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Apostila Direiro do Trabalho

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FACULDADE NOVO MILÊNIO
PROFª. JULIANA DE FARIA GORONCI
NOÇÕES DE DIREITO DO TRABALHO
1) CONCEITO DE DIREITO DO TRABALHO 
Direito do trabalho é o ramo da ciência jurídica constituído de um conjunto de normas, princípios e institutos destinados a regulação das relações individuais e coletivas entre empregados e empregadores, bem como do trabalhador avulso, tendo por escopo a proteção e melhoria das condições sociais do trabalhador. 
Objeto – relação de emprego regida pela CLT (trabalho subordinado). 
Objetivo – Visa estabelecer uma igualdade jurídica entre o capital e o trabalho, ou seja, confere uma superioridade jurídica ao empregado em face a sua inferioridade econômica perante o empregador, detentor do capital. 
O objetivo primordial do direito do trabalho é estabelecer um arcabouço normativo que propicie o equilíbrio as duas forças que propulsionam o progresso econômica e social da humanidade (capital X trabalho). 
2) QUEM SÃO OS DESTINATÁRIOS DA PROTEÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO? 
Empregado Urbano (Regido pela CLT)
Empregado Rural (regido pela lei 5889/73)
Empregado público regido pela CLT ( EX: empregado da Petrobrás, do Banco do Brasil, Agencia Brasileira de Correios e telégrafos, etc...)
Avulso -trabalhador portuário que tem sua prestação de serviço intermediada por um órgão gestor de mão de obra – OGMO, com o qual não mantém vínculo empregatício. 
Principais diretos desses empregados estão apontados pela Constituição Federal 1988 nos artigos 7º ao 11 , in verbis: . 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
        I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
        II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; 
        III - fundo de garantia do tempo de serviço; 
        IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; 
        V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; 
        VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; 
        VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; 
        VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; 
        IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 
        X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; 
        XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; 
        XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
        XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)
        XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; 
        XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; 
        XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º)
        XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; 
        XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; 
        XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; 
        XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; 
        XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; 
        XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; 
        XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; 
        XXIV - aposentadoria;
        XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
        XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; 
        XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; 
        XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; 
        XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)
        a) e b) (Revogadas pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)
        XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; 
        XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; 
        XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; 
        XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
        XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso.
        Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a sua integração à previdência social. 
        Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: 
        I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;
        II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;
        III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas; 
          IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; 
        V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
        VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
        VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
        VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. 
        Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organizaçãode sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.
        Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. 
        § 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
        § 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
        Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
        Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.
3) RELAÇÃO DE EMPREGO X RELAÇÃO DE TRABALHO – DIFERENCIAÇÃO 
Relação de Trabalho: corresponde a qualquer vínculo jurídico por meio do qual uma pessoa natural executa obra ou serviços para outrem, mediante o pagamento de uma contraprestação.
Podemos afirmar que a relação de trabalho é GÊNERO da qual a relação de emprego é ESPÉCIE.
	RELAÇÃO DE TRABALHO 
Estagiário
Trabalhador Avulso
Trabalhador Autônomo
Trabalhador Eventual
Trabalhador Estatutário
Trabalho Voluntário
Trabalhador Cooperado
Empreiteiro
RELAÇÃO DE EMPREGO
Servidor Público 
	
Relação de Emprego: é relação típica de trabalho subordinado, onde estão presentes os requisitos caracterizadores do pacto laboral, sendo, nos dias atuais, a mais comum e importante relação de trabalho.
Passemos a analisar os requisitos caracterizadores da relação de emprego, estes de compreensão fundamental para o estudo do Direito do trabalho. 
ELEMENTOS CARACTERIZADORES DA RELAÇÃO DE EMPREGO
 
A CLT aponta esses elementos em dois preceitos normativos combinados, a saber:
  Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. (...)
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. (...)
Trabalho por pessoa física 
Pessoalidade
Não-eventualidade
Onerosidade 
Subordinação
Alteridade
Trabalho por pessoa física 
Para a caracterização da relação de emprego o serviço tem de ser executado pessoalmente pelo empregado, que não podendo ser substituído por outro. 
Pessoalidade 
O serviço tem que ser executado pessoalmente pelo empregado, que não poderá ser substituído por outro. O contrato de emprego e intuitu personae em relação ao empregado. 
A relação de emprego, no que atine ao obreiro, reveste-se de caráter de infungibilidade, devendo o laborante executar os serviços pessoalmente. 
I
Não-eventualidade 
A conceituação de trabalho não-eventual não e tarefa das mais fáceis para os operadores do Direito. 
Várias teorias surgiram para determinar o real sentido de trabalho não-eventual, prevalecendo a Teoria dos Fins do Empreendimento, considerando como trabalho não-eventual aquele prestado em caráter contínuo duradouro, permanente, em que o empregado, em regra, se integra aos fins sociais desenvolvidos pela empresa. 
A prestação do serviço com habitualidade, de forma contínua e permanente, na qual o obreiro passa a fazer parte integrante da cadeia produtiva da empresa, mesmo que desempenhando uma atividade-meio, caracteriza o trabalho não-eventual. 
Onerosidade 
A principal obrigação do empregado e a prestação dos serviços contratados. Em contrapartida, seu principal direito e o do recebimento da contraprestação pelos serviços prestados (remuneração). 
A relação de emprego impõe a onerosidade, o recebimento da remuneração pelos serviços executados. 
A prestação de serviços a título gratuito descaracteriza a relação de emprego, apenas configurando mera relação de trabalho, como ocorre no caso do trabalho voluntário (Lei 9.608/1998). 
Subordinação 
O empregado e subordinado ao empregador. No entanto, essa subordinação não é econômica, pois o empregado pode possuir situação financeira superior a do seu empregador (como acontece com alguns atletas profissionais de futebol). 
Também não se trata de subordinação técnica, considerando que o obreiro, por vezes, detém a técnica de trabalho que seu empregador não possui. 
A subordinação apontada e a subordinação jurídica, que advêm da relação jurídica estabelecida entre empregado e empregador. 
Em função do contrato de emprego celebrado, passa o obreiro a ser subordinado juridicamente ao patrão, devendo o trabalhador acatar as ordens e determinações emanadas, nascendo para o empregador, inclusive, a possibilidade de aplicar penalidades ao empregado (advertência, suspensão disciplinar e dispensa por justa causa), em caso de cometimento de falta ou descumprimento das ordens emitidas. 
Alteridade 
O principio da alteridade determina que os riscos da atividade econômica pertencem única e exclusivamente ao empregador. 
O empregado não assume os riscos da atividade empresarial desenvolvida. Logo, tendo laborado para o empregador, independente de a empresa ter auferido lucros ou prejuízos, as parcelas salariais sempre serão devidas ao obreiro, o qual não assume 0 risco da atividade econômica.
A própria CF/1988 (art. 7.°, XI) e a Lei 10.101/2000 prevêem a possibilidade da participação do empregado nos lucros da empresa. 
No entanto, jamais o empregado assumirá os riscos do negócio, sendo os resultados negativos da empresa suportados exclusivamente pelo empregador. 
Frise-se que os requisitos da relação de emprego estão expressamente previstos no diploma consolidado, especificamente nos arts. 2.° e 3.°, que conceituam empregado e empregador, sujeitos do contrato de trabalho (contrato de emprego). 
4) PRINCÍPIOS 
Princípios são proposições genéricas que servem de fundamento e inspiração para o legislador na elaboração da norma positivada, atuando também como forma de integração da norma, suprindo as lacunas e omissões da lei, exercendo, ainda, importante função, operando como baliza orientadora na interpretação de determinado dispositivo pelo operador de Direito.
Os princípios exercem, pois, uma tríplice função:
Informativa
Normativa
Interpretativa. 
Podemos destacar os seguintes princípios do Direito do Trabalho: 
PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO 
Constitui a gênese do Direito do Trabalho, já que este tem como objetivo estabelecer uma igualdade jurídica entre empregado e empregador, em virtude da manifesta superioridade econômica, deste diante daquele. 
O princípio da proteção, sem duvidas o de maior amplitude e importância no Direito do Trabalho, consiste em conferir ao pólo, mais fraco da relação laboral - o empregado - uma superioridade. Jurídica capaz de garantir mecanismos destinados a tutelar os direitos mínimos estampados na legislação laboral vigente. 
O intervencionismo básico do Estado, ao estabelecer normas imperativas de observância obrigatória nos pactos laborais, nasceu em função do empregado ser o sujeito hipossuficiente na relação jurídica de emprego. 
