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Abordagem Sistêmica

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Algumas Contribuições sobre a Abordagem Sistêmica 
Alex Barbosa Sobreira de Miranda
1
 
Resumo: A abordagem sistêmica é uma proposta de trabalho com as pessoas, as relações e o sistema 
humano, visto que o sujeito é sempre referido por um sistema e a matriz de sua identificação é a família. 
O presente texto tem por objetivo traçar um breve histórico sobre a construção da abordagem sistêmica, 
bem como entender o manejo da terapia sistêmica de casais, e do processo da terapia familiar. Assim, 
entende-se que esse procedimento terapêutico levou a mudanças de paradigmas e possibilitou novos 
olhares para a constelação psíquica que constitui a dinâmica das relações interpessoais sistêmicas, 
possibilitando diferentes conexões, diálogos, aplicabilidade e funcionalidade do manejo clínico. 
Palavras — chave: Abordagem Sistêmica, Terapia Familiar, Terapia Sistêmica de Casais, Terapia 
Sistêmica. 
1. Considerações Iniciais 
Na amplitude da ciência psicológica, entende-se por terapia ou abordagem sistêmica 
um conceito utilizado para se referir aos diferentes segmentos sociais em que o sujeito 
encontra-se inserido, isto é, no contexto familiar, social, escolar, comunitário. Nessa 
perspectiva, esses segmentos se envolvem mutuamente e formam um sistema em 
relação. 
Assim, o trabalho sistêmico pode ser indicado para todas as faixas etárias, e visa 
escutar e acolher o sofrimento psíquico do sujeito ou alguma forma de dificuldade 
emocional nesses contextos sistêmicos. Nesse sentido, o procedimento terapêutico pode 
ser realizado de modo individual, com casais, ou familiar. 
O processo terapêutico tem o objetivo de intervir de modo intenso e por tempo 
limitado, com o intuito modificar o padrão de relacionamento intra ou extra-familiar. 
Esse trabalho pode ser realizado através de uma reflexão sobre suas questões 
individuais, seus processos de convivência familiar ou com o seu cônjuge. As técnicas 
utilizadas na abordagem sistêmicas são pautadas no aqui e agora, ou seja, no intuito de 
estabelecer uma aliança em terapeuta, e contribuir para a melhoria da comunicação nos 
relacionamentos interpessoais sistêmicos. 
A princípio, o referencial da Terapia Sistêmica pautou-se exclusivamente ao 
atendimento às famílias. Porém, com o desenvolvimento científico, metodológico e 
prático da abordagem, a teoria foi se reestruturando para também compreender o 
funcionamento dos sujeitos em seus contextos individuais, bem como na realização da 
clínica individual. 
 
