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COMPACTAÇÃO (Generalidadesd - simples e composta)

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COMPACTAÇÃO DO SOLO 
 
 
 
GENERALIDADES SOBRE O ASSUNTO SE RELACIONAM COM: 
 a) Tipos de compactação 
 
 b) Espessura e profundidade da compactação 
 
 c) Intensidade das compactações 
 
 d) A relação compactação versus umidade 
 
 e) A predisposição natural dos Latossolos à compactação 
 
 f) Os chamados “pé de grade”ou “pé de arado” 
 
 g) Identificação para recomendação técnica 
 
 
A COMPACTAÇÃO É FUNÇÃO DE: 
 
A) Do tipo do solo e de suas características 
B) Do manejo aplicado aos solos 
C) De características do clima 
 
 
 
 A) Do tipo do solo e de suas características 
 
 1 - Material de origem 
 2 - Textura 
 3 - Especificidades dos horizontes 
 4 - Tipo, qualidade e quantidade da estrutura existente 
 5 - Quantidade da MOS 
 6 - Capacidade de troca de cátions (T) 
 
 
B) Do manejo aplicado aos solos 
 
1) Tipo de manejo utilizado 
 - Quanto ao sistema de cultivo 
 . Se plantio direto * Com preceitos técnicos aplicados? 
 . Se convencional * que tipo/profund. 
 * que freqüência 
 - Quanto aos tipos de insumos utilizados e suas doses 
 * Calagens 
 * Gessagens 
 * Fertilizações 
 * Condicionadores de solo 
2) Quantidade e qualidade da matéria orgânica em cobertura 
 * Percentual de cobertura do solo 
 * Quantidade de material sobre o solo 
 
3) Tipo de uso do solo 
 * Culturas anuais 
 * Pastagens 
 * Relações entre as culturas exploradas 
 
4) Intensidade do uso do solo 
 
 
 
C) De características do clima 
 1) Freqüência, distribuição e intensidade das chuvas 
 
 2) Localização geográfica da área explorada 
 
 
 
TIPOS BÁSICOS DE COMPACTAÇÃO: 
 1. Compactação simples 
 2. Compactação de efeitos compostos 
 
 
 
 
1. COMPACTAÇÃO SIMPLES 
 
 
Aumento da densidade do solo (Ds = m .v-1) 
 
 
Causas: 
a) Peso das camadas superiores 
b) Pressão de máquinas e implementos agrícolas 
c) Pressão das patas dos animais 
d) Atritos de discos, aivecas e hastes 
e) Efeito lubrificante da água 
f) Seqüência de umedecimento e secagem 
g) Seqüência de congelamento e degelo 
h) Desagregação do solo - Impacto das gotas de chuva 
 - Redução dos valores de MOS 
 - Redução dos valores de cátions trocáveis 
 - Dispersão química do solo 
 
 
 
 
 
2. COMPACTAÇÃO COMPOSTA 
(em LATOSSOLOS) 
 
FASES: 
 A) Dispersão superficial do solo 
 B) Obstrução parcial dos poros superficiais e subsuperficiais 
 C) Aumento na intensidade do adensamento 
 
 
 
 A compactação superficial do solo pode ser tida como uma das mais sérias 
consequências práticas dos sistemas de manejo intensivo ou inadequado usualmente 
aplicados nos solos, quer seja sob uso de agricultura quer na condução de explorações 
pastoris, notadamente aquelas inerentes à bovinocultura. 
 O adensamento superficial ou subsuperficial dos solos podem ainda serem 
considerados como um dos fatores responsáveis pela definição de qual tipo de sistema 
de cultivo se aplicará em uma determinada área de cultivo. Restrições no controle do 
tráfego tem sido permanentemente propostos com a finalidade de se reduzir a 
compactação decorrente dos sistemas de cultivo aplicados. 
 A grande maioria dos trabalhos de pesquisa colocam como fatores que mais 
atuam no processo compactação, o uso constante da mecanização agrícola e/ou do 
pisoteio de animais a que o solo pode ser submetido. No entanto, outros fatores devem 
ser considerados no processo de gênese da compactação, pois há grande variação em 
termos de sua formação, notadamente em função dos tipos de solo e das práticas ou 
métodos específicos de preparo de solo a que o mesmo está submetido, podendo ainda 
ser considerado o efeito das culturas, quer seja pelo seu efeito indireto, via ação da 
matéria orgânica depositada superficialmente impedindo o escorrimento de água e sua 
ação no processo de agregação de partículas, ou por seu efeito direto, dependendo de 
sua estrutura foliar, no impedimento de parte das gotas de chuva se chocarem 
diretamente com o solo. 
 Muitas definições podem ser encontradas quanto ao processo de compactação, 
Marshall & Raney (1960) por exemplo, definem a compactação do solo como sendo o 
resultado da deterioração de sua estrutura, tendo como principal consequência, a 
diminuição da porosidade do solo nas camadas logo abaixo da profundidade de 
trabalho dos órgãos ativos das máquinas. Raney et al. (1955), citados por Lanças (1991), 
descrevem por sua vez, dois tipos de alterações que podem ocorrer nas camadas do solo, 
sendo a primeira, aquelas de origem genética, que resultam da ação lenta e contínua dos 
processos pedogenéticos, formando horizontes de impedimento à penetração de raízes e 
água, denominados por adensamentos, e a Segunda, aquelas resultantes das forças 
aplicadas ao solo, portanto de origem induzida, denominadas de compactação. As duas 
formas no entanto podem ocorrer simultaneamente. 
 A compactação do solo, colocada de forma bem sintética, pode ser explicada 
pela diminuição do diâmetro total dos poros a partir de quaisquer forças de pressão que 
possam incidir sobre o solo. Tais pressões normalmente são ocasionadas pelas ação 
direta de máquinas e implementos de preparo de solo e patas de animais, notadamente 
quando essa ação sobre o solo é executada em condições de níveis altos de umidade, 
sendo que os poros mais afetados são os de maior diâmetro, os chamados macroporos, 
através dos quais se dá, normalmente a movimentação e a troca do ar do solo como o ar 
atmosférico, a drenagem do solo e por onde o crescimento radicular se dá sem restrições 
(Camargo, 1983). 
3.1-Uma interpretação particular de compactação. 
 
