Buscar

UM-OLHAR-MIDIATICO-PARA-O-ENSINO-DE-HISTORIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

UM OLHAR MIDIÁTICO PARA O ENSINO DE HISTÓRIA 
 
 
Cláudia Calheiros da Silva Suruagy
1
 
 
 
 
RESUMO: 
 
O ensino de História nas escolas brasileiras acontece de forma decorativa e 
desconectada do cotidiano, não acompanhando, em sua maioria, o movimento de 
modernização pelo qual a educação tem se deparado. Como tentativa para superar esta 
realidade surgem experiências inovadoras como a que relata o presente artigo, 
descrevendo uma vivência de sala de aula, com a contextualização e uso das linguagens 
midiáticas nesta área de ensino, através do uso do computador, com alunos do 9º Ano 
do Ensino Fundamental de uma escola da rede pública de ensino. Especificamente, foi 
utilizada a Internet nas suas vertentes educativas e, portanto, como ferramenta capaz de 
desenvolver o interesse pela pesquisa da História. Os resultados comprovaram a 
importância do uso das mídias tanto para o professor, enquanto profissional da 
Educação que busca um ensino de qualidade, como para o adolescente, que precisa 
desenvolver o seu papel como agente transformador do processo histórico. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Ensino de História; Mídias na educação; Pesquisa na Internet; 
Construção de conhecimento. 
 
 
1. Introdução 
 
O objeto de estudo deste artigo foi encontrado dentro da sala de aula. Como 
professora de História, observo que os alunos do 7º ao 9º ano do Ensino Fundamental II 
encaram o estudo da disciplina História de forma mecânica e desestimulante. Eles veem 
tal matéria de forma desarticulada do presente e do cotidiano deles. Além de vê-la de 
maneira decorativa, desconectada da reflexão, da crítica, da comparação com a 
atualidade. Tal fenômeno vem sendo investigado por mim com o objetivo de melhorar 
 
1 Professora de História da Escola Municipal Olavo Bilac, do Colégio Santa Madalena Sofia, do Sistema COC de 
Ensino, do Colégio Contato e tutora da Faculdade de Tecnologia e Ciências – FTCEaD. Graduada pelo Centro de 
Estudos Superiores de Maceió – CESMAC 
2 
 
 
minha prática pedagógica e contribuir para que outros professores também possam 
repensar o modelo da aula de História ministrada no espaço escolar. 
 
Ao investigar as razões do desinteresse, tenho escutado dos alunos, frases como: 
“Para que estudar História?”, “História só estuda o passado e ele não me interessa, 
professora!”, “História é chato porque é muita decoreba.”. Acredito que essas ideias 
são resultado do tratamento que tem sido dado ao estudo da História ao longo da vida 
escolar desses alunos. O trabalho para desinformá-los dessa ideia concebida e 
estabelecida há alguns anos na mentalidade deles é muito grande, por vezes, um 
fracasso, uma vez que o ensino de História não é estruturado de forma prazerosa desde 
as séries iniciais. 
 
Uma das tarefas que assumo como professora de História é tentar desmistificar 
essas ideias, criando situações para que passem a perceber que a História é vida. Esse é 
um trabalho de construção e formação que demanda muito tempo, pois é necessário 
resgatar o prazer de conhecer o passado remoto e recente, para que possamos entender 
os fenômenos da realidade social e política que nos cercam cotidianamente. 
 
Como o presente é o que importa ao ser humano, os alunos também estão 
inseridos neste mundo do “atual”, do novo, do moderno. Uma problemática que cresce 
na nossa sociedade atualmente é o domínio do presenteísmo. Um mal que afeta toda 
sociedade, que em meio aos fortes avanços tecnológicos e à rapidez com que as coisas 
vão ocorrendo, nossos alunos acabam vivendo em um presente contínuo, totalmente 
desvinculado do passado. Pensar o passado tornou-se antiquado, e os educandos pensam 
e expressam: “Com tantas coisas novas surgindo ao nosso redor, tanto a ser desfrutado, 
para quê se preocupar com o passado?” “O que ele tem a nos oferecer?” 
 
3 
 
 
É de suma relevância que o professor perceba que o ambiente da sala de aula 
pode ser transformado em um grande centro de pesquisa, podendo ser uma via de mão 
dupla, local onde se ensina e também se aprende. A novidade na sala de aula é 
necessária e deve-se procurar meios para conseguir fazer o passado, tão antigo, em 
objeto novo. Logo, 
O professor de História pode ensinar o aluno a adquirir as ferramentas 
de trabalho necessárias; o saber-fazer, o saber-fazer-bem, lançar os 
germes do histórico. Ele é o responsável por ensinar o aluno a captar e 
a valorizar a diversidade dos pontos de vista. Ao professor cabe 
ensinar o aluno a levantar problemas e a reintegrá-los num conjunto 
mais vasto de outros problemas em problemáticas. (SCHMIDT, 2004, 
p.57) 
 
Tudo isso pode ser realizado a partir de um outro paradigma, no qual o uso do 
computador na educação possibilita o contato com diversas linguagens. No entanto, não 
pode ser visto apenas como um dos maiores veículos de transmissão de informações, 
mas como poderosa ferramenta pedagógica, pois somente quando compreendê-lo 
poderá utilizá-lo para diferentes situações de aprendizagem, que envolvam desde 
procedimentos de problematização, observação, registro, documentação e até 
formulação de hipóteses. 
 
