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OAB 2 Fase Penal Espaço Juridico

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  Direito	
  Penal	
  
OAB	
  2ª	
  Fase	
  
1	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
CURSO	
  PREPARATÓRIO	
  PARA	
  OAB	
  
	
  
(DIREITO	
  PENAL	
  –	
  2ª	
  FASE)	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
PROF.	
  RICARDO	
  GALVÃO	
  
	
  
	
  
	
  
	
  	
   	
  	
  
Contatos:	
  
E-­‐mail	
  –	
  ricardojbgm@hotmail.com	
  
Facebook	
  –	
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  Direito	
  Penal	
  
OAB	
  2ª	
  Fase	
  
2	
  
PROF.	
  RICARDO	
  GALVÃO	
  
	
  
DIREITO	
  PENAL	
  –	
  PARTE	
  GERAL	
  	
  
1.	
  Princípios	
  Penais	
  e	
  Constitucionais:	
  	
  1.1.	
  Princípios	
  Penais:	
  	
   a. Princípio	
   da	
   Insignificância	
   (tipicidade	
   =	
   tipicidade	
   formal	
   +	
  tipicidade	
  material);	
  	
  Requisitos	
  para	
  o	
  princípio,	
  segundo	
  o	
  STF:	
  	
  
• mínima	
  ofensividade	
  da	
  conduta;	
  
• nenhuma	
  periculosidade	
  social	
  da	
  ação;	
  
• reduzidíssimo	
  grau	
  de	
  reprovabilidade	
  do	
  comportamento;	
  
• inexpressividade	
  da	
  lesão	
  jurídica	
  provocada.	
  	
  
OBSERVAÇÃO	
   IMPORTANTE:	
   curioso	
   o	
   tratamento	
   dado	
   pelo	
   STJ/STF	
  em	
  relação	
  aos	
  delitos	
  tributários,	
  incluindo-­‐se,	
  aí,	
  o	
  delito	
  de	
  descaminho	
  (art.	
  334,	
  CPB).	
  Tendo	
  como	
  foco	
  o	
  art.	
  20	
  da	
  Lei	
  nº	
  10.522/02,	
  passaram	
  as	
   cortes	
   de	
   cúpula	
   a	
   entender	
   que	
   crimes	
   fiscais,	
   até	
   o	
   valor	
   de	
   R$	
  10.000,00	
   (valor	
   considerado	
   irrelevante	
   pela	
   administração	
   fazendária)	
  não	
   gerariam,	
   por	
   sua	
   insignificância,	
   infrações	
   penais.	
   Recentemente,	
   o	
  STF	
  mudou	
  seu	
  posicionamento,	
  ampliando	
  a	
  insignificância	
  de	
  tais	
  delitos	
  para	
  o	
  valor	
  de	
  até	
  R$	
  20.000,00,	
  uma	
  vez	
  que	
  a	
  Portaria	
  do	
  Ministério	
  da	
  Fazenda	
  de	
  nº	
  75/2012,	
  aumentou	
  o	
  parâmetro	
  da	
  já	
  referida	
  irrelevância	
  para	
   a	
   administração	
   tributária.	
   O	
   STJ,	
   contudo,	
   de	
   forma	
   bastante	
  predominante,	
  continua	
  utilizando	
  o	
  parâmetro	
  de	
  R$	
  10.000,00.	
  Note-­‐se	
  que	
   o	
   aqui	
   disposto	
   se	
   aplica	
   apenas	
   aos	
   crimes	
   tributários	
   de	
   natureza	
  federal.	
  	
   b.	
  Princípio	
  da	
  Individualização	
  da	
  Pena;	
  	
  c.	
  Princípio	
  da	
  Proporcionalidade.	
  	
  	
  	
  
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  Direito	
  Penal	
  
OAB	
  2ª	
  Fase	
  
3	
  
	
  1.2.	
  O	
  Princípio	
  da	
  Legalidade:	
  
	
  a)	
  O	
  princípio	
  no	
  ordenamento	
  jurídico	
  pátrio	
  vigente:	
  art.	
  5º,	
  inciso	
  XXXIX,	
  da	
  CF/88	
  e	
  art.	
  1º	
  do	
  Código	
  Penal	
  Brasileiro.	
  	
  b)	
   Corolários	
   do	
   Princípio	
   da	
   Legalidade	
   (consequências	
   do	
   princípio	
   na	
  interpretação	
  da	
  lei	
  penal)	
  	
   b.1.	
  nullum	
  crimen,	
  nulla	
  poena	
  sine	
  lege	
  praevia;	
  	
  b.2.	
  nullum	
  crimen,	
  nulla	
  poena	
  sine	
  lege	
  scripta;	
  b.3.	
  nullum	
  crimen,	
  nulla	
  poena	
  sine	
  lege	
  stricta;	
  b.4.	
  nullum	
  crimen,	
  nulla	
  poena	
  sine	
  lege	
  certa.	
  
	
  
	
  
	
  
Questão	
  –	
  XI	
  Exame	
  de	
  Ordem	
  (2013)	
  	
  O	
   Ministério	
   Público	
   ofereceu	
   denúncia	
   contra	
   Lucile,	
   imputando-­‐lhe	
   a	
   prática	
   da	
  conduta	
   descrita	
   no	
   Art.	
   155,	
   caput,	
   do	
   CP.	
   Narrou	
   a	
   inicial	
   acusatória	
   que,	
   no	
   dia	
  18/10/2012,	
   Lucile	
   subtraiu,	
   sem	
   violência	
   ou	
   grave	
   ameaça,	
   de	
   um	
   grande	
  estabelecimento	
   comercial	
  do	
   ramo	
  de	
  venda	
  de	
  alimentos	
  dois	
   litros	
  de	
   leite	
   e	
  uma	
  sacola	
   de	
   verduras,	
   o	
   que	
   totalizou	
   a	
   quantia	
   de	
   R$10,00	
   (dez	
   reais).	
   Todas	
   as	
  exigências	
   legais	
   foram	
   satisfeitas:	
   a	
   denúncia	
   foi	
   recebida,	
   foi	
   oferecida	
   suspensão	
  condicional	
  do	
  processo	
  e	
  foi	
  apresentada	
  resposta	
  à	
  acusação.	
  	
  	
  O	
   magistrado,	
   entretanto,	
   após	
   convencer-­‐se	
   pelas	
   razões	
   invocadas	
   na	
   referida	
  resposta	
  à	
  acusação,	
  entende	
  que	
  a	
  fato	
  é	
  atípico.	
  	
  	
  Nesse	
   sentido,	
   tendo	
   como	
   base	
   apenas	
   as	
   informações	
   contidas	
   no	
   enunciado,	
  responda,	
  justificadamente,	
  aos	
  itens	
  a	
  seguir.	
  	
  	
  A)	
  O	
  que	
  o	
  magistrado	
  deve	
  fazer?	
  Indique	
  o	
  fundamento	
  legal.	
  	
  B)	
  Qual	
  é	
  o	
  elemento	
  ausente	
  que	
  justifica	
  a	
  alegada	
  atipicidade?	
  	
  	
  Utilize	
   os	
   argumentos	
   jurídicos	
   apropriados	
   e	
   a	
   fundamentação	
   legal	
   pertinente	
   ao	
  caso.	
  	
  	
  A	
  simples	
  menção	
  ou	
  transcrição	
  do	
  dispositivo	
  legal	
  não	
  pontua.	
  	
  
	
  
	
  
	
  
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  Direito	
  Penal	
  
OAB	
  2ª	
  Fase	
  
4	
  
	
  
	
  
HORA DE APROFUNDAR! 
 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA: 
 
Desde o Direito Romano que os pretores 
(magistrados) não exerciam o seus poderes 
jurisdicionais em conflitos banais. Até hoje, a 
máxima latina que expressa o uso do princípio na 
Antiguidade ficou consagrada: de minus non curat 
praetor (de coisas pequenas não cuidam os pretores). 
 
Coube ao penalista alemão Claus Roxin, na 
década de 70, trazer para o Direito Penal a 
problemática da insignificância. 
 
O princípio da insignificância tem repercussão 
na estrutura do crime, afetando a própria tipicidade 
do fato (elemento do fato típico – primeiro elemento 
do crime). 
 
Quando o legislador protege determinado bem 
jurídico, tipificando conduta ofensiva a um valor 
essencial ao existir coletivo, pressupõe que a 
conduta proibida mereça a sanção cominada quando 
relevante (significativa) a ofensa ao bem em tutela. 
Para além de uma mera tipicidadeformal (adequação 
matemática da conduta praticada ao modelo de conduta 
proibida), o princípio exige ofensa relevante ao 
valor protegido (conceito de tipicidade material). 
 
A jurisprudência não tem admitido, de forma 
geral (há julgados em sentido contrário), a aplicação 
do princípio da insignificância em crimes contra a 
administração pública, crimes que envolvam violência 
ou grave ameaça à pessoa e crimes militares. 
	
  
	
  
	
  
	
  
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  Direito	
  Penal	
  
OAB	
  2ª	
  Fase	
  
5	
  
	
  
	
  
2.	
  Aplicação	
  da	
  Lei	
  Penal:	
  	
  2.1.	
  Lei	
  Penal	
  no	
  Tempo:	
  	
  A)	
  Considerações	
  iniciais;	
  	
  B)	
  Características	
  da	
  Lei	
  Penal	
  no	
  Tempo	
  (decorrência	
  do	
  art.	
  5º,	
  inc.	
  XXXIX	
  e	
  XL,	
  da	
  CF/88):	
  	
  
• Irretroatividade	
   da	
   Lei	
   Penal	
   (observância	
   da	
   legalidade	
   e	
  anterioridade	
  penais	
  –	
  art.	
  5º,	
  inc.	
  XXXIX,	
  da	
  CF);	
  	
  
• Retroatividade	
   da	
   Lei	
   mais	
   Benigna	
   (art.	
   2º,	
   parágrafo	
   único,	
   do	
  CPB);	
  	
  
• Ultratividade	
  da	
  Lei	
  mais	
  Benigna.	
  