 
 3.1.1-Compactação em Latossolos : Sua gênese 
 
 
 Discussão: 
A compactação dos solos, fator que pode limitar a produção 
agrícola, ocorre de forma mais ou menos intensa, na maioria dos solos cultivados. 
Normalmente ocorre por ação de camadas superiores sobre as subjacentes, ou até 
mesmo pelo efeito das patas dos bovinos sobre o solo. O grande problema dos 
agropecuaristas está na intensidade de aumento dos processos naturais de compactação, 
pela ação inadequada do homem por ocasião das práticas de manejo do solo. 
 A utilização de um manejo normalmente inadequado propicia, nesses solos, a 
formação de camadas subsuperficiais compactadas (ou adensadas). Rosa Junior et al. 
(1988), trabalhando com Latossolo Roxo distrófico e com Terra Roxa Estruturada, e 
Rosa Junior & Stefanello (1986), que trabalharam com Latossolo Vermelho Escuro 
textura média, verificaram que essas compactações são variáveis em espessura e na 
profundidade, sendo que nos Latossolos Roxos, a camada adensada encontrava-se, em 
média, na profundidade de 8 –16 centímetros, tendo portanto aproximadamente oito 
centímetros de espessura e nos Latossolo Vermelho Escuros, a faixa de ocorrência dava-
se aproximadamente entre 15-25 centímetros de profundidade (Figura 7), com uma 
espessura média de aproximadamente 10 centímetros. Esses autores comentam que essa 
variação em termos de espessura e/ou de profundidade, pode estar intimamente 
relacionada ao manejo empregado (quer seja de caráter mecânico como químico), bem 
como em função de peculiaridades dos solos utilizados. 
 
 
 
 
Figura 7- Esquema representativo da compactação subsuperficial em um Latossolo 
Roxo 
 Distrófico e em um Latossolo Vermelho escuro. 
 
 A origem (gênese) dessa camada compactada está vinculada a vários fatores, 
sendo que dentre eles, os mais importantes são: efeito dispersante das gotas de chuva, 
desagregação ou dispersão mecânica e química do solo, eluviação de partículas de argila 
dispersas em água, espelhamento do solo pelo uso de implementos agrícolas e tráfego 
intenso de máquinas.SUPERFÍCIE DO SOLO 
LR LE 
 Para se entender melhor o processo de gênese da compactação do solo, 
especialmente em camadas subsuperficiais, pode-se a grosso modo, dizer que a 
compactação subsuperficial do solo possui três fases distintas de formação de formação: 
a) Dispersão superficial do solo, b) “Obstrução” parcial dos poros subsuperficiais e c) 
Aumento da intensidade de adensamento. 
 
 
a) Dispersão superficial do solo 
 
Em função do manejo do solo e de cultura, normalmente 
utilizados nas condições dos latossolos, vários fatores atuam conjuntamente para que a 
intensidade da dispersão, quer de caráter mecânico ou químico, ocorra a níveis bastante 
prejudiciais. Dentre eles, os mais importantes são: 
 
a.1- Choque direto da gotas de chuva sobre o solo 
 
 As gotas de chuva tem uma grande energia cinética e, por isso, tem a capacidade 
de destruir os agregados existentes na superfície do solo. Os efeitos desagregadores 
dessas gotas dependem de tal forma da intensidade e da duração das chuvas, que serão 
tanto menores quanto mais densa for a cobertura do solo e maior a estabilidade dos 
agregados existentes. 
 Normalmente, os agregados estão presentes e estáveis quando, de acordo com 
Butierres (1980), houver equilíbrio entre as cargas positivas e negativas do solo. Nos 
latossolos, onde normalmente se tem a presença de argilas de baixa atividade, além da 
necessidade de manter o solo aproximadamente no ponto “zero de carga” (PZC), deve-
se procurar aumentar o potencial de agregação com outras práticas de caráter edáfico. 
 
