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ANOTAÇÕES
PSICANÁLISE
WWW.FATECC.COM.BR
Pl
an
o 
de
 E
ns
in
o
EMENTA
A perspectiva histórica da psicologia da educação: objeto de estudo, 
objetivos e �nalidades. Fundamentos bio-psico-sociais da infância e da 
vida adulta: o desenvolvimento humano nas dimensões biológica, cogni -
tiva, social e emocional. A escola como integrante do meio sociocultural 
que in�uencia, interfere e participa do desenvolvimento. Princípios e leis do 
processo de desenvolvimento. Esferas ou dimensões do desenvolvimento. A 
Psicologia do Desenvolvimento e a Psicanálise. Teorias de desenvolvimento 
e aprendizagem. 
OBJETIVOS
Compreender a constituição da Psicologia e da Psicologia do t�
Desenvolvimento.
Identi�car o objeto de estudo da Psicologia, compreendendo o t�
desenvolvimento humano. 
Relacionar o estudo da Psicologia do Desenvolvimento com o coti -t�
diano da vida escolar.
Apresentar as mudanças físicas e sociais que ocorrem ao longo da t�
vida dos sujeitos, desde a concepção até a morte.
CONTÉUDO PROGRAMÁTICO
Psicologia do Desenvolvimento e métodos de estudo t�
Processo de desenvolvimento humanot�
Nascimento e desenvolvimento infantil t�
Adolescência e aspectos sociaist�
Vida adultat�
 FATEC - Psicanálise 04
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ANTUNES, M. A. M.; MEIRA, M. E. M. Psicologia escolar : práticas críticas. São 
Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.
BEE, Helen. A criança em desenvolvimento . 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 1996.
______. A criança em desenvolvimento . 9. ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.
BRONFENBRENNER, U. A ecologia do desenvolvimento humano : experimentos 
naturais e planejados. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
CARVALHO, V. B. C. L. Desenvolvimento humano e psicologia . Belo Horizonte: 
UFMG, 1996.
COLL, C.; PALACIOS, J; MARCHESI, A. Desenvolvimento psicológico e educação . 
2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2003. v. 3.
GAZZANIGA, M. S.; HEATHERTON, T. F. Ciência psicológica : mente, cérebro e 
comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2005.
ROSA, M. Psicologia evolutiva . 8. ed. Petrópolis: Vozes, 1996.
VYGOTSKY, L. S. Obras escolhidas : fundamentos de defectologia. Moscou: 
Editorial Pedagógica, 1997.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA. M. de l. Psicologias : uma introdução 
ao estudo de psicologia. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 1999.
BRANDÃO, C. R. O que é educação . São Paulo: Brasiliense, 1995.
CHOMSKY, Noam. Novos horizontes no estudo da linguagem e da mente . São 
Paulo: UNESP, 2005. 
DAVIDOFF, Linda L. Introdução à psicologia . São Paulo: McGraw-Hill do 
Brasil, 1983.
MUSSEN, P. H. et al. Desenvolvimento e personalidade da criança . 4. ed. São 
Paulo: Harbra, 2001. 
NEWCOMBE, Nora. Desenvolvimento infantil. 8. ed. Porto Alegre: Artes 
Médicas, 1999.
PIAGET, J.; VYGOSTSKY, L. S. Novas contribuições para o debate . São Paulo: 
Ática, 1995.
AULA 1 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
 FATEC - Psicanálise 05
Esperamos que, ao �nal desta aula, você seja capaz de:
compreender as diferentes perspectivas teóricas sobre o desenvolvi -t�
mento humano; 
conhecer os diferentes métodos de pesquisa em Psicologia do Desen -t�
volvimento.
Para acompanhar esta aula, você precisa ter algum conhecimento sobre as 
diferentes concepções referentes ao processo de desenvolvimento humano. Para 
tanto, é importante que recorra ao sítio do Conselho Federal de Psicologia – CFP 
<http://www.cfp.org.br>, onde encontrará material referente a essa ciência. 
Esse conhecimento é importante para você compreender como se processa o 
saber sobre o desenvolvimento humano na Psicologia, bem como a sua impor -
tância no campo da educação, que é o tema desta aula.
Você estudará, nesta primeira aula, o conceito sobre o desenvolvimento 
humano, bem como a diferença entre desenvolvimento e crescimento. 
Quando se fala em desenvolvimento, comumente a idéia que nos vem à 
cabeça é crescimento: no senso comum, desenvolvimento está relacionado a 
acréscimo, ampliação, aumento, crescimento. Porém há diferença entre cresci -
mento e desenvolvimento. 
Crescimento está relacionado aos aspectos quantitativos de um determinado 
organismo. Rosa (1996, p. 40) assevera que
[...] é evidente que a mão de uma criança é bem menor que a 
mão de um adulto normal. Pelo processo normal do crescimento, 
Psicologia do Desenvolvimento e 
métodos de estudo 
Aula 1
AULA 1 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
06 FATEC - Psicanálise 
a mão da criança atinge o tamanho normal da mão do adulto, na 
medida em que ela cresce �sicamente. Dizemos, portanto, que, 
no caso, houve crescimento dessa parte do corpo. 
Desenvolvimento, por sua parte, diz respeito aos aspectos qualitativos 
daquele organismo. É ainda Rosa (1996, p. 40) que nos ensina que
a mão de um adulto normal é diferente da mão de uma crian -
cinha não somente por causa do seu tamanho. Ela é diferente, 
sobretudo, por causa de sua maior capacidade de coordenação 
de movimentos e de uso (ROSA, 1996, p. 40). 
Mesmo tendo consciência da diferença entre cresci-
mento e desenvolvimento, é importante sabermos que nem 
sempre ela é mantida “ao pé da letra”, pois há momentos 
da vida em que esses dois processos não se separam. 
Nossa intenção é apresentar o cenário de debate 
encontrado a respeito de como se dá o desenvolvimento 
humano – suas teorias, aplicabilidades, problemáticas, dúvidas e 
certezas. É válido lembrar que, quando falamos em desenvolvimento, 
estamos nos referindo ao processo total que acompanha o homem durante 
sua vida, tanto nos aspectos físicos e neurológicos quanto nos aspectos 
cognitivos, emocionais e de relacionamentos sociais. 
Re�etiremos sobre as mudanças universais que os homens atravessam, sobre 
as diferenças individuais encontradas entre as pessoas, além da in�uência do 
ambiente no comportamento humano (NEWCOMBE, 1999). Para tanto, teremos 
como base os estudos da área da Psicologia do Desenvolvimento, que tem como 
função básica, para nós, oferecer os subsídios teóricos, para que possamos 
compreender a importância dos fatores biológicos e ambientais no processo de 
desenvolvimento humano, reconhecendo, desde já, que ambos os tipos de in�u -
ência são importantes em nossas vidas. 
1.1 Hereditariedade x meio ambiente 
Um dos pontos mais discutidos entre os psicólogos que estudam o desenvolvi -
mento humano é o polêmico debate entre a hereditariedade e o meio ambiente. 
Isto é, qual dessas duas determinantes exerce maior in�uência no comporta -
mento das pessoas? 
Pensando sobre o assuntoPensando sobre o assunto
AULA 1 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
 FATEC - Psicanálise 07
Este debate não é protagonizado somente pelos psicólogos. Historicamente, 
os próprios �lósofos também defendiam suas idéias, seja no grupo dos 
inatistas, que compreendiam que o ser humano nasce com características 
inatas, ou no grupo dos empiristas, que compreendem que o desenvol -
vimento humano ocorre pelas impressões sensoriais que o organismo 
recebe, acumuladas com a experiência . Ainda hoje há muita discussão 
sobre qual dos aspectos, hereditários ou ambientais, é respon -
sável pelo desenvolvimento humano. Cada um desses grupos 
defende a sua posição, a sua verdade . Podemos dizer que 
há uma verdadeira controvérsia entre os dois posiciona -
mentos. Vamos veri�car um pouco mais a respeito dessas 
duas concepções.
1.1.1 E como fica o lado hereditário?
De acordo com esta linha de pensamento, o comportamento 
humano é conduzido pelos fatores genéticos, pela maturação bioló -
gica e funcionamento neurológico. Sendo assim, aspectos compor -
tamentais percebidos no início da vida humana, como a manifestação 
de andar, falar e reagir às ações de outras pessoas, são concebidos 
como conseqüências congênitas,ou seja, que nasceram com o indi -
víduo, não sendo resultantes de nenhuma aprendizagem ou experi -
mentação efetuada depois do início da vida. 
1.1.2 E o lado do ambiente?
Já os cientistas que seguem esta outra linha de pensamento a�rmam que os 
fatores relacionados ao ambiente físico e social são, fundamentalmente, os prin -
cipais norteadores do desenvolvimento humano. Desse modo, o comportamento 
das pessoas vai sendo construído a partir das experiências derivadas do contato 
com as pessoas e com os objetos presentes no mundo.
Saiba mais
AULA 1 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
08 FATEC - Psicanálise 
Deixando de lado essas discordâncias existentes entre os 
cientistas de cada grupo, acreditamos que a interação entre 
os aspectos biológicos e os aspectos ambientais é que é a 
responsável pelo desenvolvimento do homem, desde o 
momento do nascimento. Há momentos em que um dos 
aspectos se sobrepõe ao outro e vice-versa. Porém não 
há necessidade de de�nirmos qual aspecto tem maior ou 
menor in�uência, mas é importante perceber como acon -
tece a relação entre eles. 
Um exemplo dessa interação acontece em um comportamento 
simples de desenhar , de uma criança no cenário escolar. 
Como meio ambiente, podemos falar da maturação �siológica necessária 
para o desenvolvimento da coordenação motora �na, a qual possibilita que 
a criança aprenda a desenhar. Assim, a hereditariedade é um potencial que 
pode ou não se consolidar. Tal concepção só é possível a partir das experiên -
cias com o meio.
Para a concepção interacionista , o organismo e o meio exercem ação recí -
proca. A in�uência entre um e outro é a própria interação. Essa interação acar -
reta mudanças sobre o indivíduo. Assim o conhecimento é construído a partir de 
uma interação entre o sujeito e o objeto.
Vejamos agora como se processam os métodos de pesquisa na psicologia 
do desenvolvimento.