	
  
Leis	
  excepcionais	
  e	
  temporárias	
  	
  
(art.	
  3º	
  do	
  CPB	
  –	
  possuem	
  ultratividade)	
  
	
   B) Princípios	
  Aplicáveis	
  aos	
  Conflitos	
  de	
  Leis	
  Penais	
  no	
  Tempo:	
  	
  
• 	
  “Abolitio	
  Criminis”	
  (art.	
  2º,	
  caput,	
  do	
  CPB	
  –	
  art.	
  107,	
  III,	
  CPB);	
  
• 	
  “Novatio	
  Legis	
  Incriminadora”;	
  
• 	
  “Novatio	
  Legis	
  in	
  Mellius”	
  (art.	
  2º,	
  parágrafo	
  único,	
  do	
  CPB);	
  
• 	
  “Novatio	
  Legis	
  in	
  Pejus”.	
  	
   C) Conceito	
  de	
  Tempo	
  do	
  Crime:	
  	
   -­‐	
  Teorias:	
  ATIVIDADE/RESULTADO/UBIQÜIDADE	
  OU	
  MISTA	
  	
  -­‐	
  Art.	
  4º	
  do	
  CPB	
  	
   D) Pontos	
  Importantes:	
  	
   -­‐ Normas	
  mistas;	
  	
  
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  Direito	
  Penal	
  
OAB	
  2ª	
  Fase	
  
6	
  
-­‐ Combinação	
  de	
  leis;	
  	
   -­‐ S.	
  711/STF;	
  	
   -­‐ Contagem	
  dos	
  prazos.	
  
	
  2.1.	
  Aplicação	
  da	
  Lei	
  Penal	
  no	
  Espaço:	
  	
  A)	
  Lugar	
  do	
  Crime:	
  	
   -­‐	
  Teorias:	
  ATIVIDADE/RESULTADO/UBIQÜIDADE	
  OU	
  MISTA	
  	
  -­‐	
  Art.	
  6º	
  do	
  CPB	
  	
  
Art.	
   6º	
   -­‐	
   Considera-­‐se	
   praticado	
   o	
   crime	
   no	
   lugar	
   em	
   que	
  
ocorreu	
   a	
   ação	
   ou	
   omissão,	
   no	
   todo	
   ou	
   em	
   parte,	
   bem	
   como	
  
onde	
  se	
  produziu	
  ou	
  deveria	
  produzir-­‐se	
  o	
  resultado	
  	
  B)	
  A	
  Territorialidade	
  (art.	
  5º	
  do	
  CPB):	
  	
  	
  #	
  Conceito	
   *	
  espaço	
  terrestre	
  (solo	
  e	
  subsolo);	
  de	
  Território:	
   *	
  rios	
  e	
  ilhas	
  (oceânicas,	
  fluviais	
  e	
  lacustres);	
  	
   *	
  espaço	
  marítimo	
  (art.	
  1º	
  da	
  Lei	
  n.º	
  8.617/93);	
  	
   *	
  território	
  nacional	
  por	
  extensão	
  (art.	
  5º	
  do	
  CPB).	
  	
  
 	
   Públicas	
  ou	
  privadas	
  
à	
  serviço	
  do	
  governo:	
  
	
  
Privadas:	
  
Embarcações	
  e	
  
aeronaves	
  brasileiras:	
  
território	
   brasileiro	
  onde	
   quer	
   que	
   se	
  encontrem	
   São	
   territórios	
   nacionais	
   apenas	
  se	
   estiverem	
  navegando/sobrevoando	
   nosso	
  espaço	
   geográfico	
   ou	
   em	
   alto-­‐mar.	
  
Embarcações	
  e	
  
aeronaves	
  
estrangeiras:	
  
Território	
   estrangeiro,	
  ainda	
   que	
   estejam	
  navegando	
   ou	
  sobrevoando	
   nosso	
  espaço	
  geográfico	
  
São	
   territórios	
   brasileiros	
   se	
  estiverem	
   em	
   nosso	
   espaço	
  geográfico,	
  apenas.	
  
 
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  Direito	
  Penal	
  
OAB	
  2ª	
  Fase	
  
7	
  
	
  	
  C)	
  A	
  Extraterritorialidade	
  (art.	
  7º	
  do	
  CPB):	
  	
  
• Extraterritorialidade	
  Condicionada	
  
• Extraterritorialidade	
  Incondicionada	
  	
  	
  D)	
  A	
  Sentença	
  Penal	
  Cumprida	
  no	
  Estrangeiro	
  (art.	
  8º	
  do	
  CPB).	
  	
  
Silvanete	
  Dragão	
  visitou	
  a	
  Holanda	
  e	
   lá	
  realizou	
  abortamento	
  com	
  a	
  morte	
  e	
  expulsão	
  do	
  
produto	
  da	
   concepção.	
  No	
  avião,	
   já	
  de	
  volta	
  para	
  o	
  Brasil,	
   pediu	
   socorro	
  à	
   tripulação	
  da	
  
aeronave	
   por	
   conta	
   de	
   grave	
   hemorragia	
   que	
   apresentava.	
   Em	
   terras	
   brasileiras,	
   foi	
  
socorrida	
   por	
   equipe	
  médica	
   que	
   constatou	
   ter	
   sido	
   a	
   hemorragia	
   uma	
   consequência	
   de	
  
manobras	
   abortivas.	
   Denunciada	
   pelo	
  Ministério	
   Público	
   por	
   crime	
   de	
   aborto	
   consentido	
  
(art.	
  124,	
  CPB),	
  você	
  foi	
  chamado	
  para	
  defendê-­‐la.	
  Qual	
  a	
  tese?	
  	
  	
  2.3.	
  A	
  Lei	
  Penal	
  em	
  Relação	
  às	
  Pessoas:	
  	
  A)	
  Considerações	
  iniciais.	
  	
  B)	
  Imunidades	
  diplomáticas;	
  	
  C)	
   Imunidades	
   parlamentares	
   (assegurada	
   mesmo	
   depois	
   da	
   E.C.	
   n.º	
  35/2001):	
  	
  
• Imunidade	
   material	
   (absoluta)	
   –	
   necessidade	
   de	
   um	
   nexo	
   funcional	
  (crimes	
  de	
  opinião);	
  	
  
• Imunidade	
  processual	
  (relativa):	
  	
  
Abrangência:	
  a)	
  imunidade	
  processual	
  (CF,	
  art.	
  53,	
  §§	
  3º,	
  4º	
  e	
  5º);	
  b)	
  imunidade	
  prisional	
  (CF,	
  art.	
  53,	
  §	
  2º);	
  c)	
  foro	
  especial	
  por	
  prerrogativa	
  de	
  função	
  (CF,	
  art.	
  53,	
  §	
  1º);	
  d)	
  não	
  obrigatoriedade	
  de	
  testemunhar	
  (CF,	
  art.	
  53,	
  §	
  6º).	
  	
  	
  
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  Direito	
  Penal	
  
OAB	
  2ª	
  Fase	
  
8	
  
#	
   Imunidades	
   de	
   deputados	
   estaduais	
   –	
   art.	
   27,	
   §	
   1º,	
   da	
   CF/88	
   (previsão	
  expressa	
  das	
  imunidades,	
  nos	
  termos	
  da	
  Carta	
  Maior	
  de	
  88).	
  	
  #	
   Imunidades	
   de	
   vereadores	
   (art.	
   29,	
   VIII,	
   da	
   CF/88	
   –	
   apenas	
   a	
   imunidade	
  material,	
   limitada	
   ao	
   exercíciodas	
   funções	
   e	
   nos	
   limites	
   da	
   circunscrição	
  municipal).	
  	
  
João	
  Alfredo,	
  vereador	
  na	
  cidade	
  de	
  Toritama,	
  cidade	
  localizada	
  no	
  agreste	
  pernambucano,	
  
em	
  discurso	
  de	
  cunho	
  político	
  no	
  teatro	
  da	
  localidade,	
  acusou	
  o	
  Prefeito	
  daquele	
  Município	
  
de	
  improbidade	
  administrativa,	
  acusando-­‐lhe	
  de	
  ter	
  causado	
  prejuízo	
  ao	
  erário	
  público	
  em	
  
realização	
   de	
   obra	
   desnecessária	
   ao	
   atendimento	
   de	
   interesses	
   da	
   coletividade	
   e,	
   ainda,	
  
superfaturada.	
   O	
   Prefeito	
   da	
   cidade,	
   entendendo-­‐se	
   ofendido	
   em	
   sua	
   honra,	
   ofereceu	
  
queixa-­‐crime	
  contra	
  o	
  parlamentar	
  municipal	
  por	
  crime	
  de	
  calúnia,	
  alegando	
  ter	
  sido	
  falsa	
  
a	
  imputação	
  de	
  fato	
  que	
  configura	
  crime,	
  em	
  abalo	
  à	
  sua	
  honra	
  objetiva.	
  O	
  que	
  se	
  poderia	
  
alegar	
  em	
  defesa	
  do	
  vereador-­‐querelado	
  na	
  ação	
  penal	
  privada?	
  	
  	
  2.4.	
   Concurso	
   Aparente	
   de	
   Normas	
   Penais	
   (fundamento:	
   vedação	
   ao	
   bis	
   in	
  
idem):	
  	
  	
   *	
  princípio	
  da	
  especialidade	
  (ex:	
  art.	
  121	
  –	
  123);	
  	
   *	
  princípio	
  da	
  subsidiariedade	
  (exs:	
  art.	
  146	
  –	
  147/	
  art.	
  171	
  –	
  307);	
  	
   *	
  princípio	
  da	
  consunção/absorção	
  (ex:	
  art.	
  297	
  –	
  171);	
  	
   *	
  princípio	
  da	
  alternatividade	
  (ex:	
  art.	
  122).	
  	
  	
  
HORA DE APROFUNDAR! 
 
1. LEI PENAL NO TEMPO. CONCEITO DE TEMPO DO CRIME. 
RETROATIVIDADE. ULTRATIVIDADE: 
 
Um dos temas relevantes da teoria da lei penal 
diz respeito ao estudo do direito penal no tempo, ou 
seja, ao estudo das regras que procuram resolver os 
conflitos temporais neste setor da ordem jurídica. 
 
Por conta disso, o código penal procura, logo 
de início, conceituar o tempo do crime (art. 4º, 
CPB). É fundamental determinar, portanto, para saber 
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qual lei se aplicará à infração penal e para resolver 
outros conflitos, o tempo exato em que a infração foi 
cometida. Três teorias foram, para tal, criadas: 
 
a) teoria da atividade: tempo do crime seria o 
instante da prática da conduta (ação ou omissão), 
independentemente de quando o resultado se 
verificasse; 
 
b) teoria do resultado: tempo do crime seria o 
instante do seu resultado, independentemente do 
momento em que a conduta tivesse ocorrido; 
 
c) teoria da ubiquidade ou mista: tempo do 
crime deveria ser considerado tanto como o instante 
da atividade quanto do resultado (esta teoria apenas 
une os dois conceitos anteriores). 
 