 
 a.2- Ação mecânica de implementos sobre os agregados 
 
 O atrito direto entre as superfícies metálicas “cortantes” de alguns implementos 
proporciona uma intensa desagregação. Dentre os implementos utilizados, os mais 
prejudiciais seriam a enxada rotativa (pouco utilizados na região Centro Oeste) e as 
grades, tanto do tipo aradora como niveladora, intensamente utilizadas pelos 
agricultores. Há casos em que se gradeia o solo quatro vezes ou mais, até para controle 
de ervas daninhas nas épocas de entressafras. 
 Independente dos efeitos específicos de cada implemento utilizado, Medina 
(1985), trabalhando com um Latossolo Amarelo, observou aumentos significativos na 
compactação do solo quando se procedeu o enleiramento de restos vegetais. 
 Hoje muitos técnicos consideram o uso, especialmente das grades, como o 
mecanismo que mais concorre para o aumento da compactação dos Latossolos. No 
entanto, não existem trabalhos que possam efetivamente afirmar tal consequência, pois 
a dispersão não se dá de forma individualizada. É necessário avaliar todos os fatores 
dispersivos, isolada e associadamente, para se concluir com pequena margem de erros 
tal afirmação. De qualquer forma, o efeito dispersivo das grades existe e não pode ser 
desconsiderado. 
 
 
 
 
 a.3- Dispersão química do solo 
 
 Ghant et al. (1955) e Butierres (1980), apontam com grande clareza as formas e 
a intensidade da dispersão química provocada pelas incorporação de grandes doses de 
calcário, ou pela incorporação à profundidades não condizentes com as doses 
recomendada que, especialmente das condições dos Latossolos, podem facultar um 
grande aumento no número de cargas negativas, o que proporciona aumento na 
possibilidade de ocorrer repulsão entre as partículas do solo, desfloculando-o. Esse fato 
ocorre se o pH se modificar com o uso da calagem, o que normalmente acontece nos 
Latossolos cultivados. Entretanto, se tais modificações não ocorrerem, ou seja, se não 
houver modificações nos índices de pH, o uso da calagem pode aumentara quantidade 
de cargas positivas, consequência não comum para os referidos solos. 
 Os Latossolos, especialmente os distróficos, têm no ions alumínio um 
importante fator de agregação, já que esse elemento, por ser trivalente, possui uma 
elevada capacidade de floculação, mantendo dessa forma partículas com carga negativa 
unidas. Qualquer cátiom mono ou bivalente, adicionado em concentrações elevadas, 
retira os ions alumínio que porventura estejam agindo como “ponte” entre duas 
partículas de carga negativa, provocando a dispersão do solo, sendo essa também, uma 
possível ação do calcário quando adicionado em doses elevadas. 
 Além da participação do calcário na dispersão do solo, Butierres (1980), 
comenta que o fósforo, na forma de H2PO4 é bastante efetivo na neutralização das 
cargas positivas de colóides amorfos ou pseudocristalizados de Ferro e Alumínio, 
podendo concorrer também, em menor escala, para dispersão do solo. 
 
 
 b) “Obstrução” parcial dos poros subsuperficiais. 
 
 Dois são os fatores básicos que ocasionam redução no diâmetro médio dos poros. 
O primeiro deles se refere ao efeito “espelhante” que implementos de disco ou de corte 
plano causam ao solo por ocasião do preparo. Por isso é que comumente se denominam 
as camadas compactadas de “pé de grade” ou de “pé de arado”, o que na verdade não 
reproduz a realidade, visto que essas camadas adensadas apenas se iniciam nestas 
profundidades. 
 Sob as condições de manejo usualmente empregadas nos Latossolos, o uso 
intenso de grades é o grande agente “espelhante” subsuperficial do solo, o qual nada 
mais é do que uma diminuição do diâmetro médio dos poros nesta área. 
 O segundo fator que proporciona uma redução no diâmetro média dos poros, 
especialmente os subsuperficiais, é a presença de um grande percentual de argila 
dispersa em água (argila livre) em solos manejados intensa e inadequadamente. Por 
eluviação, a argila dispersa em água, também chamada de argila livre, vai descendo o 
perfil, proporcionando a diminuição do tamanho médio dos poros subsuperficiais, que 
normalmente já são menores que aqueles localizados na superfície do solo, região essa 
de maior agregação. Essa eluviação e o consequente fechamento de parte dos poros 
subsuperficiais do solo por si só já promovem um aumento de adensamento, no entanto 
não pode ser tido ou analisado de forma isolada. 
 