1.2 Métodos de pesquisa 
Independente da área em que atuamos, quando vamos fazer uma pesquisa, 
é fundamental a escolha de um método que garanta uma probabilidade maior 
de sucesso na busca dos objetivos. É com base nesse pensamento que desta -
camos, a seguir, três possibilidades de pesquisa, quando o assunto é o desen -
volvimento humano.
Esses três métodos destacados possuem diferenças entre si, é claro. Entretanto 
há um aspecto comum: eles carecem de uma observação controlada e sistemá -
tica do comportamento. 
O primeiro método que destacamos é o método transversal . Nele, o estudo 
é realizado a partir de diferentes grupos de pessoas de diferentes idades. O 
segundo é o método longitudinal, que estuda as mesmas pessoas, durante um 
determinado período de tempo, estudo que pode durar anos e anos, décadas 
e décadas. O terceiro método é o que é chamado de experimental . Aqui, é 
realizado um estudo onde há uma combinação dos dois métodos anteriores, 
possibilitando ao pesquisador fazer interferências no processo de pesquisa, 
AULA 1 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
 FATEC - Psicanálise 09
modi�cando algumas variáveis causais do comportamento e, por conseqüência, 
coletando outras variáveis de efeito.
No quadro a seguir, apontamos as principais características positivas e nega -
tivas de cada método, tendo como base os estudos de Mussen e outros (2001).
Quadro: Comparativo de características
MÉTODO
CARACTERÍSTICAS 
POSITIVAS
CARACTERÍSTICAS 
NEGATIVAS
TRANSVERSAL 
é rápido de fazer;t�
fornece informações sobre as t�
diferenças de idade, apon -
tando as especi�ci da des de 
cada faixa etá ria;
é possível coletar diver sas t�
informações a res peito de 
cada um dos sujeitos parti -
cipantes, su gerindo novas 
hipóteses sobre o desenvolvi -
mento humano. 
cada sujeito é observado, t�
testado, uma única vez;
o problema da t� coorte;
o estudo é feito num determi -t 
nado momento histórico, não 
servindo talvez para outro deter -
minado período de tempo; 
não fornece dados a respeito t 
das seqüências de desenvolvi -
mento, daquilo que a pessoa 
vai acumulando com o passar 
dos anos. 
LONGITUDINAL
as mesmas pessoas são t�
estudadas ao longo de um 
período de tempo;
permite estudar a estabili -t�
dade, ou não, do compor -
tamento ao longo dos anos;
pode determinar se um t 
sujeito, individualmente, passa 
pela transição de compor -
tamento sugerida nos estudos 
transversais.
consome tempo e é oneroso;t�
a provável alteração de resul -t�
tados, já que os indivíduos, 
com o passar do tempo, se 
acostumam com os testes e 
com as observações;
o estudos são feitos com grupos t�
muito pequenos, di�cultando a 
generalização dos resultados 
em esferas maiores. 
EXPERIMENTAL
permite manipular as variá -t�
veis de causa, induzindo as 
prováveis respostas; 
possibilita testar uma deter -t�
minada hipótese, uma expli -
cação causal. 
não podemos manipular certas t 
variáveis, por motivos éticos, 
sobretudo quando os experi -
mentos são realizados com 
seres humanos;
os experimentos são reali -t 
zados em laboratórios, em 
locais arti�ciais, não sendo 
possível garantir generaliza -
ções das descobertas para 
os ambientes naturais como a 
casa e a escola. 
Fonte: Mussen e outros (2001).
AULA 1 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
10 FATEC - Psicanálise 
Saiba mais
Como vimos, são várias as possibilidades de se realizarem estudos e pesquisa 
na área do desenvolvimento humano, bem como são grandes as diferenças 
teóricas sobre a compreensão do desenvolvimento também são marcantes. É 
importante que você entenda todas essas linhas de pensamento, para a reali -
zação de seu trabalho, na área pedagógica, de forma efetiva. 
Nesta aula, discorremos sobre como se dá o desenvolvimento humano, pela 
ótica dos deterministas biológicos e dos deterministas ambientais ; a conclusão 
a que chegamos é que é a interação entre essas duas concepções que propicia 
ao homem desenvolver-se. Também exploramos as diferentes possibilidades de 
pesquisa no campo da Psicologia do Desenvolvimento, apontando que, inde -
pendente do método escolhido, encontramos prós e contras no transcorrer dos 
estudos. Independentemente do método adotado para a realização de uma 
pesquisa na área da Psicologia do Desenvolvimento, o mais importante é termos 
consciência de que é a interação entre os aspectos biológicos e ambientais que 
propiciará um conhecimento mais elaborado do desenvolvimento humano. 
1. Assinale V para as a�rmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) Para a concepção hereditária, o comportamento humano é conduzido 
pelo lado genético.
( ) Para a concepção ambientalista, o comportamento das pessoas vai 
sendo construído a partir das experiências das pessoas com os objetos 
presentes no mundo.
( ) Para a concepção interacionista o organismo e o meio exercem ação 
recíproca.
( ) Para a concepção interacionista a in�uência entre ambiente e meio é a 
própria interação entre eles.
AULA 1 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
 FATEC - Psicanálise 11
Agora, marque a seqüência correta:
a) V, V, V, V c) V, F, V, F
b) F, V, F, V d) F, F, F, F
2. Elabore um texto re�exivo, de no máximo dez linhas, esclarecendo as dife -
renças entre as três perspectivas psicológicas. A teoria inatista, a teoria 
ambientalista e a teoria interacionista, no que diz respeito ao desenvolvi -
mento humano.
3. Complete a sentença, optando pela alternativa correta.
O método de pesquisa________ permite manipular as variáveis de causa, 
induzindo as prováveis _________. 
a) real, respostas
b) experimental, respostas
c) longitudinal, respostas
d) transversal, respostas
4. Esclareça quais são as diferenças entre os métodos de pesquisa transversal 
e longitudinal.
Na atividade um , a resposta correta é a letra (a),tendo em vista que todas 
as alternativas estão corretas. Para a concepção interacionista, o organismo e 
o meio exercem ação recíproca. A in�uência entre um e outro é a própria inte -
ração. De acordo com a concepção hereditária, o comportamento humano é 
conduzido pelos fatores genéticos, pela maturação biológica e funcionamento 
neurológico; já na concepção ambientalista, o comportamento das pessoas vai 
sendo construído, a partir das experiências derivadas do contato com as pessoas 
e com os objetos presentes no mundo. Desta forma, cada teoria compreende a 
concepção do desenvolvimento de uma forma. Na perspectiva inatista, o ser 
humano é fruto de características eminentemente genéticas, na teoria ambien -
talista, ele é fruto do meio, já na perspectiva interacionista, o ser humano se 
desenvolve a partir de um conjunto de fatores . 
Na atividade dois , a perspectiva teórica em que se coloca a hereditariedade, 
é marcada por características eminentemente genéticas; na teoria ambiental, o 
que determina o desenvolvimento humano é o próprio meio, já na teoria intera -
cionista, a relação estabelecida entre sujeito e meio a responsável pelo desen -
volvimento humano, não há supremacia entre elas. 
AULA 1 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
12 FATEC - Psicanálise 
Na atividade três , a resposta certa é (b), pois o método de pesquisa expe -
rimental, que como o próprio nome já diz, é realizado por meio da experimen -
tação de variáveis para um melhor conhecimento da realidade e, desta forma, 
obtenção das respostas desejáveis. A letra (a) está errada, pois não existe nesta 
perspectiva teórica o método de pesquisa real, bem como a pesquisa longitu -
dinal, em relação à letra (c), e a pesquisa transversal, em relação a letra (d), 
não podem ser compreendidas como um método que pode vir a desenvolver as 
respostas desejadas pelo experimentador, são pesquisas de levantamentos de 
dados, sem o objetivo de desencadear respostas. 
Na atividade quatro , o método transversal é realizado a partir de diferentes 
grupos de pessoas de diferentes idades; já no método longitudinal, estuda-se um 
grupo de pessoas, durante um determinado período de tempo, que pode durar 
anos e anos, décadas e décadas.
A realização das atividades lhe oportunizou veri�car o alcance dos obje -
tivos propostos para esta aula de compreender as diferentes perspectivas 
teóricas sobre o desenvolvimento humano e de conhecer os diferentes métodos 
de pesquisa em Psicologia do Desenvolvimento. 
BEE, Helen. A criança em desenvolvimento . 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 1996.
MUSSEN, P. H. et al. Desenvolvimento e personalidade da criança . 4. ed. São 
Paulo: Harbra, 2001.
NEWCOMBE, Nara. Desenvolvimento infantil. 8. ed. Porto Alegre: Artes 
Médicas, 1999.
ROSA, M. Psicologia evolutiva . 8. ed. Petrópolis: Vozes, 1996.
Estudaremos como se processam a concepção, a gestação e o parto, bem 
como as in�uências que podem acarretar doenças à criança que está por nascer.
Anotações
 
 
 
 
 
 
 
AULA 2 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
 FATEC - Psicanálise 13
Esperamos que, ao �nal desta aula, você seja capaz de:
descrever a fecundação humana e o desenvolvimento fetal;t�
diferenciar variáveis biológicas de variáveis ambientais que interferem t�
no desenvolvimento humano. 
Você terá mais facilidade no acompanhamento desta aula, se estiver familia -
rizado com as teorias do desenvolvimento: inatistas, empiristas e interacionistas 
e seus métodos de estudo (aula um) e se revisar o material da área de Biologia 
sobre os processos de hereditariedade e fecundação pois precisaremos desses 
conhecimentos para a compreensão do desenvolvimento do ser humano e sua 
constituição de personalidade. 
Você estudará, nesta segunda aula, os perídos da concepção, gestação e parto, 
bem como as variáveis, biológicas e ambientais, que in�uenciam o desenvolvimento 
humano. Esses períodos são apresentados separadamente, para �ns didáticos, mas 
não devemos nos esquecer de que há uma interdependência entre elas.
Segundo Mussen e outros (2001), cinco in�uências devem ser consideradas 
quando tratamos do comportamento de uma criança em desenvolvimento. Variáveis 
biológicas determinadas geneticamente (por exemplo, Síndrome de Down).
Variáveis biológicas não-genéticas (por exemplo, se a mãe usou algum t�
tipo de droga durante a gravidez).
Aprendizagens anteriores (por exemplo, para uma criança escrever t�
depende de seu conhecimento anterior sobre o formato, o nome e o som 
das letras).