1
 Graduado em Psicologia pela Universidade Estadual do Piauí (UESPI). Teresina, PI, Brasil 
2. Um Breve Histórico sobre a Abordagem Sistêmica 
Para o surgimento de um modelo teórico alguns desdobramentos, mudanças de 
paradigmas e visões são essenciais para fundamentar e dar consistência ao trabalho. 
Dessa forma, a construção do modelo teórico sistêmico partiu de indagações aos 
modelos tradicionais de abordagem do ser humano, dando ênfase às relações sistêmicas, 
nos contextos: familiar, social, escolar, comunitário. 
O nascimento deste modelo ocorreu nos Estados Unidos num contexto de mudança de 
paradigma: a passagem do pensamento analítico ao pensamento sistêmico que tem 
como principal corolário “é preciso reunir para compreender”, colocando a tônica no 
estudo das relações e das interações, substituindo a causalidade linear pela causalidade 
circular. Assim, torna-se impossível isolar o indivíduo do seu meio, ambos evoluem 
simultaneamente e mudam reciprocamente. A importância do contexto torna-se mais 
clara, bem como a noção de co-evolução, que é determinante da terapia familiar 
(RELVAS, 1999). 
Para entender acerca desse trabalho se faz necessário uma contextualização histórica. 
A abordagem sistêmica teve seu início na década de 40, em que era utilizado apenas o 
enfoque psicanalítico e um diagnóstico linear de causa-efeito para observar as relações 
sistêmicas. 
Nos anos 50, as sessões começam a serem realizadas com todos os membros da 
família, ainda com foco nas ideias psicanalíticas. Posteriormente, esse movimento 
ganhou um novo enfoque na compreensão do funcionamento sistêmico. A partir de 
1960 as linhas terapêuticas vão se diferenciando. Tal diferenciação ocorre devido aos 
vários grupos de terapeutas que se interessam em desenvolver seus estudos sobre os 
vários aspectos da compreensão sistêmica. 
Entre os mais importantes autores no âmbito da terapia familiar e do seu 
desenvolvimento, encontra-se: Milton Erickson (psiquiatra americano) que desenvolveu 
a história clínica e uma forma muito particular de fazer terapia assente numa invulgar 
intervenção terapêutica. Embora nunca se tenha centrado no trabalho terapêutico com 
famílias, influenciou em muito as ideias dos homens de palo alto. Também não 
devemos ignorar as contribuições de Bateson (1904-1980), que depois de formações em 
biologia, trabalhos de cibernética com Foerster, N.Wiener e K.Lewin, vai para Palo 
Alto, com um convite para participar num projeto, aplicando os conceitos sistêmicos à 
comunicação, e desta à psicopatologia e psicoterapia da esquizofrenia (RELVAS, 
1999). 
Na área "psi", podemos ressaltar algumas postulações teóricas de autores que 
colaboram para o surgimento da terapia familiar. Um importante precursor, sem dúvida, 
foi Adler que enfatiza, na sua teoria do desenvolvimento da personalidade, a 
importância dos papéis sociais e das relações entre estes papéis na etiologia da 
patologia. Influenciado pelas teorias de Adler, Sullivan coloca que a doença mental tem 
origem nas relações interpessoais perturbadas e que um entendimento mais completo do 
indivíduo só pode ser alcançado no contexto de sua família e de seus grupos sociais. 
Sullivan coloca, assim, a patologia na relação, na dimensão interacional (CARNEIRO, 
1996). 
3. Terapia Sistêmica com Casais 
A terapia familiar também associa-se a sua variante de terapia de casal, dada à sua 
origem no seio do modelo sistêmico. A terapia de casais visa compreender os problemas 
em termos de interação do casal com os sistemas, tendo em vista que tais 
relacionamentos são considerados com um fator determinante para a saúde mental. 
Nos dias atuais, alguns problemas são comuns a diversas pessoas, como doenças, 
desemprego e aposentadoria, mas quando se trata de casal, além dessas,podem aparecer 
outras problemáticas, como brigas, difi culdade de relacionamento afetivo e amoroso e 
até o divórcio. Para tanto, há estudos que tentam identificar as características dos 
processos interacionais, que ao longo do tempo, podem permitir aos casais fortalecer a 
flexibilidade e sair das crises com o mínimo de desgaste possível ou até mesmo mais 
unido (WALDEMAR, 2008). 
Sadock & Sadock (2007) explicam que a maioria das pessoas vive em uma matriz de 
relacionamento na qual encontram conexão, consolo, intimidade e felicidade. No 
entanto, também experimentam obrigações, responsabilidades, compromissos e atritos. 
No caso do casal, a saúde psicológica e a sensação de bem-estar dependem, em grau 
significativo, da qualidade do relacionamento entre os parceiros, ou seja, dos padrões de 
interação estabelecidos. 
Desse modo, a terapia de casais objetiva auxiliar os cônjuges nas dificuldades 
específicas que eles estão vivendo. De modo que contribua para identificar os pontos de 
conflito existentes na relação e a determinar quais as mudanças desejáveis, sejam no 
modo de se relacionar, sejam mudanças individuais. 
4. Terapia Familiar 
A terapia familiar surgiu dos problemas da clínica psiquiátrica ligados a certos 
impasses pragmáticos que a realidade cotidiana colocava aos terapeutas. Aparece como 
um recurso diante de realidades inextrincáveis por meioda criação de acontecimentos 
singulares: inscrevendo-se no tempo e no espaço, modificando a evolução da família; 
estabelecendo uma conexão entre a semiologia do corpo e a do espírito; dos modos de 
conduta, emoção e pensamento de microssistemas familiares. A terapia familiar é 
composta por vários modelos, em que cada um deve ser visto como um sistema em si 
mesmo que funcionam como uma espécie de quadro, de guia de leitura e intervenção 
que fixa o objeto de estudo sem se confundir com ele (MIERMONT, 1994). 
O terapeuta familiar pode oferecer uma melhora das interações no interior do sistema 
familiar e fazer um processo de recodificação de mensagens, onde possibilita a maior 
compreensão nas suas comunicações. Também pode facilitar uma busca e descoberta de 
novos caminhos de relação sistêmica, incitar a todos para atuarem e descobrirem onde 
convém introduzir mudanças para favorecer uma evolução e um amadurecimento ao 
paciente identificado e em todo sistema. 
Para Carneiro (1996) a terapia desenvolvida a partir deste enfoque enfatiza a mudança 
no sistema familiar, sobretudo pela reorganização da comunicação entre os membros da 
família. O passado é abandonado como questão central, pois o foco de atenção é o modo 
comunicacional no momento atual. A unidade terapêutica se desloca de duas pessoas 
para três ou mais à medida em que a família é concebida como tendo uma organização e 
uma estrutura. É dada uma ênfase a analogias de uma parte do sistema com relação a 
outras partes, de modo que a comunicação analógica é mais enfatizada que a digital. 
5. Considerações Finais 
A partir das observações realizadas através da literatura específica compreende-se que 
o foco da terapia sistêmica é possibilitar a autonomia ao sujeito, despertar a consciência 
acerca das responsabilidades, das escolhas, e estimular a mudança nas pautas 
disfuncionais. Ao promover uma mudança no sistema familiar, muda-se 
automaticamente o padrão de interações interpessoais nesse contexto. Portanto, é 
necessário à atualização e divulgação desse saber para a promoção de um atendimento 
de qualidade nas relações sistêmicas. 
Referências 
 
CARNEIRO, Terezinha Féres. Psicol. cienc. prof., Brasília , v. 16, n. 1, 1996 . 
Disponível <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
98931996000100007&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 15 de Novembro de 2013. 
MIERMONT, J. (1994). Dicionário de terapias familiares: teoria e prática. (p. 33-39). 
Porto Alegre: Artes Médicas. 
RELVAS, A.P.(1999). Conversas com famílias: discursos e perspectivas em terapia 
familiar. p.11-38. Porto: Afrontamento. 
SADOCK, B. J.; SADOCK, V. A. Compêndio de psiquiatria: ciência do 
comportamento e psiquiatria clinica. 9ª edição - Porto Alegre: Artmed, 2007. 
WALDEMAR, J. O. Terapia de Casal. Em: Cordioli, A.V. (org) Psicoterapias: 
abordagens atuais. (246-262). 3ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2008. 
 
 
Fonte: https://psicologado.com/abordagens/psicologia-sistemica/algumas-contribuicoes-sobre-a-abordagem-sistemica © Psicologado.com

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