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MonoCivil. CAMILAGAUDENCIO (1)

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA 
CAMILA GAUDENCIO SANTOS 
A CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL 
BRASÍLIA 
2015
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO…………………………………………………...…………..…........2
CÓDIGO CIVIL DE 1916 VS. CÓDIGO CIVIL DE 2002………..….……............3
A CONSTITUIÇÃO DE 1988………………………….……….....……..……..........4
A CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL…………………...…....... 5
CASOS CONCRETOS………………………………………….........………............8
CONCLUSÃO………………………………………………………………….....….12
REFERÊNCIAS……………………………………………………………..….……14
1. INTRODUÇÃO
Hodiernamente, em se tratando do Estado Democrático de Direito, o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana deve ser posto como o de maior importância entre os demais. Assim sendo, situada a sociedade brasileira, esse sem dúvida é um dos mais debatidos e usados nos tribunais e nas relações públicas e privadas. Afinal, não existe ser humano com uma vida digna, se não puder falar da existência desse princípio.
O movimento de Constitucionalização do Direito Civil, tem por base exatamente o posicionamento do princípio da dignidade da pessoa no centro gravitacional da órbita jurídica. Nesse sentido, foi quando começara a necessidade da entrada de um novo estado que não fosse mais o liberal, para que reduzisse um pouco do princípio da autonomia da vontade, para que assim, fosse minimizada as desigualdades sociais. 
Logo, surgira o movimento histórico no final do século XIX e início do século XX , que desencadeara o Estado Social de Direito e o Estado Constitucional Social. O Estado Social de Direito, trazia consigo à vontade de por um fim, e por limites ao Estado Liberal, sendo assim entrara a intervenção do Estado na economia, aplicação do princípio da igualdade material e realização da justiça social. Devido ao longo tempo do direito civil, baseado em ideias liberais, esse era de cunho extremamente individualista e formalista. 
Com a mudança e a chegada das concepções do Estado Social, era necessário que o direito civil fosse adaptado para as novas revoluções, valores e jurisdição que a época o cobrava. O Direito Civil era forjado de um modelo fechado, e voltado à si mesmo, para o qual as Constituições, ao menos diretamente, não lhe diziam respeito. 
Todavia, isso estava prestes a mudar com a entrada do novo código civil, o Código de 2002. E com ele, iniciara e vigorara a realidade que era a Constitucionalização do Direito Civil, o qual os princípios constitucionais não eram só políticos, mas eram princípios gerais de direito. Entendeu-se que o direito constitucional e o princípio da dignidade da pessoa humana, podia ser diretamente aplicado nas relações interprivadas. 
Segundo Tepedino (2008,p.199), “Sendo a Carta Constitucional a fonte normativa de todo ordenamento , todo ele é afetado pelas disposições constitucionais, e consequentemente, pelos direitos fundamentais”. Como adverte Gustavo Tepedino, sem reduzir o espaço da autonomia privada, a Constituição lhe atribuiu novas feições, revitalizando-a mediante uma nova tábua axiológica comprometida com a construção de uma sociedade justa e solidária. Logo, entende-se que a partir do momento em que foram quebrados todos os medos e independências do código civil, a sociedade passou a ter uma visão muito mais positiva, e justa do que era anteriormente. As pessoas finalmente no Estado Democrático de Direito, puderam ter suas liberdades de fato vividas e a proteção de sua dignidade humana assegurada, que quando agredidas, podem ser abraçadas pelo apoio do Estado e do cidadão em parceria, que agora entende o verdadeiro significado desta. [1: TEPEDINO, G. Temas de direito Civil. Tomo II, Rio de Janeiro: Renovar,2006, p.42 ]
2. O CÓDIGO CIVIL DE 1916 VS. O CÓDIGO CIVIL DE 2012
 A história do Direito brasileiro têm suas bases e raízes fincadas no Direito Português, tendo sido este participante da herança do Direito Romano, Germânico e Canônico. Após a Independência do Brasil, foram promulgadas pelo governo imperial as Ordenações Filipinas, às quais mantiveram vigor até a chegada do Código Civil Brasileiro de 1916.