Concepção, Gestação e Parto: 
Gênese do Desenvolvimento Humano
Aula 2
AULA 2 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
14 FATEC - Psicanálise
Ambiente sócio-psicológico imediato (por exemplo, o contato que a t�
criança tem com seus pais e irmãos).
Meio social e cultural (por exemplo, a língua que a criança aprende t�
depende de seu país de origem).
Neste tema, estudaremos essas variáveis, enfocando, especi�camente, os 
primeiros meses de vida do ser humano, ainda no útero materno. Ou seja, estu -
daremos o desenvolvimento humano da concepção da vida até o momento do 
nascimento do ser humano.
2.1 Como ocorre a concepção? 
A concepção ocorre quando um espermatozóide penetra a parede celular 
de um óvulo. Quando essas duas células, de 23 cromossomos cada, se unem, 
forma-se, então, um ovo ou zigoto, contendo 46 cromossomos (ou 23 pares 
de cromossomos). Imediatamente o zigoto começa a crescer por intermédio 
de subdivisões celulares. Esse é o início do desenvolvi -
mento humano. 
Entre a concepção do ser humano e seu nascimento, 
passam-se, aproximadamente, 40 semanas, que são divi -
dias em três períodos: 
o primeiro é conhecido por período ovular e vai da t�
fertilização do óvulo até a implantação do óvulo na 
parede do útero;
o segundo é conhecido por período embrionário e vai t�
da segunda até a oitava semana de gestação. Durante 
esse período, ocorre a diferenciação celular, quando 
todos os órgãos começam a se desenvolver;
o terceiro é conhecido por período fetal e vai da oitava semana t 
até o parto (que acontece, geralmente, por volta de 40 semanas do 
início da gestação). Esse período é caracterizado pelo crescimento 
dos órgãos.
Pensando sobre o assuntoPensando sobre o assunto
Porque durante todos esses períodos descritos acima ocorrem certos 
momentos delicados ao desenvolvimento. Esses momentos são chamados de 
períodos sensíveis ou críticos. Eles acontecem, principalmente, nos primeiros três 
AULA 2 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
 FATEC - Psicanálise 15
meses de gestação. Ou seja: coincide com o período em que acontece a diferen -
ciação celular para a formação dos vários órgãos. 
Saiba mais
2.2 Desenvolvimento fetal 
Iniciamos os primeiros meses de desenvolvi -
mento fetal envolvidos pela placenta e recebendo 
a alimentação através do cordão umbilical.
Segundo Mussen e outros (2001, p. 57), 
os principais marcos do desenvolvimento fetal 
humano são:
Quadro 1: Marcos do desenvolvimento fetal
IDADE 
GESTACIONAL
DESENVOLVIMENTO
1 semana O óvulo fertilizado segue pela tuba uterina em direção ao útero.
2 semanas
O embrião se liga ao revestimento uterino e está em rápido 
desenvolvimento.
3 semanas
Seu corpo começa a tomar forma, segmentando-se em cabeça e 
região caudal. Já existe um coração primitivo.
4 semanas
Início da formação da boca, trato gastrintestinal e fígado. Cabeça 
e cérebro sofrem maior diferenciação e o coração desenvolve-se 
mais rapidamente.
6 semanas
Mãos e pés começam a se desenvolver mas os braços ainda são 
pequenos. O fígado começa a produzir células sangüíneas.
8 semanas
O embrião já tem 2,5 cm de comprimento. O rosto de�ne-se. 
Começa a produção de músculos e cartilagens.
12 semanas
O feto mede cerca de 7,5 cm decomprimento. O rosto tem o per�l 
de um bebê. Pálpebras e unhas começam a se formar. O sexo já é 
distinto. O sistema nervoso ainda é primitivo.
16 semanas
O feto mede cerca de 11 cm de comprimento. A mãe já consegue 
sentir seus movimentos. As proporções corporais assemelham-se às de 
um bebê. Cabeça e órgãos internos desenvolvem-se rapidamente.
5 meses
O feto mede cerca de 15 cm de comprimento. Já pode ouvir e mexer-se 
livremente. Mãos e pés estão completamente formados.
 
AULA 2 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
16 FATEC - Psicanálise 
IDADE 
GESTACIONAL
DESENVOLVIMENTO
6 meses
O feto mede cerca de 25 cm de comprimento. Os olhos estão 
completamente formados e aparecem os botões gustativos em sua 
língua. Se o nascimento ocorrer prematuramente, o bebê já é capaz 
de inalar, exalar e produzir um choro leve.
7 meses
O feto atinge a zona de viabilidade, ou seja, pode ocorrer nasci -
mento prematuro. Já pode distingüir odores e gostos. A capacidade 
de respirar ainda é super�cial e irregular. As capacidades de sugar 
e engolir são fracas.
7 meses até o 
parto
Está cada vez mais apto para a vida fora do ventre materno. 
Os músculos �cam mais fortes. Já pode respirar, sugar, engolir e 
chorar. As reações visuais e auditivas encontram-se �rmemente 
estabelecidas.
Fonte: Mussen e outros (2001).
Como mostra a tabela, iniciamos nossa vida quando uma célula (chamada 
ovo ou zigoto), que surge a partir da união das células germinativas dos pais, 
passa por rápida divisão celular e �xa-se no útero da mãe. Pela terceira semana, 
inicia-se a diferenciação dos órgãos e seu crescimento. Perto dos três meses, 
todos os sistemas já estão formados e, até o nascimento, basicamente o bebê 
cresce. Quanto mais próximo o nascimento, maior será a atividade de cada um 
dos sistemas. Assim, num período relativamente curto (cerca de nove meses) o 
bebê está formado e pronto para a vida fora do útero da mãe.
Vamos agora falar sobre hereditariedade. Qual a in�uência da hereditarie -
dade para o desenvolvimento humano? Quais as características que recebemos 
com a hereditariedade? Vejamos a seguir.
2.3 O que é hereditariedade?
Hereditariedade é o termo usado para nos referirmos às características 
físicas que são transmitidas pelos pais à sua descendência, no momento da 
concepção de um �lho.
Um ser humano possui 46 cromossomos, onde estão contidas todas as 
informações genéticas que o constituem. Esses 46 cromossomos organizam-se 
em 23 pares. Desses 23 pares, 22 são chamados autossomos. Os autossomos 
estão presentes tanto no sexo feminino quanto no masculino. O 23º par de 
cromossomos é chamado de cromossomo sexual e ele se difere entre os sexos. 
O sexo feminino possui dois cromossomos do tipo X e o sexo masculino possui 
um cromossomo do tipo X e um do tipo Y.
Na formação das células germinativas (espermatozóide e óvulo), pelo 
processo de meiose, os 46 cromossomos são divididos ao meio, formando 
células de apenas 23 cromossomos. Esse processo acontece tanto no sexo femi -
nino, quanto no masculino.
AULA 2 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
 FATEC - Psicanálise 17
Isso quer dizer que tanto as células germinativas de um homem, quanto as 
de uma mulher, possuem apenas metade de seu material genético. No momento 
em que essas células germinativas se encontram, seja por meio do ato sexual ou 
pela fertilização assistida num laboratório, forma-se, então, um novo ser humano, 
com 46 cromossomos (23 herdados do homem e 23 herdados da mulher). Se, 
nesse encontro, um cromossomo X da mulher encontrou um cromossomo Y do 
homem formar-se-á um ser humano do sexo masculino. Se, nesse encontro, um 
cromossomo X da mulher encontrou um cromossomo X do homem, então inicia-se 
a formação de um ser humano do sexo feminino.
Assim, o início da vida do ser humano e, conseqüentemente, de seu desen -
volvimento, inicia-se no momento em que um espermatozóide fecunda um óvulo. 
Tanto espermatozóide quanto óvulo são chamados gametas.
A partir do momento da fecundação, essa única célula, formada 
pela união de um espermatozóide e um óvulo, ganha o 
nome de ovo ou zigoto e passa por vários processos 
de mitose. A mitose é um tipo de divisão celular em 
que as células são divididas e copiadas. Assim a 
partir de uma única célula, o zigoto, em pouco 
tempo, terá milhares de células. 
Os cromossomos são constituídos por milhares de 
outras partículas, denominadas genes. O gen é conside -
rado a unidade básica da transmissão da hereditariedade e 
é constituído pelo DNA.
Saiba mais
Cada um de nós é uma combinação genética única, com exceção para os 
gêmeos univitelinos, também conhecidos como gêmeos idênticos. Esses gêmeos 
acontecem quando um zigoto (óvulo já fecundado) divide-se em dois ou mesmo 
três zigotos. Até hoje não foi desvendado o mecanismo pelo qual um zigoto 
se transforma em dois. E é por isso que esse tipo de gestação produz crianças 
exatamente iguais em seu material genético. 
Existem dois tipos de gêmeos: os gêmeos idênticos, cujos indivíduos têm 
material genético igual, e os gêmeos fraternos, cujos indivíduos possuem cerca 
de 50% do material genético concordante entre si. 
AULA 2 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
18 FATEC - Psicanálise 
Apesar de todo avanço de técnicas e de todos os estudos procedidos sobre 
a hereditariedade, ainda há muito o que aprender sobre as características 
humanas que podem ser atribuídas a cromossomos especí�cos, embora muitos 
acreditem que as diferenças individuais sofram grande in�uência da heredita -
riedade. É importante notar que um organismo não herda padrões comporta -
mentais formados mas, sim, uma base biológica. É essa base biológica que 
irá de�nir certos comportamentos que têm probabilidade de acontecer, caso o 
ambiente exija.
É muito difícil investigar a hereditariedade do comportamento humano. Um 
tipo muito próprio dos estudos do desenvolvimento humano, no que tange à 
questão da in�uência do meio ambiente e da hereditariedade sobre o compor -
tamento humano, é o que se utiliza de pares de gêmeos.
Saiba mais
Apesar de não ser possível controlar todas as in�uências do meio que 
agem sobre cada um dos indivíduos, podemos supor que os dois tipos de 
gêmeos tenham sido expostos a ambientes mais semelhantes do que outros 
pares de irmãos.