Uma dos potenciais de tal recurso é o ingresso à internet que abre passagem para 
novas maneiras de adquirir conhecimento e fonte de ilimitadas de conhecimentos, que 
vão desde artigos científicos, enciclopédias, documentos, revistas e outros. Como 
qualquer recurso tecnológico, esta deve ser entendida como um dos meios alternativos 
para construir o conhecimento, visto que oportuniza ao indivíduo interligar-se com o 
mundo, resultando em escolas mais maleáveis, menos imperiosa, abdicando lugar para 
ambientes aconchegantes, encantadores, instigantes e criativos. 
 
4 
 
 
Nesses termos a Internet pode ser empregada como ferramenta mediatizadora da 
edificação do conhecimento crítico e reflexivo, apropriado para situar uma relação 
dialógica e de troca de saber entre os educandos. Como afirma Moran, “[...] a Internet é 
uma ferramenta fantástica para buscar caminhos novos, para abrir a escola para o 
mundo, para trazer inúmeras formas de contato com as pessoas.” (MORAN, 1997: 8) 
 
Portanto, como professora do Ensino Fundamental reconheço que ensinar 
História com o auxílio da internet torna o estudo mais global, além do aluno contar com 
uma gama de informações, tornando assim o ensino mais interativo e transdisciplinar. 
Pois, à medida que o aluno vai pesquisar sobre a cultura de determinado povo, ele vai se 
deparar com informações diversas que acabam envolvendo outras disciplinas. Vejo 
nessa prática forma mais atuante e que deve ser amplamente utilizada nas escolas, 
principalmente para que possibilite maior interatividade entre professor e aluno. 
 
Este visão foi ampliada pela realização de uma Pós Graduação pela 
Universidade Federal de Alagoas, especificamente, o Curso de Especialização em 
Formação de Professores em Mídias na Educação, no qual é exigida a elaboração do 
Trabalho de Conclusão de Curso – TCC. 
 
Oportunidade que motivou a aplicação dos conhecimentos adquiridos no curso 
numa experiência em sala de aula, com alunos do 9º Ano do Ensino Fundamental de 
uma escola da rede pública de ensino. Neste estudo foram aplicados os conteúdos 
veiculados pela Internet, orientando os alunos para a importância e contribuição do uso 
desta na educação, no desenvolvimento da aprendizagem e na obtenção de informações, 
levando-os a desenvolver o interesse pela pesquisa da História, no Ensino Fundamental. 
E, portanto, tendo como ferramenta pedagógica os recursos midiáticos pretendo mostrar 
5 
 
 
a necessidade de ensinar História, fatos, conceitos, atitudese procedimentos, visando à 
construção significativa do saber por parte do aluno, 
 
2. Referencial Teórico 
 
O ensino de História no Brasil, por mais de um século priorizou a memorização 
mecânica de fatos. Aprender História era uma tarefa difícil que exigia longas horas de 
estudos no intuito de decorar, principalmente, nomes e datas. Porém, é possível 
perceber, nas duas últimas décadas do século XX, a influência de novas correntes 
historiográficas fazendo com que, paulatinamente, o paradigma positivista de ensino de 
História fosse questionado dando lugar a novas abordagens. 
 
Ensinar História é criar condições para que o aluno aprenda a andar com seus 
próprios pés. Segundo Schmidt (2004 p.57), é despertar o senso crítico para “entender 
que o conhecimento histórico não é adquirido como um dom” e sim através de 
pesquisas, de redescobertas. A sala de aula não é um simples espaço de transmissão de 
informações, mas antes um ambiente de vivências, de experiências, de relações entre 
professor e alunos, construindo sentidos, significações. Ou seja, faz-se necessário outro 
modelo educacional, uma vez que os padrões atuais são incompatíveis a memorização, 
repetição de fatos e o professor exclusivo detentor do saber. 
 
No ensino de História, a Internet enquanto recurso tecnológico para as atividades 
docentes permite desenvolver o pensamento crítico do aluno do ensino fundamental 
para as provocações do mundo moderno entre sociedade e estruturas políticas e 
econômicas atuais. Em contra partida essa prática profissional de produção e de saberes 
exige do professor persuasão para atuar nesta perspectiva, dando uma visão geral dos 
trabalhos, suas bases contextuais e teóricas e os contextos sociais nos quais eles se 
6 
 
 
colocam. Para tanto é imprescindível que o docente realize investigações com subsídios, 
recursos didáticos, procedimentos e ações educativas norteadas por uma proposta de 
trabalho capaz de integrar tais recursos do livro didático a Internet. 
 
Quando se fala sobre a incorporação de novas linguagens ao ensino de História, 
Selva Guimarães Fonseca afirma que: 
 
Ao incorporar diferentes linguagens no processo de ensino de 
História, reconhecemos não só a estreita ligação entre saberes 
escolares e a vida social, mas também a necessidade de re 
(construirmos) nosso conceito de ensino e aprendizagem. (SELVA 
GUIMARÃES, 2004, p. 149 – 156) 
 
O professor de História precisa ter ciência e entender que com um simples clic 
do mouse o aluno pode viajar pela força imagética da rede e vê o que está apenas sendo 
explicado de forma tradicional, o mesmo “blá... blá...” de sempre, pode ser estudado e 
visto de modo mais completo e atraente. Se o professor a ignora, perde para ela em 
termos de interesse do aluno, se ao contrário, o professor se coliga e a cita, e excita uma 
pesquisa, uma comparação ,uma reelaboração o aluno se interessa e se agrega, sente que 
a escola fala também sua “linguagem”, cria-se assim uma identidade e uma 
identificação com o que está sendo ensinado. 
 
