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ANÁLISES DOS REVESTIMENTOS ARGAMASSADOS E CERÂMICOS – EDIFÍCIO FRANCISCO PINTO. 1Universidade Federal de Campina Grande. Graduando em Engenharia Civil, Caixa Postal 505, Campina Grande-PB, Fone: (83)2101-1024. Email: alyssonkaio@hotmail.com. 2Universidade Federal de Campina Grande. Graduando em Engenharia Civil, Caixa Postal 505, Campina Grande-PB, Fone: (83)2101-1024. Email: andrey_be@hotmail.com. 3Universidade Federal de Campina Grande. Graduando em Engenharia Civil, Caixa Postal 505, Campina Grande-PB, Fone: (83)2101-1024. Email: janainaleitecivil@hotmail.com. 4Universidade Federal de Campina Grande. Graduando em Engenharia Civil, Caixa Postal 505, Campina Grande-PB, Fone: (83)2101-1024. Email: nesaregis0@gmail.com. 5Universidade Federal de Campina Grande. Graduando em Engenharia Civil, Caixa Postal 505, Campina Grande-PB, Fone: (83)2101-1024. Email: rafael.gomes.leite@hotmail.com. 5Universidade Federal de Campina Grande. Graduando em Engenharia Civil, Caixa Postal 505, Campina Grande-PB, Fone: (83)2101-1024. Email: taironepz@gmail.com. 6Professor Titular, Universidade Federal de Campina Grande Avenida Aprígio Veloso,882- Laboratório de Estruturas-Bloco C W, CEP 58429=140, Campina Grande – PB. Fone: (83)2101-1166. E-mail: miltoncf@gmail.com Alysson Kaio de Brito¹; Andrey Bernardes de Siqueira Lopes2; Janaina Leite Batista3; Jeovanesa Régis Carvalho4; Rafael Gomes Leite5; Tairone Paz e Albuquerque6; Milton Bezerra das Chagas Filho7. . RESUMO - A construção civil é um dos mais importantes setores econômicos de um país, e por isso está cada vez mais competitivo. Em função da grande concorrência do mercado imobiliário e devido o processo de aceleração da velocidade de execução de obras, é muito frequente a ocorrência de algumas patologias, sendo as mais comuns estão relacionadas à deformação e acabam se manifestando nas alvenarias e nos revestimentos na formação de fissuras e trincas. Além disso, à falta de mão de obra qualificada acaba contribuindo para diminuição da vida útil das edificações. Pretende-se neste trabalho, identificar as patologias encontradas no revestimento argamassado do edifício Francisco Pinto localizado no centro da cidade de Campina Grande-PB e elaborar algumas medidas preventivas, baseado em conhecimentos científicos. Sabendo da necessidade de dar um tempo razoável para que ocorram as reações do cimento e a importância de que a execução é uma etapa fundamental para minimizar as patologias para que possa aumentar o custo/benefício e a qualidade. Palavras-chave: Revestimento, argamassa, patologia. ABSTRACT –The civil construction industry is one of the most important economic sectors of a country, and so is increasingly competitive. Due to the highly competitive on the real estate market and because the process of acceleration of works execution speed, very often there is an occurrence of some pathologies, the most common are related to deformation and its results manifesting in masonry and coatings with the formation of fissures and cracks. In addition, the lack of skilled labor therefore contributes to reduced building’s lifetime. The intention of this work is to identify the conditions found in the mortar coating on the building Francisco Pinto located in the city of Campina Grande-PB and develop some preventive measures, based on scientific knowledge. Knowing the need to give a reasonable time for the cement reactions occur and the importance of the implementation is a key step to minimize the onset of pathologies that can increase the cost / benefit and quality. Keywords: Coating, mortar, pathology. 1. INTRODUÇÃO O setor da construção civil possui grande importância na geração de empregos no País e, nos últimos anos, houve um crescimento acelerado no setor. Segundo Teixeira (2010), a construção civil e o desenvolvimento econômico estão intrinsecamente ligados, a indústria da construção promove incrementos que possibilitam elevar o crescimento econômico. Isso ocorre principalmente pela proporção do valor adicionado total das atividades, como também pelo efeito multiplicador de renda e sua interdependência estrutural. Além disso, este mercado tem se tornado cada vez mais competitivo e com isso vem acarretando alguns problemas, pois alguns empreendedores vêm descumprindo algumas normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) para