O CPB, no art. 4º, considerou o tempo do crime 
como o da prática da ação ou omissão (conduta), 
independentemente do instante em que se deu o 
resultado (teoria da atividade, portanto). 
 
A lei penal tem a característica da 
irretroatividade, ou seja, seus efeitos não se 
estendem aos fatos praticados anteriormente ao início 
de sua vigência. No entanto, por expressa disposição 
constitucional (CF, art. 5º, XL) e legal (art. 2º, 
parágrafo único, CPB), a norma penal poderá ter 
efeito retroativo (estendendo-se, assim, aos fatos 
anteriores à sua vigência) quando for benéfica, ou 
seja, quando melhora, de qualquer maneira, a situação 
do réu. 
 
As normas penais benéficas reúnem ainda outra 
característica: a ultratividade (possibilidade das 
normas produzirem seus efeitos mesmo após sua 
revogação, desde que em relação a fatos que estejam 
sob o seu império). Diante disso, a doutrina passou a 
considerar que a norma penal benéfica teria 
extratividade (união das características da 
retroatividade + ultratividade). 
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IMPORTANTE: Por consequência da retroatividade da lei 
benéfica e da irretroatividade da lei maléfica, 
sempre será necessário, em direito penal material, 
aferir se a regra nova melhora ou piora a situação do 
réu e, assim, verificar sua possível aplicação. 
Contudo, a análise feita sobre a nova lei processual 
penal é diferente, em virtude do princípio da 
imediatidade da lei processual (art. 2º, CPP). Assim, 
não importa se a nova regra processual penal é melhor 
ou pior para o agente, aplicando-se de forma 
imediata, ainda que sem prejuízo da validade dos atos 
praticados sob o império da lei anterior. 
 
 
2. LEIS TEMPORÁRIAS E LEIS EXCEPCIONAIS: 
 
É comum se ter a ideia de que as normas penais 
só podem ultragir, é dizer, produzir seus efeitos 
para além da sua revogação, quando benéficas. 
Contudo, deve-se atentar ao fato de que o próprio 
Código Penal, em seu art. 3º, autoriza a 
ultratividade das normas penais que sejam temporárias 
ou excepcionais (aquelas que têm prazo determinado de 
duração ou cuja vigência se condiciona a determinados 
eventos extraordinários). 
 
Tal regra é fundamental para se evitar a 
impunidade, afinal, caso não existisse tal 
regramento, os acusados pela ofensa a tais normas 
poderiam, durante o processo penal, utilizar manobras 
de procrastinação para que a norma deixasse de 
vigorar antes do término procedimental, garantindo, 
assim, sua impunidade. 
 
Embora não seja pacífico (longe disso!), hoje 
tem se discutido a constitucionalidade da regra do 
Diploma Punitivo acima referida. Ocorre que, segundo 
alguns autores (Nilo Batista e Zaffaroni, p. ex.), o 
sistema jurídico atual, implantado com a CF/88, não 
recepcionou regras que ofendam a regra de 
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ultratividade única da lei penal benéfica (art. 5º, 
XL, CF/88). 
 
 
3. CONCEITO DE LUGAR DO CRIME: 
 
A aplicação da lei penal brasileira depende, 
necessariamente, da constatação do local em que o 
crime foi praticado, uma vez que fatos cometidos no 
estrangeiro não se submetem, como regra, à lei 
brasileira (salvo os casos referidos no art. 7º do 
CPB – hipóteses de extraterritorialidade). 
 
Dessa forma, faz-se necessária a criação de 
regra que diga, caso a conduta ocorra no Brasil e o 
resultado no exterior, ou mesmo quando a conduta foi 
praticada no estrangeiro e o resultado ocasionado em 
nosso território, se o fato deve, ou não, submeter-se 
à aplicação do CPB. 
 
Assim como ocorre em relação ao tempo do 
crime, no que diz respeito ao conceito de lugar do 
crime há três teorias: a) da atividade: lugar do 
crime seria apenas o local da prática da conduta, 
independentemente do local em que o resultado viesse 
a ocorrer; b) do resultado: lugar do crime, 
independentemente do lugar daprática da conduta, 
seria apenas aquele em que o resultado se verificou; 
c) ubiquidade ou mista: lugar do crime seria tanto o 
local da conduta quanto o do resultado. 
 
O CPB, em seu art. 6º, optou pela teoria da 
ubiquidade ou mista, é dizer, considera praticado o 
crime no local de sua ação ou omissão, bem como onde 
se produziu, ou deveria ter sido produzido, o 
resultado. 
 
Diante do exposto, o Brasil seria o local do 
crime e, por isso, nossa legislação seria aplicada 
tanto quando ocorresse um envenenamento no Brasil e a 
vítima viesse a morrer no exterior, ou mesmo se o 
envenenamento ocorresse no estrangeiro, morrendo a 
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vítima em território nacional. 
 
IMPORTANTE: apesar do CPB adotar a teoria da 
ubiquidade ou mista para aplicação da nossa 
legislação criminal, é de se verificar que o Código 
de Processo Penal, ao definir local do crime para 
efeitos de fixação de competência, optou pela teoria 
do resultado. Dessa forma, para delimitar a 
competência penal pelo lugar da infração (primeiro 
critério delimitador – art. 69, CPP), deve-se 
verificar o local em que o crime se consumou ou, no 
caso da tentativa, o local em que foi praticado o 
último ato de execução (adoção, como regra geral, da 
teoria do resultado). 
 
4. APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO ESPAÇO: o princípio da 
territorialidade: 
 
O Código Penal é claro ao definir que a lei 
penal brasileira deve ser aplicada aos crimes 
cometidos em nosso território, sem prejuízo dos 
tratados e convenções internacionais. Isso quer dizer 
que, como regra, adotamos o princípio da 
territorialidade, ainda que de forma mitigada (ou 
temperada), uma vez que o próprio Diploma punitivo 
permite a sua aplicação a crimes cometidos no 
exterior (art. 7º, CPB). 
 
Mas o que devemos considerar como território 
nacional? 
 
a) o nosso solo, subsolo e a coluna de ar 
sobrestante a ambos. 
 
b) rios e ilhas (oceânicas, fluviais e 
lacustres). 
 
c) espaço territorial marítimo: 
 
Hoje, o espaço marítimo brasileiro compreende 
uma faixa de oceano que se estende a 12 milhas 
marítimas, contadas a partir da linha de preamar (ou 
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de baixa-mar). A regra antiga, do espaço marítimo de 
200 milhas não prevalece mais. Território brasileiro 
soberano é apenas a faixa das 12 milhas, embora 
exista um respeito internacional a considerar as 200 
milhas náuticas como uma zona de exploração econômica 
exclusiva do Brasil. 
 
d) território nacional por extensão (art. 5º, 
CPB). 
 
 
5. DEMAIS PRINCÍPIOS DE APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO 
ESPAÇO: 
 
Todos os princípios aqui relacionados dizem 
respeito a hipóteses de extraterritorialidade 
(excepcional, no Brasil). Nosso país não adotou esses 
princípios de forma absoluta, mas uma breve leitura 
das hipóteses de extraterritorialidade do art. 7º do 
CPB já demonstra que pontualmente foram adotados em 
casos específicos. 
 
a) princípio da nacionalidade (ou personalidade): 
 
Pode ser visto por dois ângulos distintos. 
Pelo princípio da nacionalidade ativa, quando da 
prática de crime, deve-se aplicar a lei penal do país 
do autor do fato criminoso (sujeito ativo da infração 
penal), independentemente do local da infração. Pelo 
princípio da nacionalidade passiva, a seu turno, a 
lei penal a ser aplicada seria a do país da vítima da 
infração (sujeito passivo do crime). 
 
b) princípio da defesa (ou real): 
 
Por esse princípio, a lei penal a ser aplicada 
seria sempre a da nacionalidade do bem jurídico 
efetivamente lesionado com a prática da infração 
penal. 
 
c) princípio da justiça penal universal: 
 
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Partindo do pressuposto de que todos os países 
são instrumentos fundamentais à concretização de uma 
justiça penal, o princípio da justiça penal universal 
dispõe que a lei penal a ser aplicada ao crime é 
aquela do país em que o criminoso for encontrado, 
independentemente do local de sua efetiva prática. 
 
d) princípio do pavilhão ou da bandeira: 
 
Aplica-se a crimes cometidos a bordo de navios 
ou aeronaves, dispondo, assim, que a lei penal a ser 
aplicada seria sempre a do país a que o meio de 
locomoção pertenceria e, assim, representado pela 
bandeira que ostenta. 
 
 
6. A EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI PENAL: 
 
O art. 7º do Código Penal estabelece que em 
casos específicos a lei penal brasileira poderá ser 
aplicada a crimes cometidos no exterior. Chamamos 
isso de extraterritorialidade da lei penal. 
 
O nosso Diploma divide a extraterritorialidade 
em dois tipos: incondicionada (art. 7º, I) e 
condicionada (art. 7º, II). A divisão diz respeito à 
importância, sobretudo, dos bens jurídicos tutelados. 
 
Assim, em casos mais importantes, a lei penal 
brasileira se aplica aos fatos cometidos no 
estrangeiro, independentemente de qualquer condição 
(incondicionalmente), é dizer, ainda que lá fora 
tenha sido o seu autor julgado absolvido ou 
condenado, cumprindo pena ou não (caso tenha cumprido 
pena e venha cumprir a imposta no Brasil, deve ser 
aplicada a “detração internacional” mencionada no 
art. 8º do CPB). 
 
Em outros casos, para que a lei penal seja 
aplicada é fundamental a reunião de várias condições 
estabelecidas pelo próprio código, daí serem 
denominadas de hipóteses de extraterritorialidade 
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condicionada. 
 
 
7. CONCURSO APARENTE DE NORMAS: 
 
O concurso real de crimes se verifica quando o 
agente, mediante uma só ou várias condutas, dá causa 
a mais de uma infração penal (arts. 69, 70 e 71, 
todos do CPB), de modo que sua responsabilidade 
recairá sobre todos os tipos penais (normas penais 
incriminadoras) correspondentes aos resultados. 
 
