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Minsky e a teoria geral de crises financeiras marcado

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MINSKY E A TEORIA GERAL DAS CRISES FINANCEIRAS 
(NatáliaBenevides) 
 
 Hyman Philip Minsky foi um economista norte-americano nascido em 1919, em 
Chicago. Seus estudos sobre Crises Financeiras não são conhecidos somente no meio 
acadêmico, mas também no financeiro. 
 
 Hyman Minsky concluiu graduação em matemática na Universidade de Chicago e 
prosseguiu seus estudos na Universidade de Harvard. 
 
 Minsky é considerado um economista pós-keynesiano. O economista sofreu influência 
e escreveu sobre o pensamento de Keynes – aprofundou pontos sobre a Teoria Gerial de 
Keynes - oferecendo uma interpretação diferente da tradicional. 
 
 O pensamento de John Keynes, economista britânico, defendia uma política econômica 
de Estado intervencionista, onde os governos usariam medidas monetárias e fiscais para 
suavizar as consequências desfavoráveis dos ciclos econômicos, como depressão e 
recessão. Contudo, não se deve interpretar que Keynes defendesse a destruição do 
sistema capitalista, considerado pelo economista o sistema mais eficiente já vivenciado 
pela humanidade. Keynes pretendia um aprimoramento do modelo capitalista, de 
maneira que o altruísmo social pudesse se unir aos instintos do ganho individual, o 
primeiro através do Estado e o segundo através da livre iniciativa privada. 
 
 Com relação à teoria de Keynes, Minsky enfatiza as questões financeiras, a 
instabilidade do desenvolvimento capitalista e a articulação existente entre ambas. 
Minsky percebe que a relação entre investimento e poupança pode originar ciclos 
econômicos. 
 
 Um dos conceitos centrais de Minsky apresenta a ideia de que a estabilidade produz a 
instabilidade, já que o desequilíbrio é próprio do capitalismo. De acordo com a teoria, 
os investidores, nos períodos de crescimento, apresentam insatisfação com os lucros 
moderados e começam a correr mais riscos, o que afeta a estabilidade do sistema, pois o 
risco se apresenta exatamente como a possibilidade de que não ocorra o lucro, o que 
afeta o bom funcionamento do sistema. Considerando que para Minsky “os lucros são 
determinados por investimentos, capacitam as empresas a honrar seus compromissos de 
pagamento sobre instrumentos financeiros e entram na formação de expectativa dos 
lucros futuros” (MINSKY, 1982ª, p. 19), o risco de que este não ocorra se apresenta 
como fator crítico para a estabilidade do modelo capitalista. A ação mais “arriscada” 
dos investidores apresentada por Minsky pode ser comparada ao pensamento de 
Keynes, quando este observou que os agentes econômicos reduzem seu nível de 
liquidez em momentos de crescimento econômico e de alta do valor dos ativos, 
constatando que os agentes buscam a recuperação da liquidez quando estas variáveis 
invertem sua tendência, observando uma fonte financeira para a reversão cíclica. 
 
 Em seus estudos Minsky demonstra que, da mesma maneira como as expectativas dos 
agentes econômicos se modificam de acordo com o estágio do ciclo econômico, as 
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relações de balanço econômico-financeiro e contábil se transformam ao longo desse 
ciclo. Considerando então a hipótese da instabilidade financeira, a economia capitalista 
caracteriza-se por um sistema financeiro sofisticado e complexo, se apresentando como 
uma economia inevitavelmente instável, que exibe um endividamento crescente em 
função de sua necessidade de financiar o investimento em uma atmosfera de crédito 
barato, o que provoca, de tempos em tempos, inflações e deflações de dívidas. 
 
 A teoria da instabilidade financeira tem seu embasamento na existência de dois 
conjuntos de preços na economia: o preço de oferta, que depende das taxas de salário 
em dinheiro, da produtividade do trabalho com os ativos de capital, do markup aplicado 
sobre os custos e do custo de financiar a produção, e do preço de demanda dos ativos de 
capital, que é apurado pela oferta e demanda em seu mercado. 
 
 Considerando o proposto por Minsky, a economia é influenciada por dois tipos de risco 
que irão influenciar o preço de oferta e o preço de demanda dos ativos. Um deles é o 
risco do devedor, que sobrevém da dúvida que o empresário tem de realmente alcançar 
os ganhos esperados sobre um investimento. O outro risco é o do credor, que se origina 
em questões como risco moral ou desapontamento de expectativas, ou seja, adiciona o 
impacto do crescente endividamento para financiar o investimento. 
 
 A fragilidade financeira é apresentada por Minsky de acordo com o grau de prudência 
do endividamento das unidades econômicas que compõem um sistema financeiro. De 
acordo com Minsky, existem três tipos de unidades econômicas, segundo o grau de 
prudência do endividamento. São elas: 
 · as unidades Hedge, nas quais o endividamento é tal que as entradas monetárias, 
oriundas dos rendimentos esperados, são mais elevadas quando comparadas às saídas 
monetárias em pagamento das dívidas, em cada período significativo; 
 · as unidades especulativas, onde as saídas monetárias para pagamentos de dívidas 
são superiores às entradas monetárias almejadas em alguns curtos períodos, mas as 
unidades podem se refinanciar (há o risco do valor líquido do investimento tornar-se 
negativo); 
 · as unidades de Ponzi são aquelas nas quais as saídas em pagamento dos juros da 
dívida são maiores do que as entradas monetárias esperadas, tornando o valor do 
investimento líquido negativo. 
 
 A caracterização das unidades econômicas proposta por Minsky permite observar que, 
se as unidades de Hedge são vulneráveis apenas ao que ocorre nos mercados 
particulares de seus produtos, o mesmo não é verdadeiro para as unidades especulativas 
e de Ponzi. Estas apresentam vulnerabilidade ao que acontece nos mercados financeiros. 
Se ocorre uma alta da taxa de juros, as unidades especulativas procuram se refinanciar e 
para isso vendem ativos. Tal ação baixa os preços dos ativo, levando outras unidades à 
necessidade de se refinanciarem e, portanto, venderem ativos e assim sucessivamente. 
Dessa forma, pode-se concluir que quanto maior o peso das unidades especulativas na 
economia, mais rapidamente, e de maneira mais ampla, uma ação que intenciona 
compensar uma perturbação do funcionamento normal do sistema provoca o oposto, ou 
seja, a ampliação desta perturbação. Sendo assim, entende-se que quanto maior é a 
dimensão das unidades especulativas e de Ponzi na economia, tanto maior é a 
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fragilidade financeira, pois a estrutura financeira torna-se mais propensa a crises. 
 
Referências 
 
BAHRY, Thaiza Regina e GABRIEL, Luciano Ferreira. A hipótese da instabilidade 
financeira e suas implicações para a ocorrência de ciclos econômicos. Disponível em: 
www.scielo.br. Acesso em 25 de maio de 2012. 
 
 HERMANN, Jennifer. Da liberalização à crise financeira norte-americana: a morte 
anunciada chega ao Paraíso. Disponível em: www.scielo.br. Acesso em 24 de maio de 
2012. 
 
 LOURENÇO, André Luis de. O pensamento de Hyman P. Minsky: alterações de 
percurso e atualidade. Disponível em: www.scielo.br. Acesso em 25 de maio de 2012. 
 
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