manterem menores preços aos imóveis, deixando assim a qualidade de lado e acarretando o aparecimento de patologias. O termo patologia das construções provém da analogia com as enfermidades da medicina. Para Souza et al. (1998), falando em nível de qualidade, exige-se para a etapa de concepção, a garantia de plena satisfação do cliente, de facilidade de execução e de possibilidade de adequada manutenção; para a etapa de execução, será de garantir o fiel atendimento ao projeto, e para a etapa de utilização, é necessário conferir a garantia de satisfação do utilizador e a possibilidade de extensão da vida útil da obra. As patologias atingem principalmente os revestimentos de paredes que têm por finalidade regularizar a superfície, proteger contra intempéries, aumentar a resistência da parede e proporcionar estética e acabamento. Os revestimentos de paredes são classificados de acordo com o material utilizado em revestimentos argamassados e não- argamassados. Os revestimentos argamassados são os mais utilizados na construção civil brasileira. Esse sistema pode ser definido como um revestimento multicamadas capaz de recobrir a superfície de concreto ou alvenaria, ao mesmo tempo em que cria um substrato adequado para receber o acabamento final (pintura, cerâmica, pastilha etc.). Dentro deste contexto, o presente trabalho propõe um estudo sobre as origens e as consequências das falhas e dos sistemas de degradação das edificações no revestimento argamassado do edifício Francisco Pinto. E ainda possíveis formas de prevenção da ocorrência dessas falhas. 1.1. Objetivo Geral Apresentar as análises das patologias encontras nos revestimento argamassados e cerâmicos durante a execução do edifício Francisco Pinto. 1.2. Objetivos Específicos Apresentar as patologias encontradas nos revestimentos argamassados e cerâmicos; Apresentar medidas mitigadoras das patologias observadas em obra; 1.3 Caracterização da obra Edifício Residencial Francisco Pinto Empresa: Ourovel Empreendimentos Imobiliários LTDA Rua Desembargador Trindade, número 141, Bairro Centro – Campina Grande – Paraíba – Brasil. Investimento: 18 milhões O edifício se encontra atualmente em fase de acabamento e revestimento, interno e externo. Cada pavimento tipo possui 3 apartamentos. A obra conta com trabalho de 1 engenheiro, 1 mestre de obra, 1 encarregado, 1 almoxarife, 1 motorista, 45 funcionários entre pedreiros e serventes. 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA O Código 45 da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) do IBGE relaciona as atividades da construção civil como as atividades de preparação do terreno, as obras de edificações e de engenharia civil, as instalações de materiais e equipamentos necessários ao funcionamento dos imóveis e as obras de acabamento, contemplando tanto construções novas, como as grandes reformas, as restaurações de imóveis e a manutenção corrente. Com um maior desenvolvimento econômico em nosso país, e maiores investimentos do governo federal em disponibilização de crédito e taxas de juros, tem verificado um fortalecimento no setor da construção civil. A construção civil no Brasil é crescente e acarretaum maior desenvolvimento econômico para o país, uma vez que ela é uma importante contribuinte para a geração de empregos, ou seja, ela é um importante indicador da elevação do PIB. No gráfico abaixo demonstra como a construção civil do período de 2004 a 2013 vem apresentando evidências dos fatores de que a construção civil nos últimos anos tem contribuído para a economia. Gráfico 1 – PIB Brasil e Construção civil Fonte: IBGE 2013 2.1. Revestimentos Argamassados Os revestimentos argamassados são os procedimentos tradicionais da aplicação de argamassas sobre as alvenarias e estruturas com o objetivo de regularizar e uniformizar as superfícies, corrigindo as irregularidades, prumos, alinhamentos dos painéis e quando se trata de revestimentos externos, atuam como camada de proteção contra a infiltração de águas de chuvas. O procedimento tradicional e técnico é constituído da execução de no mínimo de três camadas superpostas, contínuas e uniformes: chapisco, emboço e reboco. Cada uma delas tem uma função e requer cuidados específicos com relação ao traço e à forma de execução. 