Vamos supor que um estudo esteja investigando certa semelhança compor -
tamental em pares de gêmeos. Se tal desempenho tiver uma correlação mais 
alta, no desempenho de gêmeos idênticos do que no desempenho de gêmeos 
fraternos, isso quer dizer que a hereditariedade, provavelmente, in�uencia tal 
desempenho. Se os desempenhos forem semelhantes, então a hereditariedade 
não estará desempenhando papel especial no comportamento estudado.
Muitos estudos também utilizam pares de gêmeos idênticos, que tenham 
sido criados separadamente, a �m de esclarecer semelhanças e diferenças em 
seus comportamentos e elucidar o que tem mais peso na determinação de certos 
comportamentos, se o meio ou a hereditariedade. 
2.4 Influência da genética no desenvolvimento humano
Às vezes, a in�uência é clara e simples; outras vezes, não. Um exemplo de 
in�uência simples é o da fenilcetonúria, uma doença metabólica causada por 
genes recessivos e que, se não tratada, leva ao retardo mental. O tratament o 
AULA 2 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
 FATEC - Psicanálise 19
é à base de uma dieta com baixo nível de fenilalanina. Havendo o tratamento 
constante, o comprometimento mental não é desencadeado. O teste do pezinho 
feito na criança recém-nascida detecta essa doença, entre outras.
Contudo, esse tipo de in�uência simples é rara. Tanto uma doença pode 
aparecer a partir de um conjunto de genes, como de vários fatores ambientais.
Nossa aparência depende, em muito, denossa herança genética. Assim, 
nascemos com olhos azuis ou castanhos, dependendo das características 
herdadas de nossos pais. Pessoas com olhos azuis ou castanhos têm a mesma 
probabilidade de ter boa ou má visão. Se for boa, seu desenvolvimento seguirá 
de certa forma, se for má, seguirá de outra. Mas há algo além da hereditarie -
dade e que complica um pouco mais o estudo do desenvolvimento humano: 
certas regiões ou certas épocas valorizam mais algumas características físicas.
As pessoas que possuem concordância genética com os padrões valori -
zados numa determinada sociedade ou numa determinada época sentem-se mais 
aceitas e desenvolvem de forma mais plena seus potenciais. As pessoas que não 
possuem as características valorizadas podem não se desenvolver de forma tão 
plena. Ou seja: questões sociais e psicológicas surgem, mesmo quando estamos 
tratando da hereditariedade.
Além dessas questões que envolvem genótipo e fenótipo, um grande 
número de doenças especí�cas podem ser transmitidas, interferindo no desen -
volvimento humano. 
Saiba mais
Segundo Bee (1996, p. 63), algumas dessas doenças são:
Fenilcetonúriat� – Trata-se de uma doença que não pode ser diagnosti -
cada antes do nascimento. É um transtorno metabólico em que a feni -
lalania atinge níveis tóxicos, provocando retardo mental. O tratamento 
consiste em colocar a criança numa dieta especial.
Doença de Tay-Sachst� – Doença degenerativa do sistema nervoso que 
leva à morte de seus portadores nos primeiros três ou quatro anos de 
vida. É uma doença que pode ser diagnosticada antes do nascimento.
Anemia falciformet� – Doença sangüínea que pode ser fatal. Seu portador 
sente fortes dores nas articulações e possui maior suscetibilidade às 
infecções. Já pode ser diagnosticada antes do nascimento.
 
AULA 2 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
20 FATEC - Psicanálise
Fibrose cística intestinalt� �–�Doença�fatal�que�afeta�os�pulmões�e�o�USBUP�
intestinal.�Seus�portadores�podem�chegar�até�os�vinte�anos�de�idade.�²�
VNB�EPFOÎB�RVF�OÍP�QPEF�TFS�EJBHOPTUJDBEB�BOUFT�EP�OBTDJNFOUP�
Distro�a musculart� �–�Doença�muscular�degenerativa�e� fatal.�O�gen�OB�
distro�a�mais�comum�foi�recentemente�localizado,�o�que�leva�a�crer�RVF�
FN�CSFWF�VN�EJBHOØTUJDP�BOUFT�EP�OBTDJNFOUP�FTUFKB�EJTQPOÓWFM�
Além� das� doenças� que� podem� ser� transmitidas� pela� hereditariedade,� IÈ�
UBNCÏN�erros�decorrentes�dos�vários�processos�de�divisões�celulares�e�das�re-alo -
DBÎÜFT�EF�HFOFT��
Isso� acontece� por� causa� dos� genes recessivos ,� como� aquele� exemplP�
narrado�no� JOÓcio�do�UØQJco.�Os�pais�de�uma�criança�portadora�de�fenilceto -
núria�nem�sempre�manifestam�essa�doença.�Por�ser�uma�doença�recessiva,�sÍP�
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pais�podem�ter�o�gene�dominante�e�o�recessivo�e,�assim,�nÍP�manifestarem�B�
doença.�Porém�durante�a� fecundaÎÍo�de�um��lho,�o�gene�recessivo�da�mÍF�
pode�se�unir�ao�gene�recessivo�do�pai�e,�assim,�conceCFr�uma�criança�porta -
dora�da�doença.�Os�pais�nÍP�manifestam�a�doença,�apesar�de�serem�porta -
doreT�Eo�Teu�Hene.
Existem�muitas� anomalias� genéticas� que� podem� causar� retardo�mental� F�
outros� comprometimentos� no� desenvolvimento.� Felizmente,� tais� BOPNBMJBT�
ocorrem�raramente.�Elas�podem�atingir�tantos�os�autossomos�quanto�os�cromos -
TPNPT�TFYVBJT�
Um�exemplo�de�anomalia�atingindo�um�par�autossomo�é�a� 4ÓOESPNF�EF�
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mental.�As�DBSBDUFSÓTUJDBT�dessa�TÓOESPNF�KÈ�FTUÍP�descritas�há�muito�tempo,�NBT�
OÍP�há�cura,�apenas�atendimento�especializado�a�seus�portadores,�de� forNB�
que�os�mesmos�TFKBN�JODMVÓEPT�no�DPOWÓWJP�social,�desenvolvendo�suas�potencia -
MJEBEFT�EB�NFMIPS�NBOFJSB�QPTTÓWFM��
As� DBSBDUFSÓTUJDBT� GÓTJDBT�mais�marcantes� dos� portadores� dessa� TÓOESPNF�
TÍP��DBCFÎB�achatada�na�parte�de�trás,�CPDB�pequena�com�MÓOHVB�QSPFNJOFOUF
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QÈMQFCSBT�estreitas�e�olhos�PCMÓRVPT��ÓSJT�com�manchas�CSBODBT��tônus�NVTDVMBS�
EJNJOVÓEP��pescoço�de�aparência� MBSHB��orelhas�menores�do�que�as�dos� OÍP�
portadores,�apresentando,�muitas�vezes,�uma�EPCSB�acentuada�na�parte�supe -
SJPS��rosto�de�aparência�achatada�por�causa�dos�ossos�faciais�pouco�desenvol -
WJEPT��NÍPT�e�pés� TÍP�pequenos�e�geralmente�há�um�grande�espaço�entre� P�
QSJNFJSP�F�TFHVOEP�EFEPT�EPT�QÏT�
A�4ÓOESPNF�de�Down,�além�do�comprometimento�intelectual,�pode�levar�B�
graves�doenças�DBSEÓBDBT
�EJTUÞSCJPT�visuais� (entre�eles�a�catarata�DPOHÐOJUB
�
anomalias� gastrintestinais,� QSPCMFNBT� auditivos,� hipertireoidismo,� QSPCMFNBT�
psiquiátricos.
AULA 2 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
 FATEC - Psicanálise 21
Essas características variam amplamente entre os portadores da síndrome, 
e algumas podem ser atenuadas ou mesmo desaparecer durante o próprio 
processo de desenvolvimento ou necessitar de intervenções cirúrgicas.
Não há como dizer se um casal vai ou não gerar uma criança portadora 
da Síndrome de Down. Trata-se de um erro genético que acontece durante a 
concepção. Contudo pode-se determinar se há mais ou menos probabilidade 
de o erro acontecer. Os fatores que podem aumentar tal probabilidade são: 
pais muito novos ou maduros, incidência de Down na família, outras alterações 
cromossômicas nos pais.
Um exemplo de anomalia atingindo o par de cromossomos sexuais é a 
Síndrome de Klinefelter. Essa síndrome é responsável por problemas de compor -
tamento e atraso no desenvolvimento intelectual e consiste em um indivíduo do 
sexo masculino (XY) possuir mais de um cromossomo X (XXY ou XXXXY). Os 
estudos mostram que o comprometimento mental é maior, quanto maior o número 
de cromossomos X. 
As principais características são esterilidade, as características secundárias 
masculinas (pêlos, voz grossa, aumento da força muscular) deixam de se desen -
volver, podendo aparecer seios (ginecomastia), isso acontece devido à baixa 
produção de testosterona; aparecimento de problemas de comportamento e de 
aprendizagem, principalmente pelo atraso da linguagem. A principal forma de 
tratamento é a administração de doses de hormônios, mas mesmo assim não é 
possível a produção de sêmen.
Quando se trata de doença mental, já não há tanta certeza do papel que a 
hereditariedade tem sobre seu desenvolvimento.
Pensando sobre o assunto
Portadora de necessidades especiais é a condição que interfere nas capaci -
dades intelectuais de um indivíduo. Na de�ciência mental, estão comprometidas a 
capacidade de aprendizagem, certas habilidades motoras, linguagem, as várias 
formas de raciocínio, entre outros.
Doença mental é a condição em que as capacidades intelectuais estão 
preservadas, mas a parte emocional está afetada. Exemplos de doença mental 
são a depressão e a esquizofrenia, entre outras
Tanto alguns fatores ambientais podem gerar doença mental, como durante 
o uso de drogas ou alguma infecção, quanto fatores genéticos.
AULA 2 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
22 FATEC - Psicanálise 
A Coréia de Huntington é um tipo de doença mental claramente de�nida 
por uma condição hereditária. Trata-se de um transtorno neurológico grave que 
resulta num rápido comprometimento do funcionamento físico e mental, que 
atinge a memória e atenção.
Já a esquizofrenia e a depressão parecem possuir tanto determinação por 
fatores genéticos como fatores ambientais, não havendo forma de identi�car o que 
mais pesa em sua determinação. O termo que tem sido mais utilizado e parece 
melhor se adequar para essas condições é de herança de predisposição.
