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Aulas 16 e 17 - Schumpeter - Caps 3 e 6

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Desenvolvimento segundo Schumpeter
Professor: Clésio Lourenço Xavier
Estágio em Docência/CAPES: Maria Inês Cunha Miranda
TDE- caps. 3 e 6
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Capítulo 3:Crédito e Capital
Noção fundamental: a essência do desenvolvimento econômico consiste num emprego diferente dos serviços existentes do trabalho e da terra. Então, a realização de combinações novas tem lugar mediante a retirada de serviços do trabalho e da terra de seus empregos anteriores;
Qual o papel do dinheiro e do credito na economia?
Dinheiro não é apenas meio de circulação ou meio de pagamento;
Para novas combinações, faz-se necessário o credito, ou seja, poder de compra para tomar emprestado os meios de produção produzidos. 
Essa função de criação de credito ou criação de meios de pagamentos é uma função dos bancos e constitui sua função fundamental. 
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Capítulo 3:Crédito e Capital
Nem sempre o crédito está coberto por depósitos em ouro ou por mercadorias, por isso o credito tende a ser maior do que aquele coberto. 
Crédito normal: aquele coberto por mercadorias, tem correspondência no produto social.
Crédito anormal: aquele não coberto por mercadorias, não tem correspondência no produto social. 
Ninguém além do empresário precisa de crédito: não se dedica ao estudo do credito para consumo na medida em que esse não interfere no processo produtivo. 
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Capítulo 3:Crédito e Capital
Toda a espécie de extensão de crédito para fins de inovações (novas combinações) é por definição a concessão de crédito ao empresário, e constitui um elemento do desenvolvimento econômico;
Com o desenvolvimento, há um poder de compra momentaneamente ocioso, o qual está disponível para o empréstimo aos empresário; 
Sem desenvolvimento, essa quantia ficaria sob custodia das famílias e empresas, ficando ociosas durante o período que não usassem;
Nesse sentido, a principal função do mercado monetário (ou de capital) é disponibilizar credito ao empresário, financiando o densenvolvimento.
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Mas, o que é capital?
O capital é a alavanca com a qual o empresário controla os bens concretos de que necessita, nada mais do que um meio de desviar os fatores de produção para novos usos ou de ditar uma nova direção para a produção;
Essa é a única função do capital e por ela se caracteriza inteiramente o lugar do capital no organismo econômico. 
Todas as categorias usadas no processo produtivo (ferramentas, terra e trabalho) são importantes para o processo produtivo sendo compradas com dinheiro pelo empresário;
Por isso, não há razão para fazer distinção entre todos os bens que o empresário compra, e isso não lhes confere o papel de “capital”.
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Capítulo 3:Crédito e Capital
A função dos bens consiste em servir a um fim produtivo que corresponde à natureza técnica;
A função do capital consiste em obter para o empresário os meios com que produzir; 
O capital se coloca como um terceiro agente necessário à produção numa economia de trocas, entre o empresário e o mundo dos bens;
Não faz parte diretamente da produção, ele próprio não é elaborado; pelo contrário, desempenha uma tarefa que deve ser feita antes que a produção técnica possa começar.
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Capítulo 3:Crédito e Capital
Então, o capital é um fundo de poder de compra.
 Em que consiste esse fundo? 
Em dinheiro e nos outros ativos calculados em dinheiro
A função do capital consiste em assegurar ao empresário o controle sobre os bens de produção, não sendo essa a condição necessária para se tornar um empresário. 
No mercado monetário se defronta a demanda pelo lado dos empresários e do lado da oferta produtores e negociantes do poder de compra, isto é, banqueiros ambos com suas equipes de agentes e intermediários. O que acontece é simplesmente a troca de poder de compra presente por futuro.
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Capítulo 3:Crédito e Capital
Em geral a demanda por crédito não se faz de forma contínua, mas assim que surge a necessidade quase de um dia para outro, o que provoca grandes flutuações nesse mercado;
Tudo influencia nas decisões do mercado monetário ou na opinião dos empresários, por isso flutuações são normais nesse mercado. 
Assim, a função principal do mercado monetário ou de capital é o comércio de crédito com o propósito de financiar o desenvolvimento. O desenvolvimento cria e alimenta esse mercado. 
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Capítulo 3:Crédito e Capital
Capítulo 6: O Ciclo Econômico.
O autor tenta explicar as flutuações econômicas em forma de onda e não a própria crise, na medida em que as situações alternantes são a forma que o desenvolvimento econômico toma na era capitalista;
O nexo causal começa antes de tudo com os meios de produção que são comprados com o capital e que o boom se materializa antes de tudo na produção de plantas industriais (fabricas, minas, navios, ferrovias, etc.);
 O boom surge porque se investe mais capital, este se fixa em novos negócios. Este impulso inicial se difunde para os mercados de matérias primas, trabalho, equipamentos, etc; 
O investimento de capital não é distribuído uniformemente no tempo, mas aparece em massa por intervalos, por isso causa perturbações no sistema.
