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CONCEITOS ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA A Assistência Farmacêutica é parte integrante do sistema de saúde, sendo determinante para a resolubilidade da atenção e dos serviços em saúde. Sua organização envolve a alocação de grandes volumes de recursos públicos, daí a necessidade de uma gestão pautada nas reais demandas priorizando os problemas de saúde que acometem grande parte da população (CONASS, 2011). Há vários conceitos de assistência farmacêutica, dentre eles, conceitos amplamente divulgados em legislações e pelos organismos internacionais. A portaria nº 3.916/MS/GM, de 30 de outubro de 1998 trouxe um dos primeiros conceitos da Assistência Farmacêutica em um de seus artigos. “Grupo de atividades relacionadas com o medicamento, destinadas a apoiar as ações de saúde demandadas por uma comunidade. Envolve o abastecimento de medicamentos em todas e em cada uma de suas etapas constitutivas, a conservação e controle de qualidade, a segurança e a eficácia Terapêutica dos medicamentos, o acompanhamento e a avaliação da utilização, a obtenção e a difusão de informação sobre medicamentos e a educação permanente dos profissionais de saúde, do paciente e da comunidade para assegurar o uso racional de medicamentos” (BRASIL, 1998) Esta legislação enfatiza ainda as etapas da assistência farmacêutica que engloba as atividades de seleção, programação, aquisição, armazenamento e distribuição, controle da qualidade e utilização que compreendem a prescrição e a dispensação. Estas atividades deverão favorecer a permanente disponibilidade dos produtos segundo as necessidades da população, identificadas com base em critérios epidemiológicos. A Política Nacional de Medicamentos publicada em 1999, acrescenta a este conceito questões relacionadas à difusão da informação e educação permanente dos profissionais de saúde. “Envolve(...)a segurança e a eficácia terapêutica dos medicamentos, o acompanhamento e a avaliação da utilização, a obtenção e a difusão de informação sobre medicamentos e a educação permanente dos profissionais de saúde, do paciente e da comunidade para assegurar o uso racional de medicamentos.” (BRASIL, 2002a, p.34). A Organização Mundial de Saúde incrementa ainda mais este conceito por incluir em sua definição a assistência aos pacientes hospitalizados “um grupo de serviços e atividades relacionados com o medicamento, destinados a apoiar as ações da saúde que demanda a comunidade, os quais devem ser efetivados através da entrega expedita e oportuna dos medicamentos a pacientes hospitalizados e ambulatoriais, garantindo os critérios de qualidade na farmacoterapia” (BRUM, 2008 apud OMS). CICLO LOGÍSTICO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA O ciclo logístico da assistência farmacêutica contempla diversas etapas que se comunicam e refletem suas ações. Fonte: BRASIL, 2006 Seleção A seleção é a primeira etapa do ciclo logístico com caráter fundamental nas demais etapas do ciclo por definir o elenco de medicamentos a serem abrangidos que irão gerir as demais etapas. Esta etapa também é considerada o eixo de todo o ciclo da assistência farmacêutica. (MARIN, 2003) O processo de escolha de medicamentos deve ser pautado em critérios epidemiológicos, técnicos e econômicos, estabelecidos por uma Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT), visando assegurar medicamentos seguros, eficazes e custo-efetivos com a finalidade de racionalizar seu uso, harmonizar condutas terapêuticas, direcionar o processo de aquisição, produção e políticas farmacêuticas. É importante que este processo esteja centrado nos pacientes e não na própria estrutura administrativa, garantindo aos usuários o melhor cuidado possível (MARIN, 2003). São objetivos da seleção de medicamentos: Reduzir o número de especialidades farmacêuticas. Uniformizar condutas terapêuticas. Melhorar o acesso aos medicamentos selecionados. Contribuir para promoção do uso racional de medicamentos. Assegurar o acesso a medicamentos seguros, eficazes e custo-efetivos. Racionalizar custos e possibilitar maior otimização dos recursos disponíveis. Facilitar a integração multidisciplinar, envolvendo os profissionais de saúde, na tomada de decisões. Favorecer o processo de educação continuada e atualização dos profissionais, proporcionando do uso adequado dos medicamentos. Melhorar a qualidade da farmacoterapia e facilitar o seu monitoramento. Otimizar a gestão administrativa e financeira, simplificando a rotina operacional de aquisição armazenamento, controles e gestão de estoques. Constituem instrumentos e estratégias desta etapa a mobilização e sensibilização de gestores e profissionais de saúde, criação de uma comissão de farmácia e terapêutica em caráter permanente, construção da relação de medicamentos essenciais que deve nortear as diretrizes e utilização, programação, aquisição, prescrição, dispensação, divulgação e implantação (BRASIL, 2006) PROGRAMAÇÃO Atividade de grande relevância no ciclo da assistência farmacêutica em função de sua relação direta com o nível de acesso aos medicamentos e seu nível de perdas. Esta etapa é associada diretamente ao planejamento ao depender da utilização de informações gerenciais disponíveis e fidedignas a cerca da real necessidade de cada região (BRASIL, 2006; MARIN, 2003). A programação deve considerar diversas fontes de dados consistentes como o consumo de medicamentos da área ou serviço, perfil demográfico e epidemiológico, a