2.1.1 – Chapisco A superfície que irá receber o chapisco, seja ela de concreto ou de alvenaria, deve estar devidamente curada, limpa, uniforme e livre de desagregações. Também deve ser previamente umedecida. O chapisco é a etapa de preparo da base com o objetivo de torná-la mais rugosa e homogênea à absorção de água. O chapisco facilita a ancoragem do emboço. 2.1.2 – Emboço O emboço é a argamassa de regularização que deve determinar a uniformização da superfície, corrigindo as irregularidades, prumos, alinhamento dos painéis e cujo traço depende do que vier a ser executado como acabamento. É o elemento que proporciona uma capa de impermeabilização das alvenarias de tijolos ou blocos e cuja espessura não deve ser maior que 1,5 cm. O emboço é constituído de uma argamassa grossa de cal e areia no traço 1:3. É necessário ainda para execução do emboço o uso de telas metálicas para estruturar camadas de revestimento espessa e/ou atenuar o aparecimento de fissuras provenientes de movimentações chamados de reforço. Esses reforços geralmente são aplicados numa posição intermediária da espessura do emboço. A camada final de argamassa deve proporcionar cobrimento mínimo da tela. 2.1.3 – Reboco Também chamado de massa fina, é a camada final que torna a textura da parede mais lisa para receber pintura. Pode ser substituído pela aplicação de massa corrida. O reboco usa argamassa de areia e cal com granulometria mais fina que a do emboço. É aplicado com desempenadeira em movimentos circulares. Após a cura da argamassa, a superfície estará pronta para receber o revestimento final, como pintura. No caso de placas cerâmicas e pastilhas, o reboco não é aplicado. 2.1.4 - Argamassas Especiais São encontradas no mercado variadas argamassas industrializadas para aplicação imediata, cujas características de preparo e recomendações especiais de aplicação são fornecidas pelos fabricantes (detentores das patentes). 2.2. Principais patologias em revestimento argamassados 2.2.1. Deslocamentos com empolamentos Ocorre quando parte da cal se hidrata após a aplicação do revestimento. 2.2.2. Vesículas São causadas devido os materiais que provocam alteração de volume após o endurecimento da argamassa, tais como matéria orgânica, torrões de argila ou ferruginosos, pirita na areia ou outras contaminações. 2.2.3. Deslocamentos das placas É a deficiência da aderência a base, ausência de chapisco ou execução com areia, base lisa, suja ou contaminada, argamassa com espessura excessiva, rica em aglomerantes ou com resistência inadequada. 2.2.4. Deslocamento com pulverulência Devido o emprego de argamassa mal proporcionada, hidratação inadequada de cimento, emprego de gesso que causará reação expansiva, ou pintura antes da carbonatação total da argamassa. 2.2.5. Fissura Execução do revestimento com teor elevado de finos, alto consumo de cimento ou água de amassamento, intervalo de tempo entre aplicação das camadas superpostas e cura deficientes, corrosão das armaduras por cobrimento insuficiente. 2.2.6. Fissura devido a deficiência no encunhamento Blocos de concreto não curados, baixa resistência, falta ou deficiência do chapisco, falta de amarração lateral dos pilares, execução deficiente de vergas e contravergas, material para encunhamento possui alta retração. 2.2.7. Eflorescência Migração de sais solúveis presentes nos componentes de alvenaria. 2.2.8. Umidade (fungos,bolor) Absorção de água por condensação capilar, infiltração, ou absorção higroscópica. 2.3. Patologia nos revestimento cerâmicos As patologias nos revestimentos cerâmicos podem ter origem na etapa de projeto, quando são escolhidos os materiais, ou quando o projetista não leva em consideração as interações do revestimento com outras partes da construção (esquadrias, estrutura etc.), ou na fase de execução. Verificar com cuidado, pois as patologias são evidenciadas por alguns sinais que podem ter origem em outros componentes de revestimento (base, mão de-obra etc.) (COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO, 2004). As patologias mais comuns são: • Destacamentos de placas; • Trincas; • Gretamento e fissuras; • Eflorescências; • Deterioração das juntas. 