 O interesse em criar um Código para o Brasil estava voltado primeiramente a visão do Código de Napoleão, o qual influenciou os juristas brasileiros a pensarem na criação de tal, com a finalidade de ter uma sociedade melhor e mais evoluída. Logo mais, foi entregue à Augusto Teixeira de Freitas a missão de elaborar o Código Civil Brasileiro, este cria à consolidação das leis civis, porém, após seis anos de trabalho sobre o projeto ele o abandona.
 Assim, contratam o Clóvis Beviláqua para que fizesse o Código. Beviláqua concluí seu trabalho, esse é aprovado na Câmara muito mais tarde, devido á oposição de Rui Barbosa. Ele simplifica a estrutura deixada por Freitas. As principais características do Código Civil de 1916 era seu alto nível de conservação, especialmente nas regras sobre à família,existia uma completa rejeição dos aspectos sociais em seu conteúdo e no todo foi redigido com excesso de abstração. As ordenações Filipinas tiveram vigor até o início do ano de 1917, quando então o Novo Código Civil Brasileiro fora vigorado. 
“.. Obra monumental do insigne jurista Clóvis Beviláqua, que pensava poder situá-lo entre as linhas da tradição e do progresso,sem prever, todavia, as revoluções sociais e tecnológicas que iriam ocorrer logo após a Primeira Guerra Mundial.” [2: REALE,M. Estudos preliminares do Código Civil - São Paulo: Editora Revista dos Tribunais ,2003,p.35. ]
O Novo Código Civil entrou em vigência no dia 10 de Janeiro de 2002 e está em vigor desde 11 de Janeiro de 2003. Esse tem sido inerente ao dia à dia do brasileiro desde então, e seu exercício usado todos os dias, mesmo que inconscientemente.
 Anteriormente, o Código de 1916, mais chamado de Código Clóvis Beviláqua, era extremamente voltado á si mesmo,de cunho individualista e muito fechado para outras ideias ou teorias que fossem extravagantes, ou modernas ao tempo em que se vivia. A nova codificação fora feito por Miguel Reale e foi aprovada no Senado e na Câmara em 2001. 
“(...) O novo Código Civil reflete a preocupação da correlação com a sociedade contemporânea, o que vem demonstrado nos valores erigidos como essenciais nos trabalhos de sua elaboração: a eticidade, refletida na opção por normas genéricas, que possibilitam a atualização dos preceitos legais; a operabilidade, que pode ser constatada, principalmente, na opção por uma linguagem precisa e atual; e a socialidade, superadora do caráter individualista.” [3: (CIELO, P. A Codificação do Direito Civil brasileiro: do Código de 1916 ao Código de 2002. Disponível em: < http://jus.com.br/artigos/25739/a-codificacao-do-direito-civil-brasileiro-do-codigo-de-1916-ao-codigo-de-2002> Acesso em: 06, novembro, 2015) ]
 O Novo Código trazia consigo a necessidade de estar adepto à Constituição que estava atuante no Brasil naquele momento, sendo esta a Constituição Cidadã ou A Constituição de 1988. 
3. A CONSTITUIÇÃO DE 1988
No Brasil as sete constituições já feitas, foram iniciadas devido ao movimento que gerou o que o Brasil é considerado hoje perante a Constituição Cidadã, um Estado democrático de Direito. Esse movimento foi a Revolução Francesa, que desembocou as revoluções culturais, sociais, filosóficas e políticas, às quais abriram a mente do homem à um novo Estado chamado Estado liberal de Direito, que acarretou o extremo individualismo e a delimitação dos limites de intervenção do Estado.
 “O liberalismo daquela época apregoava a autossuficiência. O ser humano era visto como um fim em si mesmo, sujeito ou titular de direito (conotação patrimonialista). As noções de igualdade pressupunham isonomia meramente formal ou abstrata.” [4: (PASCHOAL,S. A evolução histórica da principiologia dos códigos civis brasileiros e suas repercussões na teoria da responsabilidade civil. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7300>Acesso em: 06, novembro, 2015) ]
Com o forte desenvolvimento tecnológico e industrial, gerou-se a necessidade de adotar ideologias e filosofias menos individualistas e liberais, para que diminuísse a massificação nas relações comerciais. Era preciso um sistema mais funcional, o qual protegesse a pessoa como indivíduo, para que assim, o mais forte não oprimisse o mais fraco. 
Logo, a Constituição de 1988, cobrava do Antigo Código Civil uma reformulação e inserção de princípios, para que a Constituição adentrasse no Novo Código, e então, isso aconteceu. 
4. CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO CIVIL
O Direito Civil durante todo o início de sua história era considerado o direito que mais visava o ser como indivíduo, nenhum direito era mais distante dele do que o Direito Constitucional. Durante um longo período de tempo, o Direito Civil era visto de forma separada do Direito Constitucional, a verdade era que ambos pensavam estar tratando de direitos muito distintos, mas o fato é que eram mais similares do que imaginavam. 
A partir de um momento, a Constituição passa a ser visualizada de forma diferente para alguns civilistas, devido principalmente ao Estado Social, quando entrara com força normativa, rompendo parte do Liberalismo imposto pelo Estado Liberal de Direito. Sendo assim, a Constituição no seu olhar ao direito público, direito do povo, direito da sociedade, da nação, começa a romper e trazer esse novo olhar ao direito civil, o qual tinha enfoque no direito privado e seus indivíduos particulares. 
Conforme aponta Konrad Hesse, em conhecida lição, “a Constituição não é mais apenas a ordem jurídico-fundamental do Estado, tornando-se a ordem jurídico-fundamental da sociedade” (HESSE,K. Escritos de Derecho Constitucional. Madrid: Centro de Estúdios Políticos y Constitucionales, 1992. p.16). 
Nessa paradoxal problemática, iniciou-se a aplicação dos Direitos Fundamentais entre às relações particulares. No mesmo, notou-se que a vinculação dos particulares aos direitos fundamentais era algo inerente às relações há algum tempo, uma vez que, direito civil e direito constitucional, Estado e Sociedade, somam-se em direção à ética una que é defesa material da dignidade da pessoa humana.
 Segundo Pasqualini, o direito público e o privado são uma unidade teleológica dos interesses universalizáveis, os quais possuem uma mesma e única realidade, nascida dos mesmos princípios e voltada aos mesmos fins: um é a vida do outro. 
As duas searas foram enriquecidas em problematização e complexidade. No direito civil a autonomia da vontade não seria mais dogma e condição de validade, e já no direito constitucional mudara sua ótica exclusiva defensiva à ingerências estatais. Inicia-se toda essa arquitetura que estava prestes a ser desenhada pela história, logo adentrar-se-ia aos modos de vinculação dos particulares aos direitos fundamentais expostos pela doutrina civilistica-constitucional contemporânea. 
“Fixadas as premissas, demonstrar-se-á a imperatividade da coexistência harmônica dos diversos modos de incidência dos direitos fundamentais nas relações interprivadas, abrindo-se , destarte, à pluralidade. Por fim, buscou-se, de modo prospectivo, problematizar, à luz das premissas fixadas e da teoria constitucional, o princípio da autonomia privada, inserindo-a como parte integrante - e não elemento alheio - ao projeto constitucional.” [5: TEPEDINO, G.; FACHIN, L. Diálogos obre Direito Civil - Rio de Janeiro: Renovar,2008, p.197-198. ]
Para que nessa formulação teórica civil e teórica constitucional fosse identificado, em sua efetiva força normativa, o princípio da dignidade da pessoa humana como base para os plurais direitos fundamentais. Nesse mesmo sentido, aprofundou-se no princípio da autonomia privada, na análise e trabalho destinado ao projeto constitucional. 
“A expansão dos direitos fundamentais é, em realidade, consequência natural da superação do modelo liberal do Estado de Direito no qual os direitos fundamentais eram direitos de defesa em face do inimigo público, o ente estatal.” [6: Ibiden,p.199.]
Era nesse aspecto, que os direitos fundamentais começam a tornar-se verdadeiramente conhecidos e começam a expandir-se e rechear impetuosamente o ordenamento jurídico em todos os rincões. A partir disto, fala-se na eficácia irradiante dos direitos fundamentais. Esta conjuntura forneceu alicerce fático, ao direito constitucional, para a consolidação da força normativa da Constituição e a consequente força expansiva dos direitos fundamentais. 
Os direitos fundamentais como antigamente analisados pelo Estado Liberal de Direito, agora já analisado de forma distinta, pois o rol fora aberto, já não se vê somente o indivíduo-estado, agora a visão também é para indivíduo-sociedade. Iniciaram perguntas do tipo, até que ponto, e de que modo, podem os particulares, fazerem o uso dos direitos fundamentais, em relação com seus pares. Emergem-se expressões como eficácia privada e eficácia horizontal no direito privado, em relação aos direitos fundamentais. Todavia, não é possível estabelecer um ponto a partir do qual cessa a eficácia da Constituição. 