Fortifica na verdade um irreversível processo na pós-modernidade entre a aula 
de História, as novas TIC e a formação do profissional. Mas não são relações 
excludentes, nada nessa trilogia pode ser dispensado: nem educando, educador e nem as 
tecnologias de informação e comunicação, mais acentuadamente a internet, há na 
verdade que ser feitas trocas, adaptações e o conhecimento histórico resultar desse 
processo do modo que deve ser: dinâmico, dialógico e crítico. 
 
7 
 
 
Na aplicabilidade das TIC como novidade no ensino de História, faz-se repensar 
a seguinte abordagem teórica de Piaget: 
É óbvio que o professor enquanto organizador permanece 
indispensável no sentido de criar as situações e de arquitetar os 
projetos iniciais que introduzam os problemas significativos ao aluno. 
Em segundo lugar, ele é necessário para proporcionar contra-
exemplos que forcem a reflexão e a reconsideração das soluções 
rápidas. “O que é desejado é que o professor deixe de ser um expositor 
satisfeito em transmitir soluções prontas; o seu papel deveria ser 
aquele de um mentor, estimulando a iniciativa e a pesquisa”.(1973. 
p16). 
 
A partir dessa teoria de Piaget, o computador pode ser usado para promover o 
intercâmbio do aluno com o meio, possibilitando-lhe responder às questões construídas 
no seu cotidiano, bem como para ser possível a participação ativa responsável do aluno 
na construção do seu conhecimento. 
 
É fundamental resgatar a afirmação de Ciampi (2005, p.123), explicando que 
com a grande quantidade de informações, faz pensar em novas práticas pedagógicas 
“não apenas nos conceitos disciplinares, mas a pesquisa e seleção dessas informações 
adquiridas, para resolver problema e analisar as possíveis soluções, as mais adequadas 
ao seu contexto”, e também pelo fato de que as novas linguagens estão imersas na 
sociedade e, com isso, possibilita novas formas de leitura. 
 
Com as mudanças das práticas econômicas e as redefinições do panorama 
geopolítico na década de 1980, teve início um processo que se chamou de globalização, 
cujos efeitos se fizeram sentir na concepção de sociedade. Esse processo ocasionou 
avanço nas tecnologias da informação e da comunicação, levando os sujeitos sociais a 
aquisição de novos hábitos, valores, conhecimentos e formas de pensar. Tais fatos vêm 
repercutindo no contexto educacional, vez que a escola como única detentora de todas 
8 
 
 
as formas de conhecimento, tem como base novas formas de desenvolver ações 
educativas apropriando-se da tecnologia e da comunicação no processo ensino 
aprendizagem. 
 
A passagem do milênio trouxe consigo um conjunto de transformações que 
modificaram profunda e decisivamente a sociedade humana, como afirma Manuel 
Castells; “Uma revolução tecnológica concentrada nas tecnologias da informação 
começou a remodelar a base material da sociedade em ritmo acelerado”. (1999:39). 
Assim, num mundo marcado, como o que vivemos, pela globalização e 
simultaneamente pela fragmentação, a grande questão a ser respondida é: Como 
combinar novas tecnologias, ensino de História e memória? 
 
Foi apenas a partir dos anos 90 que o termo mídia passou a ser amplamente 
empregado no Brasil. No entanto, apesar da vulgarização da utilização do termo não há 
um concordância acerca do seu conteúdo, ou melhor, da sua conceituação. Ainda que 
possamos observar certa predominância em entender mídia como o conjunto dos meios 
de comunicação. A mídia é um elemento vital no processo de formação do homem, 
especialmente na sociedade contemporânea, bem como a mutação no sistema de 
comunicação ocorrida a partir da televisão. 
 
Em outros termos a mídia é o cerne da sociedade da informação na qual 
vivemos. Estamos diante de uma realidade em que presenciamos a aceleração dos 
processos de novidades tecnológicas, especialmente do fluxo de informações. Lidar com 
o choque da aceleração do fluxo de informação e, principalmente, dar-lhes uma 
significação, interpretando-os e integrando-os numa visão de mundo é uma das tarefas 
primordiais do sujeito contemporâneo. 
 
9 
 
 
Entre as diversas mídias a que temos acesso na escola para desenvolvimento do 
nosso trabalho pedagógico, destacamos o vídeo e o blog, primeiramente, concebido 
como um meio de divulgação do cinema é hoje a base e divulgação da linguagem 
audiovisual como um todo. Eles tornaram-se acessíveis ao registro e à documentação 
histórica das produções audiovisuais; à facilidade de ver, rever e analisar um produto 
audiovisual; à possibilidade de intervir parando, pausando, mudando o ritmo e até 
alterando uma sequênciade imagens. 
 