2.3.1. Destacamentos de placas São caracterizados pela perda de aderência das placas cerâmicas do substrato, ou da argamassa colante, quando as tensões ultrapassam a capacidade de aderência das ligações entre a placa cerâmica e argamassa colante e/ou emboço. Um dos sinais desta patologia é a ocorrência de um som cavo (oco) nas placas cerâmicas quando percutidas, ou se observa o estufamento da camada de acabamento. As causas destes defeitos são: • Instabilidade do suporte, devido a acomodação da construção; • Deformação lenta da estrutura de concreto armado, variações higrotérmicas e de temperatura, características um pouco resiliente dos rejuntes; • Ausência de detalhes construtivos (vergas, contravergas, juntas de dessolidarização). • Utilização do cimento colante vencido; • Assentamento sobre superfície contaminada; • Mão-de-obra não qualificada; • Execução do revestimento sobre base recém executada. É muito trabalhosa e cara a recuperação desta patologia. Muitas vezes a solução é a retirada total do revestimento (COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO, 2004). 2.3.2. Trincas, gretamentos e fissuras O gretamento é uma série de aberturas em várias direções inferiores a 1 mm e que ocorrem na superfície esmaltada das placas. A causa provável desta patologia é a falta de especificação de juntas de movimentação e detalhes construtivos adequados (COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO, 2004). 2.3.3. Eflorescência Eflorescência são manchas esbranquiçadas que se sobressaem ao revestimento cerâmico e a ele aderem. Ela aparece devido a um processo químico. O cimento comum, reagindo com a água, resulta em uma base medianamente solúvel, denominada hidróxido de cálcio. Como a argamassa de assentamento e de rejuntamento contém cimento e essas camadas são porosas, em sua composição encontra-se o hidróxido de cálcio livre, ocasionando o contato com o ar, que por sua vez, contém anidro carbônico, dá-se a reação entre essas duas substâncias, resultando em carbonato de cálcio, sal insolúvel de coloração branca. Para evitar esse processo podemos adicionar: • Reduzir o consumo de cimento Portlandno emboço ou usar cimento com baixo teor de álcalis; • Utilizar placas cerâmicas de boa qualidade (queimadas em altas temperaturas, o que elimina os sais solúveis); • Garantir o tempo necessário para secagem de todas as camadas anteriores à execução do revestimento cerâmico. Pode ser facilmente retiradas mediante solução diluída de ácido muriático em concentrações baixas e em pequena quantidade, enxaguando muito bem a superfície após seu uso. 2.3.4. Deterioração das juntas As juntas são responsáveis pela estanqueidade do revestimento cerâmico e pela capacidade de absorver deformações, a deterioração das juntas compromete o desempenho dos revestimentos cerâmicos. Observa-se que está ocorrendo uma deterioração das juntas quando ocorre: • Perda de estanqueidade; • Envelhecimento do material de preenchimento. Para evitar a ocorrência desta patologia devemos ter controle da execução do rejuntamento, do preenchimento das juntas, bem como da escolha de matérias de preenchimento adequados (COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO, 2004). 2.4. Fissuração das paredes de alvenaria não estrutural Segue na tabela abaixo, algumas das causas técnicas da fissuração de paredes de alvenaria não estruturais. Estas causas são observáveis em paredes correntes executadas com os mais diversos materiais. CAUSAS DE FENÔMENOS DE FISSURAÇÃO ASPECTOS PRESENTES Movimentos das fundações – recalques diferenciais - Acomodação diferenciais de fundações diretas - Variação do teor de umidade dos solos argilosos - Heterogeneidade e deficiente compactação de aterros Ação de cargas externas – atuação de sobrecargas - concentração de cargas e esforços Deformação da parede devido a deformabilidade excessiva das estruturas - Pavimento inferior mais deformável que o superior - Pavimento inferior menos deformável que o superior - Pavimento inferior e superior com deformação idêntica - Fissuração devida à deformação de consolos - Fissuração devida à rotação do pavimento no apoio Variações térmicas - Fissuração devida aos movimentos das coberturas - Fissuração devida aos movimentos das estruturas reticuladas - Fissuração devida aos movimentos da própria parede Variações de umidade - Movimentos reversíveis e irreversíveis - Fissuração devido à variação do teor de umidade por causas externas - Fissuração devido à variação natural do teor de umidade dos materiais - Fissuração devida à retração das argamassas - Fissuração devida à expansão irreversível do tijolo Alterações químicas - Hidratação retardada da cal - Expansão das argamassas por ação dos sulfatos - Corrosão de armaduras e outros elementos metálicos