“A operatividade dos direitos fundamentais depende da mediação do Legislador. Vale dizer que a dimensão valorativa dos direitos não acarreta sua incidência direta nas relações privadas, mas apenas implica a necessidade de que sejam levados em conta pelo Estado na criação legislativa ou na interpretação do direito privado.” [7: PEREIRA, J. R. G, apud TEPEDINO, G, ibiden, p.203. ]
Logo, para necessária recepção das normas jus fundamentais na incidência das relações privadas, depende da mediação direta do legislador e das interpretações dos juízes segundo os avanços temporais e tecnológicos atuantes à época e diante. Serve para fundamentar metodologicamente a reconstrução do direito civil em chave constitucional é a articulação entre a eficácia normativa dos princípios e a abertura do sistema jurídico através da aplicação dos princípios constitucionais. Segundo a professora Maria Celina Bodin de Moraes, a relação direta entre o intérprete e a norma constitucional tenta evitar o fracionamento do sistema, insistindo na unidade do ordenamento. Assim, à respeito das premissas primordiais, elenca Gustavo Tepedino: 
“O primeiro deles é que não existe caminho único para a incidência dos direitos fundamentais nas relações interprivadas. A contraposição de maneiras não antagônicas de incidência apenas serve aqueles que não possuem interesse numa real interpenetração do direito civil à legalidade constitucional. A segunda premissa guia é o papel central que a dignidade da pessoa humana ocupa nessa constante travessia.” [8: TEPEDINO, G.; FACHIN, L. Diálogos obre Direito Civil - Rio de Janeiro: Renovar,2008, p.225.]
Portanto entende-se, que o elo marcante entre ambos direitos sempre será a dignidade da pessoa humana, porém agora todo direito, não somente o civil, necessita, requer a visitação à legalidade constitucional. 
 
5. CASOS CONCRETOS
RECURSO DE REVISTA. DANO MORAL EXIGÊNCIA DE CERTIDÃO NEGATIVA DE ANTECEDENTES CRIMINAIS. DANO MORAL. VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E DA PROTEÇÃO À PRIVACIDADE. A jurisprudência desta Corte consolida-se no sentido de a obrigatoriedade de apresentação de certidão negativa de antecedentes criminais caracterizar violação do princípio da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF), da intimidade, da vida privada e da imagem do empregado (art. 5º, X, da CF). Nem se argumente que a exigência da certidão está inserida no poder diretivo do empregador. A relação entre empregador e empregado deve ser pautada em confiança recíproca. A definição de qual é o limite do poder diretivo, em situações concretas, reclama a atuação do princípio da razoabilidade. Tal análise, sendo subjetiva, não pode abstrair das regras da experiência e da viabilidade da gestão empresarial. Se o inciso X do artigo 5º da Constituição Federal dispõe que -são invioláveis a intimidade, a vida privada,a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação-, puna-se a conduta imprópria do empregado no plano concreto, sem se permitir a regulamentação abusiva, no plano abstrato. Assim, a investigação da vida pregressa do candidato pela empresa não pode ser considerada conduta razoável, pois configura afronta à dignidade da pessoa humana e à privacidade, aliada ao abuso do poder diretivo do empregador. Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido.