Dessa forma, o princípio da proteção criou mecanismos, regras e presunções próprias, assegurando uma rede protetiva ao obreiro, com o claro propósito de diminuir a desigualdade no pacto de emprego celebrado com o empregador. 
O princípio da proteção, em verdade, insere-se na estrutura do Direito do Trabalho como forma de impedir a exploração do capital sobre o trabalho humano, possibilitando a melhoria das condições de vida dos trabalhadores e permitindo o bem-estar social dos obreiros. 
PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE DE DIREITOS
O princípio da irrenunciabilidade de direitos, também chamado de princípio da indisponibilidade de direitos ou princípio da inderrogabilidade, foi consagrado pelo art. 9.° da CLT,ao dispor que: 
"Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação".
 
Tal princípio toma os direitos dos trabalhadores irrenunciáveis, indisponíveis e enverrugáveis, conferindo importante mecanismo de proteção ao obreiro em face da pressão exercida pelo empregador, o qual, muitas vezes, utilizando-se de mecanismos de coação, induz, obriga o trabalhador a dispor contra a vontade de direitos conquistados a suor e trabalho. 
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO
A regra presumida e a de que os contratos sejam pactuados por prazo indeterminado, passando o obreiro a integrar a estrutura da empresa de forma permanente, somente por exceção admitindo-se o contrato por prazo determinado ou a termo. 
E bem verdade que a Constituição Federal 1988, ao consagrar definitivamente o FGTS como regime obrigatório, bem como ao instituir a chamada indenização compensatória para os casos de dispensa imotivada ou arbitraria (CF/1988, art. 7.°, I), enfraqueceu consideravelmente o princípio da continuidade da relação de emprego, convertendo a dispensa sem justa causa num mero ato potestativo do empregador. 
Todavia, a CF1988 previu o aviso-prévio para os casos de dispensa imotivada do trabalhador (onerando a dispensa injusta), a estabilidade do dirigente sindical (art. 8.°, VIII) e a garantia no emprego para a gestante e o cipeiro (art. 10, ADCT), os quais valorizam, sem duvida, o principio em comento. 
PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE
Estabelece o princípio da primazia da realidade que a verdade real prevalece sobre a verdade formal, predominando, portanto, a realidade sob a forma. 
Esse principio e muito aplicado no âmbito laboral, principalmente para impedir procedimentos fraudatórios praticados pelo empregador no sentido de tentar mascarar 0 vinculo de emprego existente, ou mesmo conferir direitos menores dos que os realmente devidos. 
PRINCÍPIO DA INALTERABILIDADE CONTRATUAL LESIVA
O princípio da inalterabilidade contratual teve sua origem no Direito Civil, especificamente na clausula pacta sunt servanda, segundo a qual os contratos devem ser cumpridos.
O art. 468 da CL T somente permite a alteração das clausulas e condições fixadas no contrato do trabalho em caso de mutuo consentimento (concordância do empregado), e desde que não cause, direta ou indiretamente, prejuízo ao mesmo, sob pena de nulidade da cláusula infringente dessa garantia. 
A alteração proibida nas relações de emprego é a prejudicial, lesiva aos interesses do empregado, visto que as modificações que venham a trazer maiores benefícios ao empregado serão sempre validas e estimuladas. 
Por outro lado, não se pode esquecer que o empregador possui o poder de gestão, de mando e comando na direção da empresa, assumindo também os riscos da atividade econômica (CLT, art. 2.°), haja vista que o empregado presta serviços por conta alheia (principio da alteridade).
Em função disso, a doutrina permite que o empregador promova, no exercício da gestão da empresa, pequenas variações no contrato de trabalho, de maneira unilateral (jus variandi), desde que não causem prejuízos ao empregado, sob pena de imediata resistência do obreiro, inclusive com a busca da tutela jurisdicional (jus resistenciae).
Atenção 
Por último, cabe destacar que, no plano coletivo, as convenções coletivas, os acordos coletivos e a sentença normativa, embora fixem cláusulas e normas de cumprimento e aplicação obrigatória aos contratos de trabalho, não se incorporam definitivamente aos pactos de emprego, conforme demonstra a Sumula 277 do TST, ao dispor que: 
"Súmula 277 TST As condições de trabalho alcançadas por força de sentença normativa vigoram no prazo assinado, não integrando, de forma definitiva, os contratos". 
PRINCÍPIO DA IRREDUTIBILIDADE SALARIAL
Princípio da irredutibilidade salarial ou inalterabilidade: o princípio, elevado em nível constitucional, é o de que o salário é irredutível, não se permitindo a redução salarial do obreiro, uma vez que os contratos devem ser cumpridos (pacta sunt servanda), bem como o art. 468 consolidado proíbe qualquer alteração contratual que cause prejuízos ao empregado.
Em função da flexibilização de algumas normas trabalhistas, permitiu o legislador constituinte originário, no art. 7.°, VI, da Carta Maior, que em situações excepcionais, mediante intervenção sindical por intermédio de negociação coletiva, os salários fossem reduzidos temporariamente, em caso de dificuldades da empresa, pela assinatura de convenção ou acordo coletivo de trabalho.
Preferiu-se, nesse caso, diminuir temporariamente os salários, preservando o bem maior dos trabalhadores, qual seja o emprego, prevalecendo o princípio da continuidade da relação de emprego.
No entanto, frise-se: a regra geral é da irredutibilidade salarial.
Excepcional e temporariamente, comprovada a dificuldade financeira momentânea do empregador em honrar o valor integral dos salários dos obreiros, e objetivando preservar o emprego dos trabalhadores, a Carta Magna permitiu a redução salarial temporária (pelo prazo máximo de 2 anos), desde que haja a intervenção sindical com a assinatura de convenção ou acordo coletivo do trabalho.
PRINCÍPIO DA INTANGIBILIDADE SALARIAL 
Princípio da intangibilidade: o obreiro tem de receber o salário integralmente, abstendo-se o empregador de efetuar descontos no salário do obreiro, salvo as hipóteses legais, conforme descrito no art. 462 da CLT e consubstanciado na Súmula 342 do TST. Após a promulgação da CF/1988, o princípio da intangibilidade salarial foi reforçado, tendo em vista que o art. 7°, X, da Carta Magna disciplinou que a retenção dolosa do salário constitui crime.
Descontos 
Art. 462. da CLT Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo.
§ 1º Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado.
Súmula 342 TST. Descontos salariais efetuados pelo empregador, com a autorização prévia e por escrito do empregado, para ser integrado em planos de assistência odontológica, médico-hospitalar, de seguro, de previdência privada, ou de entidade cooperativa, cultural ou recreativa-associativa dos seus trabalhadores, em seu benefício e dos seus dependentes, não afrontam o disposto no artigo 462 da CLT, salvo se ficar demonstrado a existência de coação ou de outro defeito que vicie o ato jurídico. 
CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO
Art. 442 "Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego".
1) CONCEITO – Contrato individual de trabalho é o acordo de vontades, tácito ou expresso, pelo qual uma pessoa física, denominada empregado, se compromete, mediante o pagamento de uma contraprestação salarial, a prestar trabalho não-eventual e subordinado em proveito de outra pessoa, física ou jurídica, denominada empregador.
2) SUJEITOS 
 Empregado -------Relação jurídica de emprego ---------Empregador 
 (Regida pela CLT)
Empregado 
Conceito 
 Artigo 3º (CLT) "Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário".
Analisando o conceito de empregado descrito no diploma consolidado (art. 3.°) podemos identificar a presença de quatro requisitos caracterizadores da relação de emprego, que são:
Trabalho prestado por pessoa física;
Não-eventualidade;
Subordinação jurídica (dependência); 
Onerosidade (pagamento de salário).
Os dois outros requisitos caracterizadores da relação de emprego - pessoalidade (o serviço tem de ser prestado pessoalmente pelo empregado) e alteridade (risco da atividade econômicapertence única e exclusivamente ao empregador) - podem ser encontrados no art. 2.°, que define o conceito de empregador.
O empregado descrito no art. 3° da CLT é espécie de empregado urbano, visto que o empregado rural é regido por legislação própria (Lei 5.889/1973).
Trabalho Manual, Técnico ou Intelectual
Art. 3°, parágrafo único da CLT - "Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual".
Art. 7°, XXXII da CF “Proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos.”
A CF/1988 e a CLT garantem o tratamento isonômico entre os trabalhadores que exercem atividade manual, técnica ou intelectual, assegurando a todos os empregados os direitos e garantias conferidos genericamente, independente do trabalho exercido.