Às vezes, contudo, a conduta (ou condutas) do 
agente se enquadra em vários tipos penais, mas o 
afastamento de alguns é necessário, apesar da 
possibilidade textual da subsunção, porque, 
juridicamente, o concurso é meramente aparente. Os 
motivos dessa pluralidade aparente dependem do 
princípio aplicável à espécie e, em geral, evitam que 
a decisão seja injusta por efetivar o bis in idem. 
 
São princípios do concurso (ou conflito) 
aparente de normas penais: 
 
a) princípio da especialidade: decorre da 
aplicação da máxima latina lex especialis derrogat 
lex generalis. Há tipos penais que, em razão de 
vários elementos, são específicos (especiais) em 
relaçãoa outros, fazendo com que a norma 
incriminadora específica prevaleça sobre a norma 
geral. Exemplo nítido dessa especialidade é o tipo 
penal de infanticídio em relação ao homicídio, já que 
o que os diferencia é o fato do infanticídio ser um 
tipo realizado pela mãe do neonato, que esteja sob a 
influência do estado puerperal, ao praticar a conduta 
durante o parto ou logo após. 
 
b) princípio da subsidiariedade: aqui, existe 
uma relação de complementariedade entre duas normas, 
a principal e a complementar, de modo que a norma 
complementar só terá incidência caso o tipo principal 
não possa ser aplicado. Por vezes, a própria lei, 
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expressamente, traça essa relação (subsidiariedade 
expressa), como no caso do crime previsto no art. 307 
do CPB (falsa identidade), em que o preceito 
secundário já dispõe: “se o fato não configura 
elemento de crime mais grave”; em outros casos, a 
subsidiariedade decorre da própria natureza das 
infrações, sem que a lei descreva tal relação 
(subsidiariedade tácita), como acontece, por exemplo, 
com o crime de constrangimento ilegal (art. 146, 
CPB), aplicável subsidiariamente quando não se 
tipificar o delito de estupro (art. 213, CPB) por não 
se direcionar a conduta a ato libidinoso. 
 
c) princípio da consunção: também conhecido 
como princípio da absorção, exige uma relação de meio 
e fim entre dois tipos penais, é dizer, anula-se 
norma penal que já esteja inserida em outra quando 
praticada aquela como meio para o alcance desta. 
Exemplos: lesão corporal é absorvida pelo homicídio; 
falsificação é absorvida pelo estelionato, quando 
meio para este (súmula 17, STJ). 
 
d) princípio da alternatividade: por esse 
princípio, em crime de conduta múltipla, ou de ação 
múltipla, a realização de várias das condutas típicas 
não caracteriza a sua prática por diversas vezes, mas 
uma só. Exemplo: o crime do art. 122 do CPB é 
praticado apenas uma vez, independentemente do número 
de condutas que o sujeito ativo venha a cometer 
(induzir, instigar e auxiliar ao suicídio). 	
  	
  
3.	
  Teoria	
  Geral	
  do	
  Delito	
  (generalidades):	
  	
  -­‐	
  O	
  conceito	
  analítico	
  do	
  crime.	
  	
  
4.	
  Teoria	
  do	
  Crime	
  (Elementos	
  –	
  FATO	
  TÍPICO):	
  	
  	
  4.1.	
  Considerações	
  iniciais	
  (elementos	
  do	
  crime).	
  	
  
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  Direito	
  Penal	
  
OAB	
  2ª	
  Fase	
  
17	
  
4.2.	
   Elementos	
   do	
   fato	
   típico	
   (conduta,	
   resultado,	
   nexo	
   de	
   causalidade	
   e	
  tipicidade).	
  	
  4.3. 	
  Espécies	
  de	
  condutas:	
  	
  
1) conduta	
  ativa;	
  
2) conduta	
  omissiva:	
  	
   1.2.1. crimes	
  omissivos	
  próprios;	
  1.2.2. crimes	
  omissivos	
  impróprios	
  (comissivos	
  por	
  omissão	
  –	
  art.	
  13,	
  §	
  2º,	
  do	
  Código	
  Penal	
  brasileiro);	
  	
  #	
  Ausência	
  de	
  conduta	
  (coação	
  física	
  irresistível,	
  atos	
  reflexos,	
  atos	
  inconscientes).	
  	
  4.4.	
  Conduta	
  Dolosa	
  (conceito).	
  	
   A)	
  Elementos	
  da	
  conduta	
  dolosa:	
  	
   a) consciência	
  (-­‐	
  o	
  erro	
  de	
  tipo);	
  b)	
  	
  	
  	
  	
  vontade.	
  	
  	
  
A	
  TEORIA	
  DO	
  ERRO:	
  	
  1.	
  Erro	
  de	
  tipo	
  essencial:	
  	
   a) definição;	
  b) modalidades	
  (vencível/invencível);	
  c) erro	
  acidental:	
  	
  
• erro	
  quanto	
  à	
  pessoa	
  (art.	
  20,	
  §	
  3º,	
  CPB);	
  
• erro	
  quanto	
  ao	
  objeto;	
  
• erro	
  na	
  execução	
  (aberratio	
  ictus	
  –	
  art.	
  73,	
  CPB);	
  
• resultado	
  diverso	
  do	
  pretendido	
  (aberratio	
  criminis	
  –	
  ar.	
  74,	
  CPB);	
  
• erro	
  quanto	
  ao	
  nexo	
  de	
  causalidade	
  (aberratio	
  causae).	
  	
  d) erro	
  provocado	
  por	
  terceiro	
  (art.	
  20,	
  §	
  2º.,	
  do	
  CPB);	
  
	
  
Art.	
  20	
  -­‐	
  O	
  erro	
  sobre	
  elemento	
  constitutivo	
  do	
  tipo	
  legal	
  de	
  crime	
  
exclui	
  o	
  dolo,	
  mas	
  permite	
  a	
  punição	
  por	
  crime	
  culposo,	
  se	
  previsto	
  
em	
  lei.	
  	
  
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  Direito	
  Penal	
  
OAB	
  2ª	
  Fase	
  
18	
  
	
  
Descriminantes	
  putativas	
  
	
  
§	
  1º	
  -­‐	
  É	
  isento	
  de	
  pena	
  quem,	
  por	
  erro	
  plenamente	
  justificado	
  pelas	
  
circunstâncias,	
  supõe	
  situação	
  de	
  fato	
  que,	
  se	
  existisse,	
   tornaria	
  a	
  
ação	
   legítima.	
   Não	
   há	
   isenção	
   de	
   pena	
   quando	
   o	
   erro	
   deriva	
   de	
  
culpa	
  e	
  o	
  fato	
  é	
  punível	
  como	
  crime	
  culposo.	
  	
  
	
  
Erro	
  determinado	
  por	
  terceiro	
  	
  
	
  
§	
  2º	
  -­‐	
  Responde	
  pelo	
  crime	
  o	
  terceiro	
  que	
  determina	
  o	
  erro.	
  	
  
	
  
Erro	
  sobre	
  a	
  pessoa	
  
	
  
§	
   3º	
   -­‐	
  O	
   erro	
  quanto	
  à	
   pessoa	
   contra	
  a	
   qual	
   o	
   crime	
   é	
   praticado	
  
não	
  isenta	
  de	
  pena.	
  Não	
  se	
  consideram,	
  neste	
  caso,	
  as	
  condições	
  ou	
  
qualidades	
   da	
   vítima,	
   senão	
   as	
   da	
   pessoa	
   contra	
   quem	
   o	
   agente	
  
queria	
  praticar	
  o	
  crime.	
  	
  2.	
  Erro	
  de	
  proibição	
  	
   a)	
  definição;	
  b)	
  diferenciações;	
  c)	
  espécies	
  (vencível/invencível	
  –	
  art.	
  21	
  do	
  CPB).	
  	
  	
  
Erro	
  sobre	
  a	
  ilicitude	
  do	
  fato	
  
	
  
Art.	
   21	
   -­‐	
   O	
   desconhecimento	
   da	
   lei	
   é	
   inescusável.	
   O	
   erro	
   sobre	
   a	
  
ilicitude	
  do	
   fato,	
   se	
   inevitável,	
   isenta	
  de	
  pena;	
   se	
   evitável,	
   poderá	
  
diminuí-­‐la	
  de	
  um	
  sexto	
  a	
  um	
  terço.	
  	
  
	
  
Parágrafo	
  único	
  -­‐	
  Considera-­‐se	
  evitável	
  o	
  erro	
  se	
  o	
  agente	
  atua	
  ou	
  
se	
   omite	
   sem	
   a	
   consciência	
   da	
   ilicitude	
   do	
   fato,	
   quando	
   lhe	
   era	
  
possível,	
  nas	
  circunstâncias,	
  ter	
  ou	
  atingir	
  essa	
  consciência.	
  	
  	
  	
  3.	
  Erro	
  sobre	
  descriminantes/excludentes	
  putativas:	
  	
   a) erro	
   sobre	
   a	
   situação	
   de	
   fato	
   que,	
   se	
   existente,	
   tornaria	
   a	
   ação	
  legítima;	
  	
  
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 www.espacojuridico.comDireito	
  Penal	
  
OAB	
  2ª	
  Fase	
  
19	
  
b) erro	
  sobre	
  a	
  existência	
  de	
  uma	
  causa	
  de	
  exclusão	
  da	
  ilicitude	
  que,	
  em	
  verdade,	
  não	
  é	
  prevista	
  pelo	
  ordenamento	
  jurídico-­‐penal;	
  	
   c) erro	
  sobre	
  os	
  limites	
  da	
  causa	
  de	
  exclusão	
  de	
  ilicitude.	
  	
  -­‐	
  Teorias	
  da	
  culpabilidade	
  (repercussão	
  na	
  problemática	
  do	
  erro):	
  	
   a) teoria	
  extremada	
  (estrita):	
  	
  
Teoria	
  Extremada	
  (estrita):	
   Dolo:	
   Culpabilidade:	
  
(erro	
  sobre	
  as	
  descriminantes	
  =	
  
erro	
  de	
  proibição)	
  
no	
  tipo	
   atenuada	
  (evitável)	
  
excluída	
  (inevitável)	
  
	
   b)	
  teoria	
  limitada:	
  
	
  
Teoria	
  Limitada:	
   Dolo:	
   Culpabilidade:	
  
(erro	
  que	
  recai	
  sobre	
  
situação	
  de	
  fato	
  =	
  erro	
  de	
  tipo	
  
permissivo)	
  
excluído	
   punição	
  por	
  fato	
  culposo	
  se	
  
previsto	
  em	
  lei	
  
	
  
	
  
Teoria	
  Limitada:	
   Dolo:	
   Culpabilidade:	
  
(erro	
  sobre	
  os	
  limites	
  ou	
  existência	
  da	
  
causa	
  de	
  justificação	
  =	
  erro	
  de	
  
proibição)	
  
no	
  tipo	
   atenuada	
  (evitável)	
  
excluída	
  
(inevitável)	
  	
  	
  4. Erro	
   na	
   execução	
   (aberratio	
   ictus)	
   e	
   resultado	
   diverso	
   do	
   pretendido	
  (aberratio	
  criminis)	
  –	
  arts.	
  73	
  e	
  74	
  do	
  CPB.	
  	