Ação do gelo - Fissuração devido a condições climáticas muito desfavoráveis - Fissuração devida à vulnerabilidade dos materiais Outros casos de fissuração - Ações acidentais (sismo, incêndios e impactos fortuitos) - Retração da argamassa e expansão irreversível do tijolo - Choque térmico - Envelhecimento e degradação natural dos materiais e das estruturas - Paredes de blocos de betão (situações particulares) - Revestimentos - Paredes com funções estruturais Tabela 1: Classificação de causas de fissuração em paredes 3. MATERIAS E MÉTODOS 3.1. Materiais Areia: A areia utilizada no preparado da argamassa é areia lavada fina e grossa. Cimento: O cimento utilizado na argamassa é o Cimento Portaland CP II, marca CIMPOR. Cal: A cal utilizada na obra é a cal hidratada, marca Rebocal. Argamassa: A Argamassa ACI foi utilizada para revestimento interno em banheiros, cozinhas e áreas de serviços. A argamassa AC II foram aplicadas no revestimento externo de paredes e fachadas, piscinas de água fria, pisos cerâmicos de áreas públicas e para pisos cerâmicos ao ar livre. E a argamassa AC III para as piscinas de água quente e churrasqueira. Porcelanato: Foi o revestimento cerâmico usado nos pavimentos. Figura 1: Porcelanato. Outros materiais importantes para que o pedreiro possa realizar o serviço de forma segura e com qualidade, são: Baldes, óculos, luvas, capacetes, desempenadeira, desempenadeira dentada, espaçadores, maquita, riscador manual, desempenadeira revestida com espuma, broxa, prumo, colher de pedreiro, esquadro, lápis, pedaços de madeira ou cerâmica (taliscas), martelo, pregos, trena, fio de náilon e caneca dosadora, régua 2m, nível mangueira e nível bolha. 3.2. Métodos 3.2.1. Execução de Revestimentos Argamassados a) O canteiro de produção deve possuir silos ou recipientes de armazenamento estanques, protegidos de chuva e de insolação. b) No preparo de argamassas mistas, o cimento deve ser adicionado no momento da sua aplicação, atendido o prazo de maturação da pasta 16h no mínimo ou da mistura cal e areia c) O tempo mínimo para a base do revestimento é de sete dias de idade do emboço de argamassas mistas ou hidráulicas, para início dos serviços de reboco; d) as superfícies a revestir deverão ser limpas e molhadas antes de qualquer revestimento ser aplicado. Molhando a parede, executa-se a limpeza, permitindo as melhores condições de fixação do revestimento, com a remoção do limo, fuligem, poeira, óleo etc., que podem acarretar o desprendimento futuro da argamassa; e) antes de ser iniciado qualquer serviço de revestimento, deverão ser instalados os dutos embutidos dos sistemas elétricos, de comunicação, gás e hidro-sanitários, devendo ser testadas as canalizações (sob pressão fluídica ou com lançamento dos guias), permitindo que se façam reparos, se necessários; f) as superfícies estruturais em concreto, tijolos laminados ou prensados, serão previamente chapiscadas, logo após o término da elevação das alvenarias; g) emboço só será aplicado após completa pega da argamassa de assentamento das alvenarias e do chapisco, e as superfícies deverão ser molhadas convenientemente antes do processo; h) quando houver necessidade de espessura de emboço acima de 2 cm, deverão ser executados em camadas, respeitando a espessura de 1,5 cm cada; i) A cal hidratada usada na confecção das argamassas para emboço, deve ser peneirada, para eliminar os grãos de cal, que se existirem na argamassa darão origem ao processo de hidratação higroscópica retardada, cuja consequência é o aparecimento do vulgarmente chamado empipocamento do revestimento; j) uso da nata de cal na argamassa para reboco deve passar pelo processo de hidratação completa, deixando-se o elemento descansar pelo menos 3 dias, ou seja, 72 horas, em lugar protegido do sol e ventilação. 3.2.2. Execução do Revestimento Cerâmico - Porcelanato a) Verificar se a superfície não está irregular, com poças ou caroços; b) Todas as superfícies devem estar limpas, secas, livre de óleos ou tintas; c) Verificar Paginação de acordo com o projeto; d) Marcar e puxar mestra (linha do pedreiro), o servente prepara a argamassa; e) Utiliza a desempenadeira dentada para colocar argamassa no contra piso e no porcelanato, para cerâmicas acima de 30x30, abaixo apenas coloca argamassa na cerâmica. f) Assentamento do porcelanato com martelo borracha, evitando excesso de argamassa; g) Coloca-se espaçadores e realiza o nivelamento entre as placas cerâmicas com régua e nível bolha. f) Realiza-se o rejuntamento do porcelanato e limpa posteriormente. Figura 2 (a), (b) e (c): Preparação daargamassa, máquina para corte e assentamento do porcelanato. 