(TST - RR: 2077007720135130009 , Relator: Augusto César Leite de Carvalho, Data de Julgamento: 10/09/2014, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 12/09/2014)
A histórico-análise do caso, quando feita, entende-se que, quando no Estado Liberal, haveria esse problema de relação entre pessoa e empresa à contratar, devido ao fato de precedentes criminais, o direito civil, julgaria o caso puramente com visão estrita do agente, porém ao entrar a análise atual, constitucional, o não empregamento do sujeito, acarreta a falta de respeito à sua dignidade, logo o sujeito, possível empregado, merece segundo preceito constitucional, ser efetivado pela empresa. 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. ASSÉDIO MORAL. TRATAMENTO DISPENSADO POR SUPERIOR HIERÁRQUICO A SUBORDINADOS. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. Demonstrado no agravo de instrumento que o recurso de revista preenchia os requisitos do art. 896 da CLT, quanto ao tema em epígrafe, dá-se provimento ao agravo de instrumento, para melhor análise da arguição de violação do art. 5º, V, da CF, suscitada no recurso de revista. Agravo de instrumento provido. RECURSO DE REVISTA. ASSÉDIO MORAL. TRATAMENTO HUMILHANTE E DEGRADANTE DISPENSADO POR SUPERIOR HIERÁRQUICO A SUBORDINADOS. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. A conquista e afirmação da dignidade da pessoa humana não mais podem se restringir à sua liberdade e intangibilidade física e psíquica, envolvendo, naturalmente, também a conquista e afirmação de sua individualidade no meio econômico e social, com repercussões positivas conexas no plano cultural - o que se faz, de maneira geral, considerado o conjunto mais amplo e diversificado das pessoas, mediante o trabalho e, particularmente, o emprego. O direito à indenização por dano moral encontra amparo no art. 5º, X, da CF, c/c o art. 186, Código Civil, bem como nos princípios basilares da nova ordem constitucional, mormente naqueles que dizem respeito à proteção da dignidade humana e da valorização do trabalho humano (art. 1º, da CF/88). No caso vertente, houve nítida ofensa à dignidade do Reclamante, em razão de ter sido constrangido e humilhado pelo superior hierárquico, independentemente do fato de tal tratamento ser destinado a todos os empregados. Assim, a constante arbitrariedade do agressor no trato com os seus subalternos - que não têm poderes de repelir a agressão, haja vista a subordinação hierárquica a que se submetem - enseja claro assédio moral, repudiado pela ordem jurídica. Recurso de revista conhecido e provido.
(TST - RR: 911006420085020005 , Relator: Mauricio Godinho Delgado, Data de Julgamento: 20/08/2014, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 22/08/2014)
Segundo, o caso acima, o superior humilhara o subordinado, ferindo, agredindo sua dignidade humana, logo, esse abrira processo em face de tal, com total exercício de defender seu direito o requerente está correto na aplicação deste, pois deve ser feita em todos os locais e em todas relações, tanto privadas quanto públicas, logo , relator no final do processo concede ao subordinado, ao agravante, concedida sentença. 
EMENTA DIREITO ADMINISTRATIVO E DO CONSUMIDOR. SAÚDE. MEDICAMENTOS. DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. PORTADORES DE DEFICIÊNCIA VISUAL. ACESSO ÀS INFORMAÇÕES CONSTANTES NAS BULAS. FONTE AMPLIADA OU BRAILLE. DECRETO Nº 5.296/2004 E LEIS FEDERAIS Nº 10.048/2000 E 10.098/2000. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO ART. 5º, LIV, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. NATUREZA INFRACONSTITUCIONAL DA CONTROVÉRSIA. EVENTUAL VIOLAÇÃO REFLEXA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA NÃO VIABILIZA O MANEJO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ACÓRDÃO RECORRIDO PUBLICADO EM 19.3.2012. Obstada a análise da suposta afronta ao inciso LIV do artigo 5º da Carta Magna, porquanto dependeria de prévia análise da legislação infraconstitucional aplicada à espécie e da reelaboração da moldura fática constante no acórdão de origem, procedimento que refoge à competência jurisdicional extraordinária desta Corte Suprema, a teor do art. 102 da Magna Carta. As razões do agravo regimental não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada, mormente no que se refere à ausência de ofensa direta e literal a preceito da Constituição da República. Agravo regimental conhecido e não provido.
 No caso acima, o pedido fora indeferido, e não provido, por decisão unânime dos magistrados, sendo a relatora Ministra Rosa Weber. No meu ver, a decisão não é justa para com os deficientes visuais, pois esses merecem desfrutar dos mesmos direitos que os não deficientes, que podem e têm condições de fazer uma leitura da bula, mesmo que pequena, logo por quê os deficientes visuais não podem? Visto tal, creio que não fora justa a decisão, pois feriu a dignidade dos deficientes, que só queriam uma melhoria da leitura da bula. 
(STF - ARE: 849794 SP , Relator: Min. ROSA WEBER, Data de Julgamento: 24/02/2015, Primeira Turma, Data de Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-045 DIVULG 09-03-2015 PUBLIC 10-03-2015)
6. CONCLUSÃO
A formulação do novo código prestigiou o Direito Civil, para que este não fosse mais atrasado para com a sociedade. 