  
Erro	
  na	
  execução	
  
	
  
Art.	
   73	
   -­‐	
   Quando,	
   por	
   acidente	
   ou	
   erro	
   no	
   uso	
   dos	
   meios	
   de	
  
execução,	
   o	
   agente,	
   ao	
   invés	
   de	
   atingir	
   a	
   pessoa	
   que	
   pretendia	
  
ofender,	
  atinge	
  pessoa	
  diversa,	
  responde	
  como	
  se	
  tivesse	
  praticado	
  
o	
  crime	
  contra	
  aquela,	
  atendendo-­‐se	
  ao	
  disposto	
  no	
  §	
  3º	
  do	
  art.	
  20	
  
deste	
   Código.	
   No	
   caso	
   de	
   ser	
   também	
   atingida	
   a	
   pessoa	
   que	
   o	
  
agente	
   pretendia	
   ofender,	
   aplica-­‐se	
   a	
   regra	
   do	
   art.	
   70	
   deste	
  
Código.	
  	
  
	
  
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  Direito	
  Penal	
  
OAB	
  2ª	
  Fase	
  
20	
  
Resultado	
  diverso	
  do	
  pretendido	
  
	
  
Art.	
  74	
   -­‐	
  Fora	
  dos	
   casos	
  do	
  artigo	
  anterior,	
  quando,	
  por	
  acidente	
  
ou	
   erro	
   na	
   execução	
   do	
   crime,	
   sobrevém	
   resultado	
   diverso	
   do	
  
pretendido,	
  o	
  agente	
  responde	
  por	
  culpa,	
  se	
  o	
  fato	
  é	
  previsto	
  como	
  
crime	
  culposo;	
  se	
  ocorre	
  também	
  o	
  resultado	
  pretendido,	
  aplica-­‐se	
  
a	
  regra	
  do	
  art.	
  70	
  deste	
  Código.	
  	
   B)	
  Fases	
  (momentos)	
  da	
  conduta	
  dolosa1:	
  	
   a) momento	
  cognoscitivo,	
  intelectual;	
  b) momento	
  volitivo.	
  	
   C)	
  Espécies	
  básicas	
  de	
  dolo	
  (art.	
  18,	
  I,	
  do	
  CPB):	
  	
   a) dolo	
  direto	
  (teoria	
  da	
  vontade	
  –	
  dolo	
  direto	
  de	
  primeiro	
  e	
  segundo	
  graus);	
  b) dolo	
  indireto	
  (teoria	
  do	
  assentimento	
  –	
  alternativo	
  e	
  eventual).	
  	
   D)	
  Outras	
  classificações:	
  	
   a) dolo	
  de	
  dano;	
  b) dolo	
  de	
  perigo;	
  c) dolo	
  genérico;	
  d) dolo	
  específico2.	
  	
  4.5.	
  Conduta	
  Culposa:	
  	
   A)	
  Elementos	
  da	
  conduta	
  culposa:	
  	
   a) conduta;	
  b) ofensa	
  a	
  um	
  dever	
  de	
  cuidado	
  objetivo;	
  c) resultado	
  involuntário;	
  d) previsibilidade;	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
1 Podem ser tidas como decorrentes de seus elementos. 
2 Alguns autores têm repudiado tal nomenclatura por entenderem de melhor técnica 2 Alguns autores têm repudiado tal nomenclatura por entenderem de melhor técnica 
a expressão “elemento subjetivo especial do tipo penal”. 
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  Direito	
  Penal	
  
OAB	
  2ª	
  Fase	
  
21	
  
e) previsão	
   legal	
   (excepcionalidade	
   do	
   crime	
   culposo	
   –	
   art.	
   18,	
  parágrafo	
  único	
  do	
  CPB).	
  	
  	
   B)	
  Modalidades	
  básicas	
  (art.	
  18,	
  II):	
  	
  
a) imprudência;	
  
b) negligência;	
  
c) imperícia.	
  	
   C)	
  Culpa	
  inconsciente	
  e	
  culpa	
  consciente:	
  	
  
PREVISIBILIDADE	
  ≠ 	
  PREVISÃO	
  	
   a) culpa	
  inconsciente;	
  b) culpa	
  consciente.	
  	
   D)	
  Culpa	
  consciente	
  e	
  dolo	
  eventual:	
  	
  
	
  	
  	
  4.6.	
  Conduta	
  preterdolosa	
  (entidade	
  intermediária)	
  	
  4.7.	
  Resultado:	
  	
   a) o	
  “caminho	
  do	
  crime”	
  (iter	
  criminis	
  );	
  b) crime	
  consumado	
  e	
  tentado3	
  (art.	
  14,	
  CPB);	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
3 Verificar as diferenças entre tentativas perfeita (crime falho) e imperfeita. 
Verificar, também, os casos em que não será possível falar em tentativa: crimes 
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  Direito	
  Penal	
  
OAB	
  2ª	
  Fase	
  
22	
  
c) desistência	
  voluntária	
  e	
  arrependimento	
  eficaz	
  (art.	
  15,	
  CPB);	
  d) arrependimento	
  posterior	
  (art.	
  16,	
  CPB);	
  e) crime	
   impossível	
   /	
   tentativa	
   inidônea	
   /	
   tentativa	
   inadequada	
   (art.	
   17,	
  CPB)	
  –	
  teorias	
  subjetiva/	
  objetiva	
  (pura	
  e	
  temperada)	
  /	
  sintomática.	
  	
  f) classificações	
  de	
  crimes	
  quanto	
  ao	
  resultado:	
  	
  
• crimes	
  formais;	
  
• crimes	
  materiais;	
  
• crime	
  de	
  mera	
  conduta;	
  
• crimes	
  instantâneos;	
  
• crimes	
  instantâneos	
  de	
  efeitos	
  permanentes;	
  	
  4.8.	
  Nexo	
  de	
  causalidade:	
  	
  	
   	
  CONDUTA	
   	
   	
   	
   	
  	
  	
  	
  	
  	
   	
   	
  	
  	
  RESULTADO	
  
	
  
	
   	
   	
   	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
   nexo	
  causal	
  	
  	
  	
  A)	
  Teoria	
  da	
  Equivalência	
  das	
  Condições	
  (art.	
  13	
  do	
  CPB):	
  utilizaçãodo	
  processo	
  
hipotético	
  de	
  eliminação.	
  	
  
Art.	
  13.	
  O	
  resultado,	
  de	
  que	
  depende	
  a	
  existência	
  do	
  crime,	
  somente	
  é	
  imputado	
  a	
  
quem	
   lhe	
   deu	
   causa.	
   Considera-­‐se	
   causa	
   a	
   ação	
   ou	
   omissão	
   sem	
   a	
   qual	
   o	
  
resultado	
  não	
  teria	
  ocorrido.	
  	
  B)	
  Concausas:	
  	
   a)	
  preexistentes;	
  b)	
  concomitantes;	
  c)	
  supervenientes.	
  	
  	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
culposos, crimes preterdolosos, crimes unissubisistentes, crimes omissivos puros e 
contravenções penais (art. 4º da Lei de Contravenções Penais – LCP). 
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  Direito	
  Penal	
  
OAB	
  2ª	
  Fase	
  
23	
  
	
  C)	
  Causas	
  Absoluta	
  e	
  Relativamente	
  Independentes:	
  	
  
Causas:	
   Preexistentes	
   Concomitantes	
   Supervenientes	
  
Absolutam.	
   Exclui	
  a	
  imputação	
   Exclui	
  a	
  imputação	
   Exclui	
  a	
  imputação	
  
Relativam.	
   Não	
  exclui	
   Não	
  exclui	
   Só	
  exclui	
  no	
  art.	
  13,	
  §1º.	
  	
  	
  D)	
  Causa	
  Superveniente	
  Relativamente	
  Independente:	
  	
  
§	
   1o.	
   A	
   superveniência	
   de	
   causa	
   relativamente	
   independente	
   exclui	
   a	
  
imputação	
   quando,	
   por	
   si	
   só,	
   produziu	
   o	
   resultado;	
   os	
   fatos	
   anteriores,	
  
entretanto,	
  imputam-­‐se	
  a	
  quem	
  os	
  praticou.	
  	
  4.9.	
  Conceito	
  de	
  tipicidade.	
  	
  
Peça	
  Prático-­‐Profissional	
  (2012.3)	
  	
  Gisele	
   foi	
   denunciada,	
   com	
   recebimento	
   ocorrido	
   em	
   31/10/2010,	
   pela	
   prática	
   do	
  delito	
  de	
  lesão	
  corporal	
  leve,	
  com	
  a	
  presença	
  da	
  circunstância	
  agravante,	
  de	
  ter	
  o	
  crime	
  sido	
  cometido	
  contra	
  mulher	
  grávida.	
  Isso	
  porque,	
  segundo	
  narrou	
  a	
  inicial	
  acusatória,	
  Gisele,	
   no	
   dia	
   01/04/2009,	
   então	
   com	
   19	
   anos,	
   objetivando	
   provocar	
   lesão	
   corporal	
  leve	
   em	
  Amanda,	
   deu	
   um	
   chute	
   nas	
   costas	
   de	
   Carolina,	
   por	
   confundi-­‐la	
   com	
   aquela,	
  ocasião	
  em	
  que	
  Carolina	
  (que	
  estava	
  grávida)	
  caiu	
  de	
  joelhos	
  no	
  chão,	
  lesionando-­‐se.	
  	
