do “autor”; ela não sabe em que condições a família dele estará 
sobrevivendo; ela não faz nenhuma ideia das consequências reais que a 
[PA11] Comentário: A referência 
completa aparecerá no final 
do projeto, na sua bibliografia 
(parte 2). 
[PA12] Comentário: A citação 
direta longa (acima de 3 linhas) 
deve ser recuada 4 cm, sem 
aspas, fonte tamanho 10 e 
espaçamento simples. 
Dúvidas sobre citações? Não 
deixe de consultar o Manual de 
Normalização de Projetos da 
PUC Minas, disponível no 
ambiente virtual de 
aprendizagem. 
8 
 
 
 
experiência negativa da prisão trará para a vida deste homem; ela ignora as 
rejeições que ele terá de enfrentar ao sair da prisão. 
(...) A intervenção estereotipada do sistema penal age tanto sobre a 
“vítima”, como sobre o “delinquente”. Todos são tratados da mesma 
maneira. Supõe-se que todas as vítimas têm as mesmas reações, as 
mesmas necessidades. O sistema não leva em conta as pessoas em sua 
singularidade. Operando em abstrato, causa danos inclusive àqueles que 
diz querer proteger. 
 
 E conclui que “a justiça penal opera fora da realidade, condenando seres 
concretos a enormes sofrimentos por razões impessoais e fictícias” (1993, p. 86). 
Ao tratar especificamente do problema da violência doméstica e da 
sobrevitimização da mulher, constata Leda Maria Hermann (2004, p. 144): 
 
Parte do movimento feminista, entretanto, tem reconhecido a necessidade 
de questionar o sistema penal como recurso adequado para o 
enfrentamento do problema da violência doméstica, ressaltando a 
importância de buscar meios alternativos mais sintonizados com os 
objetivos feministas, dos quais o sistema penal está alheio. 
 
 Buscando mecanismos que melhor preservem a dignidade da mulher vítima 
de violência doméstica, a pesquisa buscará modelos de abordagem transdisciplinar, 
que considerem a resposta jurídica e, especialmente, a resposta jurídico-penal como 
apenas uma das possibilidades de intervenção no conflito. 
 Especialmente preocupada com as possibilidades de contribuição da 
Universidade no enfrentamento da questão, a pesquisa pretende comparar os 
modelos de abordagem transdisciplinar com o modelo atualmente oferecido pelo 
Serviço de Assistência Judiciária da Faculdade Mineira de Direito, buscando 
comparar o grau de satisfação das vítimas com o modelo atualmente vigente, no afã 
de aperfeiçoar a assistência jurídica prestada pela Universidade à comunidade em 
que está inserida. 
 
[C13] Comentário:A citação 
direta curta (até 3 linhas) deve 
vir no corpo do texto, entre 
aspas. 
9 
 
 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
 
Durante a modernidade, sob a égide do positivismo jurídico, vigeu a crença na 
necessidade de fechamento operacional do Direito. Conceitos metodológicos tais 
como a completude do ordenamento jurídico e a autonomia do Direito foram erigidos 
à categoria de dogmas e reproduzidos quase acriticamente. 
De acordo com um tal sistema, a norma jurídica, abstrata, basta em si mesma 
para a solução do caso concreto, através de uma simples subsunção. Se o caso se 
“encaixar” à norma, esta deve ser aplicada. Ou seja, uma absoluta preponderância 
do abstrato, do formal, sobre o concreto, o real. 
Como esclarece o Professor Lucas Gontijo (2011), este fechamento 
operacional e formalista, antes de representar a “purificação” do Direito frente a 
outras ciências, representou, como pretenderia Foucault (2007), uma estratégia de 
poder que visava assegurar a ordem, o racionalismo, a previsibilidade e a segurança 
jurídica para o desenvolvimento da sociedade capitalista. 
O conceito de igualdade deste Estado Liberal apresenta-se, portanto, como 
um conceito também formal, como salienta o Professor Emílio Ommati (2004), onde 
o Estado, enquanto manifestação do público, deveria limitar-se ante o privado. 
Embora durante o Estado Social tenha havido uma inversão de 
preponderância, com o público, confundido com o estatal, prevalecendo sobre o 
privado, confundido com a esfera do egoísmo, erigindo-se um conceito material de 
igualdade (tratar de forma desigual aos desiguais), demandando políticas públicas, 
confundidas com políticas estatais, o formalismo, o abstracionismo, o fechamento 
operacional do direito não foram solapados. 
Com isto, o processo de aplicação das normas abstratas continuou a 
encontrar dificuldades diante da multidiversidade de casos concretos, própria da vida 
em sociedade. Se antes o conceito abstrato de igualdade formal parecia servir como 
mecanismo de reprodução das desigualdades sociais, o conceito material passou a 
enfrentar problemas na definição de quem seriam os desiguais e na definição de 
políticas que efetivamente fossem capazes de reduzir as desigualdades. 
Donde, numa concepção democrática, parece premente a necessidade de 
abertura do método jurídico e de desmonte da cultura legiferante, abstracionista e 
formalista do direito, para concepções que levem em consideração o caso concreto, 
[PA14] Comentário: Apresente 
aqui, de forma sucinta, as 
teorias, correntes teóricas ou 
conceitos teóricos que você 
pretende, a princípio, utilizar e 
debater na sua pesquisa. 
[PA15] Comentário: A referência 
completa constará das 
referências bibliográficas, na 
última parte do projeto. 
[PA16] Comentário: 
Atente para as normas de 
apresentação de referências 
no corpo do texto, presentes no 
Manual de Normas, disponível 
no AVA. 
10 
 