Ressalte-se que existem regulamentações específicas, que dispõem sobre determinadas profissões intelectuais (ex.: advogado -Lei 8.906/1994; psicólogo -Lei 4.119/1962; professores -CLT, arts. 317 a 324 etc.), não contrariando o princípio da isonomia, pois disciplinam situações de trabalho distintas, especiais. O que a lei veda é tratamento diferenciado para a mesma situação de trabalho.
Trabalho em domicílio
Trabalho em domicílio é o realizado na moradia do empregado. Entende-se como domicílio da pessoa natural “o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo” (CC, art. 70) 
O art. 6° da CLT estabelece que:
"Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador e o executado no domicílio do empregado, desde que esteja caracterizada a relação de emprego".
Ex¹: costureira que realiza seu ofício em casa, na sua residência, não havendo controle, pelo empregador, da jornada do obreiro (que labora na hora que bem entender, em geral conciliando as atividades domésticas com as profissionais), mas tão-somente fiscalização sobre a produção efetuada.
Ex²: Teletrabalho, laborando o empregado em sua residência, ou em outro lugar que não seja nas dependências da empresa, utilizando-se dos meios eletrônicos de comunicação para transmitir seu trabalho (fax, e-mail etc.).
É o que ocorre com muitos jornalistas, escritores de novelas etc., que escrevem seus textos em sua residência, retransmitindo-os ao empregador via internet.
Empregado Rural 
Art. 1º da lei 5889/1973 - “Empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual a empregador rural, sob a dependência deste.” 
Prédio rústico é o situado geograficamente em zona urbana, mas dedicado à atividade agropastoril.
O trabalhador rural, após a promulgação da CF/1988, passou a ter os mesmos direitos dos trabalhadores urbanos, conforme acentua o caput do art. 7.° da Carta Maior.
A caracterização do trabalhador rural dá-se em função da atividade exercida por seu empregador. Exercendo o empregador uma atividade rural, empregado rural será o obreiro.
A CLT não se aplica aos trabalhadores rurais, conforme dispõe o art. 7.° consolidado, sendo os mesmos regidos pela Lei 5.889/ 1973 e pelo Decreto 73.626/1974. 
São exemplos de trabalhadores rurais: o boiadeiro, o peão, o ordenhador de gado, o tratorista, o trabalhador que labora na lavoura, etc.
O contrato de safra, previsto no art. 14 da Lei 5.889/1973 e no art. 19 do Decreto 73.626/1974, decorrente de variações estacionais de atividade agrária, será exercido por prazo determinado, sendo o safrista um trabalhador rural.
Atenção - O empregado que trabalha no "casarão" da fazenda, realizando serviços domésticos no âmbito residencial, não será considerado empregado rural, mas sim empregado doméstico.
Empregado doméstico
Artigo 3º (... ) Lei 5859/72
“I - Empregado doméstico é aquele que presta serviços de natureza contínua e de finalidade não-lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial dessas.”
O empregado doméstico é regido, pela Lei 5.859/1972, pelo Decreto 71.885/1973 e pelo Decreto 3.361/2000, não se aplicando a ele a CLT, em função do art. 7°, a, consolidado.
O trabalhador doméstico não exerce atividade econômica, sendo seus serviços desenvolvidos à pessoa ou a família, sem o intuito de lucro.
São domésticos, além do trabalhador que realiza tarefas domésticas diárias (lavar e passar roupas, cozinhar, arrumar a casa etc.), o motorista particular, o caseiro, a babá, a enfermeira particular etc.
Atenção - Os empregados de condomínios (porteiros, serventes, zeladores etc.) não são domésticos, sendo regidos pela CLT.
A Constituição Federal de 1988 estendeu aos domésticos, por meio do art. 7°, parágrafo único, os seguintes direitos:
a) salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado (art.7.°, IV);
b) irredutibilidade de salário (art. 7.°, VI);
c) 13.° salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria (art. 7.°, VIII);
d) repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos (arto 7.°, XV);
e) gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal (art. 7.°, XVII)
t) licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de 120 dias (art. 7.°, XVIII); ,
g) licença-paternidade, nos termos fixados em lei (art. 7.°, XIX);
h) aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de 30 dias, nos termos da lei (art. 70°, XXI);
i) aposentadoria (arto 7.°, XXIV);
j) integração à previdência social (art. 7.°, parágrafo único).
Ademais estabelece legislação infraconstitucional como direitos dos domésticos:
Estabilidade da gestante desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto (Lei 11.324/06). - Súmula 244 do TST
Vale transporte
Inclusão no sistema de FGTS – facultativa / Sendo irretratável (art. 2º Dec. 3.361/200)
O empregado doméstico incluso no sistema de FGTS fará jus ao seguro desemprego, no valor de um salário mínimo, por no máximo 3 meses, desde que comprove o vínculo de trabalho, como empregado doméstico, durante pelo menos 15 meses nos últimos 24 meses. Se incluso no sistema de FGTS, terá direito a multa de 40% em caso de dispensa sem justa causa.
Férias de 30 dias (Lei 11.324/06).
É antiga a discussão sobre o enquadramento do obreiro como empregado doméstico ou diarista. Embora não haja unanimidade, a tendência nos tribunais laborais é a de reconhecer o vínculo de emprego do trabalhador que executa serviços na mesma residência três ou mais vezes na semana. No entanto, não há uma regra previamente definida, pois o reconhecimento do vínculo empregatício dependerá principalmente das provas produzidas nos autos, devendo ser analisado cada caso concretamente, investigando: se o serviço era prestado com regularidade, mesmo que não diariamente; se o obreiro laborava em outras residências; se escolhia o dia em que pretendia laborar; se exercia o ofício pessoalmente.
Empregado Público – é o empregado que mantém vínculo de emprego, contratual, com uma entidade da administração pública direta ou indireta. São os empregados da União, Estados, Distrito Federal, Autarquias, Fundações Públicas, Sociedades de Economia Mista e Empresa Pública.
Observações importantes
a) Em princípio, o diretor de sociedade é órgão da entidade e não empregado. Todavia, pode ser reconhecido o vínculo de emprego caso presentes os requisitos inerentes ao liame empregatício. A propósito, a Súmula 269 do Colendo TST, esclarece que "O empregado eleito para ocupar cargo de diretor tem o respectivo Contrato de trabalho Suspenso, não se computando o tempo de serviço deste período, salvo se permanecer a subordinação jurídica inerente à relação de emprego";
b) O presidiário que labora na cadeia objetivando diminuir sua pena não é empregado do Estado, tendo em vista o art. 28 da Lei de Execuções Penais (LEP);
c) O padre, o pastor, o ministro de confissão religiosa não é empregado da respectiva congregação, pois o destinatário dos seus serviços é a própria sociedade. Não obstante, pode a igrejapossuir outros empregados;
d) O filho pode ser empregado do pai desde que presentes os requisitos caracterizadores da relação de emprego;
e) O empregado pode ser acionista da empresa. No entanto, quando o obreiro passa a ter o controle acionário, com participação majoritária nas cotas ou ações da empresa, descaracteriza-se a relação de emprego.
B) Empregador 
Artigo 2º da CLT "Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços.
§ 1.° Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados".
Conceito – A pessoa física ou jurídica que, assumindo os riscos da atividade econômica, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços.
Grupo econômico
A CLT, em seu art. 2.°, § 2.°, dispõe que:
"Sempre que um ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis: a empresa principal e cada uma das subordinadas".
A formação do grupo econômico depende da presença de, no mínimo, duas empresas, as quais estejam sobre direção única, tendo sempre uma empresa principal, controladora das demais.
Todas as empresas do grupo deverão exercer atividade econômica, mas não necessariamente a mesma atividade, podendo, exemplificativamente, termos, no mesmo grupo econômico, uma farmácia, uma indústria e um posto de gasolina.
Ademais, o grupo econômico, para efeito trabalhista, não necessita de revestir-se das formalidades jurídicas específicas contidas na legislação comercial, sendo desnecessária a formalização do grupo por meio de registros em cartórios, bastando tão-somente que restem evidenciadas as características do grupo de empresas descritas na CLT (art. 2.°) e na Lei de Trabalho Rural (art. 3.°).
Comprovada a existência do grupo de empresas, e a conseqüente responsabilidade passiva solidária, o obreiro credor de alguma verba trabalhista poderá exigi-Ia do seu empregador direto, ou mesmo de todas ou de algumas empresas do grupo.