  	
  
Questão	
  (IX	
  Exame	
  de	
  Ordem	
  –	
  2012.3)	
  	
  Wilson,	
  extremamente	
  embriagado,	
  discute	
  com	
  seu	
  amigo	
  Junior	
  na	
  calçada	
  de	
  um	
  bar	
  já	
   vazio	
   pelo	
   avançado	
   da	
   hora.	
   A	
   discussão	
   torna-­‐se	
   acalorada	
   e,	
   com	
   intenção	
   de	
  matar,	
  Wilson	
  desfere	
  quinze	
  facadas	
  em	
  Junior,	
  todas	
  na	
  altura	
  do	
  abdômen.	
  Todavia,	
  ao	
  ver	
  o	
  amigo	
  gritando	
  de	
  dor	
  e	
  esvaindo-­‐se	
  em	
  sangue,	
  Wilson,	
  desesperado,	
  pega	
  um	
  taxi	
  para	
  levar	
  Junior	
  ao	
  hospital.	
  Lá	
  chegando,	
  o	
  socorro	
  é	
  eficiente	
  e	
  Junior	
  consegue	
  recuperar-­‐se	
  das	
  graves	
  lesões	
  sofridas.	
  	
  	
  Analise	
   o	
   caso	
   narrado	
   e,	
   com	
   base	
   apenas	
   nas	
   informações	
   dadas,	
   responda,	
  fundamentadamente,	
  aos	
  itens	
  a	
  seguir.	
  	
  	
  A)	
  É	
  cabível	
  responsabilizar	
  Wilson	
  por	
  tentativa	
  de	
  homicídio?	
  	
  	
  B)	
  Caso	
  Junior,	
  mesmo	
  tendo	
  sido	
  socorrido,	
  não	
  se	
  recuperasse	
  das	
  lesões	
  e	
  viesse	
  a	
  falecer	
   no	
   dia	
   seguinte	
   aos	
   fatos,	
   qual	
   seria	
   a	
   responsabilidade	
   jurídico-­‐penal	
   de	
  
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  Direito	
  Penal	
  
OAB	
  2ª	
  Fase	
  
24	
  
Wilson?	
  	
  	
  
Questão	
  (IX	
  Exame	
  de	
  Ordem	
  –	
  2012.3)	
  	
  Mário	
   está	
   sendo	
   processado	
   por	
   tentativa	
   de	
   homicídio	
   uma	
   vez	
   que	
   injetou	
  substância	
   venenosa	
   em	
   Luciano,	
   com	
   o	
   objetivo	
   de	
  matá-­‐lo.	
   No	
   curso	
   do	
   processo,	
  uma	
  amostra	
  da	
  referida	
  substância	
  foi	
  recolhida	
  para	
  análise	
  e	
  enviada	
  ao	
  Instituto	
  de	
  Criminalística,	
   ficando	
   comprovado	
   que,	
   pelas	
   condições	
   de	
   armazenamento	
   e	
  acondicionamento,	
   a	
   substância	
   não	
   fora	
   hábil	
   para	
   produzir	
   os	
   efeitos	
   a	
   que	
   estava	
  destinada.	
  Mesmo	
   assim,	
   arguindo	
   que	
   o	
  magistrado	
   não	
   estava	
   adstrito	
   ao	
   laudo,	
   o	
  Ministério	
  Público	
  pugnou	
  pela	
  pronúncia	
  de	
  Mário	
  nos	
  exatos	
  termos	
  da	
  denúncia.	
  	
  	
  
Questão	
  –	
  VII	
  Exame	
  de	
  Ordem	
  (2012.1)	
  	
  Larissa,	
  senhora	
  aposentada	
  de	
  60	
  anos,	
  estava	
  na	
  rodoviária	
  de	
  sua	
  cidade	
  quando	
  foi	
  abordada	
  por	
  um	
  jovem	
  simpático	
  e	
  bem	
  vestido.	
  O	
  jovem	
  pediu-­‐lhe	
  que	
  levasse	
  para	
  a	
  cidade	
  de	
  destino,	
  uma	
  caixa	
  	
  de	
  medicamentos	
  para	
  um	
  primo,	
  que	
  padecia	
  de	
  grave	
  enfermidade.	
   Inocente,	
   e	
   seguindo	
   seus	
   preceitos	
   religiosos,	
   a	
   Sra.	
   Larissa	
   atende	
   ao	
  rapaz:	
  pega	
  a	
  caixa,	
  entra	
  no	
  ônibus	
  e	
  segue	
  viagem.	
  Chegando	
  ao	
   local	
  da	
  entrega,	
  a	
  senhora	
   é	
   abordada	
   por	
   policiais	
   que,	
   ao	
   abrirem	
   a	
   caixa	
   de	
   remédios,	
   verificam	
   a	
  existência	
  de	
  250	
  gramas	
  de	
  cocaína	
  em	
  seu	
   interior.	
  Atualmente,	
  Larissa	
  está	
  sendo	
  processada	
  pelo	
  crime	
  de	
  tráfico	
  de	
  entorpecente,	
  previsto	
  no	
  art.	
  33	
  da	
  lei	
  n.	
  11.343,	
  de	
  23	
  de	
  agosto	
  de	
  2006.Considerando	
   a	
   situação	
   acima	
   descrita	
   e	
   empregando	
   os	
   argumentos	
   jurídicos	
  apropriados	
   e	
   a	
   fundamentação	
   legal	
   pertinente,	
   responda:	
   qual	
   a	
   tese	
   defensiva	
  aplicável	
  à	
  Larissa?	
  	
  
Questão	
  –	
  VII	
  Exame	
  de	
  Ordem	
  (2012.1)	
  
	
  Maurício,	
   jovem	
   de	
   classe	
   alta,	
   rebelde	
   e	
   sem	
   escrúpulos,	
   começa	
   a	
   namorar	
   Joana,	
  menina	
  de	
  boa	
  família,	
  de	
  classe	
  menos	
  favorecida	
  e	
  moradora	
  de	
  área	
  de	
  risco	
  em	
  uma	
  das	
   maiores	
   comunidades	
   do	
   Brasil.	
   No	
   dia	
   do	
   aniversário	
   de	
   18	
   anos	
   de	
   Joana,	
  Maurício	
  resolve	
  convidá-­‐la	
  para	
  jantar	
  num	
  dos	
  restaurantes	
  mais	
  caros	
  da	
  cidade	
  e,	
  posteriormente,	
  leva-­‐a	
  para	
  conhecer	
  a	
  suíte	
  presidencial	
  de	
  um	
  hotel	
  considerado	
  um	
  dos	
  mais	
  luxuosos	
  do	
  mundo,	
  onde	
  passa	
  a	
  noite	
  com	
  ela.	
  Na	
  manhã	
  seguinte,	
  Maurício	
  e	
   Joana	
   resolvem	
   permanecer	
   por	
   mais	
   dois	
   dias.	
   Ao	
   final	
   da	
   estada,	
   Mauricio	
  contabiliza	
  os	
  gastos	
  daqueles	
  dias	
  de	
  prodigalidade,	
  apurando	
  o	
  total	
  de	
  R$	
  18.000,00	
  (dezoito	
  mil	
  reais).	
  Todos	
  os	
  pagamentos	
  foram	
  realizados	
  em	
  espécie,	
  haja	
  vista	
  que,	
  na	
   noite	
   anterior,	
   Maurício	
   havia	
   trocado	
   com	
   sua	
   mãe	
   um	
   cheque	
   de	
   R$20.000,00	
  (vinte	
  mil	
  reais)	
  por	
  dinheiro	
  em	
  espécie,	
  cheque	
  que	
  Maurício	
  sabia,	
  de	
  antemão,	
  não	
  possuir	
  fundos.	
  Considerando	
  apenas	
  os	
  fatos	
  descritos,	
  responda,	
  de	
  forma	
  justificada,	
  os	
  questionamentos	
  a	
  seguir.	
  	
  A)	
   Maurício	
   e	
   Joana	
   cometeram	
   algum	
   crime?	
   Justifique	
   sua	
   resposta	
   e,	
   caso	
   seja	
  positiva,	
  tipifique	
  as	
  condutas	
  atribuídas	
  a	
  cada	
  um	
  dos	
  personagens,	
  desenvolvendo	
  a	
  tese	
  de	
  defesa.	
  	
  
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  Direito	
  Penal	
  
OAB	
  2ª	
  Fase	
  
25	
  
	
  B)	
  Caso	
  Maurício	
  tivesse	
  invadido	
  a	
  casa	
  de	
  sua	
  mãe	
  com	
  uma	
  pistola	
  de	
  brinquedo	
  e	
  a	
  ameaçado,	
  a	
  fim	
  de	
  conseguir	
  a	
  quantia	
  de	
  R$	
  20.000,00	
  (vinte	
  mil	
  reais),	
  sua	
  situação	
  jurídica	
  seria	
  diferente?	
  Justifique.	
  	
  	
  
Questão	
  –	
  VI	
  Exame	
  de	
  Ordem	
  (2011.3)	
  	
  Ao	
   chegar	
   a	
   um	
   bar,	
   Caio	
   encontra	
   Tício,	
   um	
   antigo	
   desafeto	
   que,	
   certa	
   vez,	
   o	
   havia	
  ameaçado	
   de	
  morte.	
   Após	
   ingerir	
  meio	
   litro	
   de	
   uísque	
   para	
   tentar	
   criar	
   coragem	
   de	
  abordar	
   Tício,	
   Caio	
   partiu	
   em	
   sua	
   direção	
   com	
   a	
   intenção	
   de	
   cumprimentá-­‐lo.	
   Ao	
  aproximar-­‐se	
   de	
   Tício,	
   Caio	
   observou	
   que	
   seu	
   desafeto	
   bruscamente	
   pôs	
   a	
  mão	
   por	
  debaixo	
  da	
  camisa,	
  momento	
  em	
  que	
  achou	
  que	
  Tício	
  estava	
  prestes	
  a	
  sacar	
  uma	
  arma	
  de	
  fogo	
  para	
  vitimá-­‐lo.	
  Em	
  razão	
  disso,	
  Caio	
  imediatamente	
  muniu-­‐se	
  de	
  uma	
  faca	
  que	
  estava	
   sobre	
  o	
  balcão	
  do	
  bar	
   e	
  desferiu	
  um	
  golpe	
  no	
   abdome	
  de	
  Tício,	
   o	
   qual	
   veio	
   a	
  falecer.	
  Após	
  análise	
  do	
  local	
  por	
  peritos	
  do	
  Instituto	
  de	
  Criminalística	
  da	
  Polícia	
  Civil,	
  descobriu-­‐se	
  que	
  Tício	
  estava	
  tentando	
  apenas	
  pegar	
  o	
  maço	
  de	
  cigarros	
  que	
  estava	
  no	
  cós	
  de	
  sua	
  calça.	
  	