 c) Aumento da intensidade do adensamento 
 
 Com o aumento do tempo de uso, a dispersão superficial e a diminuição do 
diâmetro médio dos poros subsuperficiais por si só, promovem um aumento do 
adensamento do solo, mas o tráfego de máquinas, especialmente em condições de solo 
úmido, é o grande fator de aumento da densidade do solo, juntamente com o efeito da 
chuvas, na superfície ou subsuperfície do solo, quer seja pelo impacto ou pelo efeito 
lubrificante intrínseco da água. 
 A intensidade da compactação pode portanto, ser acentuada pela dispersão 
superficial do solo, através da qual partículas de menor tamanho, especialmente argilas 
livres, eluviam-se provocando diminuição no tamanho médio dos poros e até mesmo a 
obstrução de parte dos mesmos. Isso possibilita que, dentro desses poros obstruídos na 
parte basal, promova-se o preenchimento de quase todo o seu espaço livre por partículas 
de solo, resultando no aumento de sua densidade. A profundidade do “fechamento” da 
parte basal do que se chama de camada compactada, é variável em função 
especialmente, do tipo de solo e manejo empregado. Tal fato pode ser observado pelos 
dados de Rosa Junior & Stefanello (1986) e Rosa Junior et al. (1988), que trabalharam 
respectivamente com Latossolo Vermelho Escuro textura média e Latossolo Roxo 
distrófico textura argilosa. 
 Apesar dos efeitos acima referidos terem a possibilidade de atuar 
significativamente na compactação, é através do trafego intenso, especialmente em 
condições não favoráveis de umidade do solo que se dá o agravamento da compactação. 
 Beltrame & Taylor (1980),comentam que a pressão provocada pelos pneus do 
trator e pelos implementos atuantes no solo, mediante ação de tração e peso do trator e 
implementos, tem efeito imediato sobre a compactação subsuperficial do solo, 
especialmente entre 15 e 40 centímetros de profundidade.Sidiras & Vieira (1984), 
observam que o efeito de compactação das rodas de um trator decresce com a 
profundidade do solo. Essa observação é verdadeira, no entanto, com o tempo de uso, 
somente as camadas subsuperficiais do solo sofrem esse efeito negativo, visto que à 
maiores profundidades não há, normalmente, ações mecânicas de manejo, o que resulta 
em um gradativo aumento no índice de compactação nessas faixas. 
 Voorhees et al. (1979) notaram que, mediante ação do tráfego de máquinas, 
houve aumento de 20% ou mais sobre a densidade do solo. 
 Do exposto, pode-se ter portanto uma noção da gênese da compactação em 
Latossolos. Todavia, é necessário ressaltar que esta forma de descrever o problema não 
pode ser vista como estática, especialmente quanto aos passos subsequentes do processo 
de compactação, visto que os fatores compactantes estão agindo, normalmente, no 
mesmo momento. 
 Não se pode ainda, deixar de comentar que os Latossolos, em função dos 
processos pedogenéticos específicos, por si só já se predispõem à compactação, o que 
não deixa de ser uma forma de compactação natural, aliada à pressões de camadas 
superiores do solo sobre as subjacentes. 
 
 
3.1.2- Alguns efeitos da compactação e uma proposta 
específica de descompactação 
 
Em escala variável, quanto à profundidade de ocorrência e à sua 
intensidade, os Latossolos, especialmente aqueles que sofrem um manejo intenso e/ou 
inadequados, podem ter, ao longo de seu perfil, presença das não convenientes camadas 
compactadas, também chamadas por alguns de “pé de grade” ou “pé de arado”, como 
anteriormente já relatado. 
Essas camadas, de acordo com Rosa Junior & Heredia (1988) e 
Rosa Junior & Stefanello (1986), variam com a profundidade, estando respectivamente 
presentes, de forma mais ou menos intensa, entre 10 – 15 cm de profundidade nos 
Latossolos Roxo Distróficos e entre 14 – 21 cm de profundidade nos Latossolos 
Vermelho Escuros, podendo trazer inúmeras consequências prejudiciais ao solo e às 
plantas nele cultivadas. 
Dentre essas consequências, as que causam maiores danos ao 
solo são: a) Menor infiltração de água no solo e b) Menor profundidade efetiva do solo. 
 
 
a) Menor profundidade efetiva do solo 
 
O primeiro efeito da formação de camadas compactadas 
subsuperficiais se dá sobre a densidade do solo, que pode ter o seu índice aumentado, na 
sua faixa de ocorrência e dependendo do tipo de Latossolo, em 40% ou mais. Com esse 
aumento de densidade, as raízes das plantas não tem, normalmente, condições 
favoráveis de penetração, como observam Phillips & Kirkham (1962), que trabalhando 
com milho em solos argilosos, verificaram que, para um aumento de densidade de 0,94 
g/cm3 para 1,30 g/cm3 , a taxa de elongação das raízes decresceu em até 77% e a 
porosidade do solo em até 65%. Embora ainda se possa observar pequenos 
elongamentos das raízes nessas condições, torna-se válido ressaltar que a quantidade 
total das raízes que penetram no solo compactado é muito reduzida, o que pode ser 
verificado pelo Quadro 26. 
 Outro fato que deve ser colocado é que a capacidade de elongação das raízes é 
variável de planta para planta, sendo que normalmente se observa que as gramíneas 
possuem maior capacidade se emitir raízes em áreas compactadas que as leguminosas. 
 Se a profundidade efetiva fica reduzida pelo efeito das camadas compactadas, 
além de uma relação ar/água não adequada às plantas, tem-se o problema da menor 
oferta de nutrientes do solo aos vegetais, já que o volume a ser explorado no solo pelas 
raízes será menor. Se o desenvolvimento do sistema radicular é mais superficial e menor, 
outro efeito negativo é a capacidade de suporte que o solo pode oferecer às plantas, o 
que pode possibilitar um aumento no percentual de tombamento das mesmas. 
 