O grupo econômico normalmente é formado por pessoas jurídicas, nada impedindo, no entanto, que pessoas físicas lhe integrem. Porém, o Estado não pode integrar grupo de empresas, visto desempenhar atividade pública, de gerenciamento e administração dos bens e serviços públicos, incompatível com as finalidades privadas do grupo de empresas. 
Considerando que prevaleceu a teoria do empregador único para configuração do grupo de empresas, restou também consagrada na doutrina e na jurisprudência a responsabilidade ativa solidária das empresas do grupo, podendo todas exigirem, salvo o disposto em contrário, serviços do obreiro, durante o mesmo horário de trabalho, sem que isso configure a existência de mais de um pacto de emprego.
Súmula 129 TST “A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário".
Dono de obra
Tema de importância, abordado pela doutrina e jurisprudência, consiste em definir se o dono de um imóvel em construção ou reforma (dono de obra) é empregador do obreiro que lhe presta serviços de construção.
Prevalece o entendimento de que o dono da obra, por não exercer uma atividade econômica, apenas estando construindo ou reformando seu imóvel, sem qualquer intenção de lucro, não pode ser considerado empregador do obreiro que lhe presta serviços nessas condições.
Por outro lado, se o dono da obra é uma construtora, uma imobiliária, uma incorporadora, que constrói com o fim de obter lucro, pode ser reconhecido o liame empregatício entre o empreiteiro e o dono da obra, pois, nesse caso, há clara exploração de atividade econômica.
Nesse sentido, cabe destacar a "OJ 191 da SDI-I do TST”.
3) CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE TRABALHO
Podemos destacar as seguintes características do contrato de trabalho:
Contrato de Direito Privado: as partes são livres para estipular as cláusulas do contrato, desde que respeitem as normas de proteção mínima ao trabalhador inscritas na CF/1988 e no diploma consolidado.
Informal: a regra é a informalidade nos contratos de trabalho, admitindo-se, inclusive, que seja celebrado de forma verbal ou tácita (CLT, art. 443).
Bilateral ou Sinalagmático: gera direitos e obrigações para ambas as partes (empregado e empregador).
lntuitu personae em relação ao empregado: o empregado tem que prestar o trabalho pessoalmente.
Comutativo: deve existir uma eqüipolência, equivalência entre o serviço prestado e a contraprestação.
Consensual: nasce do livre consentimento das partes.
De trato sucessivo ou de débito permanente: a relação mantida entre obreiro e respectivo empregador é de débito permanente, contínuo, duradouro, em que os direitos e obrigações se renovam o cada período.
Oneroso: a prestação de trabalho corresponde a uma prestação de salário. Não há relação de emprego se o serviço for prestado a título gratuito.
4) CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRA TOS DE TRABALHO
Contrato Tácito x Contrato expresso
No contrato tácito, a reiteração na prestação de serviços pelo obreiro ao empregador, sem oposição do último, caracteriza um ajuste tácito.
A prestação contínua de serviços pelo empregado, sem a oposição do empregador, muito embora o contrato e as respectivas cláusulas não tenham sido expressamente acordados (de forma verbal ou escrita), revela a existência de contrato de trabalho, firmado de maneira tácita.
Podemos mencionar o exemplo de um trabalhador desempregado que comparece a um edifício em construção e solicita ao mestre de obras ou mesmo ao engenheiro responsável trabalho por apenas um dia, passando, posteriormente, a comparecer, diariamente ao labor, prestando serviços sem a oposição da empresa, muito embora nada tenha sido previamente acordado, expressado.
O contrato expresso é aquele que foi acordado de forma clara, precisa, sendo todas as cláusulas e condições do pacto laboral previamente acordadas. O contrato expresso pode ser escrito ou verbal. 
b) Contrato escrito x Contrato verbal
A simples assinatura da CTPS - Carteira de Trabalho e Previdência Social – já caracteriza um contrato escrito (CL T, art. 29). Não obstante, também pode ser firmado um contrato escrito por meio de assinatura, pelas partes, de pacto específico, contendo o nome e qualificação do empregador e empregado, o objeto do contrato, direitos e obrigações dos contratantes, jornada etc.
Em função de a informalidade ser uma característica do contrato de trabalho, admite expressamente o art. 443 consolidado a pactuação de liame empregatício verbal. O fato de a CTPS não ter sido assinada, no prazo de 48 horas, contado da admissão (CLT, art. 29), gera simples ilícito administrativo (passível de autuação pelo auditor fiscal do trabalho), nada impedindo que as partes tenham pactuado verbalmente o contrato de emprego, fixando salário, horário, objeto etc. 
Atenção:
Existem alguns contratos que necessariamente devem ser por escrito. 
Exemplo: menor aprendiz (CLT, art. 428), atleta profissional de futebol (Lei 9.615/98, art. 29), contrato de trabalho temporário (Lei 6.019/1974, art. 11) etc.
c) Contrato por prazo determinado X Contrato por prazo indeterminado
Em função do princípio da continuidade da relação de emprego, celebrado um liame empregatício, a presunção (relativa) é de que ele tenha sido pactuado por prazo indeterminado, cabendo ao empregador a prova em contrário, conforme entendimento consubstanciado no Enunciado 212 do TST.
Também denominado contrato a termo, o contrato por prazo determinado é o celebradopor tempo certo e determinado, ou pelo menos com previsão aproximada de término, como acontece nos contratos de safra. No contrato a termo, as partes já sabem, desde o início, o fim exato ou aproximado do contrato. O contrato por prazo determinado, em virtude do princípio da continuidade da relação de emprego, somente pode ser celebrado nos casos permitidos em lei.
Modalidades de Contrato por prazo determinado 
Contrato por tempo determinado da CLT
“Art. 443 O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito e por prazo determinado ou indeterminado.
§ 1º Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência depende de termo prefixado ou da execução de serviços específicos ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada.
§ 2º O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando:
a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo;
b) de atividades empresariais de caráter transitório;
c) de contrato de experiência".
No contrato por prazo determinado as partes ajustam antecipadamente o seu termo, ou seja, os contratantes desde o início já sabem o dia do término do contrato ou mesmo têm uma previsão aproximada do término.
Os requisitos de validade do contrato por prazo determinado são:
Serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique predeterminação do prazo: nesta hipótese, o que importa é, natureza ou periodicidade do serviço que vai ser desempenhado pelo empregado na empresa.
EX: contratar um empregado temporariamente, para atender a um breve aumento de produção em certo período do ano (transitoriedade) ou mesmo para realizar serviços de montagem de uma máquina (natureza).
Atividades empresariais de caráter transitório: dizem respeito à atividade desempenhada pela empresa e não ao empregado ou ao serviço. Nessa hipótese, a atividade da empresa é temporária provisória.
EX: A empresa apenas funcionaria em certas épocas do ano atuando, por exemplo, na produção e venda de fogos de artifício, ovos de Páscoa, panetone de Natal etc.
Contrato de experiência: No contrato de experiência ambos os contratantes irão se testar mutuamente.
O prazo máximo de validade do contrato de experiência é de 90 dias (CLT, art. 445, parágrafo único), admitindo-se, dentro do prazo máximo de validade, uma única prorrogação (art. 451 consolidado).