2.5 O meio ambiente
Quando falamos em meio ambiente, estamos nos referindo a um abrangente 
leque de in�uências. Mas, de forma geral, quando falamos de meio ambiente, 
podemos considerar cinco in�uências que se sobrepõem: o meio químico pré-
natal, o meio químico pós-natal, as experiências sensoriais constantes,as expe -
riências sensoriais variáveis e eventos físicos traumáticos.
Como nosso tema refere-se à fase da vida que vai da concepção ao parto, 
vamos tratar especi�camente dos fatores ambientais nesse período da vida, 
ou seja, os que podem se apresentar dentro do útero (fatores ambientais pré-
natais) e os que podem se apresentar no momento do parto (fatores ambien -
tais perinatais).
2.6 Influência do meio ambiente no desenvolvimento humano 
Certos fatores externos podem causar algumas anormalidades no desenvol -
vimento, mas, além dos fatores em si, deve-se, também, considerar a fase da 
gestação em que tal fator é apresentado.
Ou seja: o risco que o bebê corre (ainda no útero) de sua mãe contrair 
rubéola é muito diferente, se a gestação estiver em seu segundo mês ou no 
nono mês. Isso acontece porque os três primeiros meses de gravidez são 
cruciais para o desenvolvimento de todos os órgãos e potenciais de funcio -
namento dos mesmos. Algumas estruturas são formadas em períodos restritos 
da gravidez. Esses períodos são conhecidos como períodos sensíveis ou 
perío dos críticos.
Se a gestante entrar em contato com uma substância química, por exemplo, 
num desses períodos, uma estrutura importante pode deixar de se formar ou 
pode ser formada com problemas em seu funcionamento.
É por isso que os médicos recomendam que as mães não usem uma série 
de produtos químicos nos três primeiros meses de gestação (vários medica -
mentos, produtos de beleza, bebidas alcoólicas, produtos de limpeza, passar 
por radiações, etc.).
AULA 2 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
 FATEC - Psicanálise 23
Estão entre os fatores teratogênicos:
Quadro 2: Fatores Teratogênicos
Doenças da mãe
Rubéolat�
Toxoplasmoset�
Citomegalovírus (CMV)t�
Herpest�
Drogas utilizadas pela mãe
Medicamentost�
Cigarrot�
Bebida alcoólicat�
Drogas de abusot�
Mãe exposta a certas condições ambientais tóxicas Chumbot�
Radiaçãot�
Fonte: Bee (1996).
O quadro é apenas ilustrativo, mas pode haver outros fatores não menos impor -
tantes. Vamos falar um pouco de cada um desses fatores.
Quadro 3: Doenças da Mãe
RUBÉOLA
É uma doença infecciosa extremamente perigosa para o bebê se a 
gestação estiver em seus três primeiros meses. Pode levar a mal-for -
mação congênita de grandes órgãos (sistema ocular, auditivo, cardíaco, 
sangue), assim como alterações neurológicas. Pode também causar de� -
ciências menores que só serão diagnosticadas após muitos anos de vida 
e também pode levar ao aborto espontâneo. É uma doença evitável por 
já ter disponível uma vacina. Contudo, a vacina não pode ser adminis -
trada se a mulher estiver grávida.
TOXOPLASMOSE
É uma doença causada por um parasita cujo principal hospedeiro é 
o gato. A principal forma de contaminação se dá pelo contato com 
fezes e urina desses animais. Em qualquer período da gestação em que 
ocorra a contaminação, corre-se o risco de aborto. Além disso, pode 
ocorrer casos em que a criança nasce morta (natimorto) ou criança 
viva, mas com doenças clinicamente severas, que podem aparecer logo 
após o nascimento ou anos mais tarde. Entre as doenças, podemos 
citar: microftalmia (olhos pequenos); microencefalia (encéfalo dimi -
nuído), hidrocefalia (líquido no encéfalo) – condições que resultam em 
retardo mental; alterações nos pulmões, fígado e baço; calci�cações 
no cérebro, lesões na pele, cegueira.
CITOMEGALOVÍRUS
Portar tal vírus é condição menos conhecida, mas alastrada e muito séria. 
Cerca de 60% das mulheres possuem anticorpos para o CMV, mas não 
possuem nenhum tipo de sintoma. Porém quando o vírus está em sua 
forma ativa pode afetar o feto numa variedade de problemas sérios que 
inclui desde a surdez a amplos danos ao sistema nervoso central.
HERPES
E um vírus que também se apresenta numa forma ativa e, em outra, 
latente. Na forma ativa, seu portador apresenta lesões na pele. Se a 
mãe estiver com o vírus ativo no momento do parto, o bebê poderá ser 
contaminado. Além das lesões características, o bebê também poderá 
sofrer de uma complicação chamada meningoencefalite, que é uma 
in�amação potencialmente séria do sistema nervoso central.
Fonte: Bee (1996).
AULA 2 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
24 FATEC - Psicanálise 
Quadro 4: Demais fatores – drogas utilizadas pela mãe
MEDICAMENTOS
Muitos medicamentos, reconhecidamente, causam graves problemas 
à criança em gestação. Um exemplo é a aspirina. Em estudos animais, 
quando administrada em altas doses, possui efeito teratogênico. Os 
seres humanos não ingerem aspirina em doses tão altas quanto os 
experimentos mostram ser necessárias para tal efeito. Contudo o 
ácido benzóico potencializa o efeito da aspirina e ele é muito utili -
zado como conservante alimentar (no ketchup, por exemplo). Esse 
exemplo de interação faz com que a aspirina seja evitada nos três 
primeiros meses de gestação.
CIGARRO
A nicotina não só afeta a capacidade do sangue da mãe em 
transportar oxigênio para o feto durante a gestação, como pode 
provocar aborto, retarda o crescimento fetal levando o bebê a ter 
baixo peso no momento do nascimento e ainda afeta o desenvolvi -
mento físico e intelectual a longo prazo. Devemos lembrar, ainda, 
que o cigarro é composto por muitas outras substâncias químicas 
que também causam males ao bebê em formação.
BEBIDA 
ALCOÓLICA
Quanto maior a ingestão alcoólica, maiores as chances de o bebê 
desenvolver a Síndrome Alcoólica Fetal, cujos sintomas são: retardo 
no crescimento fetal pré e pós natal, nascimento prematuro, retardo 
mental, malformação física, distúrbios do sono e doença cardíaca 
congênita. Mesmo mães que bebem moderadamente têm bebês 
possuidores de alguns destes sintomas.
DROGAS DE 
ABUSO
Mães dependentes de alguns tipos de droga (heroína, metadona, 
cocaína) transmitem os efeitos dessa dependência ao feto. Filhos 
de dependentes de crack têm maior probabilidade de desenvol -
verem problemas neurocomportamentais severos e permanentes. 
Muitos bebês, logo após o nascimento, apresentam sintomas de 
abstinência. Conforme o caso, os bebês podem passar por terapias 
de retirada de drogas de forma controlada, do mesmo formato em 
que usuários adultos passam. 
Fonte: Bee (1996).
Quadro 5: Exposições ambientais 
CHUMBO
A intoxicação por chumbo também pode causar prejuízos neurocom -
portamentais. Mesmo com a substituição da gasolina com chumbo 
por sem chumbo e pela retirada do chumbo da composição de 
tintas, ainda assim encontram-se seqüelas da exposição em crianças 
pequenas, mesmo em ambientes considerados seguros.
RADIAÇÃO
Existem várias formas de radiação. O raio-X é uma fonte de problemas 
e é um tipo de exposição que pode ocorrer durante os exames de 
rotina aos quais a mãe está submetida. O pior período para a expo -
sição é entre a segunda e sexta semana de gestação, mas mesmo nos 
últimos meses ainda há risco de algum problema. A radiação pode 
levar a malformações congênitas, lesão cerebral, maior incidência de 
câncer, diminuição do tempo de vida, mutações genéticas ao longo 
de várias gerações e morte.
Fonte: Bee (1996).
AULA 2 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
 FATEC - Psicanálise 25
Há alguns outros fatores que também podem in�uenciar o desenvolvimento 
pré-natal: dieta da mãe, idade da mãe, número de gestações por que a mãe 
passou, estado emocional da mãe, fator-Rh.
2.7 O Parto
O momento do nascimento é, também, um fator de grande in�uência no desen -
volvimento. A facilidade ou di�culdade do nascimento em si e da rapidez com 
que o bebê começa a respirar são exemplos dos fatores que podem interferir.
A falta de oxigenação do sistema nervoso central, principalmente do 
cérebro, é conhecida como anóxia (ou anoxia). Essa condição dani�ca neurô -
nios e podem ocorrer defeitos motores. 
Umacriança que passa por esse tipo de situação pode apresentar paralisia 
das pernas, braços ou ambos; tremores; incapacidade de falar. Cerca de 30% 
do quadro conhecido como paralisia cerebral envolve falta de oxigenação do 
cérebro no momento do parto.
A anóxia pode acontece r em algumas condições, a saber:
mau posicionamento da criança no momento do parto;t�
pela desproporção pélvica da mãe e feto;t�
em partos prolongados ou precipitados;t�
pelo feto imaturo, que não possui força para sair ou não consegue respirar;t 
crianças que aspiram secreções;t�
hemorragias na mãe;t�
cordão umbilical enrolado no pescoço do feto.t�
Outro tipo de lesão que pode ocorrer no momento do parto é a do plexo 
braquial (que são as raízes nervosas que saem do pescoço e seguem para os 
braços). O plexo braquial é lesado quando a cabeça é subitamente afastada 
dos membros superiores. 
AULA 2 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
26 FATEC - Psicanálise 
Esse tipo de lesão ocorre, geralmente, nas seguintes condições: durante 
o parto natural, quando a criança é muito pesada ou há desproporção entre 
o tamanho da criança e a pélvis da mãe, e também quando o parto ocorre 
de forma demorada. Tal lesão ocasiona membro superior �ácido, próximo ao 
corpo e torcido, com punhos e dedos �exionados, sem 
movimentação e sensibilidade diminuída.
Como você pôde perceber, há muitos fatores que 
podem interferir na saúde e formação do bebê, mesmo 
quando ele ainda está no ventre materno. É por isso que 
é muito importante garantir às gestantes que elas tenham 
acesso a informações relevantes sobre sua gestação, 
acesso a exames pré-natais e um parto que não gere 
ameaça ao bebê nem a si própria. 