O vídeo foi inicialmente idealizado como um meio de exposição do cinema, é 
hoje a base e divulgação da linguagem audiovisual como um todo. Ele tornou aberto o 
registro e a documentação histórica das produções audiovisuais; a facilidade de ver, 
rever e avaliar um produto audiovisual; a possibilidade de interferir parando, pausando, 
mudando o compasso e até induzir uma sequência de imagens. 
 
Por proporcionar recursos benéficos para o trabalho pedagógico vamos 
considerar o vídeo como o fundamental aparelho de trabalho com a linguagem 
audiovisual. Nesse sentido, é possível reafirmar e advertir seu valor no processo de 
ensino e aprendizagem. Vídeos têm a habilidade de mostrar fatos que falam por si 
mesmos, mas necessitam do professor para dinamizar a leitura do que se vê. No entanto 
Gadotti afirma que "[...] a educação sendo essencialmente a transmissão de valores, 
necessita do testemunho de valores em presença. Por isso, os meios de comunicação e a 
tecnologia não podem substituir o professor". (1994, p. 6) 
 
Já o blog começou quando Jorn Barger em 1997 concebeu o termo “weblog”, 
definindo-o como uma página da Web, onde qualquer pessoa pode colocar uma 
mensagem expondo todas as outras páginas interessantes que encontra. Pórém, algum 
10 
 
 
tempo depois a nomeclatura foi modificada por Peter Merholz, que resolveu pronunciar 
“wee-blog”, tornando assim inevitável o encurtamento para o termo definitivo “blog”. 
 
Na dinâmica de mundo em que vivemos hoje os blogs já fazem parte do 
quotidiano de milhões de pessoas, ocupando um lugar privilegiado no processo ensino-
aprendizagem das crianças e dos jovens, mediando e facilitando, entre outras situações, 
o ensino à distância. 
 
Na verdade os blogs podem desfazer impedimentos, aprecia a produção dos 
educandos, alarga a aprendizagem, relaciona os temas abordados em sala com o 
contexto do aluno. Extrapola as fronteiras da sala de aula e da escola, estabelece relação 
entre o conteúdo produzido e o público externo. O blog será produzido com o desígnio 
de construir conhecimento aliado aos recursos midiáticos e servirá como um ambiente 
de estudo, de pesquisa e interação. 
 
Há bastante tempo venho fazendo um estudo mais aprofundado sobre Wikipedia, 
e descobri que nda a mais do que uma enciclopédia virtual, encontrada na Internet, que 
reúne pessoas do mundo todo na construção colaborativa do conhecimento. Apesar de 
ser um ambiente aberto e público,qualquer pessoa poder postar ou modificar um 
conteúdo já publicado, vale ressaltar a existência de textos bem escritos 
 
É preciso pensar nessas novas formas de lidar com o conhecimento, também na 
escola. A cada dia que passa, as ferramentas estão sendo adaptadas para o trabalho 
colaborativo das equipes. Como sempre, estas experiências iniciam na empresa e 
demoram muito para chegar até a escola. Mas, cabe ao professor fazê-las presentes 
também no ambiente escolar para que os alunos possam se propriar dos mais diversos 
programas e tê-los como auxiliares no seu processo de conhecimento. 
11 
 
 
 
Esses sistemas de programação apresentam inúmeras soluções para a 
sociabilização de arquivos, controle de mudanças, emprego do Messenger e 
Netmeeting para compor um texto em comunidade. A Wikipedia admite também que 
pessoas construam textos de forma coletiva, reflitam sobre o que estão construindo e 
possuam documentações das mudanças efetuadas no decorrer do processo, já o 
Webnote proporciona o desenrolar de projetos em espaços e momentos diversificados. 
 
Diante do que foi desvendado, os ambientes virtuais e colaborativos de 
aprendizagem são facilitadores do processo de ensino e aprendizagem, agregam os 
educandos com a tecnologia de tal forma que lhes despertam o empenho em interagir 
com o educador e com os colegas fora da sala de aula. Dessa forma, faz-se necessária a 
inserção de tal recurso didático como melhoria da prática pedagógica, pois esse é um 
produto motivador e que atende à proposta pedagógica na qual se inserem. 
 
O ação de ensinar dá lugar para a interessante e instigante experiência de 
aprender. Aprender realmente fazendo, participando, construindo conhecimento e 
difundindo com o meio em que vivemos. 
 
3. Procedimentos Metodológicos 
 
A experiência realizada envolveu um estudo transversal, descritivo, cuja 
metodologia fez uso dos métodos quantitativos e qualitativos. Segundo Minayo (1996) a 
abordagem qualitativa responde a questões particulares, que se preocupa com um grau 
de realidade que não pode ser quantificado, trabalhando assim com o universo de 
significados, aspirações, valores, motivos, crenças e atitudes. 
 
12 
 
 
Trabalhando com alunos do 9º Ano do Ensino Fundamental de uma escola da 
rede pública de ensino, o estudo explorou um tema específico de História, fazendo uso 
dos recursos midiáticos como parte integrante do processo de aprendizagem e, ao 
mesmo tempo, aguçando a criatividade, a interatividade e a construção do 
conhecimento. 
 