REGRAS ATINENTES AO CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO DA CLT:
a) art. 445 da CLT - PRAZO: o contrato por prazo determinado não poderá ser estipulado por período superior a dois anos, salvo contrato de experiência que não poderá ultrapassar a 90 dias.
b) art. 451 da CLT - PRORROGAÇÃO: o contrato a termo somente admite uma única prorrogação, dentro do prazo máximo de validade. Em função disso, da segunda prorrogação em diante, o contrato será considerado por prazo indeterminado;
c) art. 452 da CLT - CONTRATOS SUCESSIVOS: entre o final de um contrato por prazo determinado e o início do outro, é necessário que haja decorrido mais de seis meses, sob pena do segundo contrato ser considerado por prazo indeterminado, salvo se a expiração deste dependeu da execução de serviços especializados ou da realização de certos acontecimentos (ex.: safra). Não se aplicável ao contrato de experiência, pois constitui fraude a legislação trabalhista contratar novamente o mesmo empregado ainda que decorrido os 6 meses da última contratação, tendo em vista que nesse caso o empregador já tem ciência da capacidade do empregado, sendo dispensável o período de prova.
d) art. 487 da CLT - AUSÊNCIA DE AVISO PRÉVIO E MULTA DE 40% SOBRE O FGTS: nos contratos por prazo determinado, em regra, não há falar em aviso prévio, haja vista que as partes já sabem, desde o início, quando o contrato vai findar, salvo na hipótese do art. 481 da CLT;
e) art. 479 da CLT e art. 14 do Decreto 99.684/1990 (decreto regulamentador do FGTS) -INDENIZAÇÃO - EMPREGADOR QUE ROMPE O CONTRATO SEM JUSTO MOTIVO ANTES DO TERMO FINAL: o empregador que romper o contrato por prazo determinado antes do termo final pagará ao obreiro metade da remuneração que seriam devidos até o final do contrato (CLT, art. 479), mais multa de 40% do FGTS (Decreto 99.684/1990, art. 14);
f) art. 480, caput e parágrafo único, da CLT - INDENIZAÇÃO - EMPREGADO QUE ROMPE O CONTRATO SEM JUSTO MOTIVO ANTES DO TERMO FINAL: o empregado que rompe o contrato por prazo determinado, antes do termo final, indenizará o empregador pelos prejuízos causados. O valor máximo não excederá àquele que teria direito o obreiro em idênticas condições;
art. 481 da CLT - CLÁUSULA ASSECURATÓRIA DO DIREITO RECÍPROCO DE RESCISÃO: se no contrato por prazo determinado existir a denominada cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão, em caso de rompimento imotivado antecipado do contrato, seja pelo empregado, seja pelo empregador, não se aplicará o disposto nos arts. 479 e 480, utilizando-se apenas as regras atinentes aos contratos por prazo indeterminado. Nessa esteira, existindo a cláusula assecuratória, rompendo o empregador o contrato a termo sem justo motivo, concederá ao obreiro o aviso prévio e pagará a multa de 40% do FGTS. Por outro lado, caso o empregado rompa o contrato, apenas terá que conceder aviso prévio ao empregador, não precisando arcar com qualquer indenização ao patrão.
ESTABILIDADE – Não se adquire estabilidade no curso do contrato de trabalho por prazo determinado.
FORMA – A forma escrita não é requisito legal de validade do CTD, mas a doutrina dominante não acompanha esse raciocínio exigindo a forma escrita nesses tipos de contrato de trabalho. Cabe destacar que a contratação por prazo determinado é excepcional, existindo uma presunção juris tantum, que o contrato foi celebrado por prazo indeterminado. 
O empregado contratado por tempo determinado tem direito a 13º e férias proporcionais, acrescidas de 1/3.
Contrato por prazo determinado da lei 9.601/1998 
Tentativa desastrosa de flexibilizar os direitos trabalhistas dos obreiros.
Fere o princípio da continuidade da relação de emprego.
A lei em comento permitiu que o contrato, dentro de seu prazo máximo de validade (2 anos), fosse prorrogado inúmeras vezes, não se aplicando o art. 451 da CLT. A Lei 9.601/1998 condicionou a contratação por ela disciplinada à prévia negociação coletiva, com a assinatura de convenção ou acordo coletivo de trabalho.
A Lei 9.601/1998, do ponto de vista prático, tem sido pouco aplicada, visto que houve, como ainda há, uma resistência muito grande dos sindicatos profissionais (dos trabalhadores) em assinar a convenção ou acordo coletivo autorizando tal contratação, visto que o diploma lançado tomou ainda mais precária a relação de trabalho no Brasil, com diminuição de vários direitos conquistados ao longo de anos.
	HIPÓTESE
	CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO DA LEI
9.601/1998
	CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO DA CLT
	Contratação – Possibilidade
	O obreiro pode ser contratado para qualquer atividade na empresa, independentemente, das restrições do art. 443, § 2º, da CLT.
	O obreiro, somente, pode ser contratado nas hipóteses do art. 443, § 2º, da CLT.
	Indenização
	Não se aplicam os arts. 479 e 480 da CLT. A indenização devida será fixada na CC/AC (art. 1º, § 1º, da lei 99.684/19900), bem como a multa de 40% do FGTS (dec. 99.684/1990, art.14).
	Será devida a indenização dos arts. 479 e 480 da CLT e a multa de 40% do FGTS (dec. 99.684/1990, art.14).
	Prorrogação
	Dentro do prazo máximo de 2 anos, admite várias prorrogações, não se aplicando o art. 451 da CLT.
	Somente admite uma única prorrogação, nos moldes do art. 451 da CLT.
	Estabilidade
	Dentro do prazo de validade do contrato admite a estabilidade do dirigente sindical, da gestante, do cipeiro e do acidentado (art. 1º, § 4º da lei 9601/98)
	Não há estabilidade.
	Número máximo de empregados contratados
	Somente permite admissões para o acréscimo de pessoal (art. 1º), fixandopercentual máximo de contratações em função do número de empregados da empresa (art.3º).
	Não há.
	Contratos sucessivos
	Aplica-se art. 452 da CLT
	Aplica-se art. 452 da CLT
	Cláusula assecuratória do direito de rescisão.
	Aplica-se art. 481 da CLT
	Aplica-se art. 481 da CLT
	FGTS
	Valor do recolhimento negociado na CC/ AC.
	Recolhimento mensal de 8%
Contrato de Trabalho Temporário – Lei 6019/ 1974
EMPRESA DE TRABALHO TEMPORÁRIO
TRABALHADOR
TEMPORÁRIO
EMPRESA TOMADORA DO SERVIÇO
VÍNCULO
O artigo 2º da lei 6019/74 define trabalho temporário como:
"... aquele prestado por pessoa física a uma empresa, para
atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços".
O contrato de trabalho temporário é bastante utilizado, principalmente nos finais do ano, pelos comerciantes, em função do aumento da demanda, ou mesmo pelos proprietários de hotéis, navios, restaurantes, os quais costumam utilizar mão-de-obra temporária para suprir o excesso de serviço que surge na chamada "alta temporada".
Podemos destacar as seguintes características do trabalho temporário:
No contrato de trabalho temporário, identificamos três atores sociais envolvidos: a empresa de trabalho temporário, o trabalhador temporário e o tomador de serviços ou cliente;
O contrato de trabalho temporário, conforme disposição da - Lei 6.019/1974, somente pode ser utilizado no meio urbano, não sendo aplicável no meio rural;
A empresa de trabalho temporário atua como mera intermediadora de mão-de-obra, autorizada pela lei a fornecer mão-de-obra aos tomadores de serviços, os quais não podem, diretamente, contratar obreiros como trabalhadores temporários;
A empresa de trabalho temporário pode ser pessoa física ou jurídica, devendo ser registrada no Ministério do Trabalho (Lei 6.019/1974, arts. 4.° e 5.°);
Os trabalhadores temporários são empregados (temporários) da empresa de trabalho temporário (art. 4.° da lei em destaque), cabendo à Justiça do Trabalho dirimir os litígios entre ambos (art. 19);
O contrato entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora de serviços deverá ser obrigatoriamente escrito e nele deverá constar expressamente o motivo justificador da demanda de trabalho temporário, assim como as modalidades de remuneração da prestação de serviço (art. 9.°);
Somente será admitida a contratação de trabalhadores temporários em duas hipóteses: para atender a necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou em caso de acréscimo extraordinário de serviços (art. 2º);
Qualquer contratação fora das hipóteses prevista no art. 2º da Lei 6.019/1974 será considerada fraude à lei, sujeitando o tomador de serviços a ser autuado pelo auditor fiscal do trabalho, em função da manutenção de trabalhadores sem registro laborando nas dependências da empresa, além das medidas judiciais cabíveis, individualmente exercidas pelos trabalhadores ou mesmo coletivamente, pelo Ministério Público do Trabalho ou Sindicato Profissional;
O contrato entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente, com relação a um mesmo empregado, não poderá exceder de 3 meses, salvo autorização do Ministério Trabalho e emprego (art. 10), sob pena de reconhecimento de vínculo empregatício direto do trabalhador com o tomador de serviço.
O contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporário e cada um dos seus assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora ou cliente será, obrigatoriamente, escrito e nele deverão constar, expressamente, os direitos conferidos aos trabalhadores (art. 11);
O objetivo do trabalho temporário é colocar o trabalhador
Que está desempregado em evidência, na vitrine do mercado de trabalho, de modo que, mesmo de forma provisória, tenha condições de mostrar seu trabalho para as empresas, muitas vezes sendo, ao final do contrato de trabalho temporário, contratado definitivamente como empregado da tomadora de serviços;
Nesse sentido, será nula de pleno direito qualquer cláusula de reserva no pacto celebrado entre a empresa de trabalho temporário e o tomador de serviços, proibindo a contratação, pelo último, do trabalhador temporário, ao fim do prazo em que tenha sido colocado à sua disposição pela empresa de trabalho temporário (art. 11, parágrafo único);
O trabalhador temporário, nos termos do art. 12 da Lei 6.019/1974, faz jus aos seguintes direitos: 
remuneração equivalente à percebida pelos empregados da mesma categoria da empresa tomadora de serviços, 
jornada de oito horas diárias e 44 horas semanais, 
remuneração das horas suplementares com um adicional de no mínimo 50%, 
férias proporcionais acrescidas do terço constitucional, 
repouso semanal remunerado, 
adicional por trabalho noturno de 20%,
 indenização por dispensa sem justa causa ou término normal do contrato correspondente a 1/12 (um doze avos) do pagamento recebido (tema polêmico, pois parte da doutrina, à qual nos filiamos, entende que essa indenização foi substituída pela legislação do FGTS - Lei 8.036/1990), 
seguro contra acidente de trabalho, proteção previdenciária;
Entendemos que o trabalhador temporário, após a promulgação da CF/1988, a qual assegurou o pagamento do 13º salário a todos os trabalhadores urbanos e rurais, possui o direito ao recebimento da gratificação natalina, visto também ser um trabalhador urbano amparado pelo Texto Constitucional;
Será anotada na CTPS do trabalhador temporário essa condição;
Considera-se local de trabalho, para efeitos de acidente de trabalho, tanto aquele onde se efetua a prestação do trabalho, quanto à sede da empresa de trabalho temporário (art. 12, § 2.°);
Constituem justa causa para rescisão do contrato do trabalhador temporário os atos e circunstâncias previstos nos arts. 482 (falta grave praticada pelo obreiro) e 483 (rescisão indireta; falta grave praticada pelo empregador), ambos da CLT, ocorrentes entre o trabalhador temporário e a empresa de trabalho temporário ou o tomador de serviços (art. 13);
Em caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora de serviços será SOLIDARIAMENTE responsável pelas verbas trabalhistas e previdenciárias do período em que o trabalhador temporário esteve à sua disposição (art. 16). Nos demais casos de inadimplemento da empresa de trabalho temporário, a responsabilidade do tomador de serviço é subsidiária.
Súmula 331 do TST
d) Contrato por obra certa
A Lei 2.959/1956 dispõe sobre o contrato por obra certa, que em verdade nada mais é do que um contrato por prazo determinado, que deve atender aos ditames impostos pela CLT sobre os contratos a termos, com as seguintes especificidades:
O contrato de trabalho por obra certa é um contrato de emprego por prazo determinado, tendo como empregador um construtor, que exerça a atividade em caráter permanente, e, como empregado, um obreiro encarregado de realizar obra ou serviço certo;
O contrato de obra certa, previsto na Lei 2.959/1956, submeter-se às regras gerais do contrato por prazo determinado da CLT;
O contrato de trabalho por obra certa se esgota com o final da obra ou serviço contratado, por tratar-se de um serviço cuja natureza ou transitoriedade justifica a predeterminação do prazo (art. 443, § 2°, a, da CLT);
Mesmo que a obra continue, mas esgotado o serviço para qual o trabalhador foi contratado (ex.: serviço de pintor, pedreiro, azulejista etc.), ocorre o fim do contrato de trabalho por obra certa;
O art. 2.° da Lei 2.959/1956 prevê que: "rescindido o contrato de trabalho em face do término da obra ou serviço, tendo o empregado mais de 12 (doze) meses de serviço, ficar-Ihe-á assegurada a indenização por tempo de trabalho na forma do artigo 478 da Consolidação das Leis do Trabalho, com 30% (trinta por cento) de redução";
O trabalhador somente terá direito à indenização equivalente a um mês de remuneração (CLT, art. 478), descontados 30%, se tiver laborado na obra por mais de 12 meses;Se houver rompimento antecipado do contrato, de forma imotivada pelo empregador construtor, receberá o obreiro a multa de 40% do FGTS (Decreto 99.684/1990, art. 14), isoladamente, se tiver menos de 12 meses de trabalho na obra, ou cumulativamente com a indenização do art. 478 da CLT, reduzido de 30% (Lei 2.959/1956, art. 2°), se possuir mais de 12 meses de trabalho.
A lei não exige forma escrita para a validade do ato, mas a jurisprudência dominante não acompanha esse raciocínio. 
ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
ALTERAÇÃO BILATERAL: REGRA GERAL
O art. 468 da CLT dispõe que: "Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições, por mútuo consentimento, e, ainda assim, desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia". 
Prestigiou a norma consolidada o princípio da inalterabilidade contratual prejudicial ao trabalhador, não se admitindo que a alteração do liame empregatício importe ao obreiro prejuízos diretos ou indiretos, mesmo que o trabalhador tenha concordado com a modificação do contrato de emprego.
Requisitos para que a alteração contratual seja válida:
Mútuo consentimento
Ausência de prejuízos ao obreiro
As alterações do contrato de trabalho podem ser subjetivas e objetivas.
Alterações subjetivas: referem-se à modificação dos sujeitos do contrato de emprego, principalmente relacionada com a sucessão de empregadores.
Alterações objetivas: referem-se às modificações ocorridas nas cláusulas do contrato de trabalho, alterando-se, por exemplo, o local da prestação de serviços, a quantidade de trabalho, a qualidade do trabalho, a remuneração do obreiro etc.
Ressalte-se que as alterações do contrato de trabalho também podem decorrer de norma jurídica impositiva, quando resultam de lei, convenção ou acordo coletivo, de sentença normativa ou de autoridade administrativa.
As alterações contratuais decorrentes de norma jurídica impositiva são de observância obrigatória pelos sujeitos do pacto laboral.
ALTERAÇÃO UNILATERAL
JUS VARIAND – é o poder que o empregador tem de, unilateralmente, fazer pequenas modificações no contrato de trabalho, desde que não venham a alterar significativamente o pacto laboral, nem importem em prejuízo ao empregado. Decorre do poder de direção do empregador.
Ex: Alteração de função do empregado, o horário de trabalho, o local de prestação de serviço, transferência provisória.
JUS RESISTENTIAE – Abusando o empregador do exercício do jus variand, poderá o empregado opor-se às modificações implementadas, pleiteando, se for o caso, a rescisão indireta (CLT, Art. 483). 
SUCESSÃO DE EMPREGADORES
Conceito - Sucessão de empregadores é a alteração subjetiva do contrato de trabalho (pólo do empregador), com a transferência da titularidade do negócio de um titular (sucedido) para outro (sucessor), assumindo o novo titular do empreendimento todos os direitos e dívidas existentes.
Enquanto a atividade do empregado é personalíssima, o empregador poderá ser substituído ao longo da relação empregatícia, sem que isso provoque a ruptura ou mesmo a descaracterização do liame laboral (princípio da despersonalização do empregador).
Fundamento legal – Artigo 10 e 448 ambos da CLT.
"Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados". 
"Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados."
Por conseqüência, qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa, como fusão, incorporação, transformação, cisão, transferência de cotas etc., nos termos dos arts. 10 e 448 da CLT, não afetará os contratos de trabalho dos empregados, permanecendo o liame empregatício intangível com o novo empregador.
Princípios do Direito do Trabalho Relacionados com a Sucessão Trabalhista -
Princípio da intangibilidade contratual: corresponde à manutenção integral das cláusulas do contrato de trabalho, apesar da transferência da titularidade do negócio.
Princípio da despersonalização do empregador: o pacto de emprego não é intuitu personae em relação ao empregador.
Princípio da continuidade da relação de emprego: mesmo modificada a figura do empregador, a sucessão trabalhista impõe a preservação do antigo líame empregatício com o sucessor.
Requisitos para Configuração da Sucessão –
Transferência do negócio de um titular para outro
Continuidade na prestação de serviços pelo obreiro
Abrangência – é aplicada em todo e qual quer vínculo empregatício, seja rural ou urbano. Não de aplicando aos empregadores pessoa física.
Constituindo-se o empregador em pessoa física, faculta-se ao empregado, na hipótese do art. 483, § 2.°, da CLT, rescindir o vínculo empregatício em caso de morte de empregador.
Portanto, mesmo que o negócio prossiga com os herdeiros, o empregado não é obrigado a aceitar a alteração subjetiva do pacto, sendo-lhe facultada a rescisão contratual. 
