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Aula 5 - Helmintoses dos Ruminantes

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Instituto Federal Catarinense – Campus Araquari 
Alberto Gonçalves Evangelista 
Doenças Parasitárias dos Animais Domésticos 
 
 
1 
HELMINTOSES DOS RUMINANTES 
O saneamento básico brasileiro ainda é precário, com 5 milhões de pessoas sem instalações 
sanitárias, 75 milhões de pessoas sem sistema de coleta de esgoto, e com 10 bilhões de litros de 
esgoto bruto jogado no ambiente. Esse saneamento básico seria uma medida de prevenção 
contra as helmintoses. Outros fatores que poderiam impedir essas doenças são educação 
sanitária, uso de tenicidas na população, ingestão de carne bem passada e bons serviços de 
inspeção. Esses fatores, se bem feitos, poderiam evitar problemas como por exemplo a 
hidatidose, zoonose muito importante, que pode levar a morte. 
 Moniezia expansa 
É um parasito de ruminantes (seu hospedeiro definitivo [HD]), com hospedeiro 
intermediário (HI) em ácaros. Sua forma adulta fica no intestino delgado, podendo 
chegar a 5 metros, enquanto que é um cisticercóide quando em forma larval. Suas 
infecções são assintomáticas, sendo que altas infecções podem gerar obstruções 
intestinais. O diagnóstico é feito pela presença de proglotes nas fezes e observação dos 
ovos em técnicas de flutuação. Seu tratamento é feito com vermífugos (exemplo o 
praziquantel e niclosamida), ou com o controle do ácaro da pastagem (mais difícil, 
podendo ser feito pela aragem e replantio). 
 Fasciolose 
Tem como HI os caramujos, e como HD os mamíferos, principalmente os ruminantes, 
sendo que os parasitos jovens ficam no parênquima hepático e os adultos ficam nos 
ductos biliares. A patogenia é causada pela ação mecânica, pois as larvas causam 
traumatismo no fígado ao migrar por ele, e os adultos causam irritação, espessamento 
e calcificação dos ductos biliares, pois tem ventosas e espículas na cutícula. Infecções 
com muitos parasitos podem causar obstrução dos ductos biliares, levando o animal a 
apresentar, além da cirrose, icterícia. Por serem hematófagos, levam o animal à anemia. 
Também alteram a digestão, levando a diminuição da absorção de nutrientes, diarréia 
e hipoproteinemia. Uma infecção aguda em ovinos gera hemorragia intensa, pela 
ruptura de vasos. Pode também levar a fibrose do fígado, hepatomegalia, ascite e 
morte. Já a fasciolose subaguda pode gerar anemia, hipoalbuminemia, papeira e morte. 
A forma crônica é a mais comum, sendo que o animal apresenta anemia, edema 
submandibular, fibrose hepática, baixa de produção e queda da fertilidade. O 
diagnóstico é feito pelos sinais clínicos, condições da propriedade, ELISA, 
coproparasitológico e dosagem de enzimas hepáticas. Seu tratamento é feito com 
albendazol, niclosamida, etc. A doença precisa de umidade para aparecer, sendo típica 
em locais alagadiços, pois o miracídio só se movimenta no líquido. Tem potencial 
zoonótico. O controle é feito pela eliminação do caramujo, drenagem de alagadiços e 
tratamento dos doentes. 
 Gatroenterite parasitária dos ruminantes 
É o principal problema sanitário da criação de ovinos e caprinos no mundo, sendo muito 
grave em regiões de clima ameno, chuvosas e com criações intensivas com pastagens 
com alta lotação. A doença gera morte, perda de peso e lã, baixa de fertilidade, ganho 
de peso, produtividade e aumenta a idade de primeira cobertura. O Haemonchus é o 
principal agente da doença, que são parasitos hematófagos. Seus sinais clínicos são 
apatia, edema submandibular, diarréia, retardo no desenvolvimento e morte. Para se 
diagnosticar o problema usa-se os sinais clínicos, a necropsia e o exame de fezes (OPG). 
Instituto Federal Catarinense – Campus Araquari 
Alberto Gonçalves Evangelista 
Doenças Parasitárias dos Animais Domésticos 
 
 
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A temperatura, umidade e o oxigênio influenciam no tempo de sobrevivência da larva 
L3 no ambiente. A idade (quanto mais jovem, mas afetado), condição fisiológica 
(doenças preexistentes), nutrição (desnutrição), sanidade (desafios imunológicos) e 
raças (resistência inata da raça) são fatores que influenciam na susceptibilidade de cada 
hospedeiro. As categorias mais susceptíveis são cordeiros pós-desmame e ovelhas em 
lactação. Pastagens muito povoadas e contaminadas podem influenciar no grau de 
parasitismo, além da parasitose ser potencializada se forem misturados animais de 
diferentes categorias na mesma pastagem. Não há eliminação completa do parasito, 
devendo haver controle, para isso deve ser feito vigilância constante e planejamento de 
controle. O controle integrado de parasitos, que é a associação de vermífugos com boas 
práticas de manejo, costuma funcionar para se diminuir o grau de parasitos. Forrageiras 
altas auxiliam contra a verminose, pois a larva não consegue subir para ser ingerida, 
sendo que o descanso do piquete também pode ajudar. O uso de pastejo conjugado 
com equinos pode ajudar, pois os equinos consomem as larvas sem se infectar. Cabras 
e ovelhas em lactação devem ficar em piquetes descontaminados, sendo que outro 
piquete descontaminado deve ser reservado aos filhotes. O uso de esterco sem 
tratamento pode aumentar os níveis de infecção. O confinamento evita a ingestão de 
pastagens contaminadas. Para o tratamento, utilizam-se vermífugos eficazes, sempre 
na dose correta de acordo com o peso do animal. O vermífugo deve ser testado para 
averiguação de sua eficácia, sendo que o teste consiste na comparação dos OPG em 10 
e 15 dias após a desverminação. O vermífugo deve ter mais de 90% de eficácia para ser 
usado, lembrando que cada propriedade deve ter seu teste. Esse teste deve ser feito 
anualmente. Para se controlar a resistência, faz-se uma pesagem adequada do animal 
para se estabelecer a dose, jejum em caso de aplicações orais, e se certificar que a dose 
foi realmente administrada.

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