A escolha do conteúdo curricular em estudo à época era “A guerra do Vietnã”, 
sendo, portanto, o ponto importante da disciplina a ser estudado com o auxílio das 
mídias. A experiência foi desenvolvida através de quatro etapas de trabalho, com 
realização de atividades específicas, tal como apresentadas a seguir: 
(1) Diagnóstico: aplicação do questionário; 
(2) Sensibilização: pesquisa inicial; aula no laboratório; sessão de filme; mesa 
redonda; 
(3) Produção com as mídias: jornal; Wikipédia; vídeo clip; documentário; blog; aula 
em power point; 
(4) Apresentação dos trabalhos; 
(5) Avaliação do trabalho: depoimento dos alunos; aplicação do questionário. 
 
4. Resultados 
 
4.1. Diagnóstico sobre o conhecimento de mídias pelos alunos – realizado 
através da aplicação individual de um questionário, com o objetivo de saber se os alunos 
tinham autonomia e segurança para utilizar os recursos midiáticos. Envolvendo cinco 
questões referentes à (1) a compreensão do é uma mídia; (2) a mídia mais utilizada; (3) 
a vantagem da utilização das mídias para estudar o conteúdo em sala de aula; (4) 
facilidade em utilizar o computador e (5) os programas mais utilizados para realizar os 
estudos. 
QUESTÕES 
TURMA 
A 
TURMA 
B 
TURMA 
C 
TURMA 
D 
13 
 
 
1. Conhecimento das mídias 
Nunca ouviu falar 60% 70% 65% 75% 
Já ouviu falar 25% 20% 25% 15% 
Conhece alguma mídia 15% 10% 20% 10% 
2. Mídia mais utilizada 
TV 80% 70% 75% 80% 
Rádio 15% 20% 15% 15% 
Computador 5% 10% 5% 5% 
3. Vantagem das mídias 
Informação 50% 60% 55% 60% 
Diversão 50% 40% 45% 40% 
4. Usuário do computador 
Tem facilidade 30% 55% 60% 60% 
Não sabe 60% 45% 40% 40% 
5. Programas mais utilizado 
Word 60% 70% 75% 70% 
Outros 40% 30% 25% 30% 
 
Quanto ao conhecimento das mídias, na turma A, cerca de 60% dos alunos não 
tinham ouvido falar no termo mídia, 25% já tinha ouvido falar, mas não sabia esclarecer 
e 15% além de já ter ouvido o termo, também perfilhava algumas mídias. A mais 
utilizada e mais acessível à turma era a TV, existindo uma pequena porcentagem que 
além da TV também fazia uso do rádio e do computador, quanto ao uso do computador, 
em média 60% não se considerava habilitado e o programa que mais utilizava era o 
Word. 
Na turma B, a realidade não era tão diferente, o contingente de alunos que não 
sabia dizer o que era uma mídia era um pouco maior, chegando a 70%, poucos já 
haviam escutado ou lido algo sobre a nomenclatura e apenas 15% sabia explicar o termo 
trabalhado. No caso da mídia mais utilizada não foi tão desigual da turma A, o uso 
maior é da TV, utilizavam um pouco mais o rádio e o computador,compreendem que a 
função da mídia é a informação, deixando espaço para a diversão através de jogos, 
batepapos, músicas, filmes e outros. Apresenta também um elevado número de alunos 
que não é usuário do computador e os que fazem uso tem mais facilidade com o Word. 
 
Fazendo uma análise da turma C, o quadro é semelhante, um pouco mais de 60% 
dos alunos nunca havia escutado o termo em questão, 25% já tinha ouvido falar e 
apenas 20% sabia reconhecer alguma mídia. No que se refere à utilização das mídias a 
14 
 
 
mais utilizada também foi a TV, poucos utilizavam o rádio, no entanto a situação mais 
gritante é com relação ao computador, apenas 5% do grupo utiliza o computador 
diariamente, um pouco mais de 50% consegue reconhecer que a função maior das 
mídias é o fornecimento de informações, deixando também espaço para diversão. 
Apesar desses alunos não utilizarem diariamente o computador, a maioria sabe mexer 
com a máquina, uma parte se utiliza das lan houses para ter acesso e com relação ao 
programa o mais aproveitado também é foi o Word. 
 
O diagnóstico da turma D em relação ao desconhecimento do termo mídia foi o 
maior, fica clara a falta de informação dos alunos. Em média 15% já haviam escutado 
sobre o termo, enquanto que apenas 10% sabiam explicar o assunto em questão. Mais 
uma vez a TV aparece como o meio de comunicação mais utilizado, seguida do rádio e 
do computador. No que se refere às vantagens das mídias essa turma se iguala a turma 
B, 60% acredita que é a informação, já na facilidade de utilizar o computador 60% se 
encontra apto a fazer uso dessa ferramenta e o programa que eles conseguem utilizar 
com mais facilidade também é o Word. E, no decorrer do processo, a mudança começou 
a ser perceptível, a maioria já conseguia trabalhar com os mais diversos programas 
sugeridos ou descobertos por eles com segurança e autonomia. 
 