“Aprovado o novo Código Civil pela Câmara dos Deputados, a grande maioria dos juristas responsáveis reconheceu o imenso progresso representado pela substituição do Código de 1916 que, não obstante os seus incontestáveis méritos, não resistiu aos desgastes provocados pelas profundas mutações sociais e tecnológicas desencadeadas pelo tormentoso século passado.” [9: REALE,M. Estudos preliminares do código civil - São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2003, p.20. ]
Nesse sentido, observa-se que a nova Lei Civil preservou muitas contribuições valiosas da codificação anterior, só substituindo as disposições que já não mais correspondiam aos valores ético-jurídicos da época. Todavia, fazendo e trazendo a necessária passagem de um ordenamento individualista e formalista para outro mais social e de cunho aberto ás jurisprudências e às conquistas científicas. O novo código já estava mais que pronto para tomar seu lugar na sociedade, porém houveram controvérsias que tentaram o atrasar mais ainda em seu vigor. No entanto, segundo Reale: 
“Já foram revistos vários compêndios de Direito Civil à luz dos novos mandamentos, de acordo com os quais já estão sendo ministradas as aulas tanto do curso de bacharelado como de mestrado e doutoramento, fazendo-se precioso o cotejo entre as disposições dos dois códigos, com inegáveis vantagens de ordem científica. Tudo isso demonstra que a sociedade toda está aparelhada para a recepção da Nova Lei Civil.” [10: Ibden, p.29-30. ]
Tão almejado, o novo código já viria atrelado à Constituição Federal, sendo este o pressuposto de todos os outros direitos que estavam por vir e que já eram. Seriam consagrados pela Constituição, e trabalhariam de forma conjunta, sem conflitos ou convergências, pois a partir de então tudo que estivesse no novo código, teria primeiro a aprovação constitucional. Afinal, a própria Constituição já cobrava uma reforma do Código de 1916. 
Após a Reforma deste, e todas as implementações que este obtivera, a sociedade passou pelo choque jurídico, em suas relações, tanto privadas, quanto pública, pois agora estavam mais efetivas, mais fortes em execução. Princípios constitucionais e fundamentais foram aderidos ao Código e agora podiam ser exigidos e praticados. O mais importante deles, fora o Princípio da Dignidade da pessoa humana, que até os dias de hoje é umtema novíssimo, pois não se aparta dos tribunais e do dia a dia dos brasileiros.Desde então a Constitucionalização do Direito civil é viva, eficaz e absoluta. Tornou-se algo inerente ao Direito Civil, tornando-o mais justo nas relações privadas, desde a reforma do código de 1916. 
O poder dos direitos fundamentais que é pressuposto primordial a todos direitos e legislações perdurará de geração em geração e os código nessa vertente de avanços sociais e tecnológicos adaptar-se-ão à tal premissa que é a Constituição, à Lei Maior. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CIELO, P. A Codificação do Direito Civil brasileiro: do Código de 1916 ao Código de 2002. Disponível em: < http://jus.com.br/artigos/25739/a-codificacao-do-direito-civil-brasileiro-do-codigo-de-1916-ao-codigo-de-2002> Acesso em: 06, novembro, 2015) 
PASCHOAL,S. A evolução histórica da principiologia dos códigos civis brasileiros e suas repercussões na teoria da responsabilidade civil. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7300> Acesso em: 06, novembro, 2015) 
PEREIRA, J. R. G. Interpretação constitucional e direitos fundamentais: uma contribuição para o estudo das restrições aos direitos fundamentais na perspectiva da teoria dos princípios. Rio de Janeiro: Renovar,2006. 
REALE, M. Estudos preliminares do código civil - São Paulo: Editora Revista dps Tribunais,2003. 
TEPEDINO, G.; FACHIN, L. Diálogos obre Direito Civil - Rio de Janeiro: Renovar,2008. 
TEPEDINO, Maria Cecilia Bodin de Moraes. A caminho de um direito civil constitucional. Revista de direito civil, Imobiliário, Agrário e Empresarial, n.65, jul-set, 1993. 
TEPEDINO, G. Problemas de direito constitucional- Rio de Janeiro: Renovar, 2000. 
TEPEDINO, G. Temas de direito Civil. Tomo II, Rio de Janeiro: Renovar,2006.

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