Efeitos - passa sucessor a ser o único e principal responsável pelo adimplemento e execução dos contratos de emprego anteriormente mantidos com a empresa sucedida.
Atenção - Contudo, a doutrina e a jurisprudência trabalhista têm admitido a responsabilização subsidiária da empresa sucedida, integrando o pólo passivo de eventual reclamação trabalhista (litisconsórcio), quando verificado que a sucessão deu-se com intuito fraudatório, objetivando lesar os direitos trabalhistas dos obreiros, ou mesmo nos casos em que, embora não configurada a má-fé, a empresa sucessora não possua saúde financeira para arcar com os créditos trabalhistas dos pactos laborais anteriormente mantidos com a sucedida.
Cláusula de não responsabilização - Essa cláusula somente é válida entre as partes, para efeitos de ação regressiva, não produzindo, porém, efeitos em relação a terceiros, em especial os empregados, em função dos princípios protetivos que o Direito do Trabalho consagra, cabendo aos laborantes ajuizar sua demanda em face da empresa sucessora, independentemente de qualquer cláusula de não-responsabilização.
TRANSFERÊNCIA DE EMPREGADOS 
"Art. 469 Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio.
§ 1º Não estão compreendidos na proibição deste artigo os empregados que exerçam cargos de confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência, quando esta decorra de real necessidade de serviço.
§ 2º É lícita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em que trabalhar o empregado.
§ 3 º Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado para localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação".
A transferência descrita no art. 469 da CLT é a ocorrida dentro do território brasileiro, constituindo numa alteração do local da prestação de serviços pelo obreiro.
A regra para transferência do empregado, definitivamente, de uma localidade para outra, é que haja o consentimento do obreiro, conforme se depreende da análise do art. 469, caput, consolidado.
Todavia, os §§ 1°, 2° e 3° do art. 469 da CLT estipulam exceções, nas quais o obreiro pode ser transferido de uma localidade para outra de forma unilateral pelo empregador.
O art. 469 é claro ao afirmar que não se considera transferência a que não acarretar necessariamente a mudança de domicílio do obreiro.
Logo, não haverá transferência se o empregado continuar residindo no mesmo local, embora trabalhando em Município diferente.
Os empregados que exerçam cargo de confiança ou que tenham nos seus contratoscondição implícitas de transferência (trabalhadores de circo, os que laboram em feiras ou exposições agropecuárias etc.) ou explícita (aeronauta, atleta profissional, vendedor viajante etc.), desde que haja a real necessidade de serviço (E. 43 do TST), podem ser transferidos.
Será considerada lícita a transferência quando houver extinção do estabelecimento em que trabalhar o empregado.
A transferência provisória depende da real necessidade de serviço. É imprescindível que o serviço a ser executado seja necessário, ou seja, que o trabalho do operário não possa ser executado por outro empregado na localidade.
O § 3 º do art. 469 consolidado determina a transferência provisória independentemente da vontade do empregado, constituindo-se num ato unilateral do empregador, sendo apenas exigido que este comprove a necessidade do serviço, com vistas a coibir transferências determinadas por motivos pessoais, de perseguição ao empregado etc.
O adicional de transferência (25% dos salários) somente será devido na transferência provisória, sendo mantido apenas enquanto durar essa situação.
O adicional de transferência também é devido nas transferências provisórias dos empregados que ocupam cargo de confiança, ou mesmo para aqueles em que exista previsão contratual de transferência, conforme entendimento consubstanciado na Orientação Jurisprudencial 113 - SDI-I.
Por último, impende destacar que, no caso de transferência do empregado de uma localidade para outra, as despesas resultantes da transferência correrão por conta do empregador, nos termos do art. 470 da CLT.
INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO 
INTERRUPÇÃO
Conceito - A interrupção do contrato de trabalho ocorre quando o empregado suspende a realização dos serviços, mas permanece recebendo normalmente sua remuneração, continuando o empregador com todas as obrigações inerentes ao liame empregatício.
Hipóteses 
Até 2 dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente irmão ou pessoa que declarada em sua CTPS, viva sob sua dependência econômica (CL T, art. 473, I);
Até 3 dias consecutivos, em virtude de casamento (CLT, art. 473, II);
Por um dia, em cada 12 meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada (CL T, art. 473, IV);
Até 2 dias, consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da lei respectiva (CL T, art. 473, V);
No período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar (CL T, art. 473, VI);
Nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior (CLT, art. 473 VII);
Pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo (CL T, art. 473, VIII);
Licença-paternidade de 5 dias (CF/1988, art. 7º, XIX c/c ADCT, art. 10, II, §1º);
Encargos públicos específicos (ex, participar de Tribunal de Júri, atuar em eleições etc.);
Acidente de trabalho ou doença nos primeiros 15 dias (Lei 8.213/91, art. 60, § 3º);
Repouso semanal remunerado (CF/1988, art. 7º, XV);
Feriados (Lei 605/1949, art. 1º);
Férias (CF/1988, art. 7º; XVII);
Licença-maternidade (CF/1988, art. 7º, XVIII c/c art. 71 da Lei8213/91);
Licença remunerada em caso de aborto não criminoso (CL T, art. 395);
Casos diversos de licença-remunerada; 
Empregado membro da Comissão Conciliação Prévia, quando atuando como conciliador (CL T, art. 625-B, § 2º);
Pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro. (CLT, art. 473, IX)
FÉRIAS
A licença anual remunerada não representa prêmio a ser concedido ao empregado, e sim um direito irrenunciável assegurado na CF/1988 (art. 7º, XVII) e no diploma consolidado (art. 129 e seguintes). A Carta Maior, conforme já mencionado, assegurou a todos os trabalhadores urbanos e rurais o direito às férias anuais remuneradas, com pelo menos 1/3 a mais do que a remuneração normal (terço constitucional, art. 7°, XVII).
A cada 12 meses de trabalho se configurará um período aquisitivo, que dará direito ao empregado ao gozo de férias.
O art. 130 da CLT estabelece o período de férias do empregado a cada 12 meses de trabalho, levando-se em conta os dias em que o empregado faltou e não justificou sua ausência ao labor, na seguinte proporção:
	30 dias de férias
	Até 5 faltas injustificadas
	24 dias de férias
	6 a 14 faltas injustificadas
	18 dias de férias
	15 a 23 faltas injustificadas
	12 dias de férias
	24 a 32 faltas injustificadas
Cumprido o período aquisitivo pelo empregado, menciona o art. 134 consolidado que o empregador deverá conceder as férias, em um só período, nos 12 meses subseqüentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito. É o que se chama de período concessivo de férias.
Somente em caso excepcionais serão as férias concedidas em dois períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 dias.
Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o artigo 134 da CLT, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração.
Vencido o prazo concessivo de férias sem gozo, o empregado poderá pleitear na Justiça do Trabalho tal direito, determinando o Juiz do Trabalho a época do gozo das férias, fixando multa de 5% do salário mínimo, em favor do obreiro, até que seja cumprida a decisão (CLT, art. 137, §§ 1º e 2º).
Aos menores de 18 e aos maiores de 50 anos de idade as férias serão sempre concedidas de uma só vez (art. 134, § 2°, CLT). 
A concessão de férias será participada, por escrito ao empregado, com antecedência mínima de 30 dias, mediante recibo passado pelo laborante.
O empregado não poderá entrar em gozo de férias sem que apresente ao empregador sua CTPS, para que nela seja anotada a respectiva concessão.
Conforme determina o art. 136 da CL T, a época de concessão de férias será a que melhor consulte os interesses do empregador.
O art. 139 da CLT permite que o empregador conceda férias coletivas a todos os empregados de um setor da empresa ou mesmo a todos os empregados da empresa, as quais poderão ser concedidas em dois períodos anuais, desde que nenhum deles seja inferior a 10 dias corridos.
O empregador deverá dar ampla publicidade das férias coletivas, comunicando com 15 dias de antecedência ao Ministério do Trabalho, ao sindicato profissional e afixando, em igual prazo, no quadro de avisos da empresa.
Os empregados contratados há menos de 1 ano, em caso de concessão de férias coletivas, gozarão de férias proporcionais (CLT, art. 140).
O art. 143 da CLT faculta ao empregado converter 1/3 do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário (é direito potestativo do empregado, ao qual o empregador não poderá se opor), no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes, devendo o abono de férias ser requerido até 15 dias antes do término do período aquisitivo.