4.2. Sensibilização 
 
4.2.1 Pesquisa inicial - O próximo passo foi dividir a turma em seis grupos. 
Organizá-los e orientá-los para que realizassem pesquisas na internet, revistas, livros e 
outras fontes para entender o processo histórico da Guerra do Vietnã, fazendo depois 
uma reflexão crítica sobre o conteúdo pesquisado. Etapa onde diversas discussões 
aconteceram com o objetivo de compreender melhor o conteúdo em análise. 
Reportagens, notícias, fotos, charges, cartuns, poemas, dentre vários gêneros 
15 
 
 
encontrados durante a pesquisa, serviram de base para reflexão e maior ampliação dos 
conhecimentos que estavam sendo construídos. Quatro desses resultados estão 
apresentados a seguir: 
1. Poema sobre a Guerra do Vietnã 
VIETNÃ 
Mulher, como te chamas? - Não sei. 
Quando nasceste, tua origem? - Não sei. 
Por que cavaste um buraco na terra? - Não sei. 
Há quanto tempo estás escondida? - Não sei. 
Por que mordeste o meu anelar? - Não sei. 
Sabes, não te faremos mal nenhum. - Não sei. 
De que lado estás? - Não sei. 
É tempo de guerra, tens de escolher. - Não sei. 
Existe ainda a tua aldeia? - Não sei. 
E estas crianças, são tuas? - Sim. 
Wislawa Szymborska 
16 
 
 
 
3. Charge do Ziraldo publicada no O Pasquim (1973) 
referindo-se ao fim da Guerra do Vietnã 
2. Painel com fotos diversas sobre a Guerra do Vietnã 
4. Criação de um Jornal sobre a Guerra do Vietnã 
17 
 
 
4.2.2. Aula no laboratório de informática – Os foram encaminhados ao 
laboratório de informática para receber instruções sobre o uso do computador e como 
utilizar algumas programas. De início a professora preparou uma aula em Power point, 
foi explicando cada uma das produções solicitadas e referenciando sites e programas 
apropriados. 
 
4.2 3. Sessão de cinema - Foi também realizada uma sessão de cinema para 
assistir a filmes como Apocalypse Now, Jardins de Pedra e Platoon para estudo a fim de 
que os alunos tivessem inúmeros subsídios antes mesmo de começarem a produção de 
suas atividades concretas. Ressaltando que o único assistido por completo foi o último, 
os demais assistimos apenas recortes importantes sobre a Guerra do Vietnã. 
 
Antes de iniciar a sessão os alunos foram sensibilizados e motivados a assistirem 
ao longa-metragem, a finalidade era desmistificar a idéia de que filme histórico é chato, 
cansativo e longo. Assistiram Platoon, um dos retratos mais emocionantes dos horrores 
da Guerra do Vietnã, dirigido por um ex- combatente, Platoon, levou o Oscar de filme, 
direção, montagem e som. O filme mostra a trajetória do jovem Chris, que troca a 
matrícula na universidade para servir como recruta no Vietnã, experimentando toda 
violência e loucura de uma carnificina sem sentido. Na guerra o jovem trava contato 
com os sargentos Barnes e Elias. O primeiro, um assassino brutal e psicopata e o 
segundo, um pacifista inteligente e sensível. Apesar do maniqueísmo, o filme possui 
cenas antológicas, como a chegada ao Vietnã, a chacina de uma vila vietnamita e o 
primeiro contato do pelotão ("platoon") com o inimigo. 
 
4.2.4. Mesa redonda – Aconteceu uma mesa redonda com o objetivo de discutir 
de forma mais aprofundada questões relativas ao assunto com o objetivo maior de 
esclarecer possíveis dúvidas sobre o conteúdo em análise e sobre os procedimentos a 
18 
 
 
serem desenvolvidos. Várias dúvidas foram surgindo, tais como: que programas 
utilizar? Onde vamos encontrar tanto conteúdo? Podemos trabalhar apenas com as 
causas da guerra? Podemos colocar filmes no trabalho? Os alunos comentavam a todo 
momento da sua ansiedade em iniciar produção e do grau de dificuldade para colocar 
tudo em prática. 
 
4.3. Produção com mídias - A turma já organizada em grupos seguiu para a 
realização da segunda etapa do trabalho. Cada grupo ficou responsável por uma 
produção diferente do processo de produção de conhecimentos com a utilização dos 
recursos midiáticos. As divisões foram as seguintes: a produção de um vídeo clip, de 
jornal virtual, de um documentário, de um blog, de uma aula em power point e da 
construção do aprendizado na wikipédia ou site. 
 
Os educandos foram encaminhados ao laboratório de informática para construir 
o próprio conhecimento acerca da utilização dos recursos midiáticos selecionados 
previamente para a confecção de suas tarefas com autonomia e competência. Lá, eles 
receberam todas as informações necessárias à realização dos procedimentos a serem 
efetuados pelos membros de cada equipe. A foto abaixo mostra um desses momentos: 
 
19 
 
 
 
Divididos em momentos distintos de realização, o grupo do jornal virtual 
realizou uma entrevista com ex-combatentes do Exército para colher informações sobre 
a Guerra do Vietnã. A partir das informações já colhidas e da entrevista executada, 
partiram para a confecção do jornal no ambiente virtual criado na página da escola a 
partir do programa Publish. 
 
O grupo da Wikipédia partiu para as pesquisas aprofundadas. Leram, estudaram, 
discutiram e elaboraram o documento para ser postado na enciclopédia virtual. A 
Wikipédia, uma fonte de pesquisa virtual e colaborativa, onde qualquer pessoa comum 
pode postar, acrescentar ou até mesmo modificar o artigo publicado através de 
navegadores comuns como Internet Explorer, Google Chrome, Mozilla Firefox, 
Netscape, Opera, Safari ou qualquer outro programa que possa ler HTML. Por essa 
situação, o cuidado foi redobrado e a pesquisa bem amis aprofundada para construir um 
texto concistente embasado no conhecimento científíco. O resultado foi um texto de 
excelente qualidade, salvo na Home Page da escola: www.guerravietna.xpg.com.br. 
 