  Considerando	
   a	
   situação	
   acima,	
   responda	
   aos	
   itens	
   a	
   seguir,	
   	
   empregando	
   os	
  argumentos	
  jurídicos	
  apropriados	
  e	
  a	
  fundamentação	
  legal	
  pertinente	
  ao	
  caso.	
  	
  a)	
  Levando-­‐se	
  em	
  conta	
  apenas	
  os	
  dados	
  do	
  enunciado,	
  Caio	
  praticou	
  crime?	
  Em	
  caso	
  positivo,	
  qual?	
  Em	
  caso	
  negativo,	
  por	
  que	
  razão?	
  	
  	
  b)	
  Supondo	
  que,	
  nesse	
  caso,	
  Caio	
  tivesse	
  desferido	
  	
  35	
  golpes	
  na	
  barriga	
  de	
  Tício,	
  como	
  deveria	
  ser	
  analisada	
  a	
  sua	
  conduta	
  sob	
  a	
  ótica	
  do	
  Direito	
  Penal?	
  	
  	
  
Questão	
  –	
  VI	
  Exame	
  de	
  Ordem	
  (2011.3)	
  	
  Carlos	
  Alberto,	
  jovem	
  recém-­‐formado	
  em	
  Economia,	
  foi	
  contratado	
  em	
  janeiro	
  de	
  2009	
  pela	
   ABC	
   Investimentos	
   S.A.,	
   	
   pessoa	
   jurídica	
   de	
   direito	
   privado	
   que	
   tem	
   como	
  atividade	
   principal	
   a	
   captação	
   de	
   recursos	
   financeiros	
   de	
   terceiros	
   para	
   aplicar	
   no	
  mercado	
   de	
   valores	
  mobiliários,	
   com	
   a	
   função	
   de	
   assistente	
   direto	
   do	
   presidente	
   da	
  companhia,	
  Augusto	
  César.	
  No	
  primeiro	
  mês	
  de	
  trabalho,	
  Carlos	
  Alberto	
  foi	
  informado	
  de	
  que	
  sua	
  função	
  principal	
  seria	
  elaborar	
  relatórios	
  e	
  portfólios	
  da	
  companhia	
  a	
  serem	
  endereçados	
  aos	
  acionistas	
  com	
  o	
  fim	
  de	
  informá-­‐los	
  acerca	
  da	
  situação	
  financeira	
  da	
  ABC.	
  Para	
  tanto,	
  Carlos	
  Alberto	
  baseava-­‐se,	
  exclusivamente,	
  nos	
  dados	
  financeiros	
  a	
  ele	
  fornecidos	
   pelo	
   presidente	
   Augusto	
   César.	
   Em	
   agosto	
   de	
   2010,	
   foi	
   apurado,	
   em	
  auditoria	
   contábil	
   realizada	
   nas	
   finanças	
   da	
   ABC,	
   que	
   as	
   informações	
   mensalmente	
  enviadas	
  por	
  Carlos	
  Alberto	
  aos	
  acionistas	
  da	
  companhia	
  eram	
  falsas,	
  haja	
  vista	
  que	
  os	
  relatórios	
   alteravam	
   a	
   realidade	
   sobre	
   as	
   finanças	
   da	
   companhia,	
   sonegando	
  informações	
  capazes	
  de	
  revelar	
  que	
  a	
  ABC	
  estava	
  em	
  situação	
  financeira	
  periclitante.	
  	
  Considerando-­‐se	
  a	
  situação	
  acima	
  descrita,	
  responda	
  aos	
   itens	
  a	
  seguir,	
   	
  empregando	
  os	
  argumentos	
  jurídicos	
  apropriados	
  e	
  a	
  fundamentação	
  legal	
  pertinente	
  ao	
  caso.	
  	
  
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  Direito	
  Penal	
  
OAB	
  2ª	
  Fase	
  
26	
  
Caso	
  Carlos	
  Alberto	
   fosse	
  denunciado	
  por	
  qualquer	
   crime	
  praticadono	
  exercício	
  das	
  suas	
   funções	
   enquanto	
   assistente	
   da	
   presidência	
   da	
   ABC,	
   que	
   argumentos	
   a	
   defesa	
  poderia	
  apresentar	
  para	
  o	
  caso?	
  	
  
Questão	
  –	
  V	
  Exame	
  de	
  Ordem	
  (2011.2)	
  	
  Joaquina,	
  ao	
  chegar	
  à	
  casa	
  de	
  sua	
  filha,	
  Esmeralda,	
  deparou-­‐se	
  com	
  seu	
  genro,	
  Adaílton,	
  mantendo	
   relações	
   sexuais	
   com	
   sua	
   neta,	
   a	
   menor	
   F.M.,	
   de	
   12	
   anos	
   de	
   idade,	
   fato	
  ocorrido	
   no	
   dia	
   2	
   de	
   janeiro	
   de	
   2011.	
   Transtornada	
   com	
   a	
   situação,	
   Joaquina	
   foi	
   à	
  delegacia	
   de	
   polícia,	
   onde	
   registrou	
   ocorrência	
   do	
   fato	
   criminoso.	
   Ao	
   término	
   do	
  Inquérito	
  Policial	
  instaurado	
  para	
  apurar	
  os	
  fatos	
  	
  narrados,	
  descobriu-­‐se	
  que	
  Adaílton	
  vinha	
   mantendo	
   relações	
   sexuais	
   com	
   a	
   referida	
   menor	
   desde	
   novembro	
   de	
   2010.	
  Apurou-­‐se,	
   ainda,	
   que	
  Esmeralda,	
  mãe	
  de	
   F.M.,	
   sabia	
   de	
   toda	
   a	
   situação	
   e,	
   apesar	
   de	
  ficar	
  enojada,	
  não	
  comunicava	
  o	
  fato	
  à	
  polícia	
  com	
  receio	
  de	
  perder	
  o	
  marido	
  que	
  muito	
  amava.	
  	
  	
  Na	
  condição	
  de	
  advogado(a)	
  consultado(a)	
  por	
  Joaquina,	
  avó	
  da	
  menor,	
  responda	
  aos	
  itens	
   a	
   seguir,	
   empregando	
   os	
   argumentos	
   jurídicos	
   apropriados	
   e	
   a	
   fundamentação	
  legal	
  pertinente	
  ao	
  caso.	
  	
  Esmeralda	
  praticou	
  crime?	
  Em	
  caso	
  afirmativo,	
  qual?	
  	
  
Peça	
  Prático-­‐Profissional	
  (2013	
  –	
  XI	
  EXAME)	
  
	
  Jerusa,	
  atrasada	
  para	
   importante	
  compromisso	
  profissional,	
  dirige	
  seu	
  carro	
  bastante	
  preocupada,	
   mas	
   respeitando	
   os	
   limites	
   de	
   velocidade.	
   Em	
   uma	
   via	
   de	
   mão	
   dupla,	
  Jerusa	
   decide	
   ultrapassar	
   o	
   carro	
   à	
   sua	
   frente,	
   o	
   qual	
   estava	
   abaixo	
   da	
   velocidade	
  permitida.	
   Para	
   realizar	
   a	
   referida	
  manobra,	
   entretanto,	
   Jerusa	
   não	
   liga	
   a	
   respectiva	
  seta	
  luminosa	
  sinalizadora	
  do	
  veículo	
  e,	
  no	
  momento	
  da	
  ultrapassagem,	
  vem	
  a	
  atingir	
  Diogo,	
  motociclista	
  que,	
  em	
  alta	
  velocidade,	
   conduzia	
   sua	
  moto	
  no	
  sentido	
  oposto	
  da	
  via.	
  Não	
  obstante	
  a	
  presteza	
  no	
  socorro	
  que	
  veio	
  após	
  o	
  chamado	
  da	
  própria	
  Jerusa	
  e	
  das	
  demais	
   testemunhas,	
  Diogo	
   falece	
  em	
  razão	
  dos	
   ferimentos	
  sofridos	
  pela	
  colisão.	
  Instaurado	
  o	
  respectivo	
  inquérito	
  policial,	
  após	
  o	
  curso	
  das	
  investigações,	
  o	
  Ministério	
  Público	
  decide	
  oferecer	
  denúncia	
  contra	
   Jerusa,	
   imputando-­‐lhe	
  a	
  prática	
  do	
  delito	
  de	
  homicídio	
  doloso	
   simples,	
  na	
  modalidade	
  dolo	
  eventual	
   (Art.	
  121	
   c/c	
  Art.	
  18,	
   I	
  parte	
  final,	
  ambos	
  do	
  CP).	
  Argumentou	
  o	
  ilustre	
  membro	
  do	
  Parquet	
  a	
  imprevisão	
  de	
  Jerusa	
  acerca	
  do	
   resultado	
  que	
  poderia	
   causar	
   ao	
  não	
   ligara	
   seta	
   do	
   veículo	
  para	
   realizar	
   a	
  ultrapassagem,	
  além	
  de	
  não	
  atentar	
  para	
  o	
  trânsito	
  em	
  sentido	
  contrário.	
  A	
  denúncia	
  foi	
   recebida	
   pelo	
   juiz	
   competente	
   e	
   todos	
   os	
   atos	
   processuais	
   exigidos	
   em	
   lei	
   foram	
  regularmente	
  praticados.	
  Finda	
  a	
  instrução	
  probatória,	
  o	
   juiz	
  competente,	
  em	
  decisão	
  devidamente	
  fundamentada,	
  decidiu	
  pronunciar	
  Jerusa	
  pelo	
  crime	
  apontado	
  na	
  inicial	
  acusatória.	
  O	
  advogado	
  de	
   Jerusa	
  é	
   intimado	
  da	
   referida	
  decisão	
  em	
  02	
  de	
  agosto	
  de	
  2013	
  (sexta-­‐feira).	
  	