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A situação que inverte o ciclo é a superprodução de capital com relação, por um lado, ao capital existente, e, por outro, à demanda efetiva;
O efeito do aparecimento de novos empreendimentos em massa sobre as empresas antigas e sobre a situação econômica estabelecida torna necessário um processo especial de adaptação.
O desenvolvimento não é um processo linear com continuidade ininterrupta, há colapsos frequentes no sistema de valores econômicos;
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Capítulo 6: O Ciclo Econômico.
Após o contratempo ser superado, o desenvolvimento anterior não começa do ponto alcançado antes que fosse interrompido, mas sim tem um novo início;
 Estes contratempos interferem nas expectativas dos empresários, levando a flutuações econômicas;
Assim, sobre as crises, Schumpeter afirma:
Crises não são homogêneas: na espécie e nas suas causas;
As crises podem ou não ser passiveis de uma explicação econômica: podem ser fruto de outros eventos como guerras;
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Capítulo 6: O Ciclo Econômico.
Mas, então, por que é que o desenvolvimento econômico não avança uniformemente como cresce uma arvore, mas por assim dizer apresenta altos e baixos?
Isso se deve exclusivamente porque as combinações novas não são, como se poderia esperar segundo os princípios gerais de probabilidade, distribuídas uniformemente através do tempo, mas aparecem, se é que o fazem, descontinuamente, em grupos ou bandos. 
Sendo essa a principal causa da reversão do ciclo econômico.
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Capítulo 6: O Ciclo Econômico.
Três circunstâncias aumentam o efeito do aparecimento em conjunto dos novos empreendimentos:
Grande maioria das novas combinações não brota das antigas empresas, mas aparecerá ao lado e competirá com elas;
A demanda empresarial ao aparecer em massa significa um aumento substancial do poder de compra por toda a esfera dos negócios. Isso inicia um boom secundário que se espalha por todo o sistema econômico e é o veículo do fenômeno da prosperidade geral: inflação creditícia.
Erros devem desempenhar um papel considerável no começo do boom e no curso da depressão. 
Como? Isso porque a combinação de novas coisas não necessariamente deve ser um sucesso, sendo o erro um elemento acidental de apoio e reforço, mas não a causa primaria do ciclo, por isso o autor não se detém nesse ponto. 
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Capítulo 6: O Ciclo Econômico.
Mas porque os empresários aparecem, não de modo contínuo, mas aos grupos? 
Porque o aparecimento de um induz ou facilita o aparecimento de outros. Isso porque a realização de novas combinações é difícil e acessível apenas a pessoas com certas qualidades (liderança), o que significa que nem todos tem sucesso no seu empreendimento;
Desprezando casos excepcionais, com a progressiva simplificação da tarefa, cada vez mais pessoas poderão tornar-se empresários, embora progressivamente menos qualificados. 
Isso explica que os empresários apareçam em grupos, na verdade a ponto de eliminar o lucro empresarial, antes do tudo
no ramo da indústria em que aparecem os pioneiros. 
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Capítulo 6: O Ciclo Econômico.
Quanto mais o processo de desenvolvimento se torna comum e quanto mais fraco se tornam os obstáculos, no correr do tempo, menor a “liderança” que será necessária para suscitar inovações;
 Assim se tornará menos pronunciado o aparecimento conjunto dos empresários e mais suave o movimento cíclico. 
O aparecimento de empresários em grupo é a única causa do boom;
O aumento do investimento de capital é o primeiro sintoma do boom que chega, por que as indústria produtoras de meios de produção são as primeiras a apresentar estímulo acima do normal. 
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Capítulo 6: O Ciclo Econômico.
O boom cria por si mesmo necessariamente uma depressão e assim uma posição temporária de relativa fixidez e ausência de desenvolvimento;
A depressão é o processo “normal” de reabsorção e liquidação;
O boom em si necessariamente leva muitas empresas a funcionar com prejuízos, causa uma queda dos preços além da que é devida à deflação e adicionalmente provoca a deflação mediante a contração de crédito;
 Além disso, diminui o investimento de capital e da atividade empresaria, como por isso, a estagnação das industrias produtoras de meios de produção;
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Capítulo 6: O Ciclo Econômico.
Com a queda da demanda de meios de produção, também caem o volume de emprego e taxa de juros.
A demanda de outras mercadorias finalmente cai e então o processo terá penetrado em todo o sistema econômico. O quadro de depressão está completo. 
O curso dos acontecimentos em períodos de depressão apresenta um quadro de incerteza e irregularidade levando a um novo equilíbrio;
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Capítulo 6: O Ciclo Econômico.
Nesse novo estágio a corrente de bens é enriquecida, a produção parcialmente reorganizada, os custos de produção reduzidos e o que a princípio aparece como lucro empresarial incrementa depois as rendas reais permanentes de outras classes.
A saída da depressão em direção ao novo processo expansivo se dá pela inovação descontínua e em bandos, levando a um novo ciclo e a um novo equilíbrio diferente do anterior;
Assim a introdução das inovações confere instabilidade ao sistema econômico, na medida em que aparecem de forma descontínua e agrupada. 
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Capítulo 6: O Ciclo Econômico.

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