Chegamos ao �nal da segunda aula. As informações 
recebidas nos darão subsídios para compreendermos 
como se realizam a concepção e o parto, bem como nos 
ajudarão nos cuidados para o controle de uma gestação 
sadia. A�nal, quem concebe são as mulheres, mas os 
homens têm participação direta nesta situação, e devem se responsabilizar pelas 
suas atitudes de progenitores. 
Nesta aula, você entrou em contato com muitas informações importantes 
sobre as principais in�uências ao desenvolvimento humano a que todos nós 
estamos submetidos, desde nossa concepção até o nascimento. Essas in�uências 
tanto são de caráter hereditário como ambiental e, além de cada uma ser impor -
tante por si só, ainda interagem entre si.
1. Entre a concepção do ser humano até seu nascimento passam-se, 
aproximadamente: 
a) 40 semanas
b) 32 semanas
c) 37 semanas
d) 30 semanas
2. Com base no número de semanas necessárias para uma gestação adequada 
para o bebê nascer saudável, entre em contato com um bebê que tenha 
AULA 2 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
 FATEC - Psicanálise 27
nascido de 30 semanas e descreva seu desenvolvimento biológico, ou seja , 
veri�que se ele nasceu com alguma doença explícita ou algum tipo de de� -
ciência. Solicite seu Apgar e converse com a mãe do bebê para ver que tipo 
de estimulação ela está realizando com o mesmo. Para maiores informa -
ções, consulte alguma maternidade na sua cidade.
3. Complete a sentença: “É importante notar que um ________ não herda 
padrões comportamentais formados mas, sim, uma base________”.
a) bebê, sólida;
b) organismo, biológica;
c) organismo; hereditária;
d) bebê, biológica.
4. Segundo Mussen e outros (2001), as cinco in�uências que devem ser consi -
deradas quando tratamos do comportamento de uma criança em desenvol -
vimento são: 
a) variáveis biológicas determinadas historicamente; variáveis biológicas 
não-genéticas; aprendizagens anteriores; ambiente sociopsicológico 
imediato e meio social e psíquico;
b) variáveis biológicas determinadas geneticamente; variáveis biológicas 
transmutáveis, aprendizagens anteriores; ambiente sociopsicológico 
imediato e meio social e cultural;
c) variáveis biológicas determinadas geneticamente; variáveis biológicas 
não-genéticas; aprendizagens anteriores; ambiente sociopsicológico 
imediato e meio social e cultural;
d) variáveis biológicas determinadas geneticamente; variáveis biológicas 
não-genéticas; aprendizagens imediatas, ambiente sociopsicológico 
imediato e meio social e cultural.
5. Crie uma situação em que o ambiente sociopsicológico imediato seja o 
responsável por um desenvolvimento prejudicado.
Na atividade um , a reposta correta é a letra (a), pois entre a concepção 
do ser humano e seu nascimento, passam-se aproximadamente 40 semanas. As 
demais alternativas estão equivocadas. 
Na atividade dois , os processos de estimulação deverão estar presentes 
para o bom desenvolvimento do bebê. Caso isto não ocorra, as di�culdade 
psico-sociais aparecerão com o desenvolvimento e evolução desta criança.
 
AULA 2 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
28 FATEC - Psicanálise 
A atividade três tem como resposta a opção (b), pois estamos nos referindo 
a um organismo humano, que não herda características prontas, mas nasce com 
características biológicas, enquanto aparato orgânico, de homo-sapiens, que 
podem vir a se desenvolver ou não, dependendo da interação estabelecida entre 
estes. As demais alternativas não se aplicam para completar a frase, pois na 
letra (a), coloca que o bebê nasce com base sólida, e vimos que o organismo do 
bebê tem aparatos biológicos, que não são sólidos, mas podem vir a solidi�car 
seu desenvolvimento dependendo de sua interação. O mesmo acontece para 
a letra (c), já que o organismo não nasce com características hereditárias de 
homo-sapiens, mas com capacidades de vir a se desenvolver, na mesma situação 
está a letra (b), pois estamos nos referindo a um organismo biológico enquanto 
características de vir a ser, sem o desenvolvimento do ser-humano próprio, na 
condição de um bebê. 
Já na atividade quatro a resposta correta é a (d), já que as variáveis 
biológicas determinadas geneticamente; variáveis biológicas não-genéticas; 
aprendizagens anteriores; ambiente sócio-psicológico imediato e meio social 
e cultural, são as cinco variáveis, que interferem no desenvolvimento humano. 
No que diz respeito à letra (a) , a resposta está errada porque as variáveis 
biológicas a que a psicologia do desenvolvimento se refere neste processo de 
in�uências no comportamento da criança, neste aspecto, é a construção gené -
tica, e não a histórica. A resposta (b) está incorreta. As variáveis biológicas 
são constituídas genéticamente e não são transmutáveis porque o meio social 
é um dos responsáveis pelo desenvolvimento da criança, mas aqui, em relação 
ao processo de desenvolvimento, o psíquico não é uma variável biológica 
determinada historicamente; variáveis biológicas não-genéticas; aprendiza -
gens anteriores; ambiente sócio-psicológico imediato e meio social e psíquico. 
A resposta (c) está incorreta porque o processo de aprendizagem a que se 
referem as cinco in�uências que desenvolvem o comportamento da criança, é 
a aprendizagem imediata, pois é a relação direta, espontânea e inicial com o 
processo de aprender. 
Na atividade cinco , você deve ter criado uma situação em que o ambiente 
sociopsicológico imediato seja o responsável por um desenvolvimento prejudi -
cado. Por exemplo, uma criança que nasce em uma região onde exista uma mina 
de carvão e que �que exposta a seus resíduos, poderá apresentar problemas 
respiratórios, vir a sentir-se mal na escola e, sem um conhecimento e acompa -
nhamento de suas atividades sociais, pode desencadear um quadro de doenças. 
Acarretando di�culdades de atenção, aprendizagem, memorização, etc. 
A realização das atividades lhe oportunizou veri�car o alcance dos obje -
tivos propostos para esta aula de descrever a fecundação humana e o desenvol -
vimento fetal e de diferenciar variáveis biológicas de variáveis ambientais, que 
interferemno desenvolvimento humano.
AULA 2 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
 FATEC - Psicanálise 29
BEE, Helen. A criança em desenvolvimento . 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 1996.
MUSSEN, P. H. et al. Desenvolvimento e personalidade da criança . 4. ed. São 
Paulo: Harbra, 2001. 
Seguiremos estudando uma nova fase da vida do ser humano, a que vai 
do nascimento aos dois anos. Veremos como os fatores ambientais e biológicos 
interagem nesses momentos.
Anotações
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 2 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
30 FATEC - Psicanálise 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 3 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
 FATEC - Psicanálise 31
Esperamos que, ao �nal desta aula, você seja capaz de:
apresentar as mudanças físicas no processo de crescimento do bebê;t�
descrever as mudanças cognitivas e sociais que acontecem no processo t�
de desenvolvimento do bebê. 
Para que você acompanhe bem esta aula, é necessário que você faça uma 
nova leitura da aula dois, pois é preciso que não haja dúvidas quanto aos dois 
principais determinantes do comportamento humano, a hereditariedade e o meio 
ambiente, tendo em vista que precisaremos destes conhecimentos para compreen -
dermos o proc esso de desenvolvimento infantil em seus aspectos bio-psico-motor . 
Como explic ar todos os períodos da vida humana? Qual o mais importante 
para a construção da personalidade, desde o nascimento até o falecimento? 
Todos eles são fundamentais; entretanto, há um período, digamos, especial: são 
os primeiros dois anos de vida. 
Os bebês, logo após o nascimento, apresentam uma série de comportamentos 
que diferem dos comportamentos manifestados por crianças de maior idade. São 
esses comportamentos que estudaremos agora, procurando responder a algumas 
questões, como: a�nal, como é o real mundo de um bebê? Como se dão as alte -
rações deste mundo, ao longo dos dois anos iniciais da vida humana?
As mudanças comportamentais são muitas: desde um simples engatinhar 
até chegar a um processo de comunicaçã o oral. En�m, prepare-se para fazer 
parte de um processo surpreendente! Você �cará surpreso e encantado com 
as características divertidas, trabalhosas e fascinantes deste período da vida 
humana que trabalharemos nesta aula.
Do Nascimento aos Dois 
anos de Idade
Aula 3
AULA 3 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
32 FATEC - Psicanálise
3.1 O Recém-nascido 
Uma criança nasce pesando, aproximadamente, 3,5 Kg, com 40 cm de 
comprimento. Imediatamente após o nascimento, o bebê é examinado por 
médicos e enfermeiros que realizam diferentes testes para veri�car o seu 
estado. Vamos estudar dois métodos que, de maneira geral, nos oferecem 
um cenário dos processos avaliativos realizados junto aos recém-nascidos, 
a Escala de Avaliação Comportamental Neonatal de Brazelton e o Escore 
de Apgar . 
Saiba mais
Virginia Apgar , in Bee, 2003, (1909-1974), anestesiologista americana, no 
início da década de 1950, chegou a cinco pontos-chave para a avaliação da 
vitalidade do recém nascido. O método de avaliação Escore de Apgar tornou-se 
uma das avaliações mais comuns do estado do bebê, imediatamente após o 
nascimento e, novamente, cinco minutos mais tarde, para a detecção de qual -
quer problema que possa exigir cuidado especial. 
Nesse sistema, o recém-nascido é classi�cado de acordo com cinco critérios, 
conforme demonstrado abaixo, recebendo um escore (nota classi�catória) de 0, 
1 ou 2 em cada critério, com um máximo de 10. 
