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IM628 - Finanças Corporativas Estrutura de Fluxo de Caixa Estrutura de Fluxo de Caixa • Bibliografia: • Gestão de Investimentos e Geração de Valor – C.P.Samanez – Ed. Pearson. • Cap. 3 - Estrutura do fluxo de caixa para análise e avaliação econômica de investimentos de capital. Estrutura de Fluxo de Caixa • Fluxo de Caixa: • Resume as entradas e saídas efetivas de dinheiro ao longo do tempo, permitindo, dessa forma, conhecer a rentabilidade e a viabilidade econômica do projeto. • Representam a renda econômica gerada pelo projeto ao longo de sua vida útil e são diferentes de lucros contábeis, pois podem ocorrer mudanças nos lucros sem que haja qualquer mudança correspondente nos fluxos de caixa. • O fluxo de caixa é a principal matéria-prima para estimar o valor da empresa. Estrutura de Fluxo de Caixa • 3.1 Fluxo de caixa incremental • Os fluxos de caixa incrementais são a base para o calculo de índices que permitem efetuar a avaliação econômica de projetos de investimento. • Os fluxos de caixa incrementais são os efeitos positivos ou negativos no caixa em decorrência dos movimentos de fundos provocados pelo investimento. Ou seja, são os fundos diferenciais comprometidos(receitas e custos) resultantes da decisão de investir. • O raciocínio econômico subjacente a qualquer desembolso de capital está estritamente ligado às mudanças adicionais que são resultado da decisão de investir. Desse modo, apenas os fluxos incrementais são relevantes para a decisão de prosseguir ou não com o projeto. Estrutura de Fluxo de Caixa • 3.2 Considerações na montagem do Fluxo de Caixa • A análise de projetos de investimento e a montagem do fluxo de caixa necessário para a avaliação econômica não são uma ciência exata; Segue abaixo alguns princípios e convenções aceitos: • 1 – Os fluxo de caixa devem ser estimados em base incremental. Isto é, os únicos fluxos relevantes são aqueles decorrentes da aceitação do projeto. • 2 – Os cursos de oportunidade associados a recursos previamente possuídos devem ser alocados com base no melhor uso alternativo do bem. • 3 – Devem ser consideradas mudanças nos requerimentos de capital de giro, visto que elas são incrementais e afetam a decisão. Estrutura de Fluxo de Caixa • 4 – Os efeitos fiscais (economias de imposto) e qualquer outro efeito derivado da aceitação do projeto devem ser considerados. • 5 – Os efeitos derivados do projeto devem ser incluídos. • 6 – Os custos passados já gastos (sunk costs – custos afundados) não serão recuperados se o projeto não for empreendido. • 7 – os custos não indiretamente atribuídos ao projeto devem ser alocados somente se forem incrementais. • 8- Os fluxos devidos ao financiamento não devem ser incluídos no fluxo de caixa livre para avaliação da viabilidade econômica do investimento de capital. Estrutura de Fluxo de Caixa • 9 – Os efeitos da inflação no fluxo de caixa e na avaliação devem receber tratamento adequado. • 10 – O valor residual ou de liquidação do projeto deve ser estimado de modo consistente. Estrutura de Fluxo de Caixa • 3.3 Fluxo de Caixa Livre (FCL) • O FCL reflete as atividades operacionais do projeto. • O FCL é o fluxo disponível para todos os provedores de capital seja por endividamento ou por participação acionária. • Sua forma funcional segue: • FCL = Lucro operacional depois de impostos (Nopat) – Dispêndios de capital – mudanças no capital de giro + depreciação. • O FCL é o Fluxo gerado pelas operações, líquido de impostos, menos os dispêndios de capital necessários para assegura a permanência e o crescimento do projeto (reinvestimento) menos as mudanças no capital de giro operacional. Deve ser ajustado para a depreciação e outras despesas não-caixa que, por não representar desembolsos de caixa, devem ser somados novamente depois de ser considerado seu efeito fiscal Estrutura de Fluxo de Caixa • O nome Nopat (net operational profit after taxes) é adotado para o lucro operacional depois de impostos: • FCL = Nopat – Dispêndios de capital – mudanças no capital de giro + depreciação. • Onde: Nopat = EBIT x(1 – T) = LAJIR x(1 – T) • LAJIR = Lucro antes de juros e imposto de renda • EBIT = Earning before interest and taxes • T = é a alíquota de imposto de renda e contribuição social (IR/CS) Estrutura de Fluxo de Caixa • Para condizer com a definição de fluxo de caixa livre, a taxa de desconto aplicada a esse fluxo deve refletir o custo de oportunidade de todos os provedores de capital, ponderado pela contribuição relativa de cada provedor no capital total investido no projeto. • A isso chamamos de Custo Médio Ponderado do Capítal (CMPC) ou (WACC - Weighted Avarage Cost of Capital). Nota: • Onde: • K = CMPC CP = Valor de Mercado do Capital Próprio • Kcp = Custo do capital Próprio V = Valor de Mercado da Empresa (V=CP+D) • Kd = Custo Marginal da Dívida T = Alíquota Marginal de Imposto de Renda • D = Valor de Mercado da Dívida 1cp d CP D K K K T V V Estrutura de Fluxo de Caixa • 3.4 – Fluxo de Caixa dos Acionistas (FDA) • A inclusão dos fluxos financeiros decorrentes da forma como o projeto será financiado e dos impactos desses fluxos transforma o FCL em um fluxo denominado fluxo dos acionistas. • O FDA permite estimar a rentabilidade do projeto do ponto de vista do capital próprio, ou seja do ponto de vista dos acionistas: • FDA = FCL + Financiamentos – Prestações do Financiamento + Benefício Fiscal do Financiamento • Para condizer com a definição de FDA, a taxa de desconto aplicada a esse fluxo deve refletir o custo de oportunidade dos provedores do capital próprio (acionistas) Estrutura de Fluxo de Caixa • 3.5 - Decisões Econômicas e Decisões Financeiras: O Teorema da Separação. • Devemos lembrar que na análise de viabilidade econômica de projetos os fluxos financeiros não devem ser incluídos, pois as decisões de investimento e financiamento são separadas, que é o conceito do Teorema da Separação: • O sucesso ou insucesso do projeto deve ser determinado considerando unicamente seu próprio potencial de geração de renda econômica, independente da forma como será financiado. Estrutura de Fluxo de Caixa • Imaginemos que uma empresa pretenda executar um projeto de investimento financiado por um empréstimo a juros de 13,86%. O custo de oportunidade do capital para o projeto é de 25% e sabe-se que essa firma poderia conseguir um financiamento no mercado a juros de 10%.O diagrama a seguir representa o investimento, o financiamento e o fluxo de caixa com financiamento incorporado: $120 + 101 = $1 $5 Investimento Financiamento $100 $115 VPL(25%) = -$4 VPL(25%) = -$4 Estrutura de Fluxo de Caixa • Além de ser um mau projeto de investimento (VPL<0) ele ainda apresenta uma proposta ruim de financiamento, pois os juros pagos estão acima dos juros de mercado. • No entanto, quando somada as duas propostas (financiamento e investimento) “milagrosamente” as coisas mudam, pois o mau financiamento adiciona $9 ao VPL do projeto ( de -$4 $5). Claro, existemdois erros de avaliação: um de financiamento e outro de investimento. • O principal erro é que, enquanto o projeto de investimento é de risco, isto é, a receita de $120 é incerta, o financiamento não tem risco, pois o débito deverá ser pago com certeza. Fica claro que foram misturados flluxos de caixa com risco diferentes. Estrutura de Fluxo de Caixa • Procedimento correto: • Descontar os fluxo de caixa de acordo com as taxas adequadas a seus riscos específicos, ou seja: • Fluxos do projeto 25% • Fluxos do financiamento 10% • Dessa maneira, em vez de contribuir para que o projeto alcançasse um VPL de $9, o financiamento ampliaria suas perdas, pois o VPL resultante seria de - $7,6: 120 115 100 101 $7,60 1.25 1.10 VPL Estrutura de Fluxo de Caixa • Neste ponto é oportuno mencionar a terceira lei de Brealey e Myers: “Você pode ganhar muito mais dinheiro com o lado esquerdo do balanço (conta de ativos) do que com o lado direito (passivos)”. • Isto é, “existe mais valor a ser ganho com boas decisões de investimento do que boas decisões de financiamento”. Estrutura de Fluxo de Caixa
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