 
 
que deve ser reconstruído não pelo magistrado, mas por ele e pelas partes, através 
de um procedimento democrático, em contraditório, para que então se torne possível 
encontrar e aplicar, naquele caso, em suas especificidades, a norma correta, 
adequada e que, provavelmente, não será a correta para a composição de outros 
casos, dada a multiplicidade da vida que o Direito positivista, ao pretender ordenar, 
apenas fingiu simplificar. 
Ora, a abordagem jurídica do fenômeno da violência doméstica parece estar 
ainda vinculada ao fechamento operacional que aqui se critica, vez que a legislação 
parece padronizar as vítimas de violência doméstica. Aliás, o termo “violência 
doméstica” já encerra em si uma padronização, um rótulo aplicável a inúmeros e 
irrepetíveis conflitos familiares, com causas as mais diversificadas. 
Uma tal padronização se torna especialmente nefasta quando, justificada e 
por ela legitimada, será aplicada a sanção mais grave do ordenamento, a pena de 
prisão. Que, como salienta Hulsman, também é uma padronização, uma intervenção 
burocrática, mecânica e violenta que o profissional do direito apresenta 
acriticamente como panaceia para todos os males. 
Com base nestas reflexões teóricas aqui apresentadas, mesmo que de forma 
incipiente, é que se tentará verificar a hipótese de que o atendimento jurídico 
prestado pelo SAJ não vem atendendo aos anseios das vítimas de agressão no 
ambiente familiar, vez que operam de forma monodisciplinar, segundo o modelo do 
fechamento operacional do Direito, não levando plenamente em consideração as 
especificidades de cada caso. 
 
11 
 
 
 
3 METODOLOGIA 
 
 
Trata-se de uma pesquisa jurídica, de vertente jurídico-sociológica, vez que 
pretende confrontar a legislação pertinente à proteção às vítimas de violência 
doméstica, com os efeitos sociais produzidos por esta aplicação, junto a um serviço 
de assistência judiciária. 
Fará uso do raciocínio dedutivo-indutivo, vez que, em uma primeira fase 
discutirá, teoricamente, mecanismos de solução de conflitos motivados pela 
violência doméstica para, numa segunda fase, analisar os mecanismos de 
atendimento às vítimas de violência doméstica no SAJ – PUC Minas. 
Terá caráter interdisciplinar, vez que adotará, de forma integrada, debates dos 
saberes jurídico, filosófico, criminológico, sociológico e constitucional. 
 A pesquisa empreenderá uma investigação propositiva, visto que objetiva, 
caso confirmada a hipótese, propor mudanças no atendimento às vítimas. 
Por isso, o método será o da pesquisa-ação, já que a pesquisa associa-se com 
a prática de extensão, onde haverá um compartilhamento do conhecimento 
acadêmico, com a experiência da comunidade, para a construção de novos 
conhecimentos e propositura de novas soluções (GUSTIN; DIAS, 2006). 
 
[PA17] Comentário: 
Destina-se à exposição dos 
métodos com os quais se 
pretende verificar a hipótese. 
12 
 
 
 
4 CRONOGRAMA 
 
 
Atividades AGO SET OUT NOV 
Pesquisa Bibliográfica X 
Revisão de Literatura X X 
Redação preliminar X X X 
Revisão e correção X X X X 
Redação final X X 
Entrega versão completa do 
Projeto 
 X 
 
[PA18] Comentário: 
Distribua as atividades, metas e 
etapas da pesquisa ao longo 
dos meses de sua execução. 
Não se esqueça de planejar ao 
menos um mês para a correção 
do trabalho pelo professor 
orientador. 
13 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
BITTAR, Eduardo C. B.. Metodologia da pesquisa jurídica: teoria e prática da 
monografia para os cursos de Direito. 7. Ed. São Paulo: Saraiva, 2009. 
 
DIAS, Maria Tereza Fonseca. GUSTIN, Miracy Barbosa de Sousa. (Re)pensando a 
pesquisa jurídica. 2. Ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2006. 
 
ECO, Umberto. Como se faz uma tese. 19. Ed. São Paulo: Perspectiva, 2010. 
 
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. 34. Ed. Petrópolis: Vozes, 2007. 
 
GALUPPO, Marcelo. Da ideia à defesa: monografias e teses jurídicas. 2. Ed. Belo 
Horizonte: Mandamentos, 2008. 
 
GONTIJO, Lucas de Alvarenga. Filosofia do Direito: metodologia jurídica, teoria da 
argumentação e guinada linguístico-pragmática. 1. Ed. Belo Horizonte: Arraes, 2011. 
 
HERMANN, Leda Maria. Violência doméstica e os juizados especiais criminais: 
a dor que a lei esqueceu. 2. Ed. Campinas: Servanda, 2004. 
 
HULSMAN, Louk. CELIS, Jacqueline Bernat de. Penas perdidas: o sistema penal 
em questão. 2. Ed. Niteroi: Luam, 1997. 
 
OMMATI, José Emílio Medauar. A igualdade no paradigma do Estado 
Democrático de Direito. 1. Ed. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 2004. 
 
 
 
[PA19] Comentário: As 
referências bibliográficas 
devem ser apresentadasem 
espaçamento simples e o texto 
deve ser alinhado à esquerda. 
Nesse espaço devem constar 
todas as obras consultadas e 
citadas no projeto de pesquisa. 
Consulte o manual de normas, 
disponível no AVA, para 
quaisquer dúvidas sobre como 
fazer uma citação nas 
referências bibliográficas.

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