O grupo do vídeo clip utilizou as mais variadas imagens, recortes de filmes, 
músicas para conseguir entendero processo da Guerra do Vietnã a partir do aspecto 
lúdico, mas histórico. Com todas as pesquisas feitas, uma gama de material selecionado 
deu suporte para o grupo construir uma letra que descrevesse o assunto em estudo de 
20 
 
 
forma crítica e competente. Num momento final dessa equipe, houve a gravação da 
música numa montagem final para a composição do vídeo clip Guerra do Vietnã.wmv. 
 
Já no documentário os alunos reconstruíram o cenário, os personagens, a 
história, dentre outros aspectos de igual relevância dentro do conteúdo em estudo, para 
reproduzir com criticidade o acontecimento pesquisado: A Guerra do Vietnã. Filmaram, 
sendo eles mesmos os grandes autores e produtores do conhecimento com o apoio dos 
recursos tecnológicos e dos programas disponíveis para tal montagem. 
 
Um dos mais complicados passos deste trabalho foi à construção do blog, porque 
os alunos ainda não tinham desenvolvido um trabalho desse tipo. Falar dessa produção é 
bastante gratificante, a impressão ao analisá-la, é que os alunos pareciam grandes 
blogueiros, mas não, apenas alunos motivados e criativos. No trabalho desenvolvido por 
este grupo foi possível encontrar de tudo um pouco, depoimentos, trechos ou indicações 
de filmes, poemas, jogos criados por eles, processo histórico, músicas, enfim, um 
ambiente de total interação, sem limites, de total rompimento de fronteiras. Para 
legitimar o foi dito acima se faz imprescindível observar a página inicial desse projeto: 
 
21 
 
 
 
 
A aula em Power Point já não foi tão difícil pelo fato de os educandos fazerem 
uso de alguns recursos utilizados nessa ferramenta há bastante tempo. O interessante de 
ser ressaltado aqui é que não se limitaram, foram em busca de uma produção mais 
diferenciada, inovadora. Inseriram vídeos, imagens, animações, enfim, vários hiperlinks 
se fizeram presentes na apresentação. 
 
 
 
22 
 
 
4.4. Apresentação dos trabalhos - Para concluir, foram marcados alguns dias 
para que os grupos pudessem apresentar as suas produções e trocarem as experiências 
vivenciadas. No decorrer de todas as tarefas realizadas pelos grupos, a mediação do 
professor de História e do de laboratório de informática foi excepcional para a 
construção de um trabalho com tamanha qualidade como este. 
 
4.5. Avaliação dos trabalhos 
 
a) Depoimento dos alunos - Ao finalizar cada apresentação um aluno de cada 
grupo espontaneamente tecia um comentário sobre a experiência vivenciada. Dentre os 
depoimentos apresentados, um deles chamou atenção quando expôs o seguinte: 
“Professora, no começo quando a senhora começou a explicar o trabalho eu quase 
entrei em pânico, fiquei calado, louco de preocupação, como vamos produzir uma coisa 
dessas? Com o passar dos dias, as aulas no laboratório de informática, o auxílio da 
professora, as ideias foram surgindo e tudo foi ficando menos complicado. Hoje posso 
afirmar, até emocionado, que nunca realizei um trabalho tão gratificante, prazeroso, 
inteligente, desafiador e estimulante como esse, trabalhoso sim, mas gratificante, tenho 
certeza de que o conhecimento que construí tanto histórico, como tecnológico, 
carregarei por toda a minha vida. Agora entendo que estudar História não é antigo 
nem chato, tudo depende de como estudamos. Obrigado, professora, por essa 
oportunidade!” 
 
b) Pesquisa quantitativa (aplicação do questionário) - Num último momento, 
foi realizada uma pesquisa quantitativa, aplicando-se um questionário com os alunos 
(um aluno de cada grupo) sobre a utilização das mídias nas aulas de História e no 
processo de construção do conhecimento. O instrumento foi aplicado em sala de aula, 
contando com o auxílio da orientadora escolar, para que não houvesse interferências, 
23 
 
 
tendo em vista a pesquisadora ser professora dos alunos pesquisados, através das 
seguintes questões: 
1- Quantas mídias foram utilizadas no desenvolvimento do trabalho? 
2- Quais as dificuldades encontradas ao utilizar cada mídia? 
3- Qual mídia a que o grupo não tinha acesso e que passou a conhecer com mais 
aprofundamento? 
4- O que mais chamou a atenção do grupo no conteúdo estudado? 
5- Qual a relação que o grupo faz entre uma aula tradicional e uma aula com o recurso 
da mídia? 
6- Qual a vantagem de se utilizar as mídias para estudar o conteúdo em sala de aula? 
 