Quadro 1: Escore de Apgar
ASPECTO 
OBSERVADO NO 
BEBÊ
0 1 2
Ritmo cardíaco ausente <100/min >100/min
Ritmo respiratório Não respira
Choro fraco e respi -
ração super�cial
Choro forte e 
respiração regular
Tônus muscular Flácido
Alguma �exão das 
extremidades
Bem �exionado
Reação à estimulação 
dos pés
Nenhuma Pouco movimento Choro
Cor Azulado; pálido
Corpo rosado, extremi -
dades azuladas
Todo rosado
AULA 3 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
 FATEC - Psicanálise 33
Um escore 10 é bastante incomum, imediatamente após o nasci -
mento, porque a maior parte dos bebês mostra-se um tanto 
azulada nos dedos das mãos e pés, naquele estágio. Quando da 
avaliação cinco minutos mais tarde, 85 a 90% dos bebês recebem 
escore 9 a 10. Qualquer escore de 7 ou mais indica que o bebê 
não corre perigo. Um escore de 4, 5 ou 6 costuma signi�car que 
o bebê necessita de ajuda no estabelecimento dos padrões respi -
ratórios normais. Um escore de 3 ou abaixo disso indica um bebê 
em condição crítica, embora aqueles com escores de Apgar tão 
baixos possam e costumam sobreviver. ( BEE, 1996, p. 117). 
3.2 Escala de Avaliação Comportamental Neonatal de Brazelton 
É uma ferramenta utilizada pelos médicos para examinar o 
comportamento dos bebês, distinguindo suas diferenças indivi -
duais, principalmente aquelas que têm relação com o comporta -
mento social interativo. A escala de Brazelton avalia os comporta -
mentos de bebês de até dois meses, em um processo interacional, 
considerando o desempenho mais satisfatório desse bebê. 
A seguir, apresentamos os estágios de consciência do 
bebê e suas características:
sono profundo: olhos fechados, sem movimentos, t�
respiração regular;
sono ativo: olhos fechados, pequenos movimentos t�
estremecidos, respiração irregular;
sonolento: olhos abrindo e fechando;t�
vigília tranqüila: olhos abertos, movimentos corporais t�
mínimos, respiração regular; 
vigília ativa: olhos abertos, movimentos corporais vigorosos, respi -t 
ração irregular;
choro e inquietude: olhos parcial ou inteiramente fechados, movimentos t�
corporais vigorosos e duradouros. 
Um exemplo simples de teste, segundo o método de Brazelton, pode ser visu -
alizado quando um médico agita um brinquedo na frente do bebê, deslocando-o 
de um lado para o outro. Os bebês recém-nascidos saudáveis acompanham esse 
deslocamento do brinquedo. 
É possível avaliar o comportamento do bebê quanto à sua capacidade 
de organização dos estados de consciência, atenção aos eventos ambientais, 
controle das atividades motoras, etc. 
A Avaliação Comportamental de Brazelton apresenta algumas indicações 
para o uso clínico. Porém esse método não é considerado uma avaliação neuro -
lógica formal. 
AULA 3 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
34 FATEC - Psicanálise 
As principais indicações para a utilização do método de Brazelton são:
examinar o bebê na presença dos pais;t�
avaliar qual o impacto do comportamento do bebê no processo de t�
vinculo junto aos pais;
identi�car bebês com possíveis problemas motores ou comportamentais;t 
fornecer uma avaliação prévia para futuro acompanhamento, permi -t�
tindo um planejamento de intervenção.
3.3 Reflexos de um Recém-nascido
Re�exos são as reações físicas que uma pessoa responde ao receber estí -
mulos sensoriais, reagindo a estes estímulos. Quando se fala em um bebê, são 
as reações que o mesmo emite ao receber qualquer tipo de estimulação senso -
rial. Os re�exos de um recém-nascido podem ser percebidos pelas tendências 
perceptuais que o levam a prestar atenção a alguns objetos, ao mesmo tempo 
em que ele ignora outros que também estão ao seu redor. 
Saiba mais
Quadro 2: Re�exos presentes no recém-nascido
REFLEXOS
PROCEDIMENTO USADO PARA 
ESTIMULAR O REFLEXO
DESCRIÇÃO
Re�exo de Babinski
O examinador bate suavemente 
no lado do pé, do calcanhar até 
o dedão.
O bebê �exiona o seu 
dedão enquanto estende os 
quatro dedos menores. 
Re�exo de Moro
O examinador produz um ruído 
inesperado (por exemplo, estoura 
um balão) ou segura o bebê e 
deixa cair sua cabeça algunscentí -
metros. Se o bebê estiver deitado 
de costas no berço, o examinador 
bate simultaneamente nas grades, 
na altura de sua cabeça. 
O bebê abre seus braços 
e depois junta-os na linha 
média do tronco. 
AULA 3 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
 FATEC - Psicanálise 35
REFLEXOS
PROCEDIMENTO USADO PARA 
ESTIMULAR O REFLEXO
DESCRIÇÃO
Re�exo da piscadela Um �ash de luz. O bebê fecha os olhos. 
Re�exo da preensão
O examinador aperta a palma da 
mão do bebê com seu dedo ou 
um lápis. 
O bebê faz movimentos 
como se estivesse andando. 
Re�exo da busca
O examinador estimula a bochecha 
ou o canto da boca do bebê. 
O bebê vira a cabeça em 
direção ao dedo, abre a 
boca e tenta chupá-lo. 
Re�exo da sucção
O examinador insere o dedo indi -
cador na boca do bebê.
O bebê começa a sugá-lo. 
Re�exo da retração
O examinador pressiona a sola 
do pé do bebê com um objeto 
pontiagudo. 
O bebê �exiona a perna, 
evitando o objeto. 
Re�exo da lambida
O examinador põe água com 
açúcar na língua do bebê.
O bebê lambe os lábios e 
pode sugar. 
Re�exo da careta
O examinador põe uma subs -
tância azeda na língua do bebê. 
O bebê contrai os lábios e 
fecha os olhos. 
Re�exo dos passos
O bebê é segurado em pé e o 
examinador move-o para a frente 
e inclina-o para um lado. 
O bebê faz movimentos 
como se estivesse andando. 
Fonte: Mussen e outros (2001, p. 88-89).
Saiba mais
3.4 Desenvolvimento Físico
As mudanças na vida de um bebê, durante os primeiros meses de vida, se 
efetivam de modo extremamente rápido. É comum fazermos comentários do tipo 
“nossa, como seu �lho cresceu ” , quando reencontramos um(a) amigo(a) com o 
�lho, após um último encontro acontecido há poucos meses. 
O crescimento físico dos bebês está relacionado à maturação . Um bom 
exemplo desse processo é o aparecimento da fala na grande maioria das 
crianças, entre um e três anos de idade, que são expostas à fala adulta. 
O cérebro de um bebê de 3 meses de idade não está su�ciente -
mente desenvolvido para permitir que o bebê entenda ou fale. No 
entanto, embora uma criança de 2 anos de idade esteja su�cien -
temente matura, ela não falará, a menos que seja exposta à fala 
de outras pessoas. Assim, a maturação apenas não pode levar ao 
AULA 3 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
36 FATEC - Psicanálise 
aparecimento de uma função psicológica. Ela apenas serve para 
estabelecer a época mais precoce possível para o aparecimento 
daquela função (MUSSEN e outros, 2001, p. 93).
É a maturação do cérebro, atrelada ao desenvolvimento da parte motora da 
coluna vertebral, que permite à criança sentar, engatinhar, �car em pé, andar, 
etc. A seguir, com o auxílio de ilustrações, apresentamos um quadro com as prin -
cipais fases de desenvolvimento da postura e da locomoção do bebê. Também 
procuramos apontar algumas habilidades motoras e manipulativas percebidas 
nos primeiros meses de vida. A maturação se refere a uma série de aconte -
cimentos biológicos no corpo e no cérebro que permite o surgimento de uma 
função psicológica, acreditando que temos um bebê saudável e que viva num 
ambiente cercado de pessoas e objetos .
Quadro 3: Maturação
IDADE POSTURA/LOCOMOÇÃO HABILIDADE
1 mês Levanta um pouco a cabeça
Segura objeto, quando é colocado em 
sua mão
2 meses Levanta o peito Bate em objetos que estão próximos
3 meses Vira-se Tenta pegar o objeto mas não consegue 
4 meses Senta-se com auxílio Tenta alcançar os objetos
5 meses
Mantém ereta a cabeça, 
quando sentado
Pega os objetos
6 meses Senta-se no cadeirão Pega objetos em movimento
7 meses Senta-se sem ajuda
Tenta transferir objetos de uma mão à 
outra
8 meses
Engatinha, arrastando o 
abdome 
Consegue passar um objeto de uma mão 
à outra
9 meses 
Fica de pé, apoiando-se em 
um móvel 
Pequenos sinais de preferência de uma 
mão
10 meses
Anda, quando lhe seguram 
as mãos
Continuam os sinais de preferência 
por uma das mãos
AULA 3 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
 FATEC - Psicanálise 37
IDADE POSTURA/LOCOMOÇÃO HABILIDADE
11 meses
Engatinha, apoiando as mãos 
e os joelhos no chão
Segura uma colher colocada em sua 
mão, mas não consegue levar o alimento 
à boca
12 meses Fica de pé sozinho
Procura apoio para levantar-se, quando 
é preciso
13 meses
Anda, quando guiado por 
uma pessoa adulta
Empilha dois blocos
14 meses Anda sozinho Rola a bola para um adulto
18 meses
Sobe e desce escadas; 
Caminha para trás e para 
os lados
Coloca objetos em pequenos recipientes 
e depois os descarrega
Fonte: Mussen e outros (2001).
3.5 Desenvolvimento Cognitivo
Jean Piaget (1896-1980), psicólogo suíço, é considerado um dos teóricos 
mais importantes no campo do desenvolvimento cognitivo humano. Seus estudos 
tiveram um grande impacto sobre os campos da Psicologia e Psicanálise. 
O ponto de partida do processo de desenvolvimento cognitivo, para Piaget, 
era a interação entre biologia e experiência. “Ele partia do pressuposto de que 
as características biológicas de uma criança impõem alguns limites na ordem e 
na velocidade com que surgem competências cognitivas especí�cas. Ao mesmo 
tempo, ele acreditava que a experiência ativa com o mundo é crucial 
para o crescimento cognitivo” (NEWCOMBE, 1999).
A tese de Piaget era que o desenvolvimento humano não se 
dá de forma sucessiva, acontecendo numa seqüência de quatro 
estágios: sensório-motor (0 a 18 meses); pré-operatório (18 
meses a 7 anos); operatório concreto (7 a 12 anos) e opera -
tório formal (12 anos ou mais). 
O nome estágio é utilizado porque o ser humano, no trans -
correr da sua vida, vai passando por diferentes etapas, nas 
quais vai reorganizando a sua construção e interpretação 
do mundo vivido. Ou seja; a cada nova etapa, uma nova 
compreensão de mundo. 