  	
  
Questão	
  –	
  X	
  Exame	
  de	
  Ordem	
  (2013)	
  
	
  
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  Direito	
  Penal	
  
OAB	
  2ª	
  Fase	
  
27	
  
Erika	
   e	
   Ana	
   Paula,	
   jovens	
   universitárias,	
   resolvem	
   passar	
   o	
   dia	
   em	
   uma	
   praia	
  paradisíaca,	
  de	
  difícil	
  acesso	
  (feito	
  através	
  de	
  uma	
  trilha),	
  bastante	
  deserta	
  e	
   isolada,	
  tão	
  isolada	
  que	
  não	
  há	
  qualquer	
  estabelecimento	
  comercial	
  no	
  local	
  e	
  nem	
  mesmo	
  sinal	
  de	
   telefonia	
   celular.	
   As	
   jovens	
   chegam	
  bastante	
   cedo	
   e,	
   ao	
   chegarem,	
   percebem	
  que,	
  além	
  delas,	
  há	
  somente	
  um	
  salva-­‐vidas	
  na	
  praia.	
  Ana	
  Paula	
  decide	
  dar	
  um	
  mergulho	
  no	
  mar,	
   que	
   estava	
   bastante	
   calmo	
   naquele	
   dia.	
   Erika,	
   por	
   sua	
   vez,	
   sem	
   saber	
   nadar,	
  decide	
  puxar	
  assunto	
  com	
  o	
  salva-­‐vidas,	
  Wilson,	
  poiso	
  achou	
  muito	
  bonito.	
  Durante	
  a	
  conversa,	
   Erika	
   e	
   Wilson	
   percebem	
   que	
   têm	
   vários	
   interesses	
   em	
   comum	
   e	
   ficam	
  encanta	
  dos	
  um	
  pelo	
  outro.	
  Ocorre	
  que,	
  nesse	
  intervalo	
  de	
  tempo,	
  Wilson	
  percebe	
  que	
  Ana	
   Paula	
   está	
   se	
   afogando.	
   Instigado	
   por	
   Erika,	
   Wilson	
   decide	
   não	
   efetuar	
   o	
  salvamento,	
   que	
   era	
   perfeitamente	
   possível.	
   Ana	
   Paula,	
   então,	
   acaba	
   morrendo	
  afogada.	
   Nesse	
   sentido,	
   atento	
   apenas	
   ao	
   caso	
   narrado	
   e	
   respondendo	
   de	
   forma	
  fundamentada,	
  indique	
  a	
  responsabilidade	
  jurídico-­‐penal	
  de	
  Erika	
  e	
  Wilson.	
  	
  	
  
Questão	
  –	
  X	
  Exame	
  de	
  Ordem	
  (2013)	
  
	
  Maria,	
  mulher	
  solteira	
  de	
  40	
  anos,	
  mora	
  no	
  Bairro	
  Paciência,	
  na	
  cidade	
  Esperança.	
  Por	
  conta	
   de	
   seu	
   comportamento,	
   Maria	
   sempre	
   foi	
   alvo	
   de	
   comentários	
   maldosos	
   por	
  parte	
   dos	
   vizinhos;	
   alguns	
   até	
   chegavam	
   a	
   afirmar	
   que	
   ela	
   tinha	
   	
   “cara	
   de	
   quem	
  cometeu	
   crime”.	
  Não	
   obstante	
   tais	
   comentários,	
   nunca	
   houve	
   prova	
   de	
   qualquer	
   das	
  histórias	
  contadas,	
  mas	
  o	
  fato	
  é	
  que	
  Maria	
  é	
  pessoa	
  conhecida	
  na	
  localidade	
  onde	
  mora	
  por	
  ter	
  má-­‐índole,	
   já	
  que	
  sempre	
  arruma	
  brigas	
  e	
   inimizades.	
  Certo	
  dia,	
  com	
  raiva	
  de	
  sua	
   vizinha	
   Josefa,	
   Maria	
   resolve	
   quebrar	
   a	
   janela	
   da	
   residência	
   desta.	
   Para	
   tanto,	
  espera	
   chegar	
   a	
   hora	
   em	
  que	
   sabia	
   que	
   Josefa	
   não	
   estaria	
   em	
   casa	
   e,	
   apósolhar	
   em	
  volta	
   para	
   ter	
   certeza	
   de	
   que	
   ninguém	
   a	
   observava,	
   Maria	
   arremessa	
   com	
   força,	
   na	
  direção	
  da	
  casa	
  da	
  vizinha,	
  um	
  enorme	
  tijolo.	
  Ocorre	
  que	
  Josefa,	
  naquele	
  dia,	
  não	
  havia	
  saído	
  de	
  casa	
  e	
  o	
  tijolo	
  após	
  quebrar	
  a	
  vidraça,	
  atinge	
  também	
  sua	
  nuca.	
  Josefa	
  falece	
  	
  instantaneamente.	
  Nesse	
  sentido,	
   tendo	
  por	
  base	
  apenas	
  as	
   informações	
  descritas	
  no	
  enunciado,	
   responda	
   justificadamente:	
   É	
   correto	
   afirmar	
   que	
   Maria	
   deve	
   responder	
  por	
  homicídio	
  doloso	
  consumado?	
  	
  	
  	
  
HORA DE APROFUNDAR! 
 
1. TEORIA DO CRIME: 
 
O crime é formado por uma estrutura 
tripartite, composta dos seguintes elementos: 
 
FATO TÍPICO – toda conduta que cause um resultado 
reputado como um modelo de conduta reprovável. São, 
assim, elementos integrantes do fato típico: conduta, 
resultado, nexo de causalidade e tipicidade. 
 
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ANTIJURIDICIDADE – para que haja crime, o fato típico 
tem que ser ilícito, é dizer, contrário ao direito. 
Antijuridicidade (ou ilicitude) é um juízo de 
contradição entre o fato típico praticado e as regras 
que compõem o ordenamento jurídico, como um todo. 
Importante lembrar que o fato típico e ilícito, 
embora ainda não configurem crime, identificam-se, 
doutrinariamente, como “injusto penal”. 
 
CULPABILIDADE – é um juízo de censura ou reprovação 
feito sobre o autor do injusto penal (fato típico + 
antijurídico). Note que enquanto os elementos 
anteriores são análises feitas sobre a conduta 
humana, a culpabilidade é o único momento da 
estrutura da infração penal em que se analisa o autor 
da conduta, censurando-o por seu agir ou por sua 
omissão. Por isso, são elementos que devem estar 
presentes na culpabilidade: 
 
a. Imputabilidade: é uma capacidade (ou aptidão) para 
o agente ser sujeito de reprovação no âmbito penal. 
Alguns indivíduos, em virtude de patologias, 
desenvolvimento mental insuficiente ou retardado, 
ausência de maturidade ou, mesmo, embriaguez, podem 
não apresentar tal capacidade e, assim, não 
praticarão crime pela ausência de culpabilidade. 
 
b. Potencial Consciência da Ilicitude: para que possa 
ser estabelecido um juízo de censura sobre o agente, 
faz-se imprescindível que, no momento da conduta, o 
agente tivesse ao menos a potencial consciência de 
que a sua conduta agride o ordenamento jurídico. Não 
age com potencial consciência da ilicitude aquele que 
atua em erro de proibição, cujo tratamento no CPB 
encontra-se no art. 21. 
 
c. Exigibilidade de Conduta Diversa: a 
responsabilidade criminal exige que se possa fazer 
sobre o praticante do injusto uma exigência de uma 
conduta diferente da escolhida por ele. Há casos em 
que o Direito não pode exigir do praticante do 
injusto uma ação diferente da adotada, como ocorre na 
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conduta daquele que agiu mediante coação moral a que 
não podia resistir. 
 
 
2. CLASSIFICAÇÃO DE DOLO E MODALIDADES BÁSICAS DE 
CULPA: 
 
Dolo é a vontade consciente dirigida à 
realização de determinado fato típico. São, assim, 
elementos que integram a estrutura do fato típico 
doloso: a vontade e a consciência. O CPB dispõe, em 
seu art. 18, I, que se diz o crime doloso quando o 
agente quis o resultado ou quando assumiu o risco de 
produzi-lo. Diante disso, pode-se afirmar que há duas 
espécies básicas de dolo: o dolo direto, em que o 
agente deseja diretamente o resultado previsto na 
norma penal; o dolo indireto, em que o agente assume 
o risco de produção do resultado. 
 
A maior parte da doutrina extrai duas 
modalidades do dolo indireto: do dolo eventual 
(quando o agente não quer produzir o resultado, mas 
assume o risco) e o alternativo (o agente quer 
produzir um ou outro resultado – matar o ferir, p. 
ex.). 
 
Consultar, ainda, a seguinte classificação: 
 
• dolo de dano; 
• dolo de perigo; 
• dolo genérico; 
• dolo específico; 
• dolo de primeiro grau; 
• dolo de segundo grau. 
 
Culpa é a prática de uma conduta ofensiva a um 
dever de cuidado objetivo que causa um resultado 
involuntário previsível (excepcionalmente previsto). 
Segundo o nosso CPB, são modalidades de culpa: 
 
a. Imprudência: é uma forma ativa da conduta culposa. 
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O agente age sem cautela, sem ponderação. Na nossa 
região NE, dizemos que o agente atua com afoiteza. 
 
b. Negligência: é uma forma omissiva da conduta 
culposa. O agente, por não ter cautela, não faz 
aquilo que deveria para evitar dano a terceiros. 
 
c. Imperícia: é a falta de habilidade ou aptidão para 
a realização de determinada atividade, profissão, 
arte, ofício. 
 
No campo doutrinário, analisa-se a culpa, 
ainda, a partir de duas modalidades básicas: 
 
a. Culpa Consciente: é a culpa em que há previsão, ou 
seja, o agente efetivamente prevê (antevê) o 
resultado, embora confie, sinceramente, que este não 
irá acontecer por acreditar em sua habilidade. 
 
b. Culpa Inconsciente: é a culpa em que não há 
previsão, mas apenas previsibilidade. O agente não 
prevê um resultado previsível, ou seja, não consegue 
prever que a sua conduta, ofensiva a um dever de 
cuidado, pode vir a causar dano a outrem (a 
possibilidade nem passa pela cabeça do agente). 
 
Consulte, ainda, o seguinte a respeito da 
culpa: 
 
• culpa própria; 
• culpa imprópria. 
 
 
3. CRIMES OMISSIVOS: 
 
O Direito Penal é formado por normas não-
incriminadoras (que estabelecem princípios, 
conceitos, permissões etc.) e incriminadoras (que 
incriminam, tornam típicas, algumas condutas humanas 
ofensivas a determinados valores essenciais ao 
existir coletivo). 
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As normas penais incriminadoras possuem 
preceito proibitivo, é dizer, vedam a prática de 
determinada conduta (art. 121, CPB – proíbe a conduta 
de matar), ou possuem preceito imperativo, ou seja, 
exigem a prática de determinada conduta (art. 135, 
CPB – exige o dever de solidariedade na prestação do 
socorro ou na comunicação do fato às autoridades 
públicas competentes). 
 
Diante disso, fica fácil perceber que as 
normas penais incriminadoras de preceito proibitivo 
podem ser violadas através de

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