O art. 144 da CLT versa que o abono de férias, desde que não exceda de 20 dias de salário, não integrará a remuneração do empregado para os efeitos da lei.
O pagamento da remuneração de férias e o do abono serão efetuados até 2 dias antes do início do respectivo período.
Caso o empregado tenha sido dispensado por justa causa, somente terá direito de ser indenizado das férias vencidas, simples ou em dobro, acrescidas do terço constitucional, não fazendo jus à indenização relativa às férias proporcionais.
No entanto, se o empregado pedir demissão ou for dispensado sem justa causa, terá direito à indenização das férias vencidas simples ou em dobro, bem como à indenização relativa às férias proporcionais, sempre acrescidas do terço constitucional.
O TST, por meio da Súmula 171 e 261, reconhece o direito do obreiro à indenização das férias proporcionais em caso de pedido de demissão, mesmo que conte com menos de 1 ano de empresa.
O art. 133 da CLT destaca 4 hipóteses que, uma vez ocorridas no curso do período aquisitivo,fazem com que o obreiro perca o direito às férias, iniciando-se um novo período aquisitivo após o retorno do empregado ao trabalho, quais sejam:
Deixar o emprego e não for readmitido dentro dos 60 dias subseqüentes à sua saída;
Permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 dias;
Deixar de trabalhar, com percepção de salário, por mais de 30 dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa;
Ter percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 meses, ainda, que descontínuos.
Atenção - Nas hipóteses previstas no artigo 133 da CLT, mesmo o obreiro perdendo o direito a férias (com início de novo período aquisitivo após o retorno ao trabalho), receberá o mesmo o terço constitucional (artigo. 7º, XVII, CF/1988).
SUSPENSÃO 
Conceito - Na suspensão do contrato do trabalho, ambos os contraentes suspendem suas obrigações contratuais. O obreiro não presta os serviços e o empregador deixa de remunerar o empregado. Com raras exceções, não há contagem de tempo de serviço, nem recolhimento fundiário ou mesmo previdenciário, havendo a paralisação provisória dos efeitos do contrato.
Hipóteses –
Acidente de trabalho ou doença após o 15.° dia é considerado suspensão do contrato de trabalho, uma vez que o obreiro entra em gozo de auxílio-doença, pago pela previdência (Lei 8.213/1991, art. 59);
Durante a prestação do serviço militar obrigatório, o contrato de trabalho do empregado também fica suspenso, nos termos do art. 472 consolidado;
A greve é um direito assegurado no art. 9° da CF/1988, regulamentado pela Lei 7.783/1989. No entanto, o movimento de paralisação dos serviços pelos trabalhadores é considerado, pelo art. 7° da Lei de Greve, como sendo de suspensão do contrato de trabalho.
O que pode ocorrer é no decorrer da greve ser celebrado um instrumento normativo (convenção ou acordo coletivo), ou mesmo ser proferida uma sentença normativa, em que reste pactuado ou decidido que os empregadores pagarão pelo dias parados, convertendo-se a suspensão, então, em interrupção do contrato de trabalho.
O empregado eleito para o cargo de dirigente sindical, nos termos do art. 543, § 2°, da CLT, quando no exercício de suas funções sindicais, permanece em licença não-remunerada, sendo caso de suspensão. 
Não obstante, se houver cláusula contratual, de convenção ou acordo coletivo, mantendo a obrigação patronal pelo pagamento da remuneração e demais vantagens ao empregado, estaremos diante de uma modalidade de interrupção;
O empregado eleito diretor de S.A. tem seu contrato de emprego suspenso, salvo se permanecer a subordinação jurídica inerente à relação de emprego, hipótese em que estaremos diante da interrupção do contrato de trabalho, conforme entendimento consubstanciado no Enunciado 269 do TST;
Qualquer espécie de licença não-remunerada constitui modalidade de suspensão do contrato de trabalho;
O afastamento do obreiro para participar de curso de qualificação profissional, pelo período de 2 a 5 meses, nos termos do art. 476-A consolidado, consiste em hipótese de suspensão contratual.
A suspensão disciplinar prevista no artigo 474. Ressalta-se que a suspensão disciplinar não poderá exceder de 30 dias, sob pena de caracterizar a dispensa imotivada ou rescisão injusta do contrato de trabalho.
O empregado estável (art. 492 consolidado) somente poderá ser dispensado se cometer falta grave, previamente apurada por meio de ação judicial denominada inquérito para apuração de falta grave (art. 494 c/c art. 853 da CLT), podendo o empregado ser suspenso de suas funções durante o trâmite do inquérito;
As faltas injustificadas ao serviço configuram hipótese de suspensão do contrato do trabalho, não fazendo jus o obreiro à remuneração do dia da ausência como também perdendo a remuneração do repouso semanal;
O afastamento do empregado para exercício de encargos públicos, como o de ministro, secretário de estado, senador, deputado federal etc., nos termos do art. 472 da CLT, não constitui motivo para a rescisão do contrato de trabalho pelo empregador, caracterizando-se hipótese de suspensão contratual.
NORMAS ESPECIAIS DE PROTEÇÃO AO TRABALHADOR
Proteção ao trabalho da mulher 
Art. 7.°. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei.
Por outro lado, a própria Carta Maior assegurou a igualdade de direitos e obrigações entre homens e mulheres perante a lei (art. 5.°, I), também proibindo a diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil (art. 7.°, XXX).
Nessa esteia, passou a legislação ordinária a disciplinar uma série de medidas, no sentido de evitar que a mulher fosse discriminada. 
O artigo 373-A da CLT, por exemplo, impôs uma série de limitações ao empregador no sentido de permitir o acesso da mulher no mercado de trabalho e evitar discriminações, senão vejamos:
Art. 373-A. Ressalvadas as disposições legais destinadas a corrigir as distorções que afetam o acesso da mulher ao mercado de trabalho e certas especificidades estabelecidas nos acordos trabalhistas, é vedado: 
I - publicar ou fazer publicar anúncio de emprego no qual haja referência ao sexo, à idade, à cor ou situação familiar, salvo quando a natureza da atividade a ser exercida, pública e notoriamente, assim o exigir; 
II - recusar emprego, promoção ou motivar a dispensa do trabalho em razão de sexo, idade, cor, situação familiar ou estado de gravidez, salvo quando a natureza da atividade seja notória e publicamente incompatível; 
III - considerar o sexo, a idade, a cor ou situação familiar como variável determinante para fins de remuneração, formação profissional e oportunidades de ascensão profissional;
IV - exigir atestado ou exame, de qualquer natureza, para comprovação de esterilidade ou gravidez, na admissão ou permanência no emprego;
V - impedir o acesso ou adotar critérios subjetivos para deferimento de inscrição ou aprovação em concursos, em empresas privadas, em razão de sexo, idade, cor, situação familiar ou estado de gravidez; 
VI - proceder o empregador ou preposto a revistas íntimas nas empregadas ou funcionárias. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não obsta a adoção de medidas temporárias que visem ao estabelecimento das políticas de igualdade entre homens e mulheres, em particular as que se destinam a corrigir as distorções que afetam a formação profissional, o acesso ao emprego e as condições gerais de trabalho da mulher. 
No que refere ao ambiente de trabalho existe determinação no sentido da empresa manter vestiários com armários exclusivos para as mulheres. 
Não poderão ser exigidos serviços superiores às forças musculares da mulher, assim considerado aquele que seja superior a vinte quilos para o trabalho contínuo ou vinte e cinco quilos para o trabalho ocasional. (CLT, art. 390, parágrafo único)
Em nenhuma hipótese o matrimônio ou a gravidez podem constituir justa (causa para rompimento do vínculo empregatício, conforme determina o art. 391 da CLT. Sequer seria necessário haver previsão legal nesse sentido, uma vez que tais circunstâncias não se encontram elencadas pelo art. 482 da CLT, além de não importarem em inadimplemento contratual.
Ler os artigos 390-B, 390-C e 390-E da CLT.
1.1) Normas especiais de proteção à mulher gestante:
Podemos mencionar, igualmente, os seguintes dispositivos normativos de proteção à maternidade:
A CF/1988, no art. 10, 11, b, do ADCT, proíbe a dispensa arbitrária ou sem justa causa da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto;
Não constitui justo motivo para a rescisão do contrato de trabalho da mulher o fato de haver contraído matrimônio ou de encontrar-se em estado de gravidez (CLT, art. 391);
A empregada gestante tem direito à licença-maternidade

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