oferta e demanda de serviços de saúde que atende, recursos humanos capacitados de que dispõe, além da disponibilidade financeira para a execução da programação (BRASIL, 2006; MARIN, 2003). AQUISIÇÃO A aquisição de medicamentos no setor público, assim como outros itens , é regido pela Lei Federal no 8.666, de 21 de junho de 1993 que regulamenta o art. 37, Inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da administração pública e dá outras providências. As compras são regidas por diferentes modalidades seguindo o princípio da economia de escala, quanto maior a quantidade a ser adquirida, menor será o custo unitário do produto. . Modalidade da licitação Valor da compra (BRASIL, 1998) Concorrência acima de R$ 650.000,00 Tomada de preços até R$ 650.000,00 Convite até R$ 80.000,0 Pregão Qualquer valor Registro de preços Qualquer valor Inexigibilidade ou dispensa de licitações Qualquer valor Armazenamento e Distribuição O armazenamento e a distribuição são etapas que requerem cuidados essenciais para preservação dos medicamentos, assim diversos critérios técnicos devem ser seguidos garantindo que o medicamento armazenado e distribuído seja acondicionado adequadamente sem comprometimento de sua estabilidade. Estas etapas são regidas pelas Boas Práticas de Armazenamento e Distribuição, recomendadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária através de suas inúmeras legislações acerca do controle de armazenamento e transporte dos medicamentos. Programação Perfil epidemiológico Consumo histórico Oferta de serviços Consumo Médio Mensal (CMM) DISPENSAÇÃO Uma das últimas etapas do ciclo é a dispensação, consiste no “ato do profissional farmacêutico proporcionar um ou mais medicamentos, em resposta à apresentação de uma receita elaborada por um profissional autorizado”. Dispensação Abordagem ao paciente – busca de confiança Recepção da prescrição – quando se verifica diversos parâmetros e aspectos legais, na busca de evitar riscos ao paciente. Nome do paciente, prescritor, medicamento, forma farmacêutica, posologia, via de administração, duração dotratamento. Interpretação e análise da prescrição – com base nos aspectos terapêuticos e farmacológicos (adequação,indicação, interação etc.) Orientação ao paciente – possibilitar o cumprimento da prescrição. Registros da prescrição Adaptado de BRASIL, 2006 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Conselho Nacional de Educação . Resolução no 2, de 19 de fevereiro de 2002.. Diário Oficial da União, 19 fev. 2002. BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 22 jun. 1993. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm>. Acesso em: 6 agosto de 2014. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM nº 3.916, 30 out. 1998. Diário Oficial da União, 1998. BRASIL. Ministério da Saúde. Assistência farmacêutica na atenção básica: instruções técnicas para sua organização / Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. – 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2006. BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Medicamentos. Brasília:Ministério da Saúde, 1999. BRUM, Lucimar Filot da Silva. Assistência Farmacêutica e ACESSO a Medicamentos.Cad. Saúde Pública , Rio de Janeiro, 24 v., n. 6 de Junho de 2008. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102311 CONASS. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Assistência Farmacêutica no SUS Brasília : CONASS, 2011. MARIN, N. Assistência Farmacêutica para gerentes municipais. Brasília:OPAS, 2003. X2008000600028&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 07 de agosto de 2014. QUESTIONÁRIO: 1. Descreva as etapas do ciclo da assistência farmacêutica envolvidas na situação descrita e a atuação do farmacêutico em cada uma delas: Um paciente procura um posto de saúde aos queixar-se de uma torção no pé. O médico após a realização de uma radiografia confirma o diagnóstico do caso, luxação do membro inferior e prescreve um medicamento anti-inflamatório disponível na rede para reduzir o inchaço e dor no local. O paciente se dirige até a farmácia para liberação do medicamento, o auxiliar checa o estoque e a localização do medicamento nas prateleiras, confere posologia, dosagem, quantidade a ser aviada, validade e lote do item a ser dispensado. O farmacêutico observa que a quantidade de medicamento em seu estoque reduziu consideradamente nesta semana em função do grande número de atendimentos e alocação de um novo conjunto habitacional na região. Ao repassar o medicamento ao paciente o farmacêutico observa em seu cadastro que o paciente faz uso de vários medicamentos para pressão e diabetes e se mostrou confuso quanto à maneira de usá-lo, assim orienta sobre horário para a administração do medicamento e possíveis efeitos colaterais. Etapa 1_________________________ Atribuição do farmacêutico: ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ Etapa 2_________________________ Atribuição do farmacêutico: ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ Etapa 3_________________________ Atribuição do farmacêutico: ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ Etapa 4_________________________ Atribuição do farmacêutico: ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 2. Enumere duas legislações que regem cada etapa do ciclo da assistência farmacêutica 3. Como as etapas de seleção e dispensação se comunicam no ciclo da assistência farmacêutica? Qual a importância desta relação?
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