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M A C R O D I N Â M I C A – A U L A 2 Introdução aos conceitos de Dinâmica Econômica 1 Referências: POSSAS, M. Dinâmica da economia capitalista: abordagem teórica. São Paulo: Brasiliense, 1987, p. 19-45. POSSAS, M. Dinâmica e ciclo econômico em oligopólio. Tese de Doutorado, 1983, Cap. 1, p. 1- 86. ESTEY, J. A. As Diferentes Flutuações Econômicas. In.: Ciclos Econômicos. São Paulo: Editora Mestre Jou, 1965, p. 11-30. 2 Fundamentos teóricos da dinâmica Economistas clássicos -séc. XVIII e XIX: Como funciona o sistema capitalista e para onde este sistema poderá levar a sociedade nele imersa? Revolução Marginalista - 2ª metade do séc. XIX : deslocamento do foco da ciência econômica para a alocação estática dos recursos. Revolução Keynesiana: Enfoque na dinâmica econômica e nas flutuações de longo prazo. 3 Estática X Dinâmica econômica Estática – equilíbrio Dinâmica - movimento O essencial da dinâmica é a análise do processo de mudança, tal que “variáveis em distintos pontos no tempo estão relacionadas de uma forma essencial”.(Frish, 1936) Uma análise dinâmica da economia capitalista não pode partir de uma situação de equilíbrio, dado o caráter anárquico e não-regulado das decisões dos agentes econômicos e sua interdependência no tempo. Aplicação da análise estática que não se reduz à condição de equilíbrio: estado estacionário e formulação conceitual e atemporal dos níveis de preços, salários, etc. 4 Dimensões do tempo econômico 3 abordagens do transcurso do tempo econômico: Cronológica; Teórica; Histórica. Dimensão cronológica: Mais apropriada à análise descritiva que à teoria; “Conversão” de uma trajetória determinada em um nível teórico de abstração para o tempo cronológico, reconstituindo o movimento real da economia. 5 Dimensões do tempo econômico Dimensão teórica: Efeito do tempo sobre as decisões dos agentes econômicos: Passado Presente Futuro Futuro(esperado) Presente Keynes: As decisões de investir e produzir e a “preferência pela liquidez” envolvem expectativas incertas. Decisões de investir são tomadas em um contexto de concorrência. - Schumpeter Incerteza 6 Dimensões do tempo econômico Dimensão histórica: Fixa o âmbito e as pré-condições de validade da dimensão teórica. Estabelece os contornos estruturais e institucionais que o tempo teórico deve assumir. A esfera econômica se submete as estruturas de relações sociais e de produção historicamente constituídas. As leis econômicas são formuladas a partir de um processo histórico. O “tempo teórico” deve estar em concordância com o “tempo histórico” correspondente. 7 Formas teóricas da Dinâmica Capitalista Instabilidade; Crise; Ciclo; Tendência. 8 INSTABILIDADE Economia capitalista inerentemente instável. Schumpeter: Progresso tecnológico impulsiona ciclo econômico e é responsável por uma instabilidade sistêmica do capitalismo. Harrod: Qualquer trajetória de crescimento de uma economia capitalista é inevitavelmente instável. Keynes: Flutuações na renda e no emprego e a instabilidade da economia advém da incerteza sobre as decisões de investimento capitalistas. 9 Incerteza + expectativas que não podem ser calculadas, instáveis, inseguras e sujeitas a mudanças bruscas e violentas = Instabilidade do Investimento. Instabilidade do investimento + institucionalidade capitalista do investimento (Estado, instituições financeiras) = instabilidade da dinâmica capitalista. INSTABILIDADE 10 CRISE Keynes: Crise – um dos momentos possíveis do ciclo econômico, mas não estritamente necessário. Crise – fruto da insuficiência de demanda efetiva em relação à utilização normal da capacidade produtiva instalada. Marx: Crise – desajustes e desequilíbrios da acumulação de capital. Crise – fruto da tendência à queda da taxa de lucros, ao “subconsumo,” etc. 11 CICLO E TENDÊNCIA Propriedades elementares da dinâmica capitalista. Ciclo estrutura Tendência mudança Dinâmica Capitalista 12 AS DIFERENTES FLUTUAÇÕES ECONÔMICAS Segundo Estey (1965): Mudanças não recorrentes ou não periódicas: Tendências; Flutuações irregulares (ou acidentais); Mudanças estruturais. Flutuações periódicas: Flutuações estacionais; Flutuações cíclicas. 