O quadro abaixo apresenta o resultado da aplicação do questionário, junto às 
turmas A, B, C e D. Em sua análise observamos que a maioria conseguiu utilizar entre 
duas e quatro mídias, a dificuldade maior percebida pelos foi o fato de não ter o 
computador em casa, em relação a Guerra o fato que consideraram marcante foi o 
jovem que trocou a Universidade pela guerra , chegando a conclusão que a aula que a 
aula com os recursos midiáticos possibilita ao aluno construção de conhecimento e 
autonomia, além de aprender sobre o conteúdo histórico, aprende-se também um pouco 
de tecnologia. 
QUESTÕES 
Turma 
A 
Turma 
B 
Turma 
C 
Turma 
D 
Número de mídias utilizadas 
 
Apenas uma 
10% 10% 15% 5% 
Entre duas e quatro 60% 70% 75% 75% 
Mais de quatro 30% 20% 10% 20% 
Dificuldades encontras no uso 
das mídias 
Não ter o computador 80% 70% 75% 80% 
Não saber informática 15% 20% 15% 15% 
Não ter acesso com frequência 
ao laboratório de informática 
5% 10% 5% 5% 
Mídia que não tinha acesso e 
passou a dominar 
Computador 50% 60% 55% 60% 
Rádio e TV 50% 40% 45% 40% 
Fato marcante da Guerra do 
Vietnã 
O poder dos Estados Unidos 30% 45% 40% 45% 
O jovem que trocou a 
Universidade pela Guerra 
60% 55% 60% 55% 
Aula tradional X aula com 
recurso midiático 
Estimulante 50% 70% 55% 60% 
24 
 
 
Constrói conhecimento 50% 30% 45% 40% 
Quadro X – Resultado da avaliação dos trabalhos pelas turmas 
 
5. Conclusões 
 
Vimos com a realização deste trabalho que os desafios impostos à escola e ao 
ensino de História, em especial, marcam a urgência em introduzir na prática pedagógica 
as inovações tecnológicas com que os alunos já lidam no seu dia-a-dia, Portanto, foi 
comprovado que é possível realizar um fazer pedagógico diferente e significativo para o 
aluno, confirmando a hipótese inicial que, com a utilização dos recursos midiáticos, o 
ensino de História pode se tornar dinâmico e atrativo, possibilitando assim construção 
de conhecimento de forma independente e autônoma. 
 
Portanto, os resultados foram plenamente positivos, pois do ponto de vista dos 
alunos eles alcançaram os objetivos propostos, pesquisaram, analisaram, produziram, 
interagiram, foram formadores de opinião através do blog, do documentário, do texto 
postado na Wikipédia, passaram de educandos passivos para educandos pesquisadores e 
ativos. Eles entenderam que essa disciplina é de grande relevância para compreender o 
meio e se entender como agente construtor e modificador de uma realidade. 
 
O professor de História reconhece através dessa experiência que a palavra chave 
hoje é ousadia, é preciso falar a linguagem da comunidade escolar ao qual atuamos e, ao 
mesmo tempo, procurar inserir novos meios, como os recursos midiáticos, ao processo 
de ensino-aprendizagem para poder superar os ranços da História positivista, que ainda 
insiste em acompanhar o currículo, a práxis, a postura tradicional e prática em sala. 
 
25 
 
 
6. Referências Bibliográficas 
BONA, N. C.; PICHELLI, Kátia Regina. Leitura Crítica - um olhar diferente sobre 
os meios de comunicação. Mundo Jovem ,novembro /2006. p.5.N 372 
CASTELLS, M.. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999. 
CIAMPI, H. O Processo do Conhecimento/pesquisa no ensino de história. In:História & Ensino: Revista do Laboratório de Ensino de História. Londrina . Eduel. 
2003. 
DANTAS, A. L.. O uso da internet como ambiente mediador e articulador da 
aprendizagem de geografia e história nos anos inicias e finais do ensino. João 
Pessoa: Projeto PROLICEN, DME/CE/UFPB, 2009. 
FONSECA, S. G.. A construção de saberes pedagógicos na formação inicial do 
professor para o ensino de história na educação; In: Ensino de história: sujeitos e 
práticas. Rio de Janeiro: Manud X: FAPERJ, 2007. (Trabalhos apresentados no V 
Encontro Nacional Perspectiva de Ensino de História, Ensino de história: sujeitos, 
saberes e práticas, realizado no Rio de Janeiro, de 26 a 29 de julho de 2004. p. 149 – 
156) 
FREIRE. P.. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa, 15. ed. 
São Paulo, Paz e Terra, 2000. p 37 
GADOTTI, M. A escola e a pluralidade dos meios. Revista Escola & Comunicação, 
Rio de Janeiro, FRM, n.6, 1994. 
MINAYO, M. C. de S.. O Desafio do Conhecimento: pesquisa qualitativa. 4. Ed. São 
Paulo: HUCITEC-ABRASCO, 1996. 
MORAN, J. M.; MASETTO, M.; BEHRENS, M. Novas Tecnologias e Mediação 
Pedagógica. 12 a ed. São Paulo: Papirus, 2006. 
PIAGET, J.. Estudos Sociológicos. Ed. Forense. Rio de Janeiro, 1973. 
RODRIGUES, M. S., LEOPARDIM, M. T. O Método de Análise de Conteúdo: uma 
visão para enfermeiros. Fortaleza: FCPC, 1999. 
SCHMIDT, M. A. A formação do professor de história e o cotidiano da sala de aula. In: 
BITTENCOURT, Circe. O saber histórico na sala de aula. 9.ed. São Paulo: Contexto, 
2004.

Outros materiais