Por enquanto, o que nos interessa é o primeiro 
desses grandes períodos do desenvolvimento intelectual, 
isto é, o estágio sensório-motor. Aqui, o crescimento cognitivo se dá pelas 
experiências sensoriais e ações motoras. Sendo assim, inicia com os re�exos 
e prossegue por mais seis subestágios, visualizados logo a seguir, em que há 
uma representação de uma classe de ações motoras utilizadas para o alcance 
de uma determinada meta. 
 
AULA 3 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
38 FATEC - Psicanálise 
 
 
Quadro 4: Subestágios
SUBESTÁGIO IDADE NOME/PIAGET CARACTERÍSTICAS
1 0-1 mês Re�exos
Prática de esquemas ou re�exos 
inatos, como o sugar e o olhar. 
Ausência de imitação. 
2 1-4 meses
Reações circulares 
primárias
Início da coordenação de esquemas 
de diferentes órgãos dos sentidos. 
3 4-8 meses
Reações circulares 
secundárias
Bebê torna-se muito mais consciente 
dos eventos externos a seu corpo e 
os faz acontecer novamente.
4 8-12 meses
Coordenação de 
esquemas 
secundários
Comportamento claramente inten -
cional meios-�ns. Ocorre a imitação 
de comportamentos.
5 12-18 meses
Reações circulares 
terciárias
Começa a “experimentação”, novas 
maneiras de manipular os objetos. 
Exploração bastante ativa e inten -
cional, por tentativa e erro. 
6 18-24 meses
Início do 
planejamento 
representativo
Desenvolvimento do uso dos símbolos 
para representar objetos ou eventos. 
A criança compreende que o símbolo 
está separado do objeto. 
Fonte: Adaptação de Bee (2003).
3.6 Desenvolvimento Emocional e Social 
Além dos campos relacionados às partes física e cognitiva dos bebês, há um 
sistema psicológico que, digamos, completa o quadro geral do desenvolvimento, 
na faixa etária do zero aos dois anos de idade, que são as reações emocionais 
e comportamentos que estão relacionados a elas. 
As emoções são importantes porque estão ligadas diretamente aos 
comportamentos apresentados,por exemplo, por um bebê. É fácil ilustrar 
o que estamos dizendo aqui. Vamos imaginar um bebê brincando, na 
sala da casa, com bolas coloridas espalhadas no chão. De repente, 
ele pára de brincar porque viu uma pessoa estranha entrando no 
recinto, alterando seu estado emocional. 
A emo ção, em muitas vezes, está ligada ao estado de tensão 
interna do ser humano, que é seguida por um conjunto de pensa -
mentos a respeito dos sentimentos e das possíveis ações que os 
originaram. Porém principalmente para crianças com menos de um 
ano de idade, essa teoria não funciona, pois elas ainda não desen -
volveram, de modo signi�cativo, suas consciências e suas experi -
ências com o mundo exterior. Desse modo, a emoção ganha um 
outro signi�cado, mais atrelado às alterações físicas e cerebrais. 
AULA 3 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
 FATEC - Psicanálise 39
Nos cinco primeiros meses de vida, os bebês apresentam diversas reações que 
apontam, por conseguinte, para diferentes estados emocionais. A seguir, exem -
pli�camos alguns desses estados emocionais e o porquê dessas ocorrência s. 
Quadro 5: Estados emocionais
EVENTO AMBIENTAL REAÇÃO DO BEBÊ DENOMINAÇÃO
Evento inesperado
Parada da atividade motora 
e desaceleração dos bati -
mentos cardíacos.
“Surpresa em resposta ao 
inesperado”. 
Dor, frio, fome 
Aumento na movimentação, 
fechar os olhos, aumento dos 
batimentos cardíacos e choro.
“Insatisfação em resposta à 
privação física”.
Alimentação
Diminuição no tônus muscular 
e o fechar dos olhos. 
“Relaxamento em resposta à 
grati�cação”.
Evento familiar, 
interação social
Aumento da movimentação 
dos membros, de sorrisos e 
balbucios efusivos.
“Excitação em resposta à assimi -
lação de um evento”.
Fonte: Adaptação de Mussen e outros (2001). 
3.7 Desenvolvimento em Lev Vygotsky
Outro teórico importante para o estudo do desenvolvimento humano é 
Lev Vygotsky. Partindo dos estudos realizados pela psicologia sócio-histórica 
russa, compreende-se que nós todos nascemos com a capacidade de realizar 
alguns processos básicos para a nossa sobrevivência como seres vivos. Esses 
processos, tais como atenção, memória, percepção, motivação, etc. são comuns 
a todos nós e a alguns seres vivos pertencentes ao nosso mesmo �lo biológico, 
ou seja, aos mamíferos, que é o que herdamos �logeneticamente. Chamados 
de Processos Básicos , caracterizam-se pelo seu rudimentalismo, por sua simpli -
cidade, são o mínimo necessário. Dessa forma, por exemplo, a atenção existe 
como um ato re�exo, assim como nos mamíferos, que serve a nossos objetivos, 
necessidades e interesses de sobrevivência. Porém esses processos não nos 
diferenciam dos demais mamíferos, não nos tornam humanos.
Então, o que é que nos torna humanos? Vygotsky (1997) a�rma que o 
que leva a ocorrência do desenvolvimento, de qualquer processo em qual -
quer espécie, é a necessidade, de forma que o desenvolvimento da própria 
personalidade ocorre devido à necessidade. Mas que necessidade é essa que 
impulsiona o desenvolvimento da personalidade no sujeito? Conforme Vygotsky 
(1997) relata, existe, para nós seres humanos, uma necessidade, vinda de nosso 
ambiente sócio-histórico, de reestruturarmos esses processos básicos, pois, 
diferentemente dos demais animais de nosso �lo, nós vivemos em um ambiente 
cultural que, paradoxalmente, é a força motriz para o desenvolvimento da 
personalidade do sujeito e é o que permite ao sujeito desenvolver-se como 
AULA 3 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
40 FATEC - Psicanálise 
ser humano. Dessa forma, podemos compreender que o ser torna-se sujeito 
humano somente na interação com sua cultura e sociedade, pois é apenas 
nessa relação que os processos superiores (por meio da zona de desenvolvi -
mento proximal), aqueles que nos caracterizam enquanto seres humanos, vão 
se construindo, o que vem a demonstrar a importância e o impacto de outro 
ser humano na formação da personalidade do sujeito. O outro me constrói, 
ao mesmo tempo em que eu o construo. E essa construção da personalidade 
partilhada com o outro ocorre desde a concepção da criança, ou seja, desde 
o momento em que a criança estabelece uma interação com o mundo humano 
concreto, com o outro ser humano já imbuído da cultura e história da sua.
Para �nalizar esta aula, lembramos a importância que o outro tem na vida 
do bebê. Podemos, então perceber o papel que os pais exercem no desenvolvi -
mento de seus �lhos.
Ressaltamos que a importância dos pais, no desenvolvimento de um novo 
ser, faz-se imprescindível em todos os momentos da trajetória de vida de seu 
�lho, porém é condição imprescindível que os pais acompanhem os bebês, pois 
estes são dependentes em todos os aspectos: biológicos, orgânicos, psicológicos, 
sociais e econômicos. Vemos, no transcorrer das aulas, o quanto é fundamental a 
teia de relacionamentos que é construída ao longo da vida, con�rmando a velha 
teoria de que o ser humano é um ser social, ou seja, ele precisa relacionar-se 
com outras pessoas para que aconteça seu desenvolvimento social e sua vida se 
torne humanizada e hominizada. 
A maioria dos estudos sobre a cognição em bebês recebe forte in�uência das 
teorias piagetianas sobre a inteligência. No que diz respeito às emoções, o vínculo 
entre os pais e o bebê é essencial para a existência do apego. Esse vínculo pode 
ter início logo nas primeiras horas de vida do bebê. Porém, é com o passar do 
tempo, na multiplicação dos comportamentos, que ele será mais bem estruturado. 
Estudamos, nesta aula, os principais pontos referentes ao desenvolvimento da vida 
de um bebê, desde os aspectos físicos (o engatinhar, o andar, etc.) até os aspectos 
sociais, apontando a importância dos pais no cotidiano social desse bebê. 
1. O primeiro estágio de desenvolvimento infantil, preconizado por Piaget é: 
a) motor c) adaptação
b) pré-sensorial d) sensório-motor
Após sua resposta, justi�que-a com a elaboração de um texto informativo 
para os professores da Educação Infantil.
AULA 3 • PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
 FATEC - Psicanálise 41
2. Assista ao �lme Olha quem está falando e faça um paralelo entre o desen -
volvimento sensório-motor, tendo como base a teoria de Jean Piaget. 
Observe como o bebê desenvolve seu movimento corporal. A que situações 
estimulativas e sensoriais o bebê reage e à quais ignora.
3. Aos 18 meses o bebê já é capaz de:
I. subir escadas
II. descer escadas
III. caminhar para trás
IV. caminhar para os lados
a) Somente a a�rmativa I está correta.
b) As a�rmativas I e a II estão corretas.
c) As a�rmativas I, II e III estão corretas.
d) Todas as alternativas estão corretas.
4. Comente a seguinte a�rmação do caderno de conteúdos, p. 202: “A 
emoção, em muitas vezes, está ligada ao estado de tensão interna do ser 
humano, que é seguida por um conjunto de pensamentos [...] para crianças 
com menos de um ano de idade, essa teoria não funciona”.
Na atividade um , a resposta correta é a (d), pois o primeiro estágio de 
desenvolvimento infantil, preconizado por Piaget, é o estágio sensório-motor. As 
demais estão erradas porque antes de qualquer outro desenvolvimento de adap -
tação, ou motor, é necessário que o bebê responda às estimulações imediatas 
do meio. Quanto ao período pré-sensorial, este não existe na teoria de Piaget. 
A justi�cativa servirá como orientação aos professores da educação infantil, ela 
deverá conter as informações de que os processos de estimulação são fundamen -
tais para que as crianças desenvolvam seus processos cognitivos. 
Na atividade dois , os aspectos que devem ter sido observados são as carac -
terísticas do desenvolvimento motor. Por exemplo, se sobe escadas, se desce, 
como realiza os movimentos, as facilidades e di�culdades para a realização

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