13 Tendências 14 Movimentos contínuos e prolongados em uma direção conhecida durante um longo período, longo em relação ao ciclo econômico. Podem ser ascendentes ou descendentes e podem inverte-se de tempos em tempos. Ex.: Tendência de aumento da produção industrial derivado: a)do crescimento da população; b) do crescimento econômico ascendente (educação, inovações); e c)do aumento da riqueza e do capital produtivo. Flutuações irregulares (acidentais) 15 Não podem ser previstas com facilidade, nem evitadas ou facilmente eliminadas. Ex.: Guerras : causam expansão anormal das atividades econômicas e quando terminam tendem a levar à um período de depressão ou até mesmo uma mudança estrutural na economia. Fazem com que os ciclos sejam diferentes um dos outros. Mudanças estruturais 16 São irregulares, não recorrentes e isoladas. Transformações orgânicas e constitucionais do sistema econômico. Ex.: a) Controle de natalidade Mudança no coeficiente de crescimento; b) 1ª Guerra Mundial Estabelecimento de novos sistemas bancários centrais, práticas protecionistas de comércio. Flutuações estacionais 17 Produzem-se por um ritmo fixo. Caracterizam-se por uma periodicidade reconhecida no tempo. Podem ser flutuações “naturais” ou advir de costumes, regulamentos e leis. Ex.: a)Natal e Páscoa incremento do comércio a varejo; b) Verão/Inverno Construção civil; c) Domingos/Feriados Atividade bancária Flutuações cíclicas 18 Diferem das tendências por apresentarem altas e baixas; Diferem das flutuações estacionais pois ocorrem em períodos maiores e menos regulares – ritmo livre. Caracterizam-se por ondas periódicas de expansão e retração. Não tem um ritmo fixo, mas são cíclicas pois possuem fases de contração e expansão que se repetem com frequência e em moldes semelhantes. Ex.: Nível de preço, taxa de juros, produção de aço, M e X, etc. Ciclo Econômico 19 Flutuações da atividade econômica geral que surgem do conjunto de flutuações de variáveis econômicas relacionadas entre si. Periodicidade dos ciclos: Ciclos pequenos (Ciclos de Kitchin): Pequenas ascenções e descenções ( 3 a 4 anos). Constatações em 1890-1922 nos EUA e Inglaterra. Ciclos grandes (Ciclos de Juglar): surgem entre “crises” sucessivas, são os intervalos entre as grandes quedas sucessivas da atividade econômica (7 a 10 anos). Alguns tipos de ciclos econômicos 20 Ciclos de construção : ligados a indústria da construção – grande volume de emprego e utilização de materiais. Quando a recuperação da economia coincide com a expansão da construção = expansão vigorosos e longos. Quando a recuperação da economia coincide com a depressão da construção = expansão suaves e curtos. Quando ocorrem depressões econômicas em períodos de baixa construção = recessão longa e severa. Quando ocorrem depressões econômicas em períodos de alta atividade de construção = recessão curta e suave. Os Ciclos de Kondratieff (Ondas Longas) Existência de ciclos longos (40 a 60 anos) na dinâmica do capitalismo mundial. Análise de séries cronológicas de preços no atacado (1720 – 1920) nos EUA e Inglaterra. As causas destes ciclos podem ser diversas, mas destaca-se aqui a introdução e desenvolvimento de grandes inovações tecnológicas. 21 22 Camila do Carmo Hermida camilachermida@yahoo.com.br
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