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O Imperialismo Segundo Lênin

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LENIN, Vladimir Ilitch.
O Imperialismo: fase particular do Capitalismo” 
- definição do imperialismo para Lênin
O imperialismo surgiu como desenvolvimento e continuação direta das características fundamentais do capitalismo em geral, o qual só se transformou em imperialismo capitalista quando chegou a um grau muito elevado do seu desenvolvimento.
A substituição da livre concorrência pelos monopólios é fundamental nesse processo de transição do capitalismo (para um regime superior); na qual a grande produção é substituída por outra ainda maior, eliminando a pequena e concentrando a produção e o capital, mas sem eliminar a livre concorrência (o monopólio existe acima dela).
Definição principal do imperialismo: fase monopolista do capitalismo. A partilha do mundo é a transição da política colonial de expansão territorial às regiões ainda desapropriadas para a política colonial de posse monopolista dos territórios do globo já repartidos.
Definições dos cinco traços principais do imperialismo: 1) o elevado grau de concentração da produção e do capital que levou à criação dos monopólios (papel decisivo na vida econômica); 2) a fusão do capital bancário (financeiro) com o capital industrial, levando a criação da oligarquia financeira; 3) a exportação de capitais (diferente de mercadoria) adquire grande importância; 4) a formação de associações internacionais monopolistas de capitalistas, que partilham o mundo entre si; 5) o termo da partilha territorial do mundo entre as potências capitalistas mais importantes.
Em outras palavras – o imperialismo é uma fase particular e de desenvolvimento do capitalismo, na qual ganhou corpo a dominação dos monopólios do capital financeiro, adquiriu marcada importância a exportação de capitais, começou a partilha do mundo pelos trusts internacionais e terminou a partilha de toda a Terra entre os países capitalistas mais importantes.
- agora o Lênin vai acabar com a tese de imperialismo do Kautsky
Kautsky vai contra essas idéias fundamentais expressas por Lênin, pois não acredita que o imperialismo seja uma fase (mas uma política que é preferida pelo capital financeiro) e que nem mesmo deva-se identificar o imperialismo do capitalismo contemporâneo. Para ele, o imperialismo é um produto do capitalismo industrial altamente desenvolvido, baseado na concentração de regiões agrárias (e só).
Lênin refuta a definição de Kautsky, pois é uma visão unilateral e arbitrária ao considerar somente o problema nacional e ao considerar só o capital industrial dos países em expansão, colocando em primeiro plano a anexação das regiões agrárias. O que interessa na tese de Kautsky é o aspecto econômico que ele mesmo introduziu nessa definição.
O que é característico do imperialismo não é precisamente o capital industrial, mas o capital financeiro; precisamente a tendência para a anexação não só das regiões agrárias, mas também das mais industriais. Porquê: 1) estando já concluída a divisão do globo, isso obriga os países a dominarem todo o tipo de território para uma nova partilha; 2) faz parte da própria essência do imperialismo a rivalidade de várias grandes potências nas suas aspirações hegemônicas (apoderarem o território não só para si, mas para enfraquecer o adversário e minar sua hegemonia).
Kautsky (tentando defender o marxismo), ao remeter-se particularmente (e erroneamente) aos ingleses que, em sua visão, formularam a significação puramente política do imperialismo, dá um passo atrás de um próprio autor (social-liberal) inglês, Hudson, o qual destaca as duas particularidades históricas concretas: 1) concorrência de vários imperialismos (se guiando por idênticos apetites de expansão política e de lucro comercial); 2) predomínio do interesse financeiro sobre o comercial.
O essencial é que Kautsky separa a política do imperialismo da sua economia, falando das anexações como da política preferida pelo capital financeiro, e opondo a ela outra política burguesa possível, segundo ele, sobre a mesma base do capital financeiro.
Kaustsky discute com o alemão Cunow – que diz que o imperialismo É o capitalismo contemporâneo e que, como o desenvolvimento do capitalismo é inevitável e progressivo, deve-se glorificá-lo –, rebatendo que o imperialismo é apenas uma das formas da política capitalista e que devemos lutar contra a mesma. Uma defesa sutil velada da conciliação com i imperialismo, que não pode ser abatido com uma luta que não abale as bases da economia, pois então seria apenas uma reforma.
- contestação de Lênin a tese de ultra-imperialismo de Kautsky
Kautsky defende a idéia de que, de um ponto de vista puramente econômico, o capitalismo possa ainda passar por uma nova fase: o ultra-imperialismo (união de todos os imperialismos do mundo, e não a luta entre eles; a fase da cessação das guerras sob o capitalismo).
Lênin responde de duas formas:
1) Se o ponto de vista de Kautsky for o de “pura abstração”, o desenvolvimento vai na direção do monopólio, portanto na direção do monopólio ou trust mundial único. Porém, é pura vacuidade e absurdo dizer que o desenvolvimento se direciona neste sentido. – super sarcástico o Lênin.
2) Para responder ao ponto de vista do “puramente econômico” deve-se contrapor a realidade econômica concreta da economia mundial moderna. Lênin utiliza dados puramente econômicos do autor Calwer, que divide o mundo em cinco regiões: Europa Central; Britânica; Rússia; Oriental Asiática; e Americana. As regiões da Europa Central (que possuem Estados que exercem o domínio do mundo e um traço de fracionamento político), a britânica e a americana (que possuem elevada concentração política) possuem um capitalismo altamente desenvolvido, enquanto a Rússia (baixa densidade populacional/grande concentração política) e a asiática oriental (altíssima densidade populacional/não existe concentração política) possuem um capitalismo fracamente desenvolvido.
Dessa forma, a realidade da variedade gigantesca de condições econômicas e políticas, da desproporção extrema na rapidez de desenvolvimento dos diferentes países e mais a rivalidade dos Estados imperialistas, em conjunto com a ingênua fábula de Kautsky sobre o ultra-imperialismo pacífico é somente “a tentativa reacionária de um filisteu assustado que quer esconder-se da terrível realidade” – ou seja, merda nenhuma.
Os cartéis internacionais (trusts) e o capital financeiro mostram o exemplo da divisão de uma nova partilha do mundo (a transição da pacífica para não-pacífica) e da divisão na nova correlação de forças (que se modifica violentamente) – respectivamente. Eles acentuam a diferença entre o ritmo de crescimento dos diferentes elementos da economia mundial.
É feita uma estatística da produção de vias-férreas em relação com estes argumentos, de acordo com os dados que apontam a diferença de ritmo quanto ao crescimento do capitalismo e do capital financeiro em toda a economia mundial. Elas se desenvolveram com maior rapidez nas colônias e Estados independentes, portanto, onde o capitalismo cresce mais rapidamente é nas colônias e nos países do ultramar. Aparecem no cenário internacional, então, novas potências imperialistas (como o Japão) e a luta entre os imperialistas se acentua. A concentração da propriedade das referidas vias (tendo em vista que as das colônias pertencem as suas respectivas metrópoles) mostra a concentração do capital financeiro.
- conclusão do Lênin:
Perante isso, é de perguntar: no terreno do capitalismo, que outro meio poderia haver, a não ser a guerra, para eliminar a desproporção existente entre o desenvolvimento das forças produtivas e a acumulação de capital, por um lado, e, por outro lado, a partilha das colônias e das “esferas de influência” do capital financeiro?

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