 
Quadro 26- Comprimento do sistema radicular de plantas de soja (cm), submetidas a 
 Cinco sistemas de preparo/cultivo, em um Latossolo Roxo Distrófico de 
 Dourados-MS (1) . 
Tratamentos (2) Profundidade de amostragem (cm) 
 0 - 4 4 - 8 8 - 12 12 - 16 Média 
Pousio (PC) 335,0 165,0 107,3 45,1 163,1 
 
Pousio (PD) 277,0 93,4 64,8 40,0 118,8 
 
Aveia (PD) 318,5 182,7 68,7 53,1 155,7 
 
Milheto (PD) 365,6 198,3 81,9 47,2 173,2 
 
Teosinto 268,4 176,8 51,0 41,0 134,3 
 
Média 312,9 163,2 74,7 45,3 149,0 
(1) Média de 4 repetições 
(2)
 Tratamentos: Pousio (PC) = Pousio seguido do sistema de preparo convencional 
 Pousio (PD) = Pousio seguido do sistema de plantio direto 
 Aveia (PD) = Aveia cultivada antes da utilização do plantio direto 
 Milheto (PD) = Milheto cultivado antes da utilização do plantio direto 
 Teosinto (PD) = Teosinto cultivado antes da utilização do plantio direto 
Fonte: Rosa Junior (1999) 
 Veimeyer & Hendrickson (1948) comentam que solos arenosos podem chegar a 
possuir densidades de até 1,9 g/cm3, mas não se pode observar penetração radicular a 
níveis acima de 1,7 g/cm3. 
 Pelos dados de Cintra et al. (1983), Evis et al. (1969) e Rosa Junior & Stefanello 
(1986), observa-se que com o aumento da densidade do solo ( densidade aparente), de 
imediato ocorre uma diminuição nos níveis da porosidade total. O fato de se diminuir a 
porosidade total por sé só já é negativo, no entanto, o grande problema é a diminuição 
da macroporosidade, ou porosidade de aeração, o que pode redundar em falta de 
oxigênio para as raízes que, além de terem nesta faixa compactada, um impedimento 
físico para sua penetração, podem promover àquelas raízes que porventura consigam 
penetrar, condições não propícias para a absorção de nutrientes e água, já que, com uma 
inadequada relação ar/água, especialmente com maior redução no fornecimento de 
oxigênio, a intensidade do processo de respiração radicular diminui e, neste caso, a 
absorção de nutrientes e água, que requerem grandes quantidades de energia, ficarão 
reduzidos em grande escala. 
 O desenvolvimento deficiente do sistema radicular, pela ação de camadas 
compactadas, ocasiona grandes problemas ao agricultor, que segundo Steinhardt (1982), 
vão desde a diminuição do stand das culturas, que pode se reduzir em até 30%, até a 
redução da altura média das plantas em até 50%, afetando portanto, de forma direta, a 
produtividade. 
 
 
 b- Menor infiltração da água no solo 
 
 A falta de umidade ou a frequência irregular de chuvas nas regiões onde 
normalmente estão localizados os Latossolos, especialmente aqueles localizados na 
Região Centro Oeste do Brasil, é um dos fatores limitantes para a manutenção de 
produtividades que remunerem a contento o agricultor, entretanto, se esse solo possuir 
um bom armazenamento de água no subsolo, com lençóis freáticos menos profundos, as 
culturas não correm elevados riscos por falta de umidade, visto que o movimento 
ascendente de água no solo (capilaridade) pode agir como fonte desse produto essencial, 
ou pelo menos amenizar o problema de déficit hídrico. Para que as culturas possam se 
beneficiar dessa fonte de umidade torna-se necessário, em primeiro lugar, que haja uma 
eficiente infiltração de água, e em segundo, que as raízes das plantas possam, 
aprofundando-se mais no perfil, dispor do produto, ao mesmo tempo em que tenham à 
sua disposição a quantidade adequada de oxigênio para aumentar o ritmo de respiração 
radicular, aumentando também dessa forma, a absorção. O problema é que, quando há 
ocorrência de camadas compactadas, além das raízes não se desenvolverem, a 
infiltração de água torna-se muito reduzida. 
 Klingebiel & O’Neal (1952), trabalhando com a compactação produzida por 
máquinas agrícolas, verificaram que após 120 minutos de irrigação, a taxa de infiltração 
tornou-se 43 vezes menor, chegando a ter o índicede 0,5 cm/hora. 
 As camadas compactadas, por restringirem enormemente a infiltração, 
concorrem normalmente, para um aumento considerável no índice de erodibilidade dos 
solos, já que com problemas de restrição no processo de infiltração, a água proveniente 
das chuvas ou irrigações tende a escorrer superficialmente, provocando todos os 
prejuízos decorrentes do processo erosivo. 
 Em solos compactados, outro problema grave é a possibilidade de haver menor 
disponibilidade de água às plantas, embora se tenha normalmente uma elevação na 
retenção de água total pelo solo. Isso se explica pelo fato de que, quando há 
compactação, diminui-se a quantidade de macroporos, aumentando-se relativamente a 
quantidade de microporos que, por possibilitarem um maior efeito de adesão e tensão 
superficial dentro desses poros capilares sobre a água neles contida, promovem uma 
retenção da umidade que exigiria pelo menos, por parte das plantas, um maior gasto de 
energia para que possa ser absorvida. 
 O manejo inadequado dos Latossolos traz como consequência a sua 
compactação. A redução da infiltração e o rebaixamento do lençol freático são 
decorrências comuns, conforme se pode observar na dinâmica dos poços normalmente 
existentes em propriedades rurais, os quais, com o passar dos anos, vão oferecendo 
menor água aos seus usuários, sendo portanto necessário, que ocasionalmente se 
proceda o seu aprofundamento, para que possa manter uma vazão adequada ao consumo 
familiar. 
 