3.2.3 Análises patológicas Conforme a imagem abaixo, podemos perceber que as fissuras encontradas no edifício estão associadas à retração de secagem da argamassa. São as chamadas fissuras mapeadas, que posteriormente tornam-se pontos de movimentação devido às ações térmicas e higroscópicas sobre os revestimentos. Figura 3: Revestimento apresentando fissuração em mapa, típica de argamssas com alta retração Para o combate à retração em misturas cimentícias pode ser realizado com: Ajustes na dosagem; Aplicação de uma cura eficiente, minimização da relação água/cimento; Utilização de aditivos que contribuem para o controle da retração, que por sua vez se subdividem em dois tipos: os redutores de retração e os compensadores de retração. Figura 4: Revestimento apresentando fissuração em vertical por movimentação térmica da laje. Para o combate à fissuras verticais pode ser realizado com: Execução de juntas de movimentação ao entorno da edificação vindo do encontro das janelas de 1mm com cilindro de espuma e silicone; Isolamento térmico da cobertura. Figura 5: Revestimento apresentando fissuração na diagonal, surgindo do encontro da janela. Trincas inclinadas nas paredes são sintomas de recalques de fundações; fissuras inclinadas que se iniciavam nos cantos das portas e janelas, que além de recalque podem ser ocasionadas por ausência de vergas ou contra vergas ou por concentração de tensões (atuação de sobrecargas). Para o combate à fissura diagonal vindo de encontro de janelas pode ser realizado com: Vergas e contra vergas nos peitoris das janelas com apoio na alvenaria de no mínimo 20cm em cada lado; Figura 6: Revestimento apresentando fragilidade e pequenos buracos. Para o combate fragilidade do revestimento pode ser realizado com: Para uma melhor coesão do revestimento é necessário que a areia seja bem peneirada para que a argamassa do revestimento não contenha materiais orgânicos e solo argiloso. 4. CONCLUSÃO Conclui-se que as patologias mais comuns observadas, no edifício Francisco Pinto, são fissurações causadas por variação de umidade ( retração da argamassa), variação térmica (movimentação das lajes), sobrecarga (concentração dos esforços nas janelas) e patologia do tipo vesículas. As patologias são diretamente responsáveis por diminuir a satisfação dos clientes com a obra, alterando o cronograma físico-financeiro, aumentando os gastos com os reparos nos revestimentos como pintura e cerâmicas e, em algumas situações, comprometendo a estrutura da obra. Em relação à fase atual da obra, quanto ao assentamento do porcelanato, não se constata patologias visíveis, porém em alguns casos há fissuras nos revestimentos argamassados, necessitando que se executem juntas de dilatação para não ocasionar destacamento das pastilhas e/ou do porcelanato. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante - Procedimento – NBR 13755/1996. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas - Especificação – NBR 13749/1996. TEIXEIRA, Luciene Pires. Desempenho da construção brasileira. Belo Horizonte: UFMG, 2010. SOUZA, Vicente Custódio Moreira; RIPPER, Thomaz. Patologia, Recuperação e Reforço de Estruturas de Concreto. São Paulo: Pini, 1998. THOMAZ, Eduardo Christo Silveira, CARNEIRO, Luiz Antonio Vieira, Alguns casos Reais de fissurações em paredes de edifícios de concreto armado. Anais IX Congresso Internacional sobre Patologia e Recuperação de Estruturas - CINPAR. João Pessoa, 2013. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censos demográficos dos anos de 2000 a 2010. Rio de Janeiro: IBGE. Fiorito, Antonio J.S.I. Manual de Argamassas e Revestimentos : Estudos e Procedimentos de Execução. 2. ed. - São Paulo : Pini, 2009. Yazigi, Walid. A técnica de edificar. 10. ed. rev. e atual. - São Paulo : Pini : SindusCon, 2009. Taguchi, Mário Koji. Avaliação e qualificação das patologias das alvenarias de vedação nas edificações. Curitiba, 2008. Comunidade da Construção. Manual de Revestimento de Fachada. Salvador,2006. CHAGAS FILHO, Milton B. Notas de aula da disciplina de Construções de Edifícios. UFCG / DEC - Campina Grande / 2015.
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