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Instituto Federal Catarinense – Campus Araquari Alberto Gonçalves Evangelista Doenças Parasitárias dos Animais Domésticos 1 MÉTODO FAMACHA© O método famacha© foi criado na África do Sul, e determina quem desverminar, e quanto, em pequenos ruminantes. Isso acaba permitindo a seleção de animais resistentes. Outros testes, como OPG e outras técnicas são mais difíceis de realização, ou então tem uma variação muito grande de acordo com o clima e região. O famacha© é um método seletivo de tratamento, baseado na coloração de mucosas e comparando com um cartão padrão. O principal problema de pequenos ruminantes é a hemoncose, hemoparasita, e o uso do famacha aumenta o tempo de vida útil do vermífugo, pois aumenta a população refúgio. Esse aumento, embora prolongue o tempo de uso do vermífugo, aumenta toda a população parasitária, aumentando os índices de infecção dos animais. A busca deve ser pelo equilíbrio. Poucos animais não são capazes de resistir aos efeitos do Haemonchus, e eles que devem ser desvermifugado. O método famacha© permite que apenas o animal sensível seja vermifugado, para que não haja o uso indiscriminado de produto. Essas resistência e resiliência são herdáveis de grau médio, permitindo a seleção e descarte. Deve-se sempre frisar que desverminação total não é eficiente, pois cria maior resistência parasitária. Quando se dervermina o animal, não se deve mudar de piquete, pois ele irá defecar os parasitos, e contaminará uma pastagem ainda limpa. Para conferir o método com a realidade, faz-se o hematócrito do animal, sendo que o grau 1 o hematócrito é maior que 28, e o 5 é menor que 12, com valores intermediários entre eles (27 e 23; 22 e 18, 17 e 13). Esse teste é mais difícil de ser feito no campo. Todos os animais devem ser avaliados, com preferência para gestantes, animais em lactação e cordeiros, quando deve-se escolher. Pode-se fazer uma escolha de animais proporcionais ao número de animais do rebanho, no caso de um plantel muito grade, mas, se nessa escolha aparecerem animais com escore 4 e 5, deve-se realizar o teste em todos. Animais com níveis 1 e 2 não precisam ser desvermifugados, sendo que 4 e 5 devem ser sempre desvermifugados. O nível 3 é complexo. Se for caprino será sempre desvermifugado, mas se for caprino, só se estiver muito magro, se for das categorias susceptíveis e se a próxima avaliação for demorar. Se mais de dez por cento dos animais estiverem em índice 4 e 5, todos devem ser desverminado, e deve-se avaliar se a pastagem é de boa qualidade. Junto com esse teste, deve- se avaliar se o animal está com edema submandibular, pois se estiver, deve ser desverminado. Quando um animal é desvermifugado, o animal deve ser identificado. Isso serve para, na próxima avaliação, você saber qual animal é mais sensível, auxiliando no método de seleção. Um método é o pique na orelha, mas não muito boa. Outras opções são furos no brinco, arames na orelha, corte da lã em pontos específicos, lacres no pé, ou então, com um sistema informatizado, pode-se anotar pelo nome do brinco. A avaliação deve ser feita cada 2 a 3 semanas. Com um rebanho muito controlado, pode-se realizar o teste a cada mês. No verão, áreas de clima úmido, chuvoso, talvez sejam necessárias mais avaliações, talvez semanais. As categorias susceptíveis devem ser mais avaliadas, e propriedades com alta lotação também. Sempre leve o cartão nas inspeções, pois o índice de falhas é menor. Não confie na memória. Ele é um teste de fácil leitura, e qualquer pessoa devidamente treinada pode fazer. Instituto Federal Catarinense – Campus Araquari Alberto Gonçalves Evangelista Doenças Parasitárias dos Animais Domésticos 2 O Famacha© permite a identificação dos animais que foram vermifugados de maneira incorreta ou que escaparam do tratamento. Isso é feito porque os animais passam diversas vezes pelo vermífugo. Os animais ficam mais dóceis, pela grande manipulação. É uma técnica barata e que, no manejo, podem ser feitas outras atividades, como vacinação, pesagem, avaliação de ectoparasitos, etc. O avaliador deve ser treinado e, a cada 6-8 semanas, um exame de fezes deve ser realizado, com cultura de larvas, pois existem outros parasitos nos animais que podem estar “escapando” das vermifugações, pois esse teste avalia apenas a infecção por Haemonchus. Deve-se estar atento a presença de edema submandibular, diarréia, apatia e emagrecimento. Na presença do edema e da diarréia, deve-se desverminar sempre. Antes de se avaliar famacha©, deve-se ver se os animais têm fascíola, pois ela também causa anemia em pequenos animais e tem tratamento diferente da hemoncose. Em locais com clima úmido e quente pode ser necessária a avaliação mais frequente do rebanho, sendo que em alguns casos essa avaliação pode ser semanal. Em casos de conjuntivite, muita poeira no ambiente, toxemias de gestação e falta de luz, a avaliação é prejudicada, pois a mucosa muda de cor por motivos que não são causados pelo parasitismo. O FAMACHA© CONTRIBUI PARA UM PROGRAMA DE CONTROLE EFETIVO, MAS NÃO É O ÚNICO QUE DEVE SER REALIZADO, DEVENDO SEMPRE SER ALIADO A OUTRAS TÉCNICAS.
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