 
 3.1.2.1- Como corrigir a compactação 
 
 A correção dos adensamentos superficiais ou subsuperficiais, em Latossolos, 
pode ser feita da mesma forma que a sua formação, por meios naturais ou artificiais 
(acelerado), com a participação ativa do homem. O mecanismo natural de correção tem 
a grande desvantagem de demandar muito tempo, devendo o solo ser deixado em pousio. 
 Em termos de eficiência prática, é necessário dispor de métodos de manejo de 
solo para se conseguir corrigir a compactação formada, e nesse caso, deve-se dispor de 
um conjunto de práticas para que o processo de adensamento seja quebrado e não se 
inicie novamente, ou no mínimo, que esse reinicio seja menos agressivo. Para tanto, a 
prática mecânica é recomendada como inicial, podendo ser feita com o uso de 
escarificadores e arados. 
 A utilização de subsoladores normalmente não é comum nos Latossolos, 
especialmente em função das camadas compactadas existentes estarem presentes até 30 
centímetros de profundidade, o que pode proporcionar, pelo uso desse tipo de 
implemento, gastos desnecessários de energia e tempo. Margolis & Stroehlein (1984), 
avaliando métodos que pudessem atuar no aumento da infiltração, concluíram que a 
subsolagem promove um grande decréscimo na infiltração após um segundo turno de 
irrigação realizada, o que pode lhe conferir a característica de pouco eficiente quanto ao 
aumento de infiltração ao longo do tempo. 
 Os arados são portanto, para as condições específicas dos Latossolos, os 
implementos mais adequados para a quebra das camadas compactadas, já que sua 
profundidade de corte atinge facilmente a parte inferior das camadas do solo. Os tipos 
de arados existentes são, o de discos, o de aivecas e o de hastes (também conhecido 
como escarificador). 
 Entre os tipos de arados tem-se uma diferença essencial, que pode definir o grau 
de eficiência da prática. Os arados de discos e de aivecas promovem no solo uma 
homogeneização da camada revolvida, onde parte do solo da parte inferior trabalhada 
normalmente volta à superfície. Essa homogeneização é importante por que, como se 
sabe, um dos fatores importantes que participam do processo de compactação é a 
eluviação de partículas de argila, especialmente a porção denominada “dispersa em 
água”, pois esse material tem o tamanho mínimo, já que sendo disperso em água não 
está fazendo parte de agregados. 
 Se pelo menos uma porção daquela argila anteriormente eluviada voltar à 
superfície do solo, pelo menos parcialmente deixa de existir o problema da obstrução 
parcial dos poros do solo encontrados à maiores profundidades e, consequentemente o 
não preenchimento dos mesmos com sólidos do solo. Além desse fato, tem-se a 
possibilidade de incrementar o processo de agregação do solo quando de alia outras 
práticas de manejo do solo, como por exemplo a adequação das práticas de adubação, 
calagens e se for o caso, gessagens, implementação de sistemas de rotação de culturas e 
utilização de cobertura morta, dentre outras. Essas ações, se implementadas, podem 
contribuir significativamente para a redução do adensamento que possa existir no solo. 
 Torna-se indispensável frisar que, se não forem tomadas medidas adicionais, 
como por exemplo as práticas de manejo anteriormente citadas, o processo de 
compactação se reinicia novamente, pois a ação de implementos de preparo de solo 
somente tem ação momentânea, e muito variável entre eles. 
 Os arados de hastes ou escarificadores (este termo está mais arraigado entre os 
técnicos e agricultores), não tem, no solo, o mesmo efeito que os arados de discos ou de 
aivecas, visto que mediante sua ação não se tem o revolvimento do solo (tombamento 
pleno da leiva quando o solo estiver em condições de friabilidade). O que ocorre nesse 
caso é que, com a passagem das hastes, mesmo com a ação de seu órgão ativo que são 
as ponteiras, o solo é apenas “rasgado”, permanecendo aquelas argilas anteriormente 
eluviadas aproximadamente na mesma faixa de profundidade do solo, voltando a forma 
a camada compactada em pouco tempo, bastando apenas o efeitos lubrificante da água 
de poucas chuvas subsequentes, pois haverá novamente a justaposição das partículas e 
dos blocos quebrados pelas hastes, e o solo retornará ao seu lugar original. Corre-se 
ainda o risco de que se esta prática for sistematicamente utilizada, de haver o 
aprofundamento da camada compactada, visto que as argilas dispersas em água, por 
terem condições favoráveis, à elas fornecidas pelo “afofamento momentâneo do solo”, 
de se aprofundar mais no perfil do solo. 
 Cassel et al. (1977), trabalhando com solos arenosos, observaram, após um ciclo 
de soja, que o arado de hastes (escarificador) possibilitou menores impedâncias que o de 
discos e o subsolador, no entanto deve-se ressaltar aqui o tipo de solo, que atua ou reage 
diferentemente em função das práticas de preparo e manejo utilizadas. 
 Pesquisando a compactação do solo, Steinhardt (1982), sugere meios 
preventivos para esse problema, que são: a) não subsolar, arar ou gradear solos úmidos, 
b) controlar o trânsito sobre o solo, c) reduzir o número de operações que atuem 
diretamente no solo, d) reduzir o uso de grades de discos, e) utiliza pneus mais largos, 
para que a pressão sobre o solo seja menor e f) identificar áreas problemas, de forma 
que se possa agir especificamente sobre elas. 
 Por sua vez Koshi & Fryrear (1973) destacam a importância da matéria orgânica 
do solo, que promove o decréscimo da densidade do solo e o aumento da condutividade 
hidráulica e porosidade melhorando, consequentemente, a relação ar/água do solo. 
 Aparentemente, apenas com a utilização de práticas mecânicas consegue-se 
resolver o problema da compactação superficial ou subsuperficial, no entanto, dá-se 
ênfase, mais uma vez, à necessidade de haver um sistema integrado de manejo de solo, 
onde se sugere a alternância dos implementos de preparo de solo, com a participação 
ocasional, mas obrigatória, de arados de discos ou de aivecas, aliada à práticas de 
caráter vegetativo e edáfico, como rotação de culturas, coberturas vegetais de inverno 
(no caso da região centro – sul do país, aumento de materiais orgânicos sobre o solo e 
adequação nos procedimentos de aplicação e incorporação de fertilizantes e 
especialmente calcário, além de se trabalhar em busca de um equilíbrio entre as cargas 
do solo. 
 
