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Resumo de Leshmaniose Reino Protozoa, causado por um protozoário. São divididos em nos subgêneros Leishmania e Viannia. Ciclo heteroxênico. São encontrados em 2 formas: Promastigotas (flagelados de vida livre, vivem no intestino) e Amastigotas (não tem flagelos, intracelular obrigatório). Obs.: Paciente que possui a doença é mais sucetível ao HIV. Hospedeiro intermediário: mosquito fêmea do gênero Flebotomínea, hematófoga. Hospedeiro definitivo: vertebrados Reservatório: tem como principal reservatório o cão, e também marsupiais e a raposa. Subgênero Leishmania: Leishmania mexicana e Leishmania donovani. L. mexicana: parasitas maiores que colonizam intestino anterior e médio dos insetos, causam lesões benignas no homem. Reservatórios: roedores e marsupiais. L. donovani: parasitas menores, tropismo pelo baço, fígado e MO. Subgênero Viannia: Leishmania brasiliensis. L. brasiliensis: causa a leishmaniose Tegumentar Subcutânea. Parasitas menores que NÃO apresentam tropismo visceral, mas causam lesões simples ou múltiplas no homem e podem produzir metástase. Ficam na parte posterior do intestino dos insetos. Classificação: Leishmaniose cutâneaLTA – Leishmaniose Tegumentar Americana Leishmaniose mucocutânea (boca, nariz e faringe) Leishmaniose cutânea difusa (forma metástica) Leishmaniose visceral ou calazar Morfologia: Promastigota: É a maior forma e possui flagelo. Vida livre. Vive no trato digestivo do hospedeiro invertebrado. Porção anterior do parasita é afilada e a porção posterior é arredondada. Núcleo arredondado ou oval. Possui cinetoplasto, responsável pelo movimento do flagelo, é em forma de bastão. Flagelo é do mesmo tamanho ou maior que o corpo. Amastigota: Menor forma, sem flagelo, forma oval, esférica ou fusiforme. Intracelular obrigatória (vive em células livres ou células fagocíticas). É formado po núcleo grande e arredondado, cinetoplasto e axonema. Possui cinetoplasto, estrutura responsável pela movimentação do flagelo. Apresenta uma invaginação na região anterior do corpo, formando uma bolsa flagelar, que é onde fica o flagelo. Paramastigota: Fase intermediária. Pequeno, arrendondado, flagelo curto. Promastigota metaciclíco: Forma infectante. Flagelo longo e mobilidade intensa. Ciclo biológico: Inseto suga sangue com macrófagos de um vertebrado infectado → Macrófagos rompem-se no organismo do inseto → Forma amastigota é encapsulado e forma a matriz peritrófica, onde passa para forma promastigota → Forma promastigota no sistema digestivo do inseto passa para forma promastigota metacíclico (forma madura) e migra para faringe → Faringe do inseto obstruída por parasita → Inseto tenta sugar sangue, não consegue e regurgita sangue com parasita → Infecta o vertebrado. Mosquito hematófago pica o humano → Mosquito regurgita substâncias anti-coagulantes e vasodilatadoras e liberam a forma promastigota metacíclico → No hospedeiro vertebrado passa para forma amastigota dentro dos macrófagos → Divisão binária, lise do macrófago e liberação para infectar outros macrófagos → Multiplicação do parasita ocorre na pele do indivíduo, causando lesões. IMPORTANTE: Uma coisa bastante interessante que a gente tem que reparar é que quando o animal pica ele não tem uma cânula muito profunda, então ele dilacera o epitélio e há tendência do sangue coagular, porém ele regurgita substâncias anticoagulantes, vasodilatadora e tem funções também imunoreguladoras. Por que? Por que ela vai atrair os macrófagos para aquela região e ao mesmo tempo ativa o sistema complemento para que seja opsonizado e passe para dentro do macrófago com facilidade. Dentro desse macrófago existem substâncias que vão tentar impedir que ele seja ingerido e tramitado tanto dentro desse macrófago, formando o chamado vacúolo parasitóforo. Patogenia Promastigotas metacíclicos são fagocitados pelos macrófagos na pele, passam a ser amastigotas e sofrem divisões binárias no vacúolo fagocitário. A lesão inicial é manifestada por um infiltrado inflamatório composto por macrófagos e linfócitos da derme. O período de incubação é de 2 semanas a 3 meses. A lesão é típica e há formação do histiocitoma. Forma-se uma lesão com bordas elevadas, por conta da necrose do tecido, bem característica. A superfície é bem avermelhada (eritema) ou com secreção purulenta e o nome dessa lesão é lesão leishmanica típica. Forma clínica: podem