 
 
 3.2- Manejogenérico da compactação do solo 
 
 Até o momento deu-se ênfase ao tipo específico de compactação ocorrente em 
Latossolos. Serão feitas outras considerações sobre os outros tipos de compactações que 
podem ocorrer em função de manejos distintos em outros tipos de solos. 
 Na verdade, o termo que deveria ser aplicado para se reduzir os efeitos da 
compactação não deveria ser descompactação e sim, amenização de seus efeitos, já que 
a nível de campo, não se consegue obter densidades como aquelas existentes nos solos 
quando eles estavam sob condições de vegetação nativa, o máximo que se obtém é a 
amenização momentânea de seus efeitos. 
 Operações de preparo e o manejo dos fatores que influenciam a compactação 
podem acelerar a recuperação do meio (Al-Adawi, 1996). São considerados fatores 
atenuadores das compactações dos solos as sequências de umidecimento e secagem 
dos solos, as sequências de congelamento e degelo, atividades de preparo do solo e ação 
microbiana, além da dispersão que pode ocorrer mediante mecanismos físicos e/ou 
químicos. 
 Uma das alternativas é o chamado tráfego de precisão, que é o sistema de 
espaçar todos os conjuntos de rodados das máquinas, para atuarem mais em um número 
predeterminado de entre linhas de plantio, minimizando desta forma o número de trilhas 
e se plantas na mesma posição dessas linhas todos os anos. Desta forma, as zonas de 
tráfego serão separadas daquelas cultivadas. Esta prática normalmente aumenta a 
produtividade e o rendimento do trabalho no campo. Os caminhos firmemente 
compactados melhoram a tração e a mobilidade das máquinas, não eliminando 
totalmente a compactação da área (Al-Adawi, 1996 e Chancellor, 1977). 
 Wood (1993) mediu algumas propriedades físicas de um solo onde foi utilizado 
o tráfego controlado por sete anos e observou que se mantendo áreas separadas para o 
tráfego das máquinas, a área das culturas apresentou menores densidades e maiores 
porosidade e permeabilidade ao ar, beneficiando as plantas quando se comparou com 
aquelas linhas utilizadas para o tráfego. 
 Schuler & Wood (1992), citados por Al-Adawi (1996), afirmaram que a 
subsolagem deve ser utilizada para se remover uma camada compactada se a produção 
estiver sendo limitada pela compactação. Recomendam ainda, subsolar somente quando 
o teor de umidade for baixo o suficiente para que o solo possa ser fraturado 
adequadamente e que a profundidade das hastes seja um pouco um pouco maior que a 
parte de baixo da camada compactada. 
 A simples mudança nos sistemas de preparo de solo podem alterar muito o 
quadro da compactação. 
 Canalli & Roloff (1977), trabalhando com plantio direto em um Latossolo 
Vermelho Escuro, verificaram que esse sistema de cultivo possibilitou, na camada de 0 
– 20 cm de profundidade uma menor quantidade de água prontamente disponível, que 
ocorre em função da compactação provocada por esse sistema de cultivo, ao mesmo 
tempo em que relatam uma maior retenção de água nesta mesma faixa, o que deveria 
estar ocorrendo em função do acréscimo percentual de microporos. este dados 
corroboram o demonstrado por Rosa Junior (1994), que abrangeria os Latossolos de 
forma geral, notadamente o Latossolo Roxo Distrófico e o Vermelho Escuro. 
 Uma camada espessa de cobertura morta sobre o solo é recomendável tanto para 
as épocas de inverno como para as épocas de verão. No verão os seus maiores efeitos 
são fornecidos pela diminuição dos riscos de erosão, manutenção de temperaturas que 
não promovam aceleração dos processos de decomposição e diminuição da perda de 
água por evaporação superficial, fator que pode ser de grande significado para a região 
Centro Oeste, pois é comum a ocorr6encia de verânicos prolongados. Vieira et al. 
(1991), trabalhando com restevas como cobertura morta de inverno, pouco efeito 
observaram sobre a temperatura do solo. Tal fato pode ser explicado pelo rápido efeito 
que esse tipo de material teria sobre o solo, especialmente em função de sua rapidez de 
decomposição, discutido por Rosa Junior (1991), que sugere para utilização sobre o solo 
ou que tenha efeitos sobre sua física, materiais ricos em celulose e lignina, 
normalmente as gramíneas. Dados esses que estão em aparente contradição daqueles 
apresentados por Lassus (1990). 
 Carpenedo & Mielniczuk (1990), trabalhando com sistemas de manejo e seus 
efeitos sobre agregados estáveis em água, não observaram variações na porosidade, que 
ocorre em função da agregação, apenas constataram que os agregados existentes sob 
plantio direto eram mais estáveis que aqueles encontrados em áreas com preparo 
convencional. Observação parecida pode ser constatada pelos resultados obtidos por 
Anjos et al. (1994), que embora demonstrando diferenças significativas entre os solos 
submetidos aos sistemas de manejo empregados e aquele sob vegetação nativa, não 
verificaram diferenças entre os sistemas de manejo empregados. As conclusões sobre 
condutividade hidráulica e porosidade, fornecidas por este autor, que não trabalhou com 
Latossolo Roxo, devem ser vistas com ressalvas, uma vez que o processo de dispersão e 
consequente compactação subsuperficial é notória, e foi demonstrado por Rosa Junior 
et al. (1988 a). 
 Centurion & Demattê (1992), trabalhando com Latossolo Vermelho Escuro, 
demonstraram a compactação subsuperficial na camada que varia entre 10 a 23 cm de 
profundidade e mais, que com a utilização de subsolador, se reduziu a densidade do 
solo até a profundidade de 33 cm. Essa ação descompactadora, como já dito, deve ser 
vista no entanto como temporária, pois após pouco tempo, com o auxílio da água das 
chuvas, logo o solos estará novamente rearranjado, podendo ocasionar o 
aprofundamento da camada compactada. 
 Alvarenga et al. (1987), trabalhando com um Latossolo Roxo Eutrófico, também 
verificaram a formação de uma camada compactada entre 10 – 20 cm de profundidade, 
com reflexos negativos sobre a densidade do solo e a porosidade, situação em que o 
arado de discos possibilitou melhorias ao reduzir o adensamento. 
 Atualmente existe a tendência de se utilizar equipamentos maiores e mais 
pesados sob o controle de um único operador, os quais exercem maior pressão no solo. 
Deve-se portanto, evitar a concentração de peso em pequenas áreas para que se possa 
minimizar a compactação, o que pode ser conseguido a partir da utilização de rodados 
duplos ou triplos, pneus largos e força de tração em todas as rodas. O aumento da 
velocidade de trabalho e a utilização de implementos que transmitam força ao conjunto, 
como a enxada rotativa e subsoladores equipados com vibrador, também tendem a 
exercer menores pressões ao solo (Chancellor, 1977). 
 De acordo com Lanças (1977), o uso de pneus com pressão ótima baixa (mas 
correta – pneus especiais), vem sendo descritos como um importante auxiliar na 
diminuição da pressão de compactação do solo. 
 
 
 3.3- Métodos de detecção da compactação do solo 
 
 Os métodos para avaliação das compactações superficiais ou subsuperficiais 
podem ser subdivididos em quatro grupos principais, sendo os três primeiros a partir de 
dados de Lanças (1996 a) e Mantovani (1987), e o quarto deles, a partir de observações 
pessoais. 
 3.3.1- Métodos visuais, subjetivos ou grosseiros 
 
a- demora na emergência de plantas 
b- plantas mais baixas que o normal 
c- folhas com coloração não características 
d- sintomas de deficiência nutricional em solos bem adubados 
e- sistema radicular raso, espalhado e pouco desenvolvido 
f- formação de crosta na superfície do solo 
g- zona compactada na superfície 
h- água empoçada 
i- erosão excessiva pela água 
j- aparecimento de sulcos de erosão 
k- surgimento de fendas na superfície do solo ou nos rastos dos 
tratores 
l- aumento de requerimento de potência para o preparo de solo 
m- aumento da “dificuldade” de penetração de um objeto 
pontiagudo ao longo do perfil dosolo 
n- aumento do esforço necessário para a penetração de um 
trado 
 
 
3.3.2- Métodos precisos 
 
Os métodos tidos como precisos são determinados a nível de 
laboratório, e são variáveis os métodos de determinação existentes, sendo que os 
parâmetros mais comumente utilizados são: 
 
a- Densidade do solo 
b- percentagem de macroporos 
 
 
 
3.3.3- Métodos intermediários 
 
a- taxa de difusão de oxigênio 
b- condutividade hidráulica do solo 
 
 
3.3.4- Métodos práticos a nível de campo 
 
a- avaliação visual da penetração lateral de água em um perfil 
de solo. 
b- construção de uma micro escada no terreno, ao longo do 
perfil, onde se vai depositando água e avaliando visual ou 
temporalmente, a infiltração dessa água. 
c- bater, com uma agulha ou pedaço de arame, com a mesma 
força e frequência, ao longo de uma pequena trincheira, de 
cima para baixo, para que se possa identificar a real 
localização da camada compactada.

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