ser auto-resolutivas a lesões desfigurantes. Clínica da L. Tegumentar Americana: Leishmaniose Cutânea: formação de úlceras únicas ou específicas. L. brasiliensis: provoca a “úlcera de bauru”, possui forma de cratera, é bem destrutiva e no caso de um segundo contato destrói cartilagens. L. guyanensis: provoca a “cratera de lua”, dissemina-se pelos nódulos subcutâenos da pele, podendo causar linfangite, linfadenopatia. L. amasonensis: causa lesões ulceradas simples e limitadas. Individuo se recupera rápido. Leishmaniose cutaneomusoca L. brasiliensis: é conhecido como nariz de tapir (cartilagem é destruída e fica um buraco). São lesões secundárias, envolvem mucosas e cartilagens (boca, laringe, faringe e nariz), pode acometer inclusive respiração e deglutição. Leishmaniose Cutânea Difusa: lesões difusas não ulceradas (pápulas) em toda a pele. L. pifanoi: acomete pacientes imunodeprimidos. Clínica da Leishmaniose Tegumentar do Velho Mundo L. tropical: causa úlceras indolores, secas, progressão lenta e com alto índice de cura, pois o paciente adquiri imunidade contra reinfecções. L. major: causa múltiplas ulceras indolores e purulentas. L. tropical: causa úlcera seca. L. aethiopica: úclera tardia com progressão lenta e acomete a região oronasal, pode causa a L. Cutânea difusa. Clínica da Leishmaniose Visceral Americana: amastigota tem tropismo por órgãos. O período de incubação é variável, depende da carga parasitária e da imunidade do paciente. Paciente apresenta febrícula, 2 a 3x no dia. Alterações esplênicas: esplenomegalia, hiperplasia dos folículos linfáticos e dos cordões de billroth. Alterações hepáticas: hepatomegalia Alterações no tecido hemocitopoiético: diminuição de hemácias produzidas, apresentando anemia. Alterações renais: glomerulonefrite (inflamação dos glomérulos), devido a excreção de albumina na urina, o paciente pode apresentar edema de MMII. Alterações pulmonares: pneumonite intersticial, broncopneumonia. Alterações no tubo digestivo: edema nas vilosidades, parasita fica na placa de Peyer causando edema, inflamação, dor. Alterações nos linfonodos: linfangite e linfonodomegalia. Alterações cutâneas: alopecia, lesões sem ulceração. Diagnótico: L. Tegumentar Americana e L. Tegumentar do Velho: mundo usa-se mesmo método diagnóstico. Diagnóstico Clínico: Baseado na anamnese do paciente, característica da lesão, epidemiologia, lesões semelhantes podem ser confundias. Diagnóstico Laboratorial: Exame direto de esfregaços corados. Raspagem ou punção das bordas (83 % de positividade). Cultura de fragmentos de borda, linfonodos. Inóculos em animais. Pesquisa de DNA (PCR). Imunofluorescência indireta – mostra os promastigotas. Teste Intradérmico De Montenegro – Inocula antígeno e avalia resposta. Este teste mostra se você alguma vez já teve contato com a leishmaniose. L. Visceral Americana Diagnóstico Clínico: Anamnese, sinais e sintomas. Diagnóstico laboratorial: Material obtido na MO, baço, fígado e linfonodos. Na medula óssea do adulto: Medula do esterno (2º EIC). Nas crianças: Crista ilíaca (60-70% sensibilidade). Pesquisa do Parasito Pesquisa de DNA por PCR Cortes histológicos por biópsia Cultura Inóculo em animais Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI) ELISA Diagnóstico Imunológico: Reação de Fixação do Complemento (RFC) Antígeno heterólogo do Mycobacterium bovis Teste Rápido Imunocromatográfico (TRALD; RICH) → Imunocromatografia de papel, antígeno recombinante (rK39) Profilaxia: Ocorre por meio de controle do vetor e dos reservatórios, diagnostico precoce, manejo ambiental e educação em saúde.Deve- se orientar: Uso de repelentes; Evitar ambientes onde seja possível encontrar o vetor, Evitar a construção de casas perto ou dentro da mata; Evitar banho em rios ou igarapés; Tratamento: LT Americana e do velho mundo: Glucantine, 17 mg por kilograma ao dia por 10 dias, intervalo pelos mesmos 10 dias e um novo ciclo, repetindo o processo até as úlceras cicatrizarem completamente. Medicamento geralmente intramuscular, não indicado para gestantes e cardíacos. Melhores resultados contra reincidências e resistências é associar a imunoterapia com Leishvacin , ativando o sistema imune. Leishmaniose visceral, o antimoniato de N-metil glucamina, a anfotericina B lipossomal e o desoxicolato de anfotericina B. Júlia